Mercado de opções para iniciantes: o que é, para que serve e como investir
O mercado de opções é uma forma de o investidor se proteger e ampliar suas oportunidades de retorno financeiro por meio de contratos derivativos. Ele ajuda a se prevenir contra a volatilidade do mercado, além de ser uma alternativa de alavancagem e de diversificação da carteira. Assim como as diversas possibilidades do universo financeiro, o […]

O mercado de opções é uma forma de o investidor se proteger e ampliar suas oportunidades de retorno financeiro por meio de contratos derivativos. Ele ajuda a se prevenir contra a volatilidade do mercado, além de ser uma alternativa de alavancagem e de diversificação da carteira.
Assim como as diversas possibilidades do universo financeiro, o mercado de opções deve ser estudado e analisado. É importante deixar a ganância de lado e não ir com tanta sede ao pote. Afinal, cautela e conhecimento são dois elementos fundamentais no mercado de opções.
Neste post, você vai aprender o que são opções, como funciona o mercado de opções na Bolsa de Valores, quais são as vantagens e os riscos nesse tipo de investimento e como proceder para investir. Além disso, vai entender alguns dos principais conceitos envolvendo esse mercado e como minimizar os riscos das operações.
O que são opções?
As opções são contratos em que o investidor (titular) negocia, por um período estabelecido, o direito de comprar ou vender um lote de ações por um preço fixado, chamado de exercício (strike). Além disso, podem ser caracterizadas como um tipo de derivativo.
Essa categoria de investimentos pode apresentar ferramentas para algumas ações, como fazer hedge dos investimentos ou ser utilizada para alavancagem. No Brasil, a maneira mais comum de encontrá-la é no mercado das opções de ações, negociado na Bolsa de Valores brasileira.
O que é o mercado de opções e como funciona?
Na Bolsa de Valores brasileira, a B3, existe, além do mercado de ações “tradicional”, o mercado de opções. Trata-se de um ambiente em que os investidores negociam não as ações propriamente ditas, e sim o direito de comprá-las ou vendê-las, pelo valor atual, em uma data futura.
Assim, o mercado de opções funciona como uma maneira de “congelar” os preços das ações. Uma opção confere ao seu titular a chance de comprar ou vender determinado ativo futuramente, por um preço prefixado.
Na B3, os contratos de opções são caracterizados de forma padronizada e com uma data de vencimento estabelecida pela Bolsa.
Imagine um mercado de opções das ações da Ambev: a cotação dessa opção vai variar conforme o valor das ações dessa empresa no pregão. Dessa forma, o mercado de opções é o local em que os direitos de compra e venda desses ativos são negociados.
Vale destacar que o comprador de uma opção será o TITULAR. Já o vendedor dela será o LANÇADOR. Durante todo o processo de negociação, o que é discutido não é o ativo em si, mas sim, o que é conhecido como PRÊMIO.
Você se lembra de que, no início do texto, falamos sobre a possibilidade de se proteger com esse tipo de investimento? Pois bem, esse processo de negociação foi a forma encontrada pelos investidores para proteger suas ações diante de possíveis prejuízos que podem ser causados pela variação dos preços dos ativos.
Quais são os conceitos importantes do mercado de opções?
Até agora, você já se deparou com termos diferentes que podem estar sendo motivo de dúvida neste momento.
O mercado de opções é composto por inúmeros conceitos importantes que precisam estar na cabeça do investidor para facilitar o entendimento sobre essa modalidade de investimento. Por isso, preparamos um pequeno glossário que vai te ajudar a entender melhor alguns desses conceitos:
Preço de exercício – Strike
Tanto o comprador de opções como o vendedor precisam estipular um valor de venda ou compra no ato de formulação do contrato. Logo, o preço de exercício ou strike é esse preço combinado no contrato.
Alavancagem
De modo geral, a alavancagem é a possibilidade de movimentar valores mais altos do que aqueles que o investidor tem em conta. Mas ele só pode fazer isso quando tem a chamada margem de garantia, ou seja, um valor que corresponda a uma determinada porcentagem do montante que foi investido.
A porcentagem varia conforme os ativos e também pode sofrer alterações conforme as corretoras. O objetivo é que esse valor seja capaz de cobrir os possíveis prejuízos do investimento.
Ativo-objeto
O ativo-objeto de uma opção é o ativo, a mercadoria ou o bem que está no processo de negociação. Por exemplo, opções de ações têm como ativo-objeto as ações.
Prêmio
O prêmio é o valor pago pelo investidor que está comprando a opção. Nessa operação, o titular tem o direito de comprar ou vender o ativo-objeto da opção. Resumindo, o prêmio é o preço de contar com esse direito.
Vendedor da opção – Lançador
O chamado lançador da opção é o investidor que vende o contrato de opção no mercado. A partir desse momento, ele adquire o direito de negociar um ativo-objeto por um strike em um período definido de tempo ou em uma data preestabelecida.
