OIBR3 e OIBR4: Vale a Pena Investir na Oi?
Investir na Oi (OIBR3) é uma boa opção? Explore o histórico da empresa, os processos de recuperação judicial e as perspectivas futuras.
A trajetória da Oi S.A. voltou a movimentar o mercado em novembro de 2025, depois que a Justiça do Rio de Janeiro suspendeu a falência da operadora, restabelecendo a recuperação judicial.
Saiba mais no post:
As ações OIBR3 (ordinárias) e OIBR4 (preferenciais) voltaram a ser negociadas na B3 com forte volatilidade; o que atrai tanto especuladores quanto investidores atentos a empresas em situação especial.
A seguir, você vai entender se ainda há algum espaço para o investidor diante desse cenário.
Cotação atual OIBR3
Depois da suspensão da falência, as ações OIBR3 voltaram a negociar na B3. Segundo o portal Infomoney, no pregão de reabertura (14/11/2025), os papéis fecharam em R$ 0,20, com alta de 11,11%.
Veja a cotação atual das ações OIBR3:
Cotação atual OIBR4
Já as ações OIBR4 também reagiram com força à suspensão da falência. No mesmo pregão de 14/11/2025, segundo a Infomoney, os papéis preferenciais subiram 24,28%, chegando a R$ 3,02.
Veja a cotação atual das ações OIBR4:
Riscos e desafios atuais para as ações da Oi
- Desempenho Financeiro Fraco
- Prejuízo de R$ 835 milhões no 2º trimestre de 2025.
- EBITDA negativo, demonstrando que a operação ainda não está estabilizada.
- Incerteza Jurídica
- Apesar da suspensão da falência, há risco de reversão, já que o processo é extremamente complexo e envolve diversos credores.
- A administração da empresa foi afastada pela Justiça, e gestores judiciais assumiram funções na transição.
- Diluição de Ativos
- A redução da participação na V.Tal pode diminuir o valor futuro da empresa.
- O grupamento proposto (25:1) pode desestimular alguns investidores ou alterar a liquidez dos papéis.
- Volatilidade Alta
- A reabertura dos papéis na B3 gerou leilões e oscilações fortes desde o retorno à negociação.
Cenários Para OIBR3 (2025 em diante)
| Cenário | O que pode acontecer | Impacto para os acionistas de OIBR3 |
|---|---|---|
| Otimista | A Oi completa a reestruturação, vende ativos estratégicos e melhora o caixa | Possível valorização das ações, sobretudo se os novos credores mantiverem confiança |
| Base | A recuperação segue, mas os resultados demoram a vir; prejuízo ainda pode ocorrer | Alta volatilidade, risco de diluição, ganhos especulativos moderados |
| Pessimista | A Oi não consegue atrair novo capital, e os credores pressionam por liquidação | Forte desvalorização, risco de perda significativa ou até inviabilidade de recuperação dos papéis |
Vale a pena investir nas ações OIBR3 e OIBR4?
Se você é conservador, provavelmente não vale a pena. Há risco elevado, e o retorno não é garantido.
Se você é um investidor especulativo, pode considerar uma posição pequena, apenas para “jogo de risco”, acompanhando de perto a evolução do plano de recuperação.
Alternativa interessante: monitorar (sem necessariamente comprar) para ver se a Oi consegue entregar avanços concretos na reestruturação.
Sobre a Oi S.A
A Oi S.A., popularmente conhecida como Oi, é uma das maiores empresas brasileiras do setor de telecomunicações, com forte presença nacional e papel histórico na expansão dos serviços de telefonia e internet no país.
Criada no início dos anos 2000 a partir da antiga Telemar, a Oi chegou a se consolidar como uma das principais companhias privadas de telecomunicação do Brasil, oferecendo serviços de telefonia fixa e móvel, internet banda larga e TV por assinatura.
Com presença em 25 estados e no Distrito Federal, a empresa manteve por anos uma das maiores estruturas de atendimento do país. A Oi também teve atuação internacional, principalmente após a fusão com a Portugal Telecom, com operações em países como Angola, Moçambique, Timor-Leste e Hungria.
História da Oi – Atuação de mais de duas décadas
Em 1998, quando houve a privatização da Telebrás e, no processo, foi criada a Tele Norte Leste, companhia que rapidamente teve sua razão social alterada para Telemar.
