Com a taxa básica de juros, a taxa Selic, a 15% ao ano, entender quanto rende R$ 1 milhão na poupança em 2025 é fundamental para o investidor saber se está ganhando ou perdendo dinheiro.

Apesar de existirem aplicações financeiras mais atrativas no mercado, essa opção ainda se destaca entre as preferências dos brasileiros na hora de investir. De qualquer forma, o cenário vem mudando e muitos têm buscado informações para fazerem os melhores negócios possíveis.

Neste artigo, saiba quanto rende R$ 1 milhão na poupança e conheça os detalhes por trás desse produto financeiro tão cultural nacionalmente. Confira já!

O que é a poupança?

A caderneta de poupança é uma aplicação de renda fixa e de baixo risco muito comum no Brasil. Ela permite que a pessoa guarde seu dinheiro e, ao longo do tempo, receba um rendimento sobre ele, conseguindo que o montante gere lucros em vez de ficar inerte em uma conta corrente.

No Brasil, ela se tornou um investimento tradicional da população para acumular capital com alguma finalidade futura. Muitas vezes, por exemplo, os pais abrem poupanças em nome dos filhos desde que eles são muito novos para utilizá-la como “cofre”. Muito da sua popularidade tem a ver com o fato de ser um investimento simples e prático.

Como funciona o rendimento da poupança?

A forma como o rendimento da poupança é calculado foi modificada há cerca de 10 anos, quando foram criados dois tipos de remuneração de juros.

Os depósitos realizados até 3 de maio de 2012 são remunerados em 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano) acrescidos do valor da Taxa Referencial (TR). Já os depósitos após essa data, além da TR, acompanham a taxa Selic:

  • quando a taxa básica de juros for superior a 8,5% ao ano (situação atual), os juros da poupança são de 0,5% ao mês;
  • quando a taxa básica de juros estiver abaixo de 8,5% ao ano, a remuneração é de 70% da Selic, calculada de forma mensal.

“Diferentemente de alguns investimentos, a poupança só rende de mês em mês”, diz a professora da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Graziela Fortunato.

Isso porque o rendimento é aplicado na data de aniversário da caderneta, ou seja, no dia do mês da abertura da conta. Se o dinheiro for sacado antes da data de remuneração, o investidor perderá os juros mensais.

O que é a TR?

A Taxa Referencial é uma taxa de juros que funciona como base para o cálculo de rendimentos, como o da poupança. O Banco Central (Bacen) é quem a estipula.

Entre outubro de 2017 e dezembro de 2021, a TR estava zerada devido à redução da taxa Selic. Contudo, com o aumento da Selic a partir de dezembro de 2021, a TR também aumentou.

Atualizando para 2025, a TR referente ao mês de setembro é de 0,17%.

O que é a taxa Selic?

A taxa Selic é a taxa básica de juros da nossa economia, sendo referência nas transações do mercado financeiro. O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Bacen, é quem a define a cada 45 dias.

Ela é utilizada pelo Bacen na administração da inflação, que é o aumento dos preços dos bens e serviços, em outras palavras: a valorização ou desvalorização da moeda.

Assim, se a intenção é desacelerar o consumo para inibir o crescimento da inflação, o Bacen aumenta a taxa Selic. Por outro lado, se quiser aumentar o poder de compra dos brasileiros, ele baixa a tarifa e, consequentemente, a inflação diminui.

Quais as vantagens e as desvantagens da poupança?

Dentre as vantagens da poupança, podemos citar:

  • facilidade de oferta desse tipo de investimento pelos bancos;
  • segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC);
  • isenção de Imposto de Renda (IR).

Contudo, as suas desvantagens são:

  • baixa rentabilidade;
  • menor rentabilidade quando a inflação está alta;
  • menor rentabilidade quando a taxa Selic está baixa;
  • baixa diversificação da carteira de investimentos.

O que é o FGC?

Criado em 1995, o FGC é uma associação privada e sem fins lucrativos fiscalizada pelo Bacen que protege os investidores de instituições financeiras credenciadas a ela. 

Assim, caso venham a falir, o fundo é capaz de garantir a restituição de até R$ 250 mil por CPF — em até quatro instituições financeiras diferentes — do valor investido em títulos de renda fixa.

Quanto rende R$ 1 milhão na poupança hoje?

Para saber quanto rende R$ 1 milhão na poupança hoje, é preciso considerar o atual patamar da taxa Selic e a forma de cálculo definida pelo Banco Central.

Com a Selic em 15% ao ano, a poupança está rendendo pela regra antiga: 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR). Isso acontece porque, pela legislação, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança volta a ser fixo em 6,17% ao ano (0,5% ao mês), mais a TR.

Atualmente, a TR está próxima de 0,20% ao mês (cerca de 2,5% ao ano). Com isso, o rendimento total da poupança chega a aproximadamente 8,8% ao ano (0,5% + TR ao mês) – um pouco mais do que no fim de 2024.

Isso significa que, se você tivesse R$ 1 milhão na poupança hoje, seu rendimento nominal seria em torno de R$ 7.300 por mês (0,73% ao mês, já incluindo TR).

