Quanto rende 100% do CDI? Essa é uma dúvida frequente entre investidores que buscam aplicações de renda fixa com rentabilidade previsível e segurança. O CDI é um dos principais indicadores do mercado financeiro brasileiro e influencia diretamente o rendimento de diversos títulos, como CDB, LCI, LCA e fundos de investimento.

Com a taxa Selic em 15,00% ao ano em novembro de 2025, o CDI segue em patamar elevado, impulsionando o retorno dos produtos atrelados à renda fixa. Mas o que exatamente significa “rendimento de 100% do CDI”? E quanto isso representa, na prática, no bolso do investidor?

A seguir, o Melhor Investimento explica em detalhes o que é o CDI, como ele funciona, como calcular seu rendimento e quanto rende investir 100 mil reais a 100% do CDI em 2025.

O que é CDI e como funciona?

O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é um título emitido entre instituições financeiras para regularizar o caixa diário dos bancos.

Quando uma instituição termina o dia com sobra de recursos, ela empresta esse dinheiro para outra que está com falta de liquidez, garantindo que todas encerrem o dia dentro das exigências do Banco Central.

Esses empréstimos têm prazo de apenas um dia útil e são feitos a uma taxa de juros média, que se torna um importante parâmetro para investimentos em renda fixa.

Ou seja: o CDI é o “termômetro” do custo do dinheiro entre os bancos, e seu valor serve de referência para o rendimento de aplicações financeiras acessíveis ao público.

CDI, taxa DI e Selic: qual é a diferença?

É comum confundir CDI, taxa DI e Selic, mas cada uma tem uma função específica no sistema financeiro.
A Selic é a taxa básica de juros da economia, definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ela influencia todas as demais taxas de juros do país, incluindo crédito, financiamento e investimentos.

A taxa DI (Depósitos Interfinanceiros), por sua vez, é a média dos juros praticados entre os bancos nos empréstimos de curtíssimo prazo. Essa taxa é registrada e divulgada pela B3 (Bolsa de Valores do Brasil).

Já o CDI é o título que formaliza essas operações entre instituições financeiras. Na prática, taxa DI e CDI andam quase juntas, refletindo de forma muito próxima as variações da Selic. Por isso, quando a Selic sobe ou desce, o CDI também acompanha o movimento.

Como a Selic influencia o CDI e os investimentos de renda fixa

A política monetária do Banco Central tem papel central na determinação do CDI. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a inflação, mas isso também encarece o crédito e eleva os rendimentos dos títulos pós-fixados.

Em 2025, o Banco Central manteve a Selic em 15,00% ao ano, diante de um cenário ainda pressionado por incertezas fiscais e inflação persistente em setores de energia e alimentos. Consequentemente, o CDI também segue em patamar elevado, o que beneficia investidores que aplicam em títulos pós-fixados.

Por outro lado, quando a Selic cai, o CDI também tende a recuar, diminuindo a rentabilidade dos títulos atrelados a esse índice.

Quanto é 100% do CDI?

Atualmente, em novembro de 2025, o CDI está em torno de 15,00% ao ano, o que equivale a aproximadamente 1,17% ao mês, considerando o efeito dos juros compostos.

Isso significa que um investimento que rende 100% do CDI acompanhará essa taxa. Na prática, aplicações que prometem “100% do CDI” renderão 15% ao ano, enquanto produtos que oferecem 110%, 120% ou 150% do CDI pagarão percentuais proporcionais acima disso.

Como faz o cálculo de CDI?

O cálculo do CDI é relativamente simples, mas é importante entender os conceitos envolvidos.
A fórmula básica é:

Rendimento anual = (% do CDI / 100) × taxa CDI atual

Por exemplo:

  • Se a taxa CDI é 15% ao ano,
  • E o investimento rende 110% do CDI,
  • O rendimento anual será 1,10 × 15 = 16,5% ao ano.

