Você já ouviu falar em FI-Infra? Assim como qualquer país emergente, o Brasil precisa investir em setores estratégicos, como saneamento, energia e transportes. Contudo, como o governo não consegue dar conta de todas as demandas, a iniciativa privada entra em cena.

Assim, para elevar o investimento privado em projetos de infraestrutura, foi lançado o Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura em 2022. Da mesma forma que os fundos imobiliários (FIIs), o FI-Infra também é negociado na B3.

Neste artigo, conheça os 6 motivos para investir em fundos de infraestrutura. Boa leitura!

O que é um FI-Infra?

O Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) é um ativo de renda fixa para captação de recursos para investimentos em infraestrutura. Com a aprovação da instrução CVM 606, esse fundo de renda fixa começou a ser negociado na bolsa de valores do Brasil, a B3, em 2020.

Os fundos de investimento em infraestrutura são obrigados a aplicar, pelo menos, 85% do seu patrimônio em títulos de crédito privado isentos de Imposto de Renda (IR), conforme a Lei 12.431/11.

Por operarem como condomínio fechado, o resgate do dinheiro só é possível ao término do período definido pelo fundo. Além disso, a entrada e saída de cotistas antes desse prazo não é permitida.

O que são fundos de investimento?

Os fundos de investimento são formados por pessoas ou empresas que compram cotas de ativos escolhidos e gerenciados por um especialista na área. Assim, o nível de risco de um fundo vai variar conforme os ativos em sua carteira.

Veja, a seguir, os principais tipos de fundos de investimento:

Por fim, o retorno de cada fundo de investimento vai depender do seu desempenho. Como era de se esperar, os fundos de renda fixa apresentam menores riscos e costumam ter um retorno menor. Já os fundos de renda variável apresentam maiores riscos e costumam ter um retorno maior.

Como funcionam os fundos de infraestrutura?

Novamente, os fundos de infraestrutura são negociados na B3 de maneira parecida com as ações. O investidor pode adquirir cotas nas ofertas públicas ou em transações com outros investidores no mercado secundário.

O que é o mercado primário e o mercado secundário?

O mercado primário é o ambiente em que as negociações são feitas entre os emissores dos investimentos e os investidores, podendo funcionar tanto na renda fixa quanto na renda variável.

Já no mercado secundário, as negociações são feitas entre investidores e numa quantidade ilimitada de transações. Assim como o primário, também pode funcionar na renda fixa e na renda variável.

Ambos os mercados são importantes para a compra e venda de ativos financeiros. Enquanto o primário disponibiliza os investimentos, o secundário proporciona liquidez, em especial, na renda variável.

6 motivos para investir em FI-Infra

1. Rendimentos acima dos títulos públicos

Os títulos públicos são títulos de renda fixa emitidos pelo governo. Em 2022, o Tesouro Nacional e a B3 lançaram o Programa Tesouro Direto, permitindo que qualquer pessoa com um CPF possa investir em títulos públicos federais. Por serem títulos de renda, seu rendimento é predefinido, ou seja, prefixado, pós-fixado ou híbrido.

Já os fundos de infraestrutura são compostos por debêntures incentivadas e títulos de dívida do setor privado ligados à infraestrutura. Assim, por conta do risco de crédito, seu potencial de retorno é maior do que o dos títulos públicos.

Qual é a diferença entre debêntures e debêntures incentivadas?

As debêntures são títulos de dívida emitidos por companhias de capital aberto para a realização de projetos específicos. Assim, quem investe em debêntures se torna credor da empresa.

Um dos modelos de debêntures disponíveis no mercado é o da debênture incentivada. Como ela é exclusiva para empresas com projeto de infraestrutura para a sociedade, conta com o benefício da isenção de IR.

2. Boa liquidez

O FI-Infra apresenta uma boa liquidez, porque pode ser negociado na B3 com facilidade por aqueles que precisarem resgatar seus recursos antes do prazo de vencimento do fundo.

Isso é uma vantagem em relação às debêntures, cuja liquidez é mais restrita. Nesse caso, é necessário encontrar outro investidor interessado nelas para conseguir realizar a venda.

