A indústria de fundos registrou uma captação líquida significativa de R$ 38,4 bilhões durante o terceiro trimestre, impulsionada pelo desempenho positivo nos meses de julho e agosto, com entradas de R$ 22,4 bilhões e R$ 29,6 bilhões, respectivamente. No entanto, em setembro, houve uma reversão dessa tendência, com resgates acumulados de R$ 13,6 bilhões.

Pedro Rudge, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), destacou que o mês de setembro foi marcado por uma aversão ao risco, influenciada por acontecimentos no exterior, incluindo o aumento das taxas dos títulos americanos de 10 anos. Isso reflete o temor de que a inflação nos Estados Unidos possa permanecer alta, levando a taxas de juros elevadas.

Essa cautela global resultou em uma fuga de liquidez dos ativos de maior risco. No mercado local, mesmo os fundos de renda fixa, que foram responsáveis pela maior entrada de recursos no trimestre passado, no valor de R$ 35,5 bilhões, também refletiram a aversão ao risco. Os títulos soberanos se destacaram, captando R$ 20,7 bilhões.

Destaque para os Fundos de Investimentos no Agronegócio (Fiagros)

A Anbima começou a apresentar separadamente o desempenho dos Fundos de Investimentos nas Cadeias do Agronegócio (Fiagros) em seus balanços. Em agosto, o patrimônio líquido desses veículos de investimento atingiu R$ 15,8 bilhões, com 535.102 contas possuindo cotas desses fundos. Essa crescente importância é evidenciada pela fatia que eles representam do patrimônio líquido total dos fundos estruturados, que aumentou de 0,57% para 1,17% em um ano.

Pedro Rudge destacou o crescimento notável do patrimônio líquido dos Fiagros, que aumentou mais de 30 vezes em dois anos, embora partindo de uma base comparativa baixa. Ele enfatizou que esses fundos estão ganhando destaque como uma alternativa para investidores que desejam se expor ao setor agropecuário, ao mesmo tempo em que oferecem uma fonte de financiamento para os produtores rurais.

Com informações de Estadão