A cultura dos investimentos ainda não está consolidada no Brasil. Isso se deve a vários fatores, como os baixos salários e a alta taxa de desemprego, que fazem com que sobre pouco ou nada para aplicar.

Mas há outro problema crônico: falta educação financeira! Muitos brasileiros até querem saber como começar a investir, mas não têm acesso a essa informação. Porém, esse cenário está, pouco a pouco, melhorando.

Os investimentos dos brasileiros atingiram o recorde de R$ 5 trilhões em 2022, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Inclusive, os dados da B3 indicam que o número de investidores pessoa física em renda variável teve um crescimento de 35% no 3º trimestre.

Mesmo com a melhora, ainda não é o bastante. Infelizmente, a falta de conhecimento sobre o mercado financeiro e as falsas crenças de que investir é muito complicado, sendo preciso ter bastante dinheiro para começar, afastam a população dos investimentos.

A melhor maneira de combater isso é ampliar o acesso dos cidadãos a conteúdo de qualidade sobre o assunto. A receita para dar os primeiros passos rumo à independência financeira é conhecer as múltiplas possibilidades de investimentos.

Por isso, criamos este guia completo! Neste post, vamos explicar passo a passo como começar a investir com segurança e sem complicação!

Primeiro de tudo: organize suas finanças

O primeiro passo para começar a investir é organizar sua vida financeira. Liste todas as suas despesas fixas e crie um sistema de controle de gastos (pode ser uma planilha, aplicativo, bloco de notas do celular ou mesmo um caderninho).

Procure quitar eventuais dívidas que você tenha contraído. Contas atrasadas geram juros e multas que, no fim das contas, causam um efeito bola de neve. As dívidas em aberto te impedem de acumular patrimônio e, consequentemente, de investir.

Por isso, é necessário levantar o valor total do débito e tentar negociar com os credores. Muitas vezes, as instituições oferecem condições mais acessíveis para o pagamento, como descontos ou parcelamento.

Após se organizar nesse sentido, você precisará entender alguns conceitos básicos do mercado financeiro. Tenha em mente que, por mais que o senso comum seja de que investir é algo para milionários, isso não é verdade! Qualquer pessoa pode fazer investimentos.

Não é necessário dispor de uma vultosa quantidade de dinheiro para começar a investir! Pelo contrário: o que costuma acontecer é que a pessoa, quando começa investir regularmente (mesmo que com aportes pequenos), vê seus rendimentos se acumularem e o capital se multiplicar.

Há inúmeras opções de aplicações no mercado, com alternativas de investimentos que atendem a todos os perfis, objetivos, capital disponível e nível de conhecimento. O que você precisa é encontrar os ativos ideais para você.

Investimentos de A a Z: principais conceitos

Para entender como começar a investir, é necessário dominar alguns conceitos e termos básicos do mercado financeiro. A seguir, preparamos um pequeno glossário sobre o tema.

Liquidez

Um dos conceitos mais relevantes na hora de investir seu dinheiro é a liquidez, que diz respeito à facilidade e à rapidez com que os investidores conseguem realizar o resgate dos recursos!

Aplicações que apresentam alta liquidez permitem resgatar rapidamente o dinheiro. Por isso, esses investimentos são os mais indicados para a reserva de emergência.

Já as aplicações com baixa liquidez não permitem o resgate imediato. Nesses casos, é preciso aguardar o vencimento para retirar os recursos. Por conta disso, são investimentos voltados para objetivos de médio e longo prazo.

Risco

Risco é o termo usado no mercado financeiro para designar a possibilidade de que eventos imprevistos e fatores externos ou internos afetem os investimentos, prejudicando seus resultados. Em outras palavras, o risco do investimento diz respeito à probabilidade de o investidor perder dinheiro ao aplicar.

Em geral, vale a seguinte regra: quanto maior a rentabilidade do investimento (ou seja, seu retorno financeiro percentual), mais risco ele envolve. Quanto maior for a liquidez do investimento, menor será o risco. Por isso, investidores que desejem potencializar suas chances de ter resultados expressivos precisam estar dispostos a arriscar mais.

Retorno

Retorno é a quantia que o investidor ganha como remuneração pela aplicação financeira no momento de resgatar o dinheiro. Quando expresso em números percentuais, ele recebe o nome de rentabilidade.

