O ouro sempre foi um dos metais mais nobres e valiosos na história. Se tratando de mercado financeiro também não seria diferente. O ouro ainda é visto como um porto seguro em momentos de riscos globais mais elevados. 

E é justamente por essa visão de ouro como uma “segurança”, que esta se tornou uma opção de investimento relevante na Bolsa de Valores. Mas como investir em ouro na B3? É isso que explicamos a seguir.

Por que investir em ouro?

É comum observar investidores buscando esse tipo de investimento em períodos de crise e volatilidade. Em cenários econômicos desfavoráveis, a aversão ao risco aumenta, e o ouro se torna uma escolha mais procurada, pois as chances de perda de valor ou queda na liquidez são significativamente menores.

Além disso, em períodos de alta inflação, o ouro também tende a ser mais demandado. Como o estoque de ouro é limitado, diferente do papel moeda, não é possível “produzir” mais ouro. Isso faz dele uma reserva de valor que se ajusta aos efeitos inflacionários, protegendo o investidor.

No Brasil, a forma mais comum de investir em ouro é através da Bolsa de Valores, e isso pode ser feito de duas maneiras: aplicando em contratos futuros ou em fundos de investimento. Para saber mais, continue lendo!

O que é a cotação do ouro e como ela é definida?

A cotação do ouro no Brasil está relacionada ao valor na Bolsa de Valores de Nova Iorque, feito em dólares por onça troy – medida que equivale aproximadamente a 31 gramas. Já a venda na B3 é convertida em reais conforme a cotação do dólar no momento da compra.

Por exemplo, imagine que a cotação do ouro na bolsa norte-americana é de mil dólares. Dessa forma, o valor de 1.000 é dividido por 31 gramas (onça troy) e obtemos 32 dólares e 26 cents por grama de ouro aproximadamente. 

Supondo que a cotação do dólar esteja em R$5,57, multiplicamos esse valor por 32,26. Logo, chegamos ao valor aproximado de R$179,69, sendo o preço da cotação do ouro, nesse exemplo.

Valorização recente dos investimentos em ouro

Nos últimos 12 meses, o mercado de ouro registrou uma valorização de 20%. Essa alta pode ser atribuída à sensibilidade do metal às mudanças nas políticas monetárias dos bancos centrais, à instabilidade política e a crises econômicas. Nessas situações, o ouro costuma se valorizar, pois os investidores buscam segurança, protegendo-se contra a desvalorização monetária e a perda de confiança em moedas tradicionais.

Impulsionados por essa valorização, ao menos dez novos projetos de mineração de ouro estão previstos para entrar em operação entre este ano e 2027, com investimentos totais de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 7,6 bilhões) em nove estados brasileiros. Segundo um levantamento da consultoria A&M para O GLOBO, esse valor representa um aumento de 75% em relação ao que foi investido na última década. A valorização de 54% na cotação internacional do ouro nos últimos três anos, conforme análise da consultoria Elos Ayta, também tem estimulado o surgimento desses novos empreendimentos.

Como funciona o investimento em ouro?

Para fazer as melhores escolhas possíveis, é preciso entender sobre como é investir em ouro, na prática. Por isso, saiba mais sobre como isso funciona:

Certificado de ouro

No momento em que um investidor compra ouro por meio da Bolsa de Valores, ele recebe um certificado de ouro. Esse documento comprova que o investidor possui uma determinada quantidade do metal, já que ele não tem o ouro físico em mãos.

Ouro físico

O investidor tem a possibilidade de retirar o ouro físico. Para isso, ele precisa fazer uma solicitação a sua corretora para a retirada das barras junto à B3 e indicar qual banco custodiante ele irá guardar ou retirar o metal. 

Nesse caso, o ouro perde padrão de negociação na Bolsa de Valores e recebe o valor de um produto físico normal, como qualquer outro.

Tributação

A tributação ao investir em ouro é variável, dependendo da forma que a aplicação foi realizada.

Para o caso de aplicações na bolsa de valores, o investidor terá isenção de Imposto de Renda para operações mensais de sejam de até R$20.000,00. Já para operações fora da bolsa, o limite para isenção sobe para até R$ 35 mil.

Quando o lucro ultrapassa esses valores, a alíquota é de 15% em operações tradicionais e 20% no caso de day trade.

Quais os benefícios e desvantagens de investir em ouro na B3?

Assim como acontece em qualquer tipo de aplicação, investir em ouro pode trazer vantagens e desvantagens. Veja quais são:

Vantagens

Risco menor quando há inflação: o ouro é considerado uma forma de proteção do dinheiro, principalmente contra a inflação. Isso porque quando há um aumento no preço dos serviços e dos bens, o mesmo ocorre com o ouro.

Carteira diversificada: investir em ouro é uma ótima opção para quem quer ter um portfólio mais variado. A ideia é reduzir os riscos, protegendo os ativos das oscilações do mercado.

Investimento a longo prazo: o metal pode ser mantido por muito tempo, permitindo que seja um ativo a longo prazo. Por isso, é muito comum que haja uma valorização com o passar do tempo.

