Os investimentos de renda fixa desempenham um papel importante para os mais conservadores. Afinal, oferecem estabilidade, previsibilidade e segurança, com retornos em geral mais estáveis ​​do que os investimentos de renda variável. Mas qual é mais atrativo: CDB ou Tesouro Direto?

A escolha dependerá do perfil do investidor, dos objetivos financeiros e da tolerância ao risco. Em todo caso, a diversificação do portfólio é sempre um sinal de maturidade do investidor. Afinal, se um dos ativos apresentar desempenho abaixo do esperado, outros investimentos podem compensar as perdas.

Neste artigo, vamos analisar as características de cada um e ajudá-lo a decidir qual é a melhor opção para você. Acompanhe!

O que é CDB?

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um tipo de investimento de renda fixa emitido pelos bancos como forma de captar recursos para suas atividades. Na verdade, o investidor empresta dinheiro para o banco e recebe de volta o valor investido acrescido de juros.

Existem diferentes tipos de CDB, como o prefixado, o pós-fixado e os híbridos. No CDB prefixado, a taxa de juros é estabelecida no momento da compra e permanece fixa até o vencimento do título.

Já no CDB pós-fixado, a rentabilidade está atrelada a algum índice de referência, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou a taxa Selic. Os CDBs híbridos combinam características dos dois tipos anteriores.

Ou seja, ele tem a rentabilidade atrelada a um porcentual fixo e outro variável, em geral, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

O que é Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um programa do governo brasileiro que permite que pessoas físicas invistam em títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. É uma maneira de emprestar dinheiro para o governo e, em troca, receber juros.

Trata-se de uma forma acessível e segura de investimento, pois oferece diferentes opções de títulos com prazos e rentabilidades distintas.

Os investidores podem comprar e vender esses títulos pela internet, diretamente no site do Tesouro Direto, ou por meio de uma corretora. Este é o tipo de aplicação preferida dos investidores conservadores depois da poupança.

Lançado em 2002, o programa permite aplicações a partir de R$ 30. Como também acontece com os CDBs, os títulos podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos.

Prefixados

Os prefixados têm rentabilidade fixa que é a mesma até a data do vencimento. Em outras palavras, desde o instante da compra você já sabe o valor que receberá no resgate.

Além disso, os prefixados são divididos em Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) e Tesouro Prefixado (LTN). O que os distingue é que o primeiro paga juros a cada seis meses.

Pós-fixados

Nesta modalidade se encontra o Tesouro Selic. Ele é indexado à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira. Por esse motivo, acontecem oscilações diárias. Nos pós-fixados os rendimentos são acrescentados à aplicação a cada dia até a data de vencimento.

Híbridos

Os títulos híbridos no Tesouro Direto são o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) e o Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal). Eles contam com uma taxa fixa e outra que varia de acordo com a inflação.

Como comparar CDB e Tesouro Direto?

Na comparação entre CDB ou Tesouro Direto, é importante entender questões como risco, rentabilidade, tributação e liquidez. Entenda a seguir.

Risco

Considerando que o CDB ou Tesouro Direto são títulos de renda fixa, há o risco semelhante de crédito, que é a possibilidade de sofrer um calote por parte do emissor. Porém, um ponto relevante é que dar um empréstimo para o governo tende a ser menos arriscado do que emprestar dinheiro para um banco.

Em contrapartida, há muitos bancos que são seguros e com baixo risco, inclusive próximo a zero. Vale lembrar que o CDB é protegido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para valores até R$ 250 mil, diferentemente do Tesouro Direto, que não tem essa cobertura.

Rentabilidade

Se considerarmos o CDB 100% do CDI, a taxa DI rende, em geral, 0,1 p.p. abaixo da Selic Meta, que é estipulada pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Vale destacar que o Tesouro Selic tem como base a taxa Selic Over, que é a encontrada no mercado. Neste caso, a Selic Over rende aproximadamente 0,1 p.p. abaixo da Meta.

Por esses motivos, o rendimento do CDB e da Selic são bem similares, o que é válido também após a incidência de tributação.

Tributação

Ao analisar CDB ou Tesouro Direto, os títulos têm como parâmetro a tabela regressiva do IR (Imposto de Renda) para tributação. Quer dizer que, quanto mais tempo você segurar o título e postergar o resgate, menor será o valor do IR cobrado. Confira:

PrazoAlíquota (%)
Até 180 dias22,5
De 181 a 360 dias20
De 361 a 720 dias17,5
A partir de 721 dias15

Porém, vale lembrar que os títulos públicos sofrem tributação da B3, pela taxa de custódia que é paga a cada semestre no percentual de 0,25% ao ano, para quem investe mais de R$ 10 mil. A taxa recai sobre o valor excedente.

Liquidez

Liquidez se refere à facilidade de transformar um investimento em dinheiro. Ou seja, é a capacidade de resgatar o valor investido, sem perder dinheiro.

No caso dos CDBs, a liquidez pode variar de acordo com o prazo do título. Existem CDBs com liquidez diária, ou seja, o investidor pode resgatar o valor investido a qualquer momento.