Volatilidade

A volatilidade diz respeito à variação que os investimentos sofrem, ou seja, à alta e à queda dos preços dos ativos no mercado financeiro. Essa variável econômica representa a frequência e o grau de intensidade com que ocorrem mudanças no valor de um ativo específico, em um determinado período.

Os ativos voláteis são os que representam mais riscos, já que são sensíveis a fatores externos e internos ao mercado e seus preços podem variar bastante, a depender de diversos fatores, como a inflação, macroeconomia, sanções econômicas, cotação de moedas estrangeiras, como o dólar, entre outros. Por outro lado, são os que oferecem mais chances de obter retornos vultosos.

Diversificação

A diversificação de investimentos nada mais é do que a distribuição do dinheiro em vários tipos e classes de ativos, em vez de concentrar todos os recursos em um só lugar.

Nesse sentido, uma carteira de investimentos diversificada é aquela que reúne aplicações de renda fixa e variável distintas. A diversificação é uma excelente estratégia para melhorar as expectativas de retorno financeiro e reduzir os riscos, já que o bom desempenho de um investimento compensa o prejuízo de outros.

Os principais tipos de investimentos

Antes de pontuarmos quais são os principais tipos de investimentos, vale a pena especificar o que são investimentos financeiros. Trata-se de ativos cuja natureza é puramente financeira.

São bens não físicos e não-intangíveis, com potencial de trazer retorno financeiro, como as aplicações adquiridas em bancos e corretoras de investimentos que contam com algum tipo de lastro. Ou seja, que têm seu valor assegurado por alguma âncora e podem ser mensurados.

Há vários tipos de investimentos no mercado, e cada um tem suas próprias particularidades. O investimento ideal é aquele que atende às necessidades do investidor, de acordo com seu perfil de risco e objetivos financeiros.

Assim, existem duas categorias de investimentos: renda fixa e renda variável. 

Investimentos de renda fixa

Investimentos de renda fixa, como o nome sugere, têm rentabilidade pré-fixada. Isso quer dizer que o investidor já sabe quanto seu dinheiro renderá no momento em que faz a aplicação, e não há risco de surpresas indesejáveis, sendo investimentos de baixo risco.

Funciona assim: ao investir numa aplicação de renda fixa, o investidor empresta dinheiro a uma instituição—– seja ela um banco, seja uma empresa privada ou mesmo o Estado (caso dos títulos públicos do governo).

Em troca desse empréstimo, ele recebe o valor investido com o acréscimo de juros no momento do vencimento. Essa é a remuneração paga pelo tempo em que os recursos ficaram aplicados.

Alguns exemplos de investimentos dessa categoria são:

  • títulos do Tesouro Direto;
  • fundos de investimento de renda fixa;
  • CDBs com liquidez diária;
  • debêntures;
  • letras de crédito (LCI e LCA).

Investimentos de renda variável

Já os investimentos de renda variável funcionam de forma diferente. Sua rentabilidade não é definida previamente, portanto, eles são imprevisíveis. O investidor não tem como saber qual será o retorno obtido e nem se haverá retorno, por isso, são investimentos que envolvem um grau maior de risco.

A razão para essa imprevisibilidade é simples: a rentabilidade do investimento varia conforme as movimentações no mercado e o contexto macroeconômico. Por isso, não dá para cravar qual será a valorização dos ativos. No máximo, é possível fazer previsões com base nos dados históricos e na análise do cenário.

Ou seja, os investimentos de renda variável oferecem mais riscos e, dependendo, pode até haver perda de dinheiro. Como a rentabilidade não é pré-estabelecida, eles estão sujeitos a grandes oscilações e, por esse motivo, também podem se valorizar rapidamente — daí seu potencial de gerar maiores retornos.

Os investimentos de renda variável mais populares são, sem dúvida, as ações de empresas de capital aberto na Bolsa de Valores. Mas elas não são as únicas alternativas! Existem outras opções muito interessantes, como:

  • fundos multimercado;
  • fundos de índices (ETFs);
  • contratos futuros;
  • criptomoedas;
  • fundos imobiliários.

Melhores investimentos para investidores de primeira viagem

Quando estamos começando, é normal ter dúvidas e inseguranças. Porém, não deixe que o medo de investir afaste você de seus sonhos e objetivos. O ideal, nesse início de jornada, é buscar aplicações que aliem segurança à rentabilidade.

