Fundos exclusivos: conheça o investimento dos “super-ricos”
Os fundos exclusivos oferecem a estrutura e os serviços dos fundos de investimentos para uma única pessoa. São amplamente utilizados pelos super-ricos, mas também podem ser adotados por empresas e outros investidores qualificados. Uma novidade são as alterações na tributação, que passaram a ter novas obrigações em janeiro de 2024. É fundamental conhecer as normas […]

Os fundos exclusivos oferecem a estrutura e os serviços dos fundos de investimentos para uma única pessoa. São amplamente utilizados pelos super-ricos, mas também podem ser adotados por empresas e outros investidores qualificados.
Uma novidade são as alterações na tributação, que passaram a ter novas obrigações em janeiro de 2024. É fundamental conhecer as normas e características para determinar se o produto é adequado ao seu perfil.
Neste conteúdo, abordaremos as principais dúvidas sobre os fundos exclusivos. Continue a leitura e compreenda as regras aplicáveis ao tema!
O que são fundos exclusivos?
Os fundos exclusivos contêm apenas um cotista. Esse produto financeiro não negocia suas participações no mercado e permite a personalização para os objetivos e necessidades de um único investidor.
Seu cotista precisa destinar valores elevados para iniciar a operação. Afinal, os recursos devem ser suficientes para manter a estrutura necessária, assim como remunerar os profissionais envolvidos.
A quantia levantada ficará sob os cuidados de gestores profissionais. Esses profissionais precisam realizar capacitações específicas e provas para certificação, como a Anbima e Ancord.
Em relação às motivações, o investidor de fundos exclusivos pode buscar o tratamento personalizado e a gestão qualificada do patrimônio. Simultaneamente, há benefícios tributários que servem de incentivo para criação dos fundos exclusivos.
Como funcionam os fundos dos super-ricos?
Os fundos exclusivos funcionam de forma similar aos demais produtos da categoria. Contudo, existem particularidades que precisam ser conhecidas dos investidores interessados.
Separação patrimonial
O investidor transfere os recursos para a criação do fundo exclusivo, mantendo a cota como parte de seu patrimônio. Assim, o funcionamento é similar a uma empresa: as receitas e despesas são separadas das contas pessoais.
Um exemplo é a compra de um imóvel. Quem constará nos contratos e registros públicos é o fundo, via representação dos seus administradores, pois o fundo exclusivo conta com CNPJ próprio.
Negociabilidade das cotas
Os fundos exclusivos não terão cotas negociadas. Não há a captação de recursos no mercado, mas o uso dos valores disponibilizados pelo único investidor.
Diversificação dos investimentos
A estratégia do fundo exclusivo pode usar diferentes ativos de renda fixa ou renda variável. Essa composição depende do perfil do investidor e do objetivo da operação.
Gestão profissional
O patrimônio dos fundos exclusivos é gerido por profissionais com as certificações exigidas pela CVM. Por se destinarem a investidores experientes, também é comum a participação do cotista no desenho das estratégias e na tomada de decisão.
Quais são os tipos de fundos de investimento exclusivo?
Os fundos exclusivos podem ser abertos ou fechados.
Fundos abertos
Os fundos exclusivos abertos possibilitam o livre resgate das cotas quando for de interesse do investidor. Ter a facilidade para resgatar é uma vantagem em relação à liquidez, embora cause limitações para os gestores do fundo.
Para garantir a liquidez, uma parte da carteira deve estar aplicada em ativos que sejam fáceis de converter em dinheiro. Ações e títulos de renda fixa com vencimentos no curto prazo são exemplos.
Fundos fechados
Os fundos fechados contam com janelas em que o investidor pode realizar o resgate das cotas. Além disso, a aplicação pode ter prazos determinados para aportes.
Ao dar garantias de que os recursos permanecerão no fundo, a gestão pode buscar aplicações financeiras que se beneficiem de prazos mais longos de resgate. Assim, a gestão tem mais previsibilidade para estratégias de longo prazo.
Quem pode investir?
Os fundos exclusivos são destinados aos investidores profissionais. Esse requisito é preenchido quando a pessoa conta com mais de R$ 1 milhão de patrimônio em aplicações financeiras. Alternativamente, os investidores podem obter a qualificação com certificações reconhecidas pela CVM.
As soluções de fundos exclusivos fazem parte do guarda-chuva do chamado “private banking”. Tais serviços são destinados a pessoas com poder financeiro mais elevado. Isso porque o aporte mínimo para criação de um fundo exclusivo é de R$ 10 milhões.
Fundos exclusivos para empresas
As soluções de fundos exclusivos também podem ser acessadas por pessoas jurídicas. Nesse caso, o serviço não será restrito às grandes empresas, com soluções para organizações de pequeno e médio porte.
