Tabela do Imposto de Renda 2026 amplia isenção e reduz cobrança para a classe média

A nova tabela do Imposto de Renda 2026 amplia a faixa de isenção para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês e cria um desconto progressivo para rendas de até R$ 7.350.

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Última atualização:  30 de dez, 2025 às 21:39
Imagem de um smartphone com a tela exibindo o logo e a mensagem da Receita Federal, sobre Meu Imposto de Renda, colocado sobre um teclado de computador. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Imposto de Renda 2026 marca uma mudança histórica na tributação da pessoa física no Brasil. A partir de 1º de janeiro de 2026, trabalhadores com renda mensal de até R$ 5.000 passarão a ficar totalmente isentos do IRPF, enquanto contribuintes que recebem até R$ 7.350 terão redução progressiva no valor do imposto. A medida foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como parte da estratégia do governo para aliviar a carga tributária da classe média e estimular o consumo.

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A principal alteração da nova tabela do Imposto de Renda 2026 é a ampliação da faixa de isenção mensal de R$ 2.428,80 para R$ 5.000. Com isso, milhões de trabalhadores deixam de pagar imposto diretamente na fonte.

Segundo estimativas do governo federal, 16 milhões de pessoas serão beneficiadas, incluindo quem passará a ser totalmente isento e quem terá redução parcial do imposto devido. A mudança atende a uma promessa de campanha do presidente Lula e reforça a política de correção da defasagem histórica da tabela do IRPF.

Desconto progressivo reduz imposto para quem ganha até R$ 7.350

Além da isenção total até R$ 5.000, o Imposto de Renda 2026 cria um mecanismo de desconto progressivo para rendas entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350. Nessa faixa, o imposto não é zerado automaticamente, mas sofre uma redução que diminui gradualmente conforme a renda aumenta.

Na prática, o governo estabeleceu uma fórmula de abatimento que garante que:

  • o imposto continue zerado logo acima de R$ 5.000;
  • o benefício diminua de forma linear;
  • o desconto seja totalmente eliminado a partir de R$ 7.350.

Esse modelo evita um “salto” brusco na tributação e suaviza a transição entre a isenção total e a cobrança integral do imposto.

Duas sistemáticas passam a coexistir no Imposto de Renda

Com a nova regra, o Imposto de Renda 2026 passa a operar com duas sistemáticas distintas. Para rendas de até R$ 7.350, aplica-se o modelo especial de isenção e redução. Já para quem recebe acima desse valor, segue válida a tabela tradicional do IRPF, sem alterações nas alíquotas.

Isso significa que contribuintes de renda mais alta continuarão sujeitos às faixas progressivas de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%, conforme o rendimento mensal.

Quando a nova tabela do Imposto de Renda entra em vigor

O projeto estabelece que as mudanças no Imposto de Renda 2026 entram em vigor em 1º de janeiro de 2026. A nova regra valerá para todos os rendimentos recebidos a partir dessa data, impactando diretamente os descontos feitos em folha ao longo do ano e a declaração enviada em 2027.

Impacto fiscal e compensação da perda de arrecadação

A ampliação da isenção e a redução do imposto para a classe média devem gerar uma perda de arrecadação estimada em R$ 31,2 bilhões no primeiro ano de vigência. Para compensar esse impacto, o governo criou um conjunto de medidas focadas em contribuintes de alta renda.

A principal delas é a instituição de um imposto mínimo sobre rendimentos elevados, aplicado a quem recebe mais de R$ 50 mil por mês ou R$ 600 mil por ano. A tributação será progressiva, com alíquotas que variam de 0% a 10%, atingindo o teto apenas rendas superiores a R$ 1,2 milhão anuais.

Além disso, o governo passa a tributar dividendos enviados ao exterior e a aplicar retenção de 10% na fonte sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais — hoje isentos.

Quem fica fora da tributação mínima

Nem toda renda elevada será considerada no cálculo do imposto mínimo. Ficam excluídos, por exemplo:

  • heranças e doações;
  • rendimentos da poupança;
  • indenizações trabalhistas e judiciais;
  • aposentadorias isentas por doenças graves;
  • investimentos como LCI, LCA e títulos de infraestrutura, imobiliários e do agronegócio.

Estados e municípios terão compensação automática

Governadores e prefeitos demonstraram preocupação com possíveis perdas nos repasses do IR. Para evitar impactos, o texto obriga a União a compensar automaticamente eventuais perdas por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Por que a mudança no Imposto de Renda 2026 é relevante

A reformulação do Imposto de Renda 2026 busca corrigir distorções históricas da tabela, aumentar a renda disponível da população e tornar o sistema tributário mais progressivo. Ao aliviar a carga sobre quem ganha menos e ampliar a tributação sobre rendas muito altas, o governo aposta em maior justiça fiscal e estímulo à economia.

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