Rendimento real x nominal

O rendimento real considera a inflação do período, enquanto o rendimento nominal é o valor bruto creditado na conta. Como a inflação desacelerou ao longo de 2025, o ganho real da poupança tende a ser maior do que em anos anteriores, embora ainda fique bem abaixo da Selic de 15% ao ano.

Como funciona o cálculo

De acordo com a legislação atual, a remuneração dos depósitos de poupança é composta por:

  • Remuneração básica: Taxa Referencial (TR).
  • Remuneração adicional: 0,5% ao mês, já que a Selic está acima de 8,5% ao ano.

O cálculo é feito sobre o menor saldo do período de rendimento, com o crédito ao final de cada mês.

Quais investimentos rendem mais que a poupança?

Há inúmeras opções de investimento no mercado financeiro que apresentam riscos tão baixos quanto os da caderneta de poupança, mas rentabilidade muito mais atrativas. Confira alguns exemplos abaixo!

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é uma aplicação de renda fixa oferecida por instituições financeiras com uma remuneração vinculada à taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Por exemplo, um CDB com 100% de CDI acompanha a remuneração anual de juros da taxa Selic. Vale frisar que ele pode ser adquirido por pessoas físicas e pessoas jurídicas.

O IR é calculado sobre o rendimento, sendo descontado no momento do resgate de maneira automática. Por fim, saiba que essa aplicação conta com a garantia do FGC.

Os rendimentos do CDB são variados, pois as especificidades das aplicações em termos de vencimento e rentabilidade se diferenciam conforme a instituição que a oferece.

Com a Selic em 15% ao ano, o CDI também está muito próximo desse nível — cerca de 14,90% ao ano.
Aplicando R$ 1 milhão em um título que pague 100% do CDI, você teria:

  • Rendimento anual bruto:
    R$ 1.000.000 × 14,90% = R$ 149.000
  • Rendimento mensal bruto aproximado:
    R$ 149.000 ÷ 12 ≈ R$ 12.400

Esse é o rendimento nominal bruto (antes do Imposto de Renda).

Após Imposto de Renda (exemplo para 1 ano de aplicação)

Para aplicações entre 181 e 360 dias, a alíquota do IR é de 20% sobre os rendimentos:

  • R$ 149.000 × (1 – 0,20) = R$ 119.200 líquidos no ano

Ou cerca de R$ 9.930 líquidos por mês.

Se o prazo do investimento for maior que 2 anos, a alíquota cai para 15%, aumentando um pouco o valor líquido.

Títulos do Tesouro Direto

Quanto rende R$ 1 milhão no Tesouro Selic hoje (setembro/2025)

Os títulos do Tesouro Direto são papéis da dívida pública federal. Há opções prefixadas, pós-fixadas (como o Tesouro Selic) e atreladas ao IPCA (Tesouro IPCA+), que garantem um rendimento real (acima da inflação).

No caso do Tesouro Selic, a remuneração segue de perto a taxa básica de juros. Com a Selic em 15% ao ano, o rendimento bruto fica em torno de 14,90% ao ano (Selic menos taxa de custódia + ajustes).

  • Rendimento bruto anual (antes do IR):
    R$ 1.000.000 × 14,90% = R$ 149.000

Desconto do IR pela tabela regressiva

Para aplicações de 181 a 360 dias, a alíquota do IR é de 20% sobre os rendimentos:

  • R$ 149.000 × (1 – 0,20) = R$ 119.200 líquidos no ano

Ou cerca de R$ 9.930 líquidos por mês.

Se o investidor mantiver o título por mais de dois anos, a alíquota do IR cai para 15%, aumentando o rendimento líquido.

Letras de Crédito

As Letras de Crédito são títulos de renda fixa usados na captação de recursos para diferentes setores. Podem ser prefixadas, pós-fixadas ou híbridas e possuem a garantia do FGC.

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é usada na captação de recursos para empreendimentos do setor imobiliário. Já a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é usada na captação de recursos para empreendimentos do setor do agronegócio.

O rendimento das LCIs e LCAs costumam ser maiores com o decorrer do tempo, assim, não é um investimento recomendado para quem queira ter uma reserva de emergência. Além disso, elas têm isenção de IR.

Para calcular quanto rende R$ 1 milhão em LCI e LCA, vale ter em mente variáveis como prazo, risco de crédito do emissor, entre outras.

Usando as taxas prefixadas, podemos considerar a taxa média de 12,5% dos bancos comerciais pelo período de um ano. Assim, o rendimento seria de cerca de R$ 125 mil.

Certificados de Recebíveis

Os Certificados de Recebíveis são títulos de renda fixa lastreados em recebíveis, ou seja, o dinheiro que uma empresa tem a receber pela venda de seus produtos ou serviços. Podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos e não possuem a garantia do FGC.

O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) é lastreado em recebíveis de empresas do setor imobiliário. Já o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é lastreado em recebíveis de empresas do setor agropecuário.

Além de rendimento acima da poupança, eles também têm isenção de IR. Por exemplo, o retorno de um investimento de R$ 1 milhão em CRI e CRA com vencimento de até dois anos e meio gira em torno de 14% ao ano, ou seja, cerca de R$ 140 mil.

Fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa são fundos de investimentos que reúnem produtos de renda fixa tanto prefixados como pós-fixados:

Na prática, eles funcionam como um investimento coletivo em que os investidores compram cotas do fundo. Como era de se esperar, a participação de cada um deles é proporcional ao que possuem em sua respectiva carteira de investimentos.

Vale ter em mente que 80% do fundo deve ser composto de ativos de renda fixa, enquanto os outros 20% são de derivativos financeiros, que possibilitam a alavancagem quando a renda fixa está em baixa. Por conta dessa diversificação, seus riscos acabam sendo diluídos.

Os fundos de renda fixa não contam com a cobertura do FGC e são tributados segundo a tabela regressiva do IR. Assim, quanto mais tempo de aplicação, menor é a alíquota cobrada.

Atualizando para 2024, se você investir R$ 1 milhão em um fundo de renda fixa com rendimento de 100% do CDI, terá um ganho de cerca de R$ 123.500 ao ano. Isso é uma estimativa baseada na taxa CDI atual e pode variar dependendo das flutuações futuras da taxa.

Fundos DI

Os fundos DI fazem parte da categoria de fundos de renda fixa e seu rendimento acompanha a taxa do CDI. São um investimento recomendado para quem deseja ter uma reserva de emergência.

Eles não possuem a cobertura do FGC e, para o cálculo da alíquota do IR, também é aplicada a tabela regressiva.

Caso você invista R$ 1 milhão em um fundo DI que renda em torno de 100% do CDI, o retorno será de cerca de R$ 123.500 ao ano. Não se esqueça de descontar o custo da taxa de administração, por exemplo.

O que são derivativos financeiros?

Os derivativos financeiros são contratos que podem estar atrelados a ativos financeiros, a um índice de mercado ou a taxas de referência. Os seus principais tipos são os contratos a termo, as opções, os contratos futuros e os swaps.

Poupança é um bom investimento?

Com frequência, deixar seus recursos na poupança pode levar à perda de dinheiro. Para se ter uma ideia, o seu rendimento ficou abaixo da inflação em três dos últimos cinco anos, enquanto outras modalidades de renda fixa tiveram resultados satisfatórios.

Importância de render acima da inflação

Se o rendimento da poupança fosse menor ou igual à inflação, o valor aplicado perderia poder de compra ou ficaria estagnado. Por isso, o rendimento acima da inflação é essencial para preservar e aumentar o patrimônio ao longo do tempo.

No entanto, a poupança historicamente oferece rentabilidade baixa, e há outros investimentos, como títulos públicos (Tesouro Direto) ou fundos de renda fixa, que geralmente proporcionam ganhos mais expressivos, especialmente em cenários de inflação elevada.

Como viver de renda passiva com R$ 1 milhão?

Se o objetivo do investidor é ter uma renda passiva, ou seja, obter um ganho adicional com R$ 1 milhão aplicado, a situação é mais complexa. “É preciso assumir mais riscos, pois os investimentos que oferecem esse tipo de remuneração são de renda variável“, afirma a professora da PUC-Rio.

Nesse cenário, os dois principais produtos financeiros são os fundos de investimento imobiliário (FIIs) e as ações de empresas que pagam dividendos mensalmente. “Não podemos comparar a poupança com esses dois investimentos”, comenta.

No entanto, vale lembrar que os produtos de renda variável também podem ter rendimento negativo e, dependendo do contexto, levar a prejuízos.

Quais são os benefícios dos FIIs?

Os FIIs são aplicações em renda variável com suas cotas negociadas na bolsa de valores do Brasil, a B3. Esses fundos de investimento são uma maneira de investir no mercado imobiliário, mas sem ter que comprar um imóvel.

Entre 2018 e 2022, o número de investidores em FIIs aumentou 950%, passando de 208 mil para 2 milhões. Para especialistas, por conta do espaço para seu crescimento, isso pode ser o início de uma tendência.

Dentre os benefícios dos FIIs, podemos citar:

  • gestão profissional;
  • possibilidade de começar a investir com valores baixos;
  • diluição dos custos de administração entre os cotistas;
  • possibilidade de recebimento de dividendos mensais;
  • possibilidade de o rendimento ser isento de IR.

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O conteúdo foi útil para você? Então, aproveite e confira nosso guia completo para você investir em fundos de investimentos imobiliários (FIIs)!

Resumindo

Quais investimentos rendem mais que a poupança?

  • CDB: Rendimento atrelado ao CDI, com IR.
  • Tesouro Direto: Títulos públicos com rentabilidade acima da poupança, sujeito a IR.
  • LCI/LCA: Renda fixa isenta de IR, com rendimentos atrativos no longo prazo.
  • CRI/CRA: Títulos de recebíveis com rendimentos superiores, isentos de IR.
  • Fundos de Renda Fixa: Investimentos diversificados, mas sem garantia do FGC e sujeitos a IR.

Quanto rende R$ 1 milhão na poupança?

Em 2025, com R$ 1 milhão, o rendimento mensal da poupança seria em torno de R$ 7.300 por mês (0,73% ao mês, já incluindo TR).