Não é uma regra, mas, em geral, investidores iniciantes dão prioridade à renda fixa, como títulos públicos e privados. Entre os investimentos mais populares para essa fase estão:

Passo a passo para começar a investir

Já falamos sobre os diferentes tipos de investimentos, elucidamos os principais termos do mercado financeiro que precisam estar em seu radar e desmitificamos a ideia de que investir é algo para quem tem bastante dinheiro sobrando. Agora, vamos listar as ações que você precisa tomar para começar a investir.

Não espere enriquecer rapidamente

Esse conselho pode parecer banal, mas é a primeira dica que damos a qualquer pessoa que quer se tornar investidor. É fácil se deixar seduzir por promessas de dinheiro fácil e investimentos com rentabilidades estratosféricas. Isso não existe. Mesmo as aplicações mais arriscadas, com maior potencial de valorização, não vão operar milagres.

Portanto, vá com calma e seja paciente. Nesse primeiro momento, o mais importante é ter disciplina e autocontrole para seguir seu planejamento financeiro e realizar aportes mensais. É um compromisso que você precisa firmar com sua própria consciência.

Mantenha o foco em seus objetivos financeiros e pense no seu futuro. O que você pretende conquistar? Quais sonhos deseja realizar? Se você fizer tudo direitinho, os resultados vão aparecer. Mas não será de uma hora para outra, sobretudo, se você investir somente na renda fixa.

Caso queira acelerar um pouquinho esse processo e otimizar seus retornos financeiros, uma dica que damos é contratar o serviço de uma assessoria de investimentos especializada para te auxiliar. Mais adiante explicaremos em detalhes como isso funciona.

Tenha uma reserva de emergência

Ter uma reserva de emergência é inegociável, já que ela proporciona segurança e pode te salvar de apuros financeiros se houver qualquer imprevisto, como um incidente doméstico, a quebra de uma peça do carro, um pet que fica doente ou até uma demissão.

Não existe regra sobre o tamanho da reserva de emergência, mas o ideal é que você consiga juntar uma quantia suficiente para cobrir de seis meses a um ano de seu custo de vida mensal.

Para montar uma reserva de emergência, escolha investimentos de renda fixa com liquidez diária. Afinal, é preciso que o dinheiro seja liberado rapidamente para cobrir o imprevisto. Em geral, o Tesouro Selic é uma boa opção.

Entenda os seus objetivos de curto, médio e longo prazo

Se você quer alcançar bons resultados, precisa saber onde quer chegar. Por isso, é necessário estabelecer um plano de investimento, indicando quais são seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo e, a partir disso, escolher os ativos mais adequados para cada caso.

Os investimentos de curto prazo têm duração de no máximo um ano e devem ter liquidez diária. Assim, no caso de emergências, o dinheiro poderá ser resgatado imediatamente e sem complicação.

Já os investimentos de médio prazo costumam ter duração de um a cinco anos. Como os recursos não serão usados de imediato, tudo bem aplicar parte do dinheiro em ativos mais voláteis e com menos liquidez.

Já os investimentos de longo prazo têm duração superior a cinco anos. Caso o investidor tenha um perfil arrojado, pode optar por ativos de maior volatilidade e com maior grau de risco, já que haverá tempo para recuperar eventuais prejuízos e, nesse ínterim, haverá mais chances de um bom retorno.

Sejam quais forem seus objetivos com o investimento, é preciso entendê-los com clareza e montar uma carteira alinhada com eles. Você pode listá-los para facilitar, como:

  • viagem internacional;
  • troca de carro ou compra de uma casa;
  • poupança para faculdade dos filhos;
  • planejamento da aposentadoria.

Descubra o seu perfil de investidor

Outro cuidado que se deve ter antes mesmo de começar a investir é descobrir seu perfil de investidor, de acordo com sua tolerância ao risco. Existem três perfis de investidores: conservador, moderado e arrojado. 

Essa classificação está relacionada à disposição que se tem de tomar risco visando uma rentabilidade maior.

Investidores de perfil conservador não têm muita tolerância aos riscos financeiros. Eles não estão dispostos a arriscar seu patrimônio em busca de retornos mais expressivos e preferem os investimentos seguros, como os produtos de renda fixa.

