Você sabe qual era a realidade brasileira antes do Plano Real? Imagine um cenário em que os preços aumentavam descontroladamente, dificultando o planejamento de gastos, investimentos e finanças, em geral. Esse é o contexto socioeconômico que atravessava o Brasil entre os anos 1980 e 1994. 

Em meio a instabilidade, o Plano Real demonstrou ser a resposta para crise, considerando que ele foi peça-chave para o futuro controle financeiro do país. 

É bem verdade, que hoje ainda muito se questiona a força do Real, entretanto, vale relembrar o impacto que a reforma, responsável pela introdução da moeda, teve na economia brasileira. Quem vê a inflação ficando entre 4% e 9%, muitas vezes, nem imagina que ela superou a marca dos 2000%. 

No mês passado, o Plano Real completou 30 anos desde sua implementação, oferecendo uma oportunidade para revisitar esse importante marco da história do Brasil.

Contexto econômico antes do Plano Real

Os 10 anos que antecederam o Plano Real representam um momento singular na história brasileira, marcado pela transição entre fim do regime ditatorial e o retorno à democracia. Durante esse período, o país estava emergindo da Ditadura Militar, uma fase amplamente caracterizada por turbulências políticas, sociais e econômicas.

De forma geral, a década de 1980 foi marcada por um turbilhão de desafios para o país. Enquanto a desigualdade socioeconômica se aprofundava, e, a dívida externa disparava. Em 1964, o valor era de US$ 3.294 milhões, mas em 1985, saltou para alarmantes US$ 105.171 milhões. 

No início dos anos 90, a inflação brasileira era avassaladora, chegando ao topo de 2.000% anuais. Os preços dos produtos básicos eram remarcados diariamente. Era cada vez mais comum se deparar com verdadeiras corridas aos supermercados para garantir alimentos antes das remarcações.

Antes do Plano Real, a instabilidade econômica no Brasil era tão intensa que as pessoas precisavam carregar em suas carteiras grandes quantias de dinheiro para lidar com a oscilação de preços. Imagine a situação: hoje um produto custava 20 cruzados, mas amanhã poderia custar 100. Era uma verdadeira montanha-russa financeira para os brasileiros.

“Cartão de crédito era só para a burguesia. Naquela época, andávamos com um salário mínimo dentro da carteira. Recebia do patrão o dinheiro em espécie e já saia com a carteira recheada na rua. Quando chegava no mercado, o pagamento ficava lá”, recordou um comerciante em relato ao Correio Braziliense. 

Neste Brasil, dos anos 80, para combater o “dragão” (apelido utilizado para designar a altíssima inflação) as famílias lançavam mão de uma estratégia crucial: a estocagem de produtos básicos, prática que virou o padrão de consumo da época 

Nos primeiros dias úteis do mês, os supermercados se transformavam em verdadeiros “campos de batalha”, onde multidões apressadas se espremiam entre as prateleiras, para garantir suas compras antes que os preços subissem novamente. 

Em resumo, o contexto histórico que antecede o Plano Real, é caracterizado por um período em que o Brasil mergulhava em um mar de crises: a recessão econômica se alastrava, o desemprego disparava, o poder de compra despencava e o aperto monetário sufocava o dia a dia da população.

Hiperinflação no Brasil

A história econômica brasileira do final do século passado foi marcada por um período de profunda crise, caracterizada, sobretudo, pela hiperinflação. Conforme o economista Luiz Carlos Bresser os fatores que levaram a altos níveis inflacionários são semelhantes aos de outros países que enfrentaram situações comparáveis.

Para Bresser, que inclusive, foi ministro da fazenda durante o governo Sarney, embora o Brasil não tenha sido derrotado em uma guerra nem tenha sido obrigado a pagar reparações após um conflito global, vários fatores combinados resultaram em consequências similares às vivenciadas por nações que passaram por tais circunstâncias.

O que levou o país ao cenário hiperinflacionado? 

Pode-se dizer que as raízes da hiperinflação brasileira podem ser traçadas até a década de 1970, quando o país já apresentava significativos sinais de instabilidade econômica..