Comprador da opção – Titular
O titular da opção é o investidor que compra o contrato de opção no mercado. Logo, ele adquire o direito de negociar um ativo-objeto por um strike, em um período definido de tempo ou em uma data preestabelecida.
Esse comprador possui a alternativa de operar com alavancagem, mas essa é uma escolha arriscada, já que ele tem a possibilidade de perder por completo o capital investido.
Opção de compra – Call
A call oferece ao lançador a obrigação de vender o ativo-objeto por um preço, determinado no momento do contrato, na data de vencimento combinada. Vale destacar que o vendedor obteve um prêmio por essa obrigação.
Já o titular paga o prêmio e tem como alternativa comprar o ativo pelo preço acordado, que é o chamado strike, em um prazo combinado e aceito por ambos os envolvidos na operação. Aqui é importante a observação de que não é obrigação do comprador optar por isso, ou seja, ele tem a possibilidade de deixar que a opção chegue ao seu vencimento, tendo apenas a perda do valor pago como prêmio.
Opção de venda – Put
Na put, o lançador pode vender o ativo-objeto pelo strike na data de vencimento combinada. Ressaltando que ele não é obrigado. Caso ele decida por repassar esse direito para outro investidor, ele recebe um prêmio por essa decisão.
Mercado de derivativos
Antes de tudo, é importante saber que derivativos, como o nome já sugere, derivam de algum ativo. Na teoria, eles são contratos que dependem dos ativos principais.
O mercado de derivativos é baseado na mesma premissa, ou seja, é um documento determinado pela negociação de contratos que derivam de outros ativos. A finalidade deles é transferir os riscos das oscilações para terceiros por um valor, que no caso é o prêmio.
Hedge
O hedge é uma ferramenta que traz um pouco mais de segurança para os preços de alguns ativos para compra e venda futura. De forma resumida, ele reduz as chances de riscos que as oscilações no mercado financeiro podem provocar.
Data de exercício
A data de exercício nada mais é do que o vencimento de uma opção, ou seja, é o dia em que o seu contrato expira. Após essa data, o documento perde o seu valor de mercado.
O que são códigos no mercado de opções?
Os códigos, também chamados de tickers, nada mais são do que os identificadores das opções. Trata-se de um conjunto de números e de letras que identificam cada empresa de capital aberto na Bolsa de Valores.
Cada código de opção é composto por cinco letras e uma quantidade variada de números. Nessa lógica, os números representam o valor pré-determinado no contrato e as quatro letras iniciais representam o ativo em questão.
Já a quinta letra do código informa se a opção é de compra (call) ou venda (put). Além disso, a quinta letra do código também indica o mês do vencimento do contrato. Assim, “A” representa o mês de janeiro, “B” representa o mês de fevereiro, e por aí vai.
O que são opções de compra e venda?
As opções de compra e de venda são operações realizadas no mercado de opções. Como mencionamos anteriormente, elas não representam uma fração de uma empresa listada na Bolsa, mas o direito de comprar ou vender as ações futuramente, pelo preço atual.
Ademais, elas “ganham tempo” para os investidores, que conquistam o direito de investir amanhã pagando o mesmo valor de hoje! Mesmo que o preço do ativo aumente, o que vale é o que estava em vigência no momento da negociação.
Vale lembrar, contudo, que esse congelamento tem data para acabar. Ao fim do prazo determinado, o investidor precisa escolher se vai ou não comprar, ou vender as ações.
Em outras palavras: ou ele exerce seu direito garantido, ou desiste da transação, uma vez que a negociação no mercado de opções não configura uma obrigação.
Para sintetizar, uma opção de compra é um contrato derivativo que confere ao titular a oportunidade de comprar uma ação numa data futura, congelando seu valor. Ainda que aquela ação se valorize nesse meio-tempo, o titular da opção pagará o mesmo preço.
Já uma opção de venda garante ao investidor o direito de vender determinada ação no futuro, pelo mesmo preço fixado no momento do contrato.
Assim, ainda que ela se desvalorize, não haverá prejuízo. Como acontece nas opções de venda, nesse caso também não há a obrigatoriedade de honrar o contrato: é possível simplesmente desistir.
Qual a diferença entre opções binárias e opções de ação?
As opções de ações, como explicamos ao longo deste artigo, são contratos financeiros que dão ao investidor o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender certo ativo numa data futura, por um valor pré-definido.
Elas são usadas principalmente como uma forma de gerenciar e minimizar os riscos ou para especulação, e o seu valor está atrelado ao valor do ativo em questão.
Já as opções binárias são operações de curtíssimo prazo (algo entre 15 segundos e 30 minutos), em que o objetivo é “adivinhar” se a cotação de um ativo vai aumentar ou diminuir.
