Com o fim do ano de 2023 e a chegada de 2024, o setor econômico começa a ficar atento com algumas datas, entre elas a próxima reunião do Copom, que tem a finalidade de discutir sobre a economia do país e a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.

Atualmente, a taxa Selic é de 12,25%, mas a expectativa é que o ano possa terminar com mais uma queda, algo que só será confirmado na próxima reunião do comitê, marcada para os dias 12 e 13 de dezembro.

E essa reunião poderá mudar os rumos para o próximo ano. Mas, o que é esse comitê e como essa taxa é definida? Continue no artigo e entenda mais sobre o Copom e confira o calendário de reuniões para o ano de 2024. 

O que é o Copom?

O Copom, ou Comitê de Política Monetária, é um órgão vinculado ao Banco Central do Brasil (BCB) que tem como principal função formular a política monetária do país. Esta se refere às ações adotadas para controlar a quantidade de dinheiro em circulação e a taxa de juros, buscando atingir objetivos como controle da inflação e estabilidade econômica.

O Copom se reúne periodicamente para definir a taxa básica de juros da economia brasileira, conhecida como Selic. A decisão sobre a Selic impacta diversos aspectos da economia, influenciando o custo do crédito, investimentos, consumo e, consequentemente, a atividade econômica como um todo. Dessa forma, o Copom desempenha um papel crucial na condução da política monetária e na busca pelo equilíbrio macroeconômico no Brasil.

Data da próxima reunião do Copom

O Copom realiza reuniões para definir a Selic a cada 45 dias, ou seja, oito vezes ao ano. A próxima reunião, que será a última do ano de 2023, ocorrerá nos dias 12 e 13 de dezembro, com uma expectativa de nova redução da taxa de juros.

Papel do Banco Central em relação ao Copom

O Banco Central do Brasil (BCB) é a instituição responsável por formular e executar a política monetária no país. O Comitê de Política Monetária (Copom) é um órgão colegiado interno ao Banco Central e desempenha um papel fundamental nesse contexto. A relação entre o Banco Central e o Copom é colaborativa, com o Copom sendo um dos principais instrumentos de decisão e implementação da política monetária.

O Copom é responsável por estabelecer as diretrizes da política monetária, principalmente em relação à taxa básica de juros, a Selic. Durante suas reuniões, o Copom analisa diversas variáveis econômicas, como inflação, atividade econômica, câmbio e expectativas de mercado, para tomar decisões sobre a taxa de juros. A decisão final sobre a taxa de juros é tomada por meio de votação entre os membros do Copom.

O Banco Central, por sua vez, executa as decisões do Copom, implementando as mudanças na taxa básica de juros e utilizando outras ferramentas disponíveis para influenciar as condições monetárias da economia. O objetivo geral é buscar a estabilidade de preços, conforme estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal, com foco no controle da inflação.

Assim, a relação entre o Banco Central e o Copom é de coordenação estratégica, onde o Copom fornece as diretrizes para a política monetária, e o Banco Central as executa, buscando atingir os objetivos macroeconômicos estabelecidos.

Como o Copom define a taxa básica de juros (Selic)

O processo decisório do Copom para estabelecer a taxa básica de juros (Selic) envolve várias etapas e considerações:

Análise da conjuntura econômica

Antes de cada reunião do Copom, os membros analisam uma ampla gama de indicadores econômicos, incluindo inflação, atividade econômica, câmbio, contas externas, entre outros. O objetivo é obter uma compreensão abrangente da conjuntura econômica e identificar os principais desafios e oportunidades.

Projeções para a inflação

Com base na análise da conjuntura, são feitas projeções para a inflação no curto e médio prazo. O Copom tem como objetivo manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Avaliação de riscos

Os membros do Copom avaliam os riscos que podem impactar as projeções de inflação. Isso inclui riscos externos, como eventos geopolíticos e volatilidade nos mercados internacionais, bem como riscos internos, como questões fiscais e estruturais.