  1. Dívida externa crescente: o país acumulou uma dívida externa considerável, o que afetou sua capacidade de pagamento e gerou pressões inflacionárias.
  2. Crise do petróleo: o segundo choque do petróleo ocorrido em 1979 impactou a economia brasileira, aumentando os custos de importação e pressionando os preços internos.
  3. Déficits fiscais: p governo enfrentou déficits fiscais persistentes, resultando em emissão excessiva de moeda para financiar gastos públicos.

Em conjunto, estes e outros aspectos, contribuíram para o cenário de hiperinflação, que continuamente estabeleceu novos recordes: 

Variação inflacionária (1984-1994)

AnoInflação
1984215,26%
198679,66%
1987363,41%
1988980,21%
19891.972,92%
19901.620,97%
1991472,70%
19932.477,15%
1994916,46%
Dados: Inflation.eu

Antecessores do Plano Real: planos econômicos que fracassaram

Moedas antecessoras ao Real (1986-1994), moeda oficial do Brasil desde o Plano Real.

Com o intuito controlar a hiperinflação, ao longo da década de 1980 e início da década de 1990, sucessivos planos de estabilização econômica foram implementados. Nenhum deles obteve sucesso duradouro. 

Ao todo, seis planos econômicos foram implementados ao longo de cerca de oito anos, resultando na vigência de quatro moedas diferentes.

Plano Cruzado (1986) 

O Plano Cruzado, lançado em 28 de fevereiro de 1986 durante o governo Sarney, pelo ministro da Fazenda Dilson Funaro, consistiu em um conjunto de medidas econômicas destinadas a combater a inflação galopante da época, que chegava a 230% ao ano entre 1983 e 1985.

As principais ações do Plano Cruzado incluíram o congelamento de preços e salários, de modo que todos os preços de bens e serviços foram fixados, assim como os salários. Outra medida foi a criação de uma nova moeda, o Cruzado (CZ$), que substituiu o Cruzeiro (Cr$) na proporção de mil cruzeiros para um cruzado.

Também foi implementada uma tabela para converter os preços antigos (em cruzeiros) para os novos preços (em cruzados), além de um mecanismo de indexação salarial que reajustava os salários automaticamente sempre que a inflação acumulada atingisse 20%.

Apesar do congelamento dos preços por um ano, a inflação continuava a avançar. Os setores produtivos começaram a ter prejuízos porque não podiam ajustar os preços conforme os custos de produção aumentavam. Para evitar perdas financeiras, as empresas diminuíram a produção, o que levou à escassez de produtos nas prateleiras. Diante dessa situação, o governo foi obrigado a descongelar os preços, marcando o fim do Plano Cruzado.

Plano Bresser (1987)

O Plano Bresser, foi outra tentativa de estabilização econômica que sucedeu o Plano Cruzado. Implementado no Brasil ainda em junho de 1987, também ocorreu durante o governo de José Sarney, mas agora liderado pelo então ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser.

 Suas principais medidas incluíram o congelamento parcial de preços e salários por 90 dias. Além disso, no período, houve uma desvalorização da moeda brasileira para melhorar a competitividade das exportações. 

O plano também buscou a redução do déficit público por meio de medidas de controle dos gastos governamentais e adotou uma política monetária mais restritiva, com o objetivo de controlar a expansão da base monetária e, consequentemente, a inflação.

Embora o Plano Bresser tenha conseguido reduzir a inflação inicialmente, seus efeitos foram de curto prazo, e a inflação logo voltou a subir, comprometendo a eficácia do plano.

Plano Verão (1989) 

O Plano Verão, lançado veio em janeiro 1989, representando o terceiro plano econômico implementado durante a gestão de Sarney. O ministro da Fazenda da vez, foi o economista Maílson da Nóbrega.   

As principais medidas adotadas incluíram a introdução do Cruzado Novo (NCz$), que substituiu o Cruzado (Cz$) na proporção de 1.000 para 1. Além do congelamento de preços e salários, similar aos planos anteriores, foram implementadas reformas fiscais e tributárias para aumentar a arrecadação do governo e reduzir o déficit público, incluindo cortes de gastos e ajustes nos tributos.

