Como investir na bolsa de valores do Brasil, a B3?
Como andam seus investimentos? Já parou para pensar se eles estão diversificados? Pois saiba que investir na bolsa de valores do Brasil, a B3, é uma das opções para quem deseja diversificar a carteira. Afinal, como dizem: não coloque todos os ovos na mesma cesta. Da mesma forma, colocar seu dinheiro em tipos de investimentos […]
Como andam seus investimentos? Já parou para pensar se eles estão diversificados? Pois saiba que investir na bolsa de valores do Brasil, a B3, é uma das opções para quem deseja diversificar a carteira.
Afinal, como dizem: não coloque todos os ovos na mesma cesta. Da mesma forma, colocar seu dinheiro em tipos de investimentos diferentes é uma maneira de se proteger. Isso porque, caso haja perda em alguns deles, outros podem compensá-la.
Para completar, atualmente, é possível investir na bolsa de valores do Brasil do conforto de sua casa, pela internet, via home broker da sua corretora. Aquela ideia da bolsa de valores como um lugar em que as pessoas estão falando alto ao telefone já ficou no passado.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples e clara como investir na bolsa de valores do Brasil, a B3. Acompanhe!
O que é a B3?
A B3 é a bolsa de valores do Brasil. O seu nome faz referência às letras iniciais de Brasil, Bolsa e Balcão.
Atualmente, ela é a única bolsa de valores do país, sendo resultado da fusão das antigas bolsas:
- Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo (Bovespa);
- Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F);
- Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (Cetip).
Qual a história da B3?
A história da bolsa iniciou em 1890, sendo encerrada no ano seguinte por conta da hiperinflação. Com o término da crise econômica, ela voltou a operar em 1895 com o nome de Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo.
Em 1934, seu nome foi alterado para Bolsa de Oficial de Valores de São Paulo (Bovespa). Contudo, até 1960, era a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro a principal do país. Sua queda começou em 1970 e, em paralelo, a Bovespa foi ganhando força.
Em 2000, a negociação de ações passou a ser feita somente na bolsa de São Paulo, enquanto a do Rio ficou com a negociação de títulos públicos.
Em 2002, a bolsa do Rio foi incorporada pela BM&F e, em 2008, ela se uniu à Bovespa Holding, formando a BM&FBovespa.
Por fim, em 2017, a BM&FBovespa e a Cetip se fundiram e a B3, no formato atual, foi criada. Ela reúne tanto as operações relacionadas a ações quanto a títulos, assim como suas liquidações financeiras.
Vale destacar que a bolsa de valores do Brasil é uma companhia de capital aberto e suas ações estão disponíveis para negociação em ambiente de bolsa e de balcão. Além disso, ela é uma empresa do Novo Mercado, que estabelece um padrão de governança corporativa diferenciado.
Como funciona a bolsa de valores do Brasil?
O funcionamento da bolsa de valores do Brasil é dividido em dois mercados: primário e secundário.
No mercado primário, as negociações são realizadas entre os emissores dos investimentos e os investidores. Já no mercado secundário, as negociações são realizadas entre investidores. Ambos funcionam com renda fixa e variável.
O mercado secundário de renda variável é bem conhecido das pessoas, porque abriga a maioria das compras e vendas de ações.
Mercado de balcão
Além de ser um ambiente que organiza o mercado de ações, a bolsa de valores do Brasil ainda engloba o mercado de balcão.
A bolsa de valores e o mercado de balcão são instituições distintas. A primeira é o ambiente principal em que os investidores negociam ações de empresa de capital aberto listadas nela. Já o segundo é o ambiente em que ocorrem as operações que não são registradas na bolsa, cujas regras são mais rígidas.
A bolsa de valores do Brasil é quem certifica as empresas para que elas possam participar da bolsa de valores e negociar suas ações tanto em Initial Public Offering (IPO), que é a oferta pública inicial, quanto em follow on, que é a oferta subsequente de ações.
Por fim, vale destacar que a bolsa de valores do Brasil é supervisionada e regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
Qual a importância da bolsa de valores do Brasil?
A bolsa de valores do Brasil desempenha várias funções importantes na economia do país. Vejamos quais são as principais delas.
Financiamento para empresas
Por meio da emissão de ações (IPOs – Ofertas Públicas Iniciais), as empresas conseguem captar recursos para financiar seus projetos de expansão, investimentos em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, entre outros.
Investimento e rentabilidade
A bolsa oferece aos investidores a oportunidade de investir em ações de empresas de diferentes setores, o que pode proporcionar rentabilidade e crescimento do capital ao longo do tempo.
