8 indicadores econômicos para se atentar na hora de investir
A economia é um sistema complexo influenciado por uma série de fatores, internos e externos. Para tomar decisões de investimento acertadas, é importante estar atento às tendências econômicas. Nesse sentido, existem diversos indicadores econômicos que podem fornecer informações importantes sobre o cenário de um país. Esses indicadores podem ser usados para avaliar o crescimento, a […]
A economia é um sistema complexo influenciado por uma série de fatores, internos e externos. Para tomar decisões de investimento acertadas, é importante estar atento às tendências econômicas. Nesse sentido, existem diversos indicadores econômicos que podem fornecer informações importantes sobre o cenário de um país.
Esses indicadores podem ser usados para avaliar o crescimento, a inflação, o consumo, a taxa de juros, a produção e outros fatores importantes para os investimentos. Para tomar decisões financeiras inteligentes e maximizar os retornos, é bom ter uma compreensão deles e saber como influenciam o mercado financeiro.
Se você quer aumentar suas chances de sucesso como investidor, continue lendo e descubra como 8 indicadores econômicos podem ser seus aliados na jornada dos investimentos!
O que são indicadores econômicos?
Os indicadores econômicos são como termômetros que medem como a economia está indo, seja do país, estado, cidade ou de um setor específico. Eles são usados por governos, empresas, investidores e outros interessados para tomar decisões sobre políticas, investimentos e estratégias.
Esses dados nos ajudam a entender como a economia está se comportando e a identificar padrões, o que nos prepara para possíveis mudanças futuras. Os números são calculados e divulgados regularmente, permitindo acompanhar a evolução da situação econômica do país ao longo do tempo.
Na área de investimentos, os indicadores auxiliam os investidores a avaliar onde colocar o dinheiro. Eles dão pistas sobre a saúde e a estabilidade da economia, o que pode afetar os retornos dos investimentos. Com isso, dá para avaliar as oportunidades e analisar os riscos antes de investir.
IPCA
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é como se fosse uma “régua” que mede a inflação no Brasil.
Ele é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e informa a variação média dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras que ganham entre 1 e 40 salários mínimos.
Os segmentos analisados pelo indicador são:
- alimentação e bebidas;
- habitação;
- artigos de residência;
- vestuário;
- transportes;
- saúde e cuidados pessoais;
- despesas pessoais;
- educação;
- comunicação.
Logo, o IPCA é utilizado como referência para a política monetária, pois a estabilidade dos preços é um dos principais objetivos do Bacen (Banco Central).
Antes do Plano Real, por exemplo, a inflação no Brasil era um caos. Os preços subiam a uma velocidade impressionante, chegando a ter aumentos diários e até mesmo de cinco casas numéricas.
A situação era tão complicada que a confiança dos investidores e das instituições financeiras estava lá embaixo, e a população não confiava na própria moeda. Hoje vivemos um momento de maior estabilidade, mas ainda assim o IPCA é um importante indicador econômico que acompanha a variação dos preços em diferentes setores.
Ele serve como base para o estabelecimento da meta de inflação, definida anualmente pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Por que o IPCA é importante para os investimentos?
O IPCA é importante para os investidores, pois a inflação afeta o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo.
Assim, ele serve como referência para calcular o rendimento real de investimentos, ou seja, o retorno acima da inflação. Também é utilizado para reajustar valores, como aluguéis e contratos, com base na variação dos preços.
Na mesma linha, ao ficar de olho no IPCA, você consegue escolher investimentos que vão protegê-lo da inflação, garantindo que seu dinheiro não perca valor. É como ter um escudo contra uma ameaça invisível, mas com consequências reais.
Vários investimentos podem ser impactados pelo IPCA. Um dos exemplos é o Tesouro IPCA+. Trata-se de um título público emitido pelo governo brasileiro cujo rendimento está vinculado ao IPCA.
Ele oferece proteção contra a inflação, garantindo que o investidor receba uma taxa de juros real acima da variação do índice.
Além disso, algumas debêntures são indexadas ao IPCA. Existem também os fundos de inflação que acompanham o IPCA, além de ativos como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Agronegócio), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Agronegócio).
IGP-M
Na lista de indicadores econômicos, o IGP-M é a sigla para Índice Geral de Preços do Mercado. É um índice de inflação calculado mensalmente pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Assim, é definido a partir de um conjunto de produtos e serviços representativos da economia brasileira.