Na InvestSmart, por exemplo, as empresas terão acesso a um setor especializado em pessoas jurídicas. Assim, podem receber assessoria de investimentos personalizada, desenhando as soluções adequadas para as suas particularidades de negócios.
Diferenciais da InvestSmart
- fundos exclusivos para caixas de empresas;
- acesso a ativos com condições diferenciadas de preço;
- atendimento personalizado para diferentes portes de empresas: pequenas, médias e grandes;
- foco no aumento da eficiência do caixa da empresa com profissionais especializados.
Os fundos exclusivos são utilizados para otimização do fluxo de caixa das organizações. É uma forma de manter os recursos protegidos contra a inflação, ao mesmo tempo que são gerados juros e liberados os recursos para realizar as despesas.
Quais são as diferenças para outros fundos de investimentos?
Os fundos exclusivos convivem com os fundos mútuos e fundos restritos no mercado financeiro.
Fundos mútuos
Os fundos mútuos funcionam como um condomínio. Diversos cotistas realizaram investimentos iniciais ou adquiriram participações ao longo do tempo. Proporcionalmente às suas participações, cada um deles é proprietário dos recursos da operação.
Os resgates, aplicações e participação nas decisões seguem as regras definidas no regulamento do fundo. Além disso, a gestão é realizada por profissionais com as certificações para cuidar do portfólio de fundos.
Na prática, quando a expressão “fundo de investimento” é utilizada sem informações adicionais, ela geralmente se refere aos fundos mútuos.
Fundos restritos
Os fundos restritos são fechados para grupos de investidores, de modo que as cotas não são negociadas para o grande público. Seu funcionamento é parecido com a modalidade exclusiva, mas o capital da operação é fruto de um esforço coletivo.
As regras também são definidas nos regulamentos. É comum, por exemplo, haver critérios para transferência das cotas e resgate dos valores, evitando que uma pessoa saia em prejuízo do grupo.
Quais são os benefícios dos fundos exclusivos?
Diversos benefícios tornam a criação de fundos exclusivos atraentes para os investidores, confira eles.
Contar com gestão e administração profissionais
A criação do fundo é apoiada por instituições financeiras e profissionais de investimentos. Assim, os investidores serão apoiados por pessoas capacitadas para montar a carteira e atender aos objetivos desejados.
Simplificar o processo de investimentos
O investidor terá os recursos aplicados com menos burocracia do que montar uma carteira e acompanhar uma grande quantidade de ativos. Acompanhamento, envio de ordens, rebalanceamento e outras atividades ficam a cargo do fundo.
Ter uma participação ativa
Ainda que delegue a gestão para os profissionais, o investidor é constantemente ouvido, pois o objetivo é oferecer um tratamento personalizado. É um cenário diferente dos fundos mútuos em que a gestão atua para diversos investidores, que participam pouco das decisões.
Facilitar a sucessão patrimonial
Em caso de falecimento do titular, a cota será transferida para os herdeiros. Essa medida simplifica o processo, mantendo os ativos sob a propriedade do fundo, com apenas a cota sendo repassada para os beneficiários.
Adotar estratégias avançadas
Os fundos comportam estratégias avançadas, como hedge, alavancagem, venda a descoberto e opções. Contudo, também podem ser usados para outras finalidades, como proteção patrimonial e investimentos de longo prazo.
Realizar a blindagem patrimonial
O fundo exclusivo tem CNPJ próprio. É uma forma, por exemplo, de pessoas com diversas empresas evitarem que ações judiciais de um negócio afetem o patrimônio separado para as aplicações financeiras.
Contar com benefícios tributários
O investimento não gera o pagamento de imposto de renda nem IOF nas operações internas. Esse pagamento não é feito para cada título de renda fixa adquirido, por exemplo, mas para o conjunto de rendimentos pagos pelo fundo.
Lembre-se de avaliar os custos e alternativas ao considerar os fundos exclusivos.
Como é a taxação e tributação dos fundos exclusivos?
A taxação dos fundos exclusivos foi alterada pela Lei nº 14.754 de 2023. As novas regras entraram em vigor em 1º de janeiro de 2024, promovendo alterações nas alíquotas e na incidência do Imposto de Renda.
Antes da Lei nº 14.754/2023
A tributação dos fundos exclusivos era realizada pela tabela regressiva do imposto de renda. Nesse modelo, o tempo em que os recursos permanecem acumulados reduz a alíquota do imposto de renda, podendo atingir o mínimo de 15%.
No regime anterior, havia uma diferença no momento da cobrança entre os fundos abertos e fechados. Nos fundos abertos, os impostos eram semestrais, enquanto nos fechados a cobrança era anual.