Ao mesmo tempo, o ambiente de negócio da B3 oferece aos investidores condições comprar e vender ações de forma relativamente fácil e transparente. Nesse sentido, a bolsa aumenta a liquidez dos ativos, facilitando a entrada e saída dos investidores do mercado.
Indicadores econômicos
Os índices de mercado, como o Ibovespa, que acompanham o desempenho das principais ações negociadas na bolsa, servem como indicadores econômicos, refletindo o sentimento dos investidores e fornecendo insights sobre o estado geral da economia. As informações em questão servem ainda como instrumentos de previsão e planejamento por parte de governos e agentes de mercado.
Quais ativos são negociados na B3?
Na área do investidor da bolsa de valores do Brasil, estão disponíveis diferentes tipos de investimentos em empresas e ativos, como ouro, o que possibilita a diversificação da carteira dos investidores. Confira a seguir.
Ações
Uma ação é uma parte de uma companhia de capital aberto listada na bolsa. Ao comprá-la, o investidor se torna sócio e acionista da empresa.
A compra e venda de ações pode ser feita a qualquer momento e, na maioria das vezes, é realizada entre investidores. As exceções ficam por conta da realização de um IPO ou follow on, quando investidores compram ações diretamente da companhia de capital aberto.
Exchange Traded Funds (ETFs)
Também chamados fundos de índice, os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos que replicam o desempenho de um índice específico.
Assim, ao adquirir cotas de ETFs, é como se a pessoa estivesse investindo em diferentes índices.
Fundos Imobiliários (FIIs)
Os fundos imobiliários (FIIs) são fundos de investimentos para quem deseja investir no mercado imobiliário. Também são adquiridas cotas de FIIs.
Opções
As opções são o direito de comprar ou vender uma ação por um preço fixo, numa data futura. Elas proporcionam um mecanismo de proteção aos investigadores, já que suavizam os riscos relacionados às oscilações de preço de uma ação.
As mais conhecidas são as opções de ações, mas também há opções sobre moedas e contratos futuros de juros, por exemplo.
Contratos futuros
Os contratos futuros são acordos entre o investidor e a companhia em que há o compromisso de compra e venda de um ativo, em uma data futura a um preço predeterminado.
Os ativos mais comuns dos contratos futuros são commodities agrícolas, como:
- boi gordo;
- milho;
- café;
- soja;
- açúcar;
- etanol.
No entanto, também há futuros de ativos financeiros, como:
- contratos de moedas;
- futuros de índices de ações;
- futuros de ações.
Todos eles podem ser usados tanto como uma proteção ou hedge para os investidores, que é a sua função tradicional, quanto uma fonte de ganho financeiro via especulação.
Brazilian Depositary Receipts (BDRs)
Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são certificados que representam ações emitidas por empresas estrangeiras negociadas na B3. Contudo, quem compra BDRs não está adquirindo diretamente ações dessas companhias, mas em títulos representativos delas.
Há dois grupos principais de BDRs: patrocinados e não patrocinados. Sua classificação depende da forma como eles são trazidos para negociação no Brasil.
Quais são os principais índices da B3?
Para decidir quais serão os seus investimentos, é necessário conhecer os principais índices da bolsa de valores do Brasil. Confira abaixo quais são eles!
Índice Bovespa (Ibovespa)
Principal indicador de desempenho das ações negociadas na bolsa de valores do Brasil, o Ibovespa reúne as empresas mais importantes do mercado de capitais brasileiro.
Para fazer parte dele, a companhia precisa atender a critérios específicos. Se deixar de cumprir os requisitos, é excluída do índice. Da mesma forma, aquela que passar a atendê-lo, será incluída. A revisão do Ibovespa ocorre a cada quatro meses.
Índice Brasil 100 (IBrX 100)
O IBrX 100 é o indicador do desempenho médio das cotações dos 100 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. Sua revisão ocorre a cada quatro meses.
Índice Brasil 50 (IBrX 50)
O IBrX 50 é o indicador do desempenho médio das cotações dos 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. Sua revisão também ocorre a cada quatro meses.
Índice de Small Caps (SMLL)
O SMLL representa as empresas listadas na B3 com os menores valores de mercado e volumes de negociação em comparação às ações blue chips, que são as mais negociadas da bolsa de valores do Brasil.
Embora não haja uma norma fixa para classificar uma companhia como small cap, o mercado costuma considerar assim aquela com capitalização de mercado de até R$ 2 bilhões.