Investidores com perfil moderado já estão um pouco mais dispostos a arriscar. Eles aceitam comprometer parte de seus recursos, ao terem boas chances de aumentar seus rendimentos. São pessoas que priorizam a renda fixa pela segurança, mas aplicam parte do dinheiro em investimentos de risco alto, como o mercado de ações.

Finalmente, investidores de perfil arrojado, ou agressivo, são bastante tolerantes ao risco e aceitam a possibilidade de tomar prejuízo se houver chances de aumentar a rentabilidade. Seu foco são os investimentos de renda variável, mais arriscados, mas com maior potencial de valorização.

Defina um valor mensal para investir

Outro conselho valioso para os iniciantes é estipular um orçamento para suas aplicações financeiras. Analise com calma os seus gastos e receitas mensais de modo a descobrir qual é a quantia que você pode reservar para investir.

Nossa dica é considerar esse valor como uma despesa fixa que você tem que honrar todo mês, como se fosse uma conta de luz, gás ou telefone. Transfira o dinheiro para a corretora assim que o salário cair em sua conta! Assim, você não arrisca gastar tudo e nem esquecer de aplicar o valor.

Estude o mercado financeiro e os principais ativos para investimento

Estudar o mercado financeiro é fundamental para conquistar sua autonomia como investidor e ampliar as chances de retorno, inclusive oportunidades de investimentos, como investir o FGTS. Por isso, inteire-se quanto aos conceitos mais importantes desse universo, analise os principais ativos para investimento e procure se informar sobre o mercado e o cenário econômico por meio de livros, filmes e pesquisas online. Assim, a possibilidade de obter sucesso é maior!

Abra uma conta em uma corretora

Para investir, é preciso primeiro abrir uma conta em uma corretora de valores. Afinal, essas instituições são responsáveis por:

Na hora de escolher a corretora perfeita, atente para alguns fatores. Por exemplo, verifique quais são as taxas e tarifas cobradas (já que algumas instituições oferecem isenção de certas taxas). Dependendo da empresa, as taxas de corretagem podem ser tão altas que comprometem os resultados dos investimentos.

Outros critérios para tomar essa decisão são:

  • acessibilidade da plataforma;
  • disponibilidade de relatórios;
  • se há ou não orientação de profissionais em relação aos investimentos;
  • reputação da corretora no mercado.

Criar a conta não é nada complicado. A maioria das corretoras de valores solicita apenas algumas informações pessoais e documentos para identificação na hora do cadastro. Depois que a conta for aberta, basta transferir o dinheiro que destinado aos investimentos (por TED, DOC ou PIX, em geral) e começar a aplicar!

Monte uma carteira de investimento diversificada

Montar uma carteira de investimentos bem diversificada, equilibrando aplicações de curto, médio e longo prazo e mesclando ativos de diferentes classes, é a melhor forma de diluir os riscos envolvidos. Afinal, o lucro de um investimento compensa o mau desempenho de outro, tornando a probabilidade de perder dinheiro bem menor.

Mas não pense que é só montar sua carteira, escolher os ativos e esquecer deles! Afinal, o mercado é sensível a mudanças no cenário, e fatores externos ou internos podem influenciar o desempenho de seus investimentos. Por isso, rever e atualizar sua carteira de tempos em tempos é uma prática saudável.

Conte com uma assessoria especializada em investimento

Agora, você já sabe como começar a investir. Se quiser pegar um atalho em vez de ter que descobrir todos os segredos do mercado financeiro por sua conta, pode contratar uma assessoria de investimentos especializada. Isso economizará tempo e terá resultados melhores, além de evitar o cometimento de erros financeiros que podem gerar prejuízos.

Com a ajuda de profissionais especializados, é mais fácil montar uma carteira de investimentos adequada aos seus objetivos e perfil. Além disso, você pode tirar dúvidas sobre cada ativo ou classe de investimentos e contar com orientação para fazer as melhores escolhas.

Inclusive, uma boa assessoria pode te ajudar a potencializar seus retornos ao máximo, sem submeter seu patrimônio a mais riscos do que você pretende correr. Assim, você poderá investir com segurança e ter uma vida financeira mais saudável.

Agora, você já sabe como começar a investir sem medo! Mas lembre-se de que o mercado é dinâmico e, por isso, é necessário acompanhar as principais tendências e notícias.

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Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.