Definição da Taxa Selic

Durante a reunião do Copom, os membros discutem as informações disponíveis, as projeções de inflação e os riscos associados. O Copom decide, por meio de votação, se a taxa Selic deve ser mantida, aumentada ou reduzida.

Comunicação ao mercado

Após a decisão, o Copom emite um comunicado detalhando os principais elementos que levaram à decisão. Esse comunicado é fundamental para orientar as expectativas do mercado, dos investidores e da sociedade em geral.

Outros aspectos que o Copom pode decidir durante suas reuniões

Além da definição da taxa básica de juros (Selic), o Copom pode tomar outras decisões durante suas reuniões para conduzir a política monetária e buscar a estabilidade econômica. Confira abaixo alguns exemplos:

Viés da política monetária

O Copom pode adotar um “viés” em suas decisões, indicando a direção provável para futuras alterações na taxa de juros. Esse viés serve como uma sinalização para o mercado sobre as expectativas do Copom em relação à trajetória da política monetária.

Comunicação sobre a inflação e política monetária

Além do comunicado oficial sobre a decisão da taxa Selic, o Copom pode fornecer uma análise mais detalhada da conjuntura econômica, dos fatores que influenciaram a decisão e das perspectivas para a inflação e a política monetária.

Implementação de medidas não convencionais

Em situações excepcionais, o Copom pode optar por medidas não convencionais para influenciar as condições monetárias. Isso pode incluir operações no mercado aberto, alterações em requisitos de reservas bancárias, entre outras ferramentas.

Estabelecimento de metas para a taxa de juros

O Copom pode definir metas específicas para a taxa de juros em determinados horizontes temporais, dando maior previsibilidade ao mercado em relação às intenções de política monetária.

Avaliação de outras variáveis macroeconômicas

Além da inflação, o Copom analisa outras variáveis macroeconômicas, como o nível de atividade econômica, o comportamento do mercado de trabalho, o balanço de pagamentos e o cenário fiscal. Essas análises contribuem para uma compreensão mais ampla do contexto econômico.

Intervenções no mercado de câmbio

Embora a política cambial não seja a responsabilidade primária do Copom, em certas circunstâncias, decisões relacionadas à intervenção no mercado de câmbio podem ser discutidas durante as reuniões.

Avaliação de riscos e desafios para a estabilidade econômica

O Copom pode destacar e discutir riscos e desafios específicos que podem impactar a estabilidade econômica e as metas da política monetária, proporcionando uma visão mais abrangente para os agentes econômicos.

O conjunto de decisões tomadas durante as reuniões do Copom reflete a abordagem holística adotada para alcançar os objetivos macroeconômicos, indo além da simples definição da taxa de juros. Essas decisões têm implicações significativas para a economia brasileira e são comunicadas de forma transparente para orientar as expectativas do mercado e dos agentes econômicos.

Calendário Copom 2024

Confira abaixo as datas definidas do calendário Copom 2024:

  • 30 e 31 de janeiro
  • 19 e 20 de março
  • 7 e 8 de maio
  • 18 e 19 junho
  • 30 e 31 de julho
  • 17 e 18 de setembro
  • 5 e 6 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro (a última do ano)

Expectativas econômicas para o Brasil em 2024

As expectativas econômicas Brasil 2024  irão depender de diversos fatores e um deles é se o governo irá conseguir zerar o déficit primário em 2024. Existe a possibilidade do Copom poder revisar a inflação no caso dessa meta não ser cumprida. 

A projeção do Copom para os próximos anos é de redução nas projeções da inflação. O comitê definiu 3,6% para 2024 e 3,2% para 2025, enquanto que para a inflação de preços administrados, a projeção é de 5,0% para 2024 e 3,6% para 2025.

A preocupação no momento é mais com o mercado externo do que com o interno. No entanto, é fundamental o governo seguir com as metas definidas para que tenha um maior controle sobre toda a inflação.