Liquidez: outro benefício de investir em ouro é a facilidade de negociá-lo. Isso é importante para o caso de algum imprevisto financeiro. Afinal de contas, esse metal é um ativo de grande valor em todo o mundo, além de ser aceito como forma de pagamento em inúmeros países.

Facilidade: atualmente, com a tecnologia, fica muito mais fácil investir em ouro, fazendo com que seja um ativo prático de se trabalhar. Mas isso é muito diferente do que ocorria há anos, quando os investidores precisavam comprar o metal físico e guardá-lo em casa.

Desvantagens

Rentabilidade menor: investir em ouro é algo mais seguro, porém com a rentabilidade mais baixa. A longo prazo, o metal pode não ser tão rentável, se compararmos com outras aplicações.

Despesas com armazenamento: para os casos de quem deseja investir no metal físico, os custos de armazenamento podem ser muito altos, reduzindo assim a sua lucratividade.

Volatilidade: a precificação do ouro é mais volátil, mudando rapidamente. Dessa forma, pode ser um risco para os investidores a curto prazo.

Quais as formas de investir em ouro na Bolsa de Valores?

Agora que você já sabe um pouco mais sobre como funciona o investimento em ouro. Conheça quais são as principais formas de fazer isso. Acompanhe:

Contratos futuros

O primeiro passo é abrir uma conta em uma instituição financeira que tenha essa modalidade de aplicação. O investidor compra on-line e também pode negociar a venda desses ativos. É uma operação bem similar aos investimentos em ações.

Fundos de investimento

Existem fundos próprios para ouro e há alguns fundos multimercados que permitem esse tipo de investimento. 

A compra de cotas de fundos de investimentos é uma maneira mais fácil de aplicar no metal, porque permite investir um capital menor inicialmente. Essa alternativa de aplicação pode funcionar, principalmente, de duas formas:

  • Ativa: o gestor compra e vende o ouro na tentativa de lucrar com as variações do mercado;
  • Passiva: o gestor compra o ouro e acompanha a variação.

Exchange Traded Fund (ETF)

O ETF também pode ser conhecido como fundo de índice e é uma alternativa para quem deseja investir em ouro sem precisar se preocupar com o seu armazenamento. Dentre as opções de ETFs estão:

ETF de ouro na B3 (GOLD11: este é um fundo de índice que busca replicar a performance do preço do metal, em dólar. Sua negociação ocorre no mercado americano.

ETF de ouro (BIAU39): esse é um BDR (Brazilian Depositary Receipt), emitido no mercado brasileiro. Ao comprá-lo, o investidor estaria aplicando, indiretamente, em cotas do ETF iShares Gold Trust (IAU).

Como investir em ouro na bolsa de valores?

Como pudemos acompanhar, existe a possibilidade de investir em ouro na bolsa de valores mesmo com um capital menor. Isso significa que até quem está iniciando pode se abrir para esse tipo de aplicação.

Dessa forma, para começar no mercado, o primeiro passo consiste em criar uma conta em uma corretora, caso seja regularizada. Uma opção é a InvestSmart, que já está no mercado há algum tempo e possui expertise no mercado.

Após a abertura da conta, é preciso fazer o depósito da quantia a ser aplicada. Já a compra do ativo ocorre diretamente no home broker

Como vimos ao longo deste artigo, investir em ouro é uma opção de diversificação da carteira de investimentos. 

Isso porque é uma alternativa considerada mais segura em momentos de muito risco e volatilidade, se destacando em momentos conturbados de crise financeira, atraindo muitos investidores que buscam por proteção.

Afinal, vale a pena investir em ouro em 2024?

Contudo, investir em ouro em 2024 pode ser uma estratégia interessante, especialmente em um cenário de incertezas econômicas e inflação elevada. A valorização recente e a previsão de novos projetos de mineração no Brasil indicam que o metal continua sendo uma reserva de valor relevante.

No entanto, é essencial considerar seus objetivos de investimento, perfil de risco e a necessidade de diversificação. Se a segurança e a proteção contra a volatilidade são prioridades, o ouro pode ser uma opção vantajosa, mas sempre balanceando com outras oportunidades de maior rentabilidade.

Resumindo

Qual a melhor maneira de investir em ouro?

Existem algumas formas diferentes de investir em ouro, mas as principais são: ETF GOLD11, BDR de ETF BIAU39, BDR da Aura Minerals (AURA33), contratos futuros de ouro e Fundos específicos para aplicação.

É lucrativo investir em ouro?

Quanto os preços dos bens e serviços têm um aumento, o valor do ouro tende a subir também. Além disso, essa é uma forma de se proteger contra inflação, já que o metal tem um histórico de atrair investidores por conta dessa segurança.

Quanto rende ouro por mês?

Historicamente, o comportamento do ouro comparado a outras aplicações é: rentabilidade de 12,43% ao ano, desde 1994, sendo de 1% ao mês.

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