Só há dois resultados possíveis: quando acerta a aposta, o investidor recebe um retorno; quando erra, perde tudo. Vale lembrar que essas transações não são regulamentadas aqui no Brasil nem recomendadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Qual a diferença entre mercado de ações e mercado de opções?
É comum que as pessoas façam alguma confusão entre o mercado de ações e o de opções. Por isso, vamos apresentar as diferenças entre eles.
O mercado de ações tem o objetivo de negociar diretamente os papéis. Cada um desses ativos negociados representa uma fração da empresa, a chamada cota. De modo geral, as ações fazem do investidor um sócio da companhia.
Além disso, no que se refere às ações, o valor da negociação vai depender de como a empresa está cotada no mercado no momento da compra.
Já o mercado de opções, como citado anteriormente, é o ambiente em que o direito da compra ou da venda das ações é negociado. Portanto, o titular da opção não está investindo na empresa nesse momento.
Na verdade, ele está confirmando um investimento futuro, mas com o mesmo preço atual. Resumindo, a compra de opções evita o risco de pagar um valor maior pelas ações no futuro.
Quais são os custos para investir no mercado de opções?
Na hora de avaliar se vale ou não a pena investir no mercado de opções, é necessário colocar na ponta do lápis todos os custos envolvidos. Por exemplo, dependendo da corretora, é preciso pagar uma taxa de corretagem e uma taxa de custódia.
Além disso, há incidência dos chamados emolumentos, taxas cobradas pela Bolsa de Valores em cada operação de compra ou de venda.
Existem, ainda, os tributos sobre os rendimentos. As opções estão sujeitas à cobrança do Imposto de Renda, numa alíquota de 15% sobre o rendimento líquido e 20% no caso das operações de day trade. Ao investir em ações, o investidor não precisa declarar no IR os ganhos inferiores a R$ 20 mil por mês, mas, no mercado de opções, essa isenção não existe.
Todos esses custos devem ser analisados e pesados com cuidado. Assim, é possível investir com mais segurança e evitar prejuízos.
O que influencia os preços das opções?
Os preços das opções são definidos pelo mercado. Há vários fatores que influenciam esses preços, e os mais significativos são:
- volatilidade: quanto mais volátil o ativo for, maior será o preço da opção;
- taxa de juros futura: quanto mais alta for a taxa de juros, mais cara tende a ser a opção de compra;
- tempo do exercício: a data de vencimento da opção tem influência sobre o seu preço. Quanto mais longe, mais cara;
- preço do ativo subjacente: quanto mais alto ele for, mais cara será a opção de compra e mais barata será a opção de venda;
- preço de exercício (ou strike price): quanto mais próximo ele estiver do preço atual do ativo, mais caras as opções tendem a ser.
Quais as vantagens e riscos de investir em opções?
O mercado de opções oferece uma série de vantagens para os investidores, mas, como ocorre em qualquer tipo de investimento, há também alguns riscos. Entre as principais vantagens de investir em opções estão:
- possibilidade de lucrar no curto prazo;
- chance de diversificar a carteira;
- oportunidade de aumentar os rendimentos;
- custos de operação relativamente baixos;
- proteção contra eventuais oscilações do preço do ativo.
Os principais riscos desse tipo de investimento, por sua vez, são:
- alta volatilidade do mercado;
- liquidez baixa, caso não se encontrem compradores ou vendedores para as opções;
- possibilidade de perder o valor investido, caso o titular opte por não fazer valer o contrato no vencimento;
- o mercado de opções não conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Em geral, é consenso que o mercado de opções não é o investimento ideal para quem quer começar a investir. Ele é mais indicado para investidores experientes, que conhecem os meandros da renda variável e que tenham uma tolerância maior ao risco.
Como sempre sugerimos em nossos artigos, vale a pena conhecer seu perfil de investidor antes de traçar suas estratégias!
Como investir no mercado de opções?
As negociações no mercado de opções se dão na Bolsa de Valores, assim como o investimento em ações. Portanto, o primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora, considerando as taxas de negociação que cada uma oferece e a acessibilidade de sua plataforma de home broker.
Em seguida, é preciso definir qual estratégia você vai utilizar e escolher em quais opções investir. Para tomar decisões mais certeiras, é importante acompanhar as notícias do mercado financeiro, ler análises a respeito das opções e acompanhar os relatórios disponibilizados pelas corretoras de valores. Se quiser encurtar esse processo, você também pode optar por uma assessoria de investimentos.
O mercado de opções não é tão simples como outras categorias de investimentos disponíveis. Porém, é uma modalidade que, atrelada a uma boa fonte de informação, pode atuar na diversificação da sua carteira e na multiplicação do seu patrimônio.
Para enriquecer seu conhecimento acerca do mercado financeiro sem gastar nenhum centavo, o melhor que você pode fazer é acompanhar o portal Melhor Investimento!
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