Diferentemente do IPCA, que foca no consumo, o IGP-M se aplica principalmente nas cadeias anteriores ao consumo. Desse modo, inclui preços de indicadores do atacado (60%), consumidor (30%) e custo da construção (10%).
No dia a dia, é comumente utilizado para atualizar os preços dos aluguéis, sendo um dos índices mais usados pelos economistas para calcular a inflação do setor imobiliário.
Além disso, o IGP-M também é utilizado como referência para reajustes em contratos de fornecimento de energia elétrica, mensalidades de escolas e universidades, seguros e até planos de saúde.
Por que o IGP-M é importante para os investimentos?
O IGP-M é importante para os investimentos por ser utilizado como referência para atualização da inflação em valores em diversos contratos e investimentos.
Ele influencia investimentos como LCI e LCA, que costumam ter rendimentos maiores quando há aumento da inflação. O histórico do IGP-M costuma apresentar uma correção acima do IPCA.
Ainda, se você tem um investimento ou contrato que acompanha o IGP-M, fica mais fácil entender como os pagamentos serão atualizados ao longo do tempo.
Selic
Entre os indicadores econômicos, a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a taxa básica de juros vigente da economia brasileira.
Ela é definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária). É como se fosse a “mãe” das outras taxas de juros do país, como as taxas de empréstimos e financiamentos, pois serve como referência no mercado.
Além disso, a Selic é usada pelo Bacen como uma ferramenta para controlar a inflação. Se a taxa Selic aumenta, o custo do crédito também sobe, o que acaba desestimulando as pessoas e empresas de gastarem. Por conseguinte, os preços tendem a cair.
Mas se a taxa Selic é reduzida, a ideia é dar um empurrãozinho no consumo e aquecer a economia. Ela está entre os indicadores econômicos mais importantes para análise de investimentos.
Por que a Selic é importante para os investimentos?
A taxa Selic é especialmente importante para os investimentos de renda fixa, como Tesouro Selic, que tendem a oferecer uma remuneração maior em tempos de Selic em alta.
Outro investimento afetado por ela é a poupança. Se a taxa for maior ou igual a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês mais a TR. Se a Selic for menor que 8,5% ao ano, o rendimento será de 70% da Selic.
INPC
Na lista de indicadores econômicos, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mede a variação média de preços de uma cesta de produtos e serviços que as famílias com renda de até 5 salários mínimos costumam consumir. É um jeito de entender como os preços estão mudando e como isso afeta o bolso das pessoas.
A diferença entre o INPC e o IPCA é que o INPC é mais focado nas famílias com menor poder aquisitivo, enquanto o IPCA considera famílias que ganham até 40 salários mínimos.
Além disso, o INPC considera itens como moradia, vestuário, e educação. O índice também é utilizado para acompanhar reajustes salariais.
Por que o INPC é importante para os investimentos?
Ao analisar indicadores econômicos, quem faz investimentos precisa se atentar à inflação. Por isso, o INPC é relevante, já que a rentabilidade real dos investimentos pode ser afetada, assim como o ajuste de títulos públicos. Dessa forma, em geral, quanto maior o INPC, menor é o retorno dos investimentos.
É só subtrair a variação do INPC do retorno do investimento. Dessa forma, você descobre quanto está ganhando de verdade, acima da inflação. Para exemplificar, se o INPC for 5% e o rendimento for 11%, a rentabilidade real será de 6%.
No entanto, há títulos do Tesouro Direto que protegem o investidor contra a inflação. Nesses casos, há uma correlação favorável, pois quanto maior o INPC, maior a rentabilidade.
IBC-Br
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central — Brasil) é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) e é divulgado pelo Bacen. Logo, é um dos indicadores econômicos que avaliam o crescimento do país.
Apesar de ser parecido com o PIB, o IBC-Br tem suas diferenças, como a frequência de divulgação (é mensal, enquanto o PIB é trimestral) e diferenças conceituais e metodológicas.
Se o IBC-Br cai abaixo do esperado, é sinal de que a economia está meio devagar, sem crescer muito e com pouca inflação. Consequentemente, isso pode levar a uma redução da Selic, por exemplo.
Então, o IBC-Br é como uma lente de aumento que ajuda a observar como está a economia em um período mais curto, permitindo análises e previsões mais frequentes do que o PIB consegue oferecer.
Por que o IBC-Br é importante para os investimentos?
Investidores e analistas de mercado acompanham o índice para realizar projeções sobre a performance da economia brasileira e para terem parâmetros nas decisões de investimentos.
Ou seja, você consegue ter uma ideia de como está a saúde da economia, se é um bom momento para investir e quais setores merecem atenção.
Dessa forma, é possível diversificar os investimentos conforme as perspectivas econômicas. Por exemplo, se o índice indica um bom momento para o setor agropecuário, você pode direcionar parte dos seus investimentos para esse segmento, buscando aproveitar as oportunidades.
Além disso, o IBC-Br influencia aplicações de renda fixa, uma vez que tem relação com a Selic e outros investimentos de rentabilidade pós-fixada, a exemplo do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e títulos do Tesouro Direto.
No caso da renda variável, há um impacto indireto, pois se a economia não vai bem, os investidores podem se tornar menos confiantes e mais avessos ao risco.
CDI
Conforme as regras do Bacen, um banco não pode terminar o dia no vermelho. Então, muitas vezes eles precisam fazer empréstimos entre si para acertar as contas. É aí que entra o CDI, sendo tipo um título que os bancos usam para emprestar ou receber dinheiro.
Acontece dessa forma: o CDI funciona como uma taxa de juros diária que os bancos pagam ou recebem nesses empréstimos. Apesar de não ser um indicador propriamente, a taxa CDI é bastante usada como referência para diversos investimentos, como os de renda fixa.
Logo, quando falamos que um investimento está atrelado ao CDI, quer dizer que ele renderá na mesma proporção que o CDI. Por exemplo, se um investimento é atrelado a 100% do CDI, ele renderá exatamente o valor do CDI no período. Assim, o título é uma referência da saúde do sistema financeiro e para a rentabilidade de investimentos.
Por que o CDI é importante para os investimentos?
O CDI é importante para os investimentos porque sua taxa é amplamente utilizada como parâmetro para diversos tipos de investimentos, especialmente os de renda fixa.
Ele influencia diretamente a rentabilidade de investimentos como debêntures, CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs, LCAs e outros títulos.
Dessa forma, o CDI é importante para os investidores, por fornecer um padrão para comparar a rentabilidade de diferentes produtos financeiros e auxilia na tomada de decisão sobre onde investir o dinheiro de forma mais rentável e segura.
O título serve também para saber se um fundo de renda fixa teve bom ou mau rendimento em certo período. É por isso que o CDI é importante: ele ajuda a entender o rendimento dos investimentos e serve de base para comparar com outros indicadores e taxas de juros.
Dólar
O dólar é a moeda oficial dos Estados Unidos e é amplamente utilizada em transações comerciais internacionais.
Além disso, é considerada a principal moeda de reserva mundial, o que significa que muitos países mantêm parte de suas reservas em dólares americanos. Isso confere à moeda uma importância significativa no cenário econômico global.
A taxa de câmbio do dólar é influenciada por diversos fatores, como a política econômica dos Estados Unidos, as condições do mercado financeiro internacional e as relações comerciais entre os países.
Essa taxa de câmbio afeta diretamente o valor das importações e exportações, bem como o poder de compra dos consumidores e a inflação.
E não para por aí. O dólar é usado como referência em várias situações, como na precificação de commodities, na avaliação de investimentos internacionais e no cálculo de índices econômicos.
O valor do dólar é determinado pelo mercado de câmbio, pelo qual a oferta e demanda por essa moeda influenciam seu preço em relação a outras moedas. Para contextualizar, a taxa de câmbio é o valor pelo qual uma moeda é trocada por outra.
Por que o dólar é importante para os investimentos?
O dólar é a moeda mais utilizada no mundo, sendo uma moeda estável e segura, o que o torna um ativo atraente para os investidores, em especial os que buscam proteção cambial. E mais: investir em dólar é uma forma de diversificar a carteira de investimentos, ajudando a reduzir o risco.
Quando o dólar se valoriza em relação a outras moedas, ele se torna atrativo para investidores, que receberão rendimentos atrelados à moeda.
