As variadas empresas que existem mundo a fora têm diversas maneiras de arrecadar capital. Sendo assim, para conseguir o dinheiro elas podem recorrer aos bancos, ao BNDES, a emissão de títulos da sua dívida ou ofertar suas ações no mercado acionário. Essa última opção é quando as empresas fazem a sua estreia na Bolsa de Valores.

A entrada no mercado de ações é chamada de IPO e é o que iremos tratar ao longo desse artigo.

O que é IPO?

A sigla quer dizer Initial Public Offering, que em português significa oferta pública inicial de ações. Como falamos anteriormente, é o momento em que uma empresa começa a emitir ações pela primeira vez na Bolsa de Valores. Para emitir ações é necessário ser uma S.A. – empresa cuja a sociedade é dividida por ações e não por quotas (que é o caso das LTDAs). Somente nesse tipo de empresa é possível emitir ações negociadas na bolsa.

As companhias que optam por entrar no mercado acionário e fazer uma oferta pública têm alguns objetivos principais, como:

  • Captação de recursos
  • Melhoria da governança corporativa
  • Profissionalização da gestão
  • Fortalecimento de imagem

Como funciona esse investimento?

Para que o investimento em IPO aconteça são necessárias algumas etapas. A empresa deve elaborar uma espécie de cronograma das ações que contenha a possível data de lançamento da oferta pública inicial. Depois disso, faz um prospecto, que é um documento com diversas informações da companhia, como os riscos da operação; os preços unitários das ações; a destinação dos recursos; o estudo de viabilidade; o investimento mínimo necessário; o período das reservas, entre outros. É por meio dele que o investidor pode analisar se é um bom investimento ou não.

Próximo ao lançamento, mais ou menos um mês antes, o prospecto é encaminhado a CVM – Comissão de Valores Mobiliários e um comunicado é emitido para a imprensa. Por fim, a organização está pronta para vender suas ações.

Os investidores que estiverem interessados em comprar as ações, enviam as ofertas anonimamente, por meio das corretoras. Essa oferta é tida como uma reserva dos papéis, que futuramente serão adquiridos, desde que o valor final seja próximo do oferecido incialmente pelo investidor. Quando existe uma procura muito elevada pelo papel da empresa, ela pode apresentar uma reserva limitada.

Por exemplo: o investidor deu o lance de R$5 mil em uma companhia que estava iniciando a sua oferta. Porém, a organização teve uma procura além do esperado, a disputa foi grande entre os investidores interessados. O montante disponível foi dividido entre diversos investidores interessados e ficou em R$3 mil para cada. No final do dia, essa quantia (3 mil reais) passa a ser o valor investido, independente do lance inicial do investidor, porque ele disponibilizou um valor maior do que conseguiu comprar em ações.

Como adquirir essa primeira oferta de ações?

Primeiro, o investidor deve abrir uma conta em uma corretora. A partir disso, ele acessa os prospectos das empresas, faz a sua escolha e reserva a oferta de ações que optou por intermédio da instituição financeira. Lembrando que as companhias que estreiam na bolsa possuem um período de reserva, que é o tempo no qual o investidor deve demonstrar interesse na ação. Depois, o investidor inicia a aplicação.

Vale ressaltar que existe o chamado período de silêncio, uma regra da CVM, que determina que os corretores não podem indicar IPO para os investidores. O que estão permitidos a fazer é enviar os prospectos e informar o dia da reserva. Toda a escolha e avaliação é feita somente pelo investidor.

Principais vantagens e desvantagens de uma empresa fazer o IPO

Vantagens

  • Ao decidir ser lançada na Bolsa de Valores a empresa terá acesso ao Brasil inteiro, ou seja, além dos sócios, investidores do país todo poderão aplicar capital na companhia. Dessa forma, é muito mais dinheiro para que ela possa crescer e expandir seus negócios.
  • É possível transformar patrimônio em capital, isso significa que os sócios podem ter mais liquidez quando vendem uma parte da sua participação. Logo que a empresa estreia na bolsa, eles podem ganhar um montante considerável.
  • A empresa consegue atrair diversos profissionais ao oferecer participação na empresa. Isso porque o leque de opções aumenta e fica fácil atrair e reter os melhores talentos para o negócio.

Desvantagens

  • O IPO é um processo difícil para empresa, pois é bem burocrático e caro no Brasil.
  • O controle da empresa diminui, ou seja, quanto mais sócios, menor é o controle que os empresários vão ter dela. E nisso tudo, a responsabilidade só aumenta, pois o gestor precisa ter ações bem pensadas que não venham a impactar a companhia de forma negativa no mercado.
  • IPO cuja a participação ofertada seja muito expressiva, provoca desconfiança no mercado e isso pode diminuir o valor das ações. Existe um risco muito grande de se formarem blocos de controles novos que possam impactar nas diretrizes da empresa. Logo, os sócios da empresa não podem exagerar na busca por liquidez.

Conclusão

Para que a oferta pública seja satisfatória e venha a gerar vantagens para a companhia, é necessário que a demanda seja maior que a oferta. Ou seja, no momento em que a empresa é lançada no mercado ela precisa que as suas ações alcancem o máximo de valorização possível. Caso contrário, o processo pode acarretar desvantagens para a organização.

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.