O termo small cap é uma abreviação de small capitalization, o que significa, em português, baixa capitalização, ou seja, empresa com menor valor de mercado.
Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX)
O IFIX é o indicador do desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da B3.
Quais são as taxas e impostos da B3?
Existem taxas e impostos cobrados ao investir. Algumas delas não são mais cobradas por algumas corretoras, portanto, vale a pena pesquisar tais informações antes de abrir a sua conta.
Confira, a seguir, as taxas e impostos nas negociações da bolsa de valores do Brasil.
Emolumentos
As taxas fixas cobradas por cada transação na B3 são chamadas emolumentos. Seu valor varia conforme:
- tipo de operação (normal ou day trade);
- tipo de investidor (pessoa física ou fundos e clubes de investimento);
- valor investido.
Taxa de administração
Na maior parte dos fundos de investimentos, é cobrada a taxa de administração. Apesar de seu custo ser anual, a cobrança acontece mensalmente, tendo como base o valor médio do fundo.
Por conta disso, essa taxa tem influência direta na rentabilidade do valor investido no fundo. Vale destacar que sua cobrança deve constar no regulamento do fundo.
Taxa de corretagem
As corretoras cobram a taxa de corretagem a cada transação de compra e venda de ações na bolsa de valores do Brasil. Seu custo pode ser fixo ou uma porcentagem sobre o valor de cada transação.
Sobre ela, também incide o Imposto Sobre Serviço (ISS), cuja alíquota varia entre 2% e 5% a depender da cidade.
Taxa de custódia
Cobrada mensalmente, a taxa de custódia cobre os gastos da empresa junto à bolsa de valores do Brasil. As corretoras realizam a cobrança em cima do valor total investido. Geralmente, isso é feito a cada seis meses, em duas parcelas ou em circunstâncias excepcionais.
Taxa de performance
Alguns fundos de investimentos cobram a taxa de performance, que está diretamente ligada à rentabilidade do fundo. Quando a lucratividade é superior ao índice de referência (benchmark), ela é cobrada.
Imposto de Renda (IR)
Investidores que negociam ações e têm lucro devem pagar Imposto de Renda (IR) todos os meses por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf).
A alíquota é de 15% sobre os ganhos em operações comuns, incluindo swing trade (negociação dura dias, semanas ou alguns meses), e 20% para day trade (negociação iniciada e terminada no mesmo dia). O pagamento deve ser realizado até o último dia útil do mês seguinte.
Vale destacar que, se a soma das vendas das ações no mês for menor que R$ 20 mil, o investidor fica isento de IR. Isso acontece, pois só há tributação se a soma das vendas das ações no mês for maior que R$ 20 mil.
Como funciona o pregão on-line?
Atualmente, todas as negociações da bolsa de valores do Brasil são realizadas de maneira virtual. Além de o pregão on-line ter conferido mais agilidade à compra e venda de ações, também permitiu que mais pessoas tivessem acesso a esse mercado.
Assim, do conforto de sua casa, o investidor pode acessar a plataforma eletrônica da sua corretora, o home broker, e negociar como quiser.
Entretanto, atente-se ao horário para a compra e venda de ações. Caso tente negociar fora de horário, pode aparecer uma mensagem de erro.
Quais são os riscos de investir na bolsa de valores do Brasil?
Em primeiro lugar, vale frisarmos que não há investimentos sem riscos. Confira os principais riscos de investir na bolsa.
Risco de mercado
O risco de mercado está relacionado aos impactos das variações do mercado financeiro em seus ativos. Ele está mais presente em investimentos de renda variável, já que a sua rentabilidade está diretamente relacionada a oscilações no mercado.
Tais oscilações podem ser motivadas por mudanças nas taxas de juros, no câmbio e mercado acionário e, também, pela inflação. Para reduzir esse risco, vale a pena diversificar a carteira.
Risco de liquidez
Liquidez tem a ver com o quão rápido e fácil um ativo pode ser convertido em dinheiro. No mercado financeiro, há três tipos de liquidez: imediata, diária e a que ocorre com mais de um dia.
É preciso conhecer a liquidez de cada ativo para saber com quanto tempo de antecedência é preciso pedir o seu resgate, a fim de ter dinheiro em conta quando necessário.
Risco da empresa
O risco da empresa está relacionado à reputação da companhia que oferta as ações. Por isso, recomenda-se conhecer o seu histórico, sua performance no mercado e credibilidade, além das tendências para o futuro, antes de adquiri-las.