3. Controle de risco e diversificação da carteira

Na hora de montar uma carteira de investimentos, tenha em mente que a diversificação é a regra de ouro no mercado financeiro.

Por isso, é importante investir em diferentes classes de ativos para controlar o risco de perda. Vale lembrar que existem os riscos diversificáveis, ligados a um setor ou empresa, e os riscos não diversificáveis, que afetam todos os ativos do mercado, como um conflito armado.

Como o FI-Infra está relacionado a um setor que apresenta uma baixa correlação com o mercado financeiro tradicional, sua volatilidade é menor. Consequentemente, tal fundo diminui a volatilidade geral da carteira de investimentos.

4. Isenção no IR para pessoa física

Novamente, os fundos de infraestrutura são compostos por debêntures incentivadas, que são isentas de IR para pessoa física. Assim, ela não precisará pagar tributo sobre o rendimento do investimento nem sobre o ganho de capital, que é o lucro obtido na venda de uma cota por um valor maior do que o da compra.

No entanto, não se esqueça de que haverá incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que é um tributo do governo federal, caso o saque do dinheiro aplicado ocorra num prazo inferior a 30 dias.

Conforme a tabela regressiva da renda fixa, a alíquota varia de 96% para resgate feito no primeiro dia após a aplicação a 0% para resgate feito no trigésimo dia após a aplicação.

5. Potencial de crescimento

Os fundos de infraestrutura apresentam potencial de crescimento, porque esse setor é essencial para o crescimento econômico do país. Além da demanda por novas obras, há necessidade de atualização das estruturas já construídas.

6. Renda passiva

O FI-Infra pode gerar uma renda passiva semelhante aos dividendos dos FIIs. Lembre-se de que há isenção de IR para pessoa física, logo, não será preciso pagar tributo sobre o rendimento do investimento.

Quais são as desvantagens do FI-Infra?

Qualquer investimento envolve risco, até mesmo os de renda fixa. Uma das desvantagens do FI-Infra é o risco de crédito, ou seja, quando o emissor do título não honra com os pagamentos.

Além disso, se a taxa básica de juros (taxa Selic) subir, pode haver a desvalorização da cota em razão da procura por outros títulos de renda fixa indexados em Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Em geral, os créditos do FI-Infra são indexados em inflação.

O que é o CDI?

O Certificado de Depósito Interbancário (CDI), é o título emitido pelos bancos para realizar empréstimos de curtíssimo prazo entre eles. Isso porque, segundo as regras do Banco Central (Bacen), as instituições financeiras não podem terminar o dia no vermelho. Assim, tais empréstimos são realizados para que isso não ocorra.

Quais são os FI-Infra listados na B3?

Veja, a seguir, quais são os 14 FI-Infra disponíveis na B3:

  • BOCAINA INFRA – FDO INV COTAS FDO INV INFRA RF CP (BODB);
  • BTG PACTUAL DÍVIDA INFRA FIC. FDO. INC. IE. RF. CP (BDIF);
  • CAPITÂNIA INFRA FDO. INV. FDO. IE. RF. CRED. PRIV. (CPTI);
  • INTER INFRA FIC INFRA RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO (BIDB);
  • ITAU FDO INV COTAS FDO INCENT DE INV INFR. RF CP (IFRA);
  • ITAÚ FIC FI INVEST FINAN INFRA CDI RF CRED PRIV (IFRI);
  • KINEA INFRA – FDO INV COTAS FDO INC. INV INF RF CP (KDIF);
  • NU INFRA FIC INCENTIVADO EM INFRAESTRUTURA RF CP (NUIF);
  • ÓRAMA FIC DE FUND INCENT DE INV INFRAESTRUTURA RF (OGIN);
  • RIO BRAVO ESG FIC INFRA RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO (RBIF);
  • SPARTA INFRA CDI FIC FI INFRA RENDA FIXA CP (CDII);
  • SPARTA INFRA FIC FI INFRA RENDA FIXA CP (JURO);
  • SUNO INFRA DEBÊNTURES FIC. FDO. INC. IE. RF (SNID);
  • XP FDO INV. COTAS FDO INC. INV. EM INFR. R. FIXA (XPID).