O grande destaque da Telemar, na época, eram suas atividades no campo de telefonia fixa, sendo considerada a principal do segmento no país. Visando atender às novas demandas do período, a Telemar passou a investir de forma agressiva no setor de telefonia móvel no início do milênio. Para isso, em 2002, a companhia criou a Oi, frente que seria responsável pelo setor de telefonia móvel do grupo.
Ao longo dos primeiros anos, a companhia atuava em alguns estados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste. No final da década, em 2007, todas as atividades da Telemar foram unidas na Oi e, com isso, a companhia passou a atuar também nos segmentos de internet e telefonia fixa, entre outros.
Com o objetivo de aumentar sua atuação no mercado nacional, a Oi adquiriu a Brasil Telecom no ano de 2009, em uma negociação de valor superior a R$5,8 bilhões. Tal negócio possibilitou à companhia oferecer e prestar serviços em todo território nacional.
Em 2010, a empresa também intensificou a internacionalização de sua marca, especialmente ao comprar parte da Portugal Telecom, ativo que permaneceu dentro do grupo até 2015. Também no início da década, as ações da Telemar e Brasil Telecom deixaram de ser negociadas na Bolsa de Valores, concentrando-se apenas nos tickers da Oi. O grupo também fortaleceu seus serviços de internet banda larga ao longo dos anos seguintes.
Contudo, a empresa passou por graves problemas financeiros na época, e em 2016 o grupo entrou com pedido de recuperação judicial. Em 2020, os ativos móveis da Oi foram adquiridos pelo consórcio formado por TIM, Claro e Vivo, por um valor superior a R$16,5 bilhões.
Linha do Tempo dos processos de Recuperação Judicial da Oi
A Oi S.A. (OIBR3) tem no seu histórico dois processos de recuperação judicial. O primeiro, iniciado em 2016 devido a uma dívida de R$65 bilhões, marcado como o maior da história do Brasil e envolveu a reestruturação da dívida e a venda de ativos.
Em 2023, a Oi entrou em recuperação judicial pela segunda vez, com uma dívida de R$44,3 bilhões, causada em parte por atrasos na aprovação de venda de ativos.
Confira a linha do tempo e os acontecimentos envolvendo a recuperação judicial da empresa de 2016 até aqui:
2016
- A Oi entrou com pedido de recuperação judicial devido a uma dívida de aproximadamente R$ 65 bilhões, a maior da história do Brasil até então.
2017
- A Justiça aprovou o plano de recuperação judicial, que previa a reestruturação da dívida e a venda de ativos não essenciais.
2018
- Aprovado um aumento de capital de R$ 4 bilhões para manter as operações.
- Iniciou-se a venda de torres, imóveis e ativos secundários para reduzir o endividamento.
2020
- Venda dos ativos móveis (clientes e infraestrutura) para o consórcio formado por TIM, Claro e Vivo, em um acordo de R$ 16,5 bilhões.
- A companhia passou a focar no segmento de fibra óptica e internet de alta velocidade.
2022
- Encerramento do primeiro processo de recuperação judicial, com homologação judicial e reconhecimento do cumprimento do plano.
- Início de uma nova fase operacional da companhia.
2023
- A Oi entrou novamente em recuperação judicial, agora com R$ 44,3 bilhões em dívidas.
- O novo pedido foi motivado por atrasos na aprovação regulatória das vendas de ativos da InfraCo e dos ativos móveis.
- Os credores aprovaram um novo plano de reestruturação, após ajustes negociados entre a empresa e investidores.
2024
- O plano de recuperação foi homologado pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
- Em 17 de junho, a Corte de Falências dos Estados Unidos (Distrito Sul de Nova York) reconheceu o plano no âmbito do Chapter 15, conferindo validade internacional às medidas.
- O reconhecimento abrangeu subsidiárias como Portugal Telecom Finance BV e Oi Brasil Holdings Coöperatief.
- Apesar da homologação, a Oi manteve graves dificuldades financeiras, com ações em forte desvalorização e aumento da pressão de credores.
2025
- Em 10 de novembro de 2025, a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decretou oficialmente a falência da Oi S.A.
- O processo de recuperação judicial foi convertido em liquidação judicial, e os ativos passaram a compor a massa falida para pagamento de credores.
- A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu, no dia 14 de novembro de 2025 os efeitos da falência da Oi, fazendo a empresa retornar ao processo de recuperação judicial.
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