No entanto, tratou-se de mais uma tentativa frustrada do governo brasileiro de controlar a inflação, seguindo os fracassos dos Planos Cruzado e Bresser.  As altas taxas logo retornaram, e o plano não conseguiu alcançar seus objetivos de forma duradoura, resultando em novos desafios econômicos para o Brasil.

Planos Collor (1990-1991) 

Os planos de estabilização implementados durante a gestão de Fernando Collor de Mello (Collor I e Collor II), se traduziram em um conjunto de medidas econômicas que marcaram negativamente o imaginário de muitos brasileiros.

Em 16 de março de 1990, foi anunciado pela então ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, o Plano Collor, que assim como seus antecessores, tinha pretensões de pôr fim ao descontrole inflacionário que persistia no Brasil.

Em suma, o Plano Collor determinava medidas econômicas radicais, destacando-se a retirada de dinheiro de circulação. Valores acima de Ncz$ 50 mil depositados em poupanças foram bloqueados, impedindo as pessoas de sacar seu dinheiro. . Além disso, foi previsto um programa de demissões de milhares de funcionários públicos

No ano seguinte, diante da persistência dos desafios econômicos, foi lançado o Collor II em março de 1991. Este plano incluiu um controverso confisco parcial das poupanças e contas correntes acima de certos limites, outra forma que visou conter a inflação e fracassou. 

Em resumo, os Planos Collor foram caracterizados por medidas drásticas que impactaram profundamente a economia brasileira e a vida dos cidadãos. Esse período foi marcado por protestos generalizados e críticas, sem resolver os problemas estruturais a longo prazo, o que contribuiu para a destituição de Fernando Collor da presidência.

Lançamento do plano real (1994)

Lançado em 1994, o Plano Real foi concebido para frear a inflação descontrolada que assolava o Brasil há uma década, de forma similar aos esforços dos planos anteriores. A implementação do plano ocorreu durante o governo de Itamar Franco, que assumiu a presidência após o impeachment de Collor, o qual enfrentava inúmeros percalços, incluindo escândalos de corrupção.

Itamar Franco convocou o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (FHC) para assumir o Ministério da Fazenda e traçar um novo plano econômico para o Brasil. Naquela época, o ceticismo do povo brasileiro era elevado devido aos frequentes planos econômicos que falharam em controlar a inflação, conhecida como “dragão”.

Ao assumir o ministério, FHC recebeu “carta branca” de Itamar para formar uma equipe altamente capacitada para enfrentar a crise. A mídia hegemônica destacava em tom crítico o poder concedido ao sociólogo, além de questionar sua capacidade para lidar com a situação grave que vivia o país.   

“Cardoso ganha poder de primeiro-ministro”, “O ministro Fernando Henrique Cardoso reúne condições para reduzir a inflação?”, destacavam manchetes do Estado de S. Paulo, no decorrer de 1993. 

Quem criou o Plano Real? 

Sob a liderança de Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e cientista político que ocuparia o cargo de presidente do Brasil por dois mandatos, foi formada uma equipe de economistas renomados para traçar os alicerces do Plano Real. Esse time, que futuramente receberia a alcunha de “os pais do Plano Real”, incluía nomes como:  

  • André Lara Resende: doutor em Economia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), Resende é amplamente reconhecido com um dos mentores do Plano Real, 
  • Edmar Bacha: ex-presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
  • Pérsio Arida: economista com destaque entre os estudiosos da inflação brasileira, considerado um dos principais idealizadores do Plano Real
  • Gustavo Franco: professor da PUC-Rio desde 1986, e ex-presidente do Banco Central,  
  • Pedro Malan: economista e professor da PUC-Rio, que liderou o Ministério da Fazenda entre 1995 e 2002. 

Fases iniciais do Plano Real 

Ao invés de repetir os erros do passado, caracterizados por moedas instáveis e promessas vazias de controle de preços, o governo enfrentou o desafio de criar uma nova moeda sustentada pela estabilidade econômica.