Para acompanhar as atualizações, acesse o site da B3.

Como investir em FI-Infra?

Conheça o seu perfil de investidor

O primeiro passo para começar a investir é conhecer o seu perfil de investidor ou suitability. Trata-se de um questionário exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de quem quer começar a investir para saber o seu grau de conhecimento do mercado e sua tolerância a riscos (conservador, moderado ou arrojado).

Abra uma conta na sua corretora de preferência

Depois de conhecer o seu perfil de tolerância a riscos, pesquise as principais corretoras de valores disponíveis no mercado e escolha a que for de sua preferência.

Aproveite para conhecer todos os fundos de infraestrutura e os demais produtos oferecidos. Não se esqueça de que a regra de ouro no mercado financeiro é a diversificação dos investimentos.

Em relação ao FI-Infra, considere os seguintes fatores:

  • histórico de desempenho;
  • gestão do fundo;
  • perspectivas;
  • estratégia de investimento;
  • seu perfil de risco.

Acompanhe os resultados

Faça um acompanhamento contínuo de todos os seus investimentos, a fim de realizar ajustes, caso necessário.

Por fim, caso você precise de ajuda para saber como investir seu patrimônio, entre em contato com a InvestSmart, assessoria de investimentos parceira da XP.

Ela pode auxiliá-lo na identificação e avaliação dos seus objetivos e perfil de risco como investidor, assim como na administração mais eficiente do seu patrimônio. Esse apoio também é responsável por fornecer as melhores informações para que as decisões de investimento sejam tomadas com embasamento.

Criada em 2013, a InvestSmart já atingiu a marca de 20 bilhões sob custódia e mais de 80 escritórios por todo o país.

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Resumindo

O que é um FI-Infra?

O Fundo Incentivado de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) é um ativo de renda fixa para captação de recursos para investimentos em infraestrutura. Esse fundo de renda fixa começou a ser negociado na bolsa de valores do Brasil, a B3, em 2020.

Os fundos de investimento em infraestrutura são obrigados a aplicar, pelo menos, 85% do seu patrimônio em títulos de crédito privado isentos de IR.

Quais são os FIIs de infraestrutura?

Confira, a seguir, quais são os 14 FI-Infra disponíveis na B3:

  • BOCAINA INFRA – FDO INV COTAS FDO INV INFRA RF CP (BODB);
  • BTG PACTUAL DÍVIDA INFRA FIC. FDO. INC. IE. RF. CP (BDIF);
  • CAPITÂNIA INFRA FDO. INV. FDO. IE. RF. CRED. PRIV. (CPTI);
  • INTER INFRA FIC INFRA RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO (BIDB);
  • ITAU FDO INV COTAS FDO INCENT DE INV INFR. RF CP (IFRA);
  • ITAÚ FIC FI INVEST FINAN INFRA CDI RF CRED PRIV (IFRI);
  • KINEA INFRA – FDO INV COTAS FDO INC. INV INF RF CP (KDIF);
  • NU INFRA FIC INCENTIVADO EM INFRAESTRUTURA RF CP (NUIF);
  • ÓRAMA FIC DE FUND INCENT DE INV INFRAESTRUTURA RF (OGIN);
  • RIO BRAVO ESG FIC INFRA RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO (RBIF);
  • SPARTA INFRA CDI FIC FI INFRA RENDA FIXA CP (CDII);
  • SPARTA INFRA FIC FI INFRA RENDA FIXA CP (JURO);
  • SUNO INFRA DEBÊNTURES FIC. FDO. INC. IE. RF (SNID);
  • XP FDO INV. COTAS FDO INC. INV. EM INFR. R. FIXA (XPID).

Como investir em FI-Infra?

Para investir em FI-Infra é preciso:

  • conhecer o seu perfil de investidor;
  • abrir uma conta na sua corretora de preferência;
  • acompanhe os resultados.

Em relação ao FI-Infra, considere os seguintes fatores:

  • histórico de desempenho;
  • gestão do fundo;
  • prospecto;
  • estratégia de investimento;
  • seu perfil de risco.

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