Isso pode ser feito de diversas maneiras, por meio de fundos cambiais, por exemplo, que são fundos de investimento que aplicam em ativos atrelados a moedas estrangeiras. Além disso, investir em empresas que têm receitas em dólar, como exportadoras, pode ser uma forma de se expor à moeda norte-americana.
Nessa linha, existe a possibilidade de investir em ações de empresas estrangeiras cotadas em bolsas dos Estados Unidos ou de outros países, negociadas em dólar. Ainda, é possível aplicar em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, além de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e ETFs (Exchange Traded Funds).
Os BDRs, por exemplo, representam uma espécie de ações no exterior. Eles são recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas no Brasil, sem necessidade de abrir conta em uma corretora fora do país. Portanto, ao investir em BDRs, os investidores brasileiros estão indiretamente expostos ao desempenho do dólar.
Já os ETFs são fundos de investimento que replicam o desempenho de um índice, como o S&P 500. Eles são negociados na bolsa de valores, permitindo aos investidores acessar uma cesta de ações ou outros ativos, sem a necessidade de adquiri-los individualmente.
Para fazer a análise de qual ativo vale mais a pena, é bom contar com a ajuda de uma assessoria, como a da InvestSmart.
IPC
Entre os indicadores econômicos, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias que ganham entre 1 e 33 salários mínimos. Ele é calculado mensalmente pela FGV.
A pesquisa de preços se refere a sete capitais brasileiras, que são Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. O cálculo é baseado na Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE e o índice mede oito classes de despesas.
São as seguintes:
- habitação;
- alimentação;
- transportes;
- vestuário;
- saúde e cuidados pessoais;
- educação;
- leitura e recreação;
- comunicação;
- despesas diversas.
Na apuração, o IPC inclui também índices relacionados ao consumo da terceira idade e da classe 1, esse último para famílias que recebem entre 1 e 2,5 salários mínimos. Eles são subdivididos em índices que fazem a coleta com a seguinte periodicidade:
- entre o primeiro e o último dia do mês;
- entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês vigente;
- entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês vigente.
O IPC é importante porque permite acompanhar a evolução dos preços ao longo do tempo e avaliar o impacto da inflação na economia e na vida das pessoas.
Por que o IPC é importante para os investimentos?
O índice IPC faz parte dos indicadores econômicos que servem de parâmetro para análise de investimentos ao refletir a variação de preços. Isso tem relação com a inflação e, consequentemente, com o poder de compra da moeda.
Investimentos como títulos de renda fixa, fundos de investimento, ações e investimentos imobiliários podem ser influenciados pelo IPC, uma vez que a inflação impacta o desempenho desses ativos, já que ela tem impactos nos custos e receitas de empresas e também pode ser um índice atrelado à rentabilidade.
Alguns exemplos de ações que podem se beneficiar da alta da inflação são as de varejo e de bancos, por exemplo. Por sua vez, os fundos de inflação disponibilizam ativos que ajudam a proteger os investidores da alta inflacionária, sendo compostos por LCIs, LCAs, debêntures, entre outros.
Então, gostou deste conteúdo? É sempre um bom caminho contar com a ajuda de uma assessoria de investimento, como a InvestSmart, para se obter uma correta visualização do cenário econômico a partir dos indicadores e ter uma orientação adequada para os investimentos!
Aproveite para ler também o artigo: O que são índices de rentabilidade e como calcular nos investimentos?
Resumindo
Quais são os 5 indicadores econômicos?
Os cinco principais indicadores econômicos são:
- IPCA: mede a variação média dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras que recebem entre 1 e 40 salários mínimos;
- IGP-M: é um indicador usado para medir a inflação, considerando a variação de preços nos estágios de produção;
- Selic: taxa básica de juros, sendo o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Bacen para controle da inflação;
- INPC: é composto por uma cesta de produtos e serviços similar à utilizada no IPCA, porém com foco nas famílias com menor poder aquisitivo, de até 5 salários mínimos;
- IBC-Br: é considerado uma prévia do PIB e fornece uma visão periódica do desenvolvimento econômico do país, divulgado mensalmente.
O que são indicadores econômicos e financeiros?
Indicadores econômicos e financeiros são métricas que revelam a situação não apenas de uma empresa, mas do cenário de um país. Eles são dados que têm o intuito de demonstrar a situação do país a partir da análise de questões como taxa de juros, renda, atividade industrial, crescimento econômico, inflação, impostos e outros.