Porém, esses títulos em geral possuem rentabilidade menor do que os CDBs com prazos mais estendidos. No Tesouro Direto, a liquidez é diária para a maioria dos títulos, incluindo o Tesouro Selic.

De todo modo, o resgate antes do vencimento considera o preço de mercado e pode acarretar prejuízos em alguns casos.

Investimento mínimo

O valor mínimo para investir no Tesouro Direto é em torno de R$ 30, como informa o próprio portal oficial. O Tesouro IPCA 2029, por exemplo, tem rentabilidade de IPCA + 5,71%, com investimento mínimo de R$ 30,68 no dia 10 de novembro de 2023.

Quanto ao CDB, os valores para investir variam, mas alguns não exigem um investimento mínimo. Inclusive, investidores iniciantes podem encontrar CDBs acessíveis rendendo 100% do CDI.

Quais os prós e contras do CDB ou Tesouro Direto?

CDB ou Tesouro Direto são investimentos em renda fixa acessíveis e de baixo risco. Ambos têm vantagens e desvantagens que devem ser considerados ao decidir onde investir seu dinheiro. Confira!

Prós do CDB

  • Possibilidade de encontrar títulos com rentabilidade atrativa;
  • proteção do FGC para valores de até R$ 250 mil por instituição financeira e por CPF;
  • possibilidade de escolher títulos com diferentes prazos e liquidez;
  • opção de investimento a partir de valores baixos.

Contras do CDB

  • Incidência de IR sobre o rendimento, seguindo tabela regressiva;
  • possibilidade de perda de rentabilidade em caso de resgate antecipado em títulos com prazos mais longos;
  • risco de crédito, ou seja, a possibilidade de a instituição financeira não honrar o pagamento do título em caso de falência ou insolvência;
  • algumas instituições financeiras podem exigir valores mínimos mais altos.

Prós do Tesouro Direto

  • Baixo risco de crédito, pois os títulos são garantidos pelo governo federal;
  • diversidade de opções de títulos, com diferentes prazos e rentabilidades;
  • possibilidade de investimento a partir de valores baixos;
  • liquidez diária para a maioria dos títulos.

Contras do Tesouro Direto

  • Incidência deIR sobre o rendimento, seguindo tabela regressiva;
  • a depender do título, pode haver variação da rentabilidade ao longo do tempo;
  • risco de mercado, ou seja, possibilidade de perda de valor do título em caso de venda antecipada em um momento de baixa;
  • taxa de custódia na B3 (Bolsa de Valores), com pagamento semestral.

Como o perfil de investidor afeta a escolha entre CDB ou Tesouro Direto?

O perfil do investidor é um fator importante a ser considerado ao escolher entre CDB ou Tesouro Direto. Existem 3 três tipos de perfis, que são:

  • conservador: prefere investimentos de baixo risco e maior segurança, busca preservar o capital investido e tende a optar por investimentos de renda fixa;
  • moderado: está disposto a assumir um pouco mais de risco em busca de maiores retornos e costuma diversificar os investimentos em renda fixa e variável;
  • agressivo: busca retornos mais altos, mesmo que isso envolva maior volatilidade e riscos. Logo, está disposto a investir em diversos ativos de renda variável.

Investidores mais conservadores tendem a preferir o Tesouro Direto, que é considerado um investimento com menos risco. Por sua vez, investidores conservadores e moderados optam também pelo CDB para diversificar a carteira.

Qual a melhor opção: CDB ou Tesouro Direto?

A atual taxa Selic está em 12,25%. Ao investir R$ 1 mil no Tesouro Selic ou CDB com 100% do CDI, e considerando a taxa de IR de 17,5% (prazo de de 361 a 720 dias), o resgate de ambos é de R$ 1.091,61.

Porém, no caso de CDBs com prazos maiores, existem alternativas de títulos com rendimentos mais atrativos que o Tesouro Direto. Outro ponto é que existem CDBs que pagam mais de 120% do CDI.

Para investidores conservadores que desejam diversificar a carteira, optar por incluir o CDB, além do Tesouro Direto, pode ser uma boa alternativa.

A decisão de ter um portfólio mais diversificado não é tão simples, pois é preciso entender os tributos, as taxas e as peculiaridades de cada tipo de investimento. Por isso, contar com uma assessoria especializada, como a InvestSmart, fará toda a diferença para auxiliá-lo na escolha.

Leia também: Guia de investimentos em renda fixa!

Resumindo

O que rende mais CDB ou Tesouro Direto?

Se considerarmos um CDB com menos de 95% do CDI, o Tesouro Selic terá uma rentabilidade maior. Porém, para um CDB com 100% do CDI o rendimento de ambos é bem semelhante.

Qual é melhor CDB ou Tesouro?

O CDB é emitido por bancos e pode oferecer uma maior flexibilidade quanto às taxas, já que o Tesouro Direto conta com a taxa de custódia e o CDB não. Porém, a rentabilidade de cada um é bem similar. Ambos são investimentos de renda fixa com suas respectivas vantagens e desvantagens.