Para descobrir o rendimento mensal efetivo, aplica-se a fórmula de juros compostos:

Rendimento mensal = (1 + taxa anual) elevado a (1 dividido por 12) − 1

Assim, 15% ao ano corresponde a cerca de 1,17% ao mês.

Quanto rende R$ 100 mil a 100% do CDI por mês?

Com o CDI em 15,00% ao ano, um investimento de R$ 100.000 aplicado a 100% do CDI renderia cerca de R$ 1.171,49 por mês, ou R$ 15.000 ao ano, antes de impostos.

Vale lembrar que essa é uma média bruta, ou seja, ainda não considera o Imposto de Renda regressivo (que começa em 22,5% para aplicações de até 180 dias e chega a 15% para prazos acima de dois anos).

Quais investimentos rendem de acordo com o CDI?

Diversos produtos de renda fixa utilizam o CDI como referência para cálculo de rentabilidade. Os principais são:

1. CDB (Certificado de Depósito Bancário)

O CDB é emitido por bancos para captar recursos e oferece retorno em forma de juros. CDBs com liquidez diária geralmente pagam de 90% a 100% do CDI, enquanto os com prazos mais longos e sem resgate antecipado podem chegar a 130% ou até 150% do CDI.

2. LC (Letra de Câmbio)

A LC é um título privado emitido por financeiras. Assim como o CDB, pode ser pós-fixada (atrelada ao CDI) ou pré-fixada. É tributada pelo IR e geralmente oferece taxas mais altas que o CDB, compensando o risco um pouco maior.

3. LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

A LCI é isenta de Imposto de Renda para pessoa física e destina os recursos ao setor imobiliário. Apesar da isenção, costuma render um pouco menos que um CDB equivalente, algo entre 85% e 95% do CDI.

4. LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

Semelhante à LCI, mas voltada para o agronegócio. Também é isenta de IR e oferece rendimentos atrelados ao CDI, com liquidez e prazos semelhantes.

Vantagens de investir em produtos atrelados ao CDI

  • Rentabilidade previsível: é fácil acompanhar e estimar o retorno, pois o CDI segue a Selic.
  • Baixo risco: são produtos de renda fixa, muitos com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e por instituição.
  • Diversificação: podem compor uma carteira junto a outros ativos, como Tesouro Direto ou fundos multimercado.
  • Proteção em cenário de juros altos: quando a Selic sobe, os investimentos atrelados ao CDI rendem mais.

Riscos e limitações do CDI

Apesar da segurança, o CDI tem limitações. O principal risco é o de mercado inverso: quando o Banco Central reduz a Selic, o CDI acompanha e o rendimento cai.

Além disso, há o risco de crédito. Se a instituição emissora (banco ou financeira) enfrentar dificuldades, o investidor pode ter perdas, embora o FGC ofereça proteção até o limite estabelecido.

Outro ponto é a tributação, que incide sobre o lucro líquido (exceto nas LCIs e LCAs). Portanto, ao comparar rentabilidades, é importante considerar o rendimento líquido após impostos.

CDI em 2025: projeções e tendências

Saber quanto rende 100% do CDI é essencial para quem investe em produtos pós-fixados. Em 2025, com juros elevados, o CDI segue oferecendo excelente rentabilidade em comparação a outros períodos da última década.

Aplicações como CDB, LCI, LCA e LC permanecem entre as opções mais seguras e rentáveis, principalmente para investidores conservadores e moderados. Mesmo assim, é fundamental comparar prazos, liquidez, emissor e tributação antes de aplicar.

No cenário atual, quem entende o CDI e sabe usá-lo como referência consegue fazer investimentos mais inteligentes e alinhados ao momento econômico.

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As informações apresentadas neste artigo têm caráter educacional e informativo. Elas não representam recomendações de investimento. Antes de tomar qualquer decisão financeira, avalie seu perfil de investidor e, se necessário, consulte um profissional qualificado.

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.