Risco da corretora
A corretora é a empresa que faz a mediação das operações de compra e venda de ativos. Assim, é preciso buscar informações sobre ela com colegas, nas redes sociais e em sites de avaliação reputacional.
Risco cambial
O risco cambial tem a ver com a interferência da taxa de câmbio no lucro das operações.
Juros
Semelhante ao risco cambial, o risco de juros pode interferir no lucro das operações.
É possível investir na bolsa de valores do Brasil com pouco dinheiro?
Sim, é possível investir na bolsa com pouco dinheiro, já que não há um valor mínimo para investimento no mercado fracionário. Esse mercado é o ambiente em que é permitido comprar e vender ações de 1 a 99 unidades.
No mercado tradicional, elas são negociadas em lote padrão, que é equivalente a 100 unidades de ação. De qualquer forma, as regras nos dois mercados são as mesmas.
Além disso, como esses dois ambientes são integrados, o investidor que tenha comprado ações aos poucos pode vendê-las como um lote padrão ao completar 100 unidades ou múltiplos de 100.
Como investir na bolsa de valores do Brasil?
Para investir na bolsa de valores do Brasil é preciso abrir uma conta numa corretora de valores. Confira, a seguir, um passo a passo detalhado.
Conheça o seu perfil de investidor
Antes de começar a investir na B3, questione-se acerca do seu objetivo com esse investimento. Esse questionamento e o conhecimento do seu perfil de investidor são fundamentais para a definição da sua estratégia na bolsa.
A Análise do Perfil do Investidor ou Suitability é um questionário aplicado pelas corretoras para saber as características de comportamento de cada cliente. Com base nele, elas identificam quais os produtos são os mais adequados para você.
Abra a sua conta numa corretora de valores
Como dissemos, para investir na bolsa, é preciso abrir uma conta numa corretora de valores. Essa instituição financeira recebe as ordens de compra ou venda e as executam em nome do investidor.
Para tanto, em geral, é preciso preencher dados pessoais e enviar documentos de identificação para a corretora. Com a conta já aberta, basta realizar uma transferência para ela e utilizar o dinheiro para a compra de ações.
Decida como investir
Com a conta aberta na corretora de sua preferência, é chegada a hora de decidir como investir. Pense novamente no seu objetivo com esse investimento e no seu perfil de investidor para definir sua estratégia na bolsa, que pode ter como foco ganhos de curto prazo ou de longo prazo.
Escolha entre home broker ou mesa de operações
As corretoras costumam disponibilizar duas formas de investimento para seus clientes: o home broker ou a mesa de operações. A primeira é a mais comum e permite que os investidores operem diretamente, cadastrando suas ordens de compra e venda de ações.
No segundo caso, a pessoa se comunica com o operador da corretora e envia para ele suas ordens de compra e venda de ações. Isso pode ser feito por telefone, e-mail ou aplicativos de mensagem. Tal modelo pode se restringir a clientes de renda mais alta.
Comece a compor sua carteira
Defina em quais ações deseja investir e comece a compor sua carteira de investimentos. É possível escolhê-las com base em relatórios de analistas especializados no mercado de ações, ou utilizar um método de análise e decidir por conta própria para quem tem mais experiência.
Ao começar a compor sua carteira de investimentos, é fundamental contar com uma assessoria especializada para orientar suas escolhas.
A InvestSmart, por exemplo, é uma assessoria de investimentos que fornece suporte personalizado nesse processo. Com a ajuda de especialistas, os investidores tomam decisões mais embasadas e maximizam seus ganhos, dentre outros benefícios que uma assessoria pode oferecer.
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Resumindo
O que é a B3?
A B3 é a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros do Brasil, formada em 2017 a partir da fusão entre a BM&F Bovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) e a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos).
A B3 é a principal instituição financeira do Brasil responsável por administrar e operar o mercado de capitais do país. Suas principais atividades incluem a negociação e a liquidação de operações envolvendo ações, títulos de renda fixa, derivativos, câmbio, commodities agrícolas e outros ativos financeiros.
Como funciona a B3?
O funcionamento da bolsa de valores do Brasil é dividido em dois mercados: primário e secundário.
No mercado primário, as negociações são realizadas entre os emissores dos investimentos e os investidores. Já no mercado secundário, as negociações são realizadas entre investidores. Ambos funcionam com renda fixa e variável.
Quais são as bolsas de valores do Brasil?
A B3 é a única bolsa de valores em operação no Brasil, ela surgiu da união entre Bovespa, BM&F e Cetip em 2017.