Isso resultava em um efeito “come-cotas”. Em vez dos recursos se acumularem integralmente até o resgate, o imposto reduzia o total investido ao longo do tempo. Nos fundos abertos, a cobrança era ligeiramente mais prejudicial por ser semestral.
Como funciona na nova legislação
A Lei nº 14.754 de 2023 unificou o momento da cobrança do imposto de renda. Fundos abertos e fechados agora são tributados semestralmente pelo imposto de renda.
Outra mudança foi o abandono da tabela regressiva. O novo modelo conta com duas faixas de cobrança: curto prazo — 20% nas aplicações com até 1 ano; médio e longo prazos — 15% nas aplicações acima de 1 ano.
A cobrança continua sendo aplicável apenas aos rendimentos. Não é um valor descontado do montante, mas dos lucros gerados com a aplicação no fundo exclusivo.
Regra de antecipação do pagamento
Os investidores interessados em antecipar o pagamento devido à mudança de regime podem executar essa operação. Nesse caso, o imposto de renda cai para 8%.
A opção deve ser feita no imposto de renda de pessoa física, considerando o valor das cotas em 31 de dezembro de 2023. A partir daí, a tributação seguirá os valores previstos na legislação.
Impactos da nova legislação
A legislação equipara o efeito come-cotas dos fundos abertos e fechados. Por outro lado, o tempo necessário para obter a alíquota de 15% foi antecipada em períodos acima de um ano.
Com a mudança, o governo espera aumentar a arrecadação com esses fundos e offshores. A redução temporária da alíquota para 8% pode antecipar recursos para os cofres públicos, com a expectativa de 10 bilhões de reais.
Como investir em fundos exclusivos?
O investimento em fundos exclusivos deve ser avaliado com o apoio técnico. Uma assessoria de investimentos contribui para que todas as vantagens e desvantagens fiquem claras, assim como para otimizar a utilização do produto.
Procure uma corretora ou instituição financeira confiável
O processo é intermediado por corretoras de valores ou instituições financeiras. Além disso, a gestão e administração do fundo devem ser realizadas por profissionais com as certificações exigidas pela CVM.
Considere seus objetivos com o fundo exclusivo
Os fundos exclusivos podem ser usados para diferentes objetivos:
- proteção e blindagem patrimonial;
- sucessão patrimonial;
- estratégias de alto risco, como alavancagem e opções;
- otimização do fluxo de caixa das empresas;
- investimento de longo prazo.
Ao entender o motivo, considere quais mecanismos alternativos poderiam alcançar os resultados desejados e faça o comparativo.
Faça um planejamento financeiro
O planejamento financeiro é importante para levantar os recursos necessários para o fundo exclusivo com baixo custo de liquidez. É importante evitar resgates antecipados, vendas de imóveis abaixo do preço de mercado e outras operações com deságio.
Uma boa prática é criar um cronograma. Assim, gradativamente, a liquidez necessária pode ser alcançada, evitando custos adicionais para criar o fundo.
Realize os registros para a constituição do fundo
Com a decisão tomada, a instituição financeira pode prosseguir com a operação. Geralmente, o investidor precisa entregar os documentos necessários para comprovar a condição de qualificado para o fundo exclusivo, e o registro na CVM e na Anbima é realizado pela instituição.
Você pode contar com a assessoria da InvestSmart ao longo de todo o processo. Assim, será mais fácil realizar o planejamento e entender se o fundo exclusivo atende às suas demandas, inclusive, com soluções específicas para pessoas jurídicas, como fundo exclusivo para otimização de caixa.
Os fundos exclusivos continuam a ser uma solução interessante para investidores que buscam serviços personalizados, mesmo após as mudanças no imposto de renda. Portanto, vale a pena buscar o máximo de informações com profissionais capacitados e avaliar se o modelo atende às suas expectativas como investidor.
Agora que você já esclareceu as suas principais dúvidas, aproveite a visita para seguir nosso Instagram e Facebook e explore diversos conteúdos sobre educação financeira e investimentos!
Resumindo
O que são fundos exclusivos?
Os fundos exclusivos são produtos com um único cotista. Esse investidor realiza o aporte dos recursos necessários para operação do fundo, recebendo serviços personalizados para seus objetivos e estratégias.
Quais são os tipos de fundos exclusivos?
Os fundos exclusivos podem ser abertos ou fechados. Os abertos possibilitam a livre movimentação dos recursos, enquanto os fechados apresentam prazos específicos para aportes e retiradas de valores.
Qual é a taxação e tributação dos fundos exclusivos?
A alíquota do imposto de renda para o fundo exclusivo é de 15% ao ano para investimentos acima de 1 ano e 20% para períodos mais curtos. Tanto nos fundos abertos como fechados, a cobrança ocorre semestralmente.