Selic a 14,25%: O que R$ 1 milhão pode render a 100% do CDI?
Com a Selic elevada para 14,25%, os investimentos atrelados ao CDI se tornam mais atraentes. O artigo explora quanto R$ 1 milhão pode render em opções como CDBs, Tesouro Selic e poupança, destacando os benefícios e diferenças entre essas alternativas de renda fixa.

A recente elevação da taxa Selic para 14,25%, anunciada na quarta-feira (19), trouxe uma série de impactos para os investimentos em renda fixa, especialmente para aqueles atrelados ao CDI. Com essa alta, o CDI deve ficar próximo de 14,15%, o que faz com que as aplicações relacionadas a ele se tornem mais atrativas para os investidores. Neste cenário, vamos analisar quanto R$ 1 milhão renderia em diferentes tipos de aplicações de renda fixa com 100% do CDI, incluindo CDBs, LCIs/LCAs, Tesouro Selic e poupança.
Como a Selic a 14,25% impacta os investimentos?
A Selic é a principal taxa de juros da economia brasileira e influencia diretamente os juros cobrados pelos bancos e instituições financeiras. Quando a Selic é elevada, o CDI também tende a acompanhar esse movimento, refletindo em maior rentabilidade para os investidores de renda fixa. Neste caso, com a Selic atingindo 14,25%, o CDI se aproxima dos 14,15%, oferecendo um retorno atrativo para quem busca investimentos de baixo risco.
Quanto R$ 1 milhão pode render com a Selic a 14,25%?
A seguir, apresentamos os cálculos de rendimento para um investimento de R$ 1 milhão em diversas opções de renda fixa, todas vinculadas ao CDI, e como os valores se comportam após um ano e dois anos de aplicação.
Ativo | Rendimento em 1 ano | Rendimento em 2 anos |
---|---|---|
CDB 100% do CDI | R$ 1.116.737,50 | R$ 1.257.568,91 |
LCI/LCA (85% do CDI) | R$ 1.120.275,00 | R$ 1.255.016,08 |
Tesouro Selic | R$ 1.115.277,50 | R$ 1.254.283,87 |
Poupança | R$ 1.084.049,98 | R$ 1.175.164,36 |
Esses cálculos foram feitos considerando a Selic estabilizada a 14,25% ao longo de dois anos e a TR (Taxa Referencial) de 0,1739%.
Detalhes das principais aplicações de renda fixa
CDB 100% do CDI
Os CDBs são uma das opções mais populares entre os investidores de renda fixa. Com o aumento da Selic, o rendimento de um CDB que paga 100% do CDI se torna mais atrativo. Se você investir R$ 1 milhão em um CDB a 100% do CDI, o retorno líquido em um ano será de R$ 1.116.737,50. Em dois anos, o montante crescerá para R$ 1.257.568,91. Vale ressaltar que os CDBs são tributados pelo Imposto de Renda, seguindo uma tabela regressiva de 22,5% a 15%, dependendo do prazo do investimento.
LCI/LCA (85% do CDI)
As LCIs e LCAs também são investimentos de renda fixa muito procurados, principalmente pela isenção de Imposto de Renda. Para ser justo na comparação com os CDBs, consideramos uma LCI/LCA que pague 85% do CDI, o que corresponde a um rendimento inferior ao de um CDB a 100% do CDI. Nesse caso, R$ 1 milhão investido geraria R$ 1.120.275,00 em um ano e R$ 1.255.016,08 em dois anos, ambos líquidos.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic, por ser uma opção mais segura, também é atrativo para investidores mais conservadores. Porém, ele possui uma taxa de custódia de 0,20% ao ano (para valores acima de R$ 10 mil) e está sujeito à tributação do Imposto de Renda. Ao final de um ano, R$ 1 milhão investido no Tesouro Selic se transformaria em R$ 1.115.277,50. Em dois anos, o montante seria de R$ 1.254.283,87. Embora tenha um risco menor, o Tesouro Selic não oferece a mesma rentabilidade de outros ativos atrelados ao CDI.
Poupança
A poupança, por ser a opção mais conservadora, apresenta o rendimento mais baixo, especialmente quando comparada com outras alternativas de renda fixa. Com a Selic a 14,25%, a poupança ainda paga 0,5% ao mês mais a variação da TR (atualmente de 0,1739%). Em um ano, o montante de R$ 1 milhão cresceria para R$ 1.084.049,98 e, em dois anos, chegaria a R$ 1.175.164,36. Embora a poupança seja isenta de Imposto de Renda, ela ainda é a menos vantajosa quando comparada com as outras opções.
Riscos e cuidados ao investir em renda fixa
Apesar de serem investimentos considerados de baixo risco, os CDBs, LCIs, LCAs e até o Tesouro Selic não são isentos de cuidados. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) cobre até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Portanto, quem investe grandes quantias, como R$ 1 milhão, precisa estar ciente de que o FGC não cobre o total investido em caso de problemas com a instituição financeira. A recomendação é diversificar os investimentos para mitigar riscos.
Já o Tesouro Selic, apesar de não contar com a garantia do FGC, possui risco soberano, ou seja, o risco de o governo federal não honrar os compromissos financeiros, o que é considerado improvável, mas deve ser levado em conta.