Assim, o Plano Real foi concebido como uma reforma estruturada em diferentes fases, começando por etapas iniciais que prepararam o terreno para a introdução da nova moeda oficial:

Ajuste fiscal 

Inicialmente, o governo focou na estabilização das contas públicas, empenhando-se em reduzir gastos e aumentar a arrecadação através de impostos. Um dos mecanismos criados foi o Fundo Social de Emergência (FSE), que desvinculou receitas e despesas para financiar programas de interesse econômico e social.

Desindexação 

Nesta fase, foi introduzida a Unidade Real de Valor (URV), uma unidade de medida para indexar contratos e preços. Em suma, a URV partiu do conceito de uma moeda fictícia idealizada por Pérsio Arida e André Lara Resende, ainda em 1984. Sua introdução para muitos especialistas representou a etapa fundamental da reforma econômica

Introdução do Real

Verso da nota de um real, introduzida pelo Plano Real

Em 1º de julho de 1994, a Unidade Real de Valor (URV) deu lugar ao Real (R$), a moeda oficial do país até os dias de hoje. Essa mudança marcou a terceira e última fase do histórico plano econômico responsável por encerrar o período de hiperinflação.

Com a conversão da URV para o Real, a população finalmente pôde respirar aliviada. O cruzeiro real (CR$), a antiga moeda, foi extinto e os preços, antes marcados por constantes reajustes, finalmente se estabilizaram. O valor inicial do Real era equivalente a CR$ 2.750

Inicialmente, o governo fixou o câmbio do Real em paridade com o dólar (1:1). Posteriormente, adotou-se um sistema de bandas cambiais, e o Real se valorizou ainda mais em relação à moeda estadunidense. Na época, o dólar chegou a custar apenas R$ 0,86. 

Estabilização monetária e controle da Inflação

Talvez o aspecto mais marcante do Plano Real tenha sido sua eficácia em cumprir o objetivo de reduzir a taxa inflacionária. Diferente de seus antecessores, a reforma conseguiu controlar a hiperinflação, trazendo estabilidade econômica ao país.

Em resumo, o plano manteve as taxas de inflação em dígitos simples nas décadas seguintes, o que reduziu a incerteza econômica e aumentou a confiança de investidores internos e externos.

No final de 1994, um semestre após a introdução do Real, os efeitos da instabilidade ainda se faziam sentir nos meses seguintes. No final daquele ano, a inflação acumulada ainda marcava percentuais alarmantes, acima dos 900%. 

No entanto, 1995 já apresentou um cenário bem distinto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, encerrou o ano com uma taxa de 22,41%, demonstrando uma queda expressiva em relação aos índices hiperinflacionados do ano anterior.

Desde então, o IPCA registrou taxas de dois dígitos em apenas quatro ocasiões.  Segundo apuração do IBGE, além de 1995, isso ocorreu nos seguintes anos:

  • 2002 – 12,53% 
  • 2015 – 10,67% 
  • 2021 – 10,06%.

A título de comparação, no último ano, o referencial atingiu 4,60% no acumulado dos 12 meses.

Outros impactos Econômicos

Além de colocar a inflação em níveis “civilizados”, o Plano Real trouxe outros reflexos positivos para a economia brasileira. Entre eles, cabe citar:  

  • Aumento do Investimento Estrangeiro: a estabilidade monetária e o fim da hiperinflação estimularam o investimento estrangeiro no Brasil. Empresas internacionais passaram a ter maior confiança no país, o que impulsionou a entrada de capital e a criação de novos negócios.
  • Crescimento do PIB: o Plano Real impulsionou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Entre 1994 e 2014, a economia brasileira cresceu a uma taxa média anual de 3,9%, com destaque para o período de 2004 a 2010, quando o crescimento médio anual foi de 4,7%.
  • Expansão do mercado de consumo: a estabilidade econômica e o aumento da renda das famílias impulsionaram o consumo, expandindo o mercado interno e criando novas oportunidades para o setor de varejo e serviços.

Desafios e ajustes

Para evitar o ressurgimento da hiperinflação, o governo incentivou as importações, utilizando-as como mecanismo para controlar os preços internos. 

Apesar dos avanços neste contexto, o Plano Real não foi isento de desafios. A valorização do Real, por exemplo, gerou um déficit externo significativo, