Membros do Copom já debatem queda da Selic para agosto
Diretores do Banco Central (BC) divergiram em relação à comunicação dos próximos passos da política monetária durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A maioria acredita que a continuidade da queda na inflação e seus efeitos nas expectativas podem permitir uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros básica (Selic) […]
Diretores do Banco Central (BC) divergiram em relação à comunicação dos próximos passos da política monetária durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A maioria acredita que a continuidade da queda na inflação e seus efeitos nas expectativas podem permitir uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros básica (Selic) no próximo encontro, em agosto.
No entanto, todos concordam que é necessário reforçar as expectativas de longo prazo antes de iniciar o processo de corte. Essa etapa pode começar na quinta-feira, 29, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá a meta de inflação para 2026 e poderá revisar as metas de 2024 e 2025.
Na ata da reunião, os diretores do BC escreveram: “A maioria dos membros avaliou que a continuidade do processo de queda da inflação, com o consequente impacto nas expectativas, pode fornecer a confiança necessária para iniciar um processo gradual de redução na próxima reunião”.
Um grupo mais cauteloso ressaltou que a dinâmica de queda na inflação ainda reflete a desaceleração dos componentes mais voláteis e que a incerteza em relação ao crescimento econômico suscita dúvidas sobre o impacto das medidas monetárias até então implementadas.
O BC informou: “Para esse grupo, é necessário observar uma maior estabilização das expectativas de longo prazo e acumular mais evidências de queda na inflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico. No entanto, todos os membros do Comitê concordaram que as futuras decisões da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, especialmente dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, especialmente as de longo prazo, das projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Os diretores do BC também afirmaram que as expectativas de inflação tiveram uma pequena queda, mas ainda estão instáveis, em parte devido às dúvidas em relação a possíveis alterações nas metas de inflação futuras.
O Copom declarou: “O Comitê avalia que decisões que estabilizem as expectativas podem acelerar a queda da inflação”. A tendência é que esse processo ganhe mais força a partir da quinta-feira, 29, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reunirá para discutir a meta de inflação para 2026 e reavaliar os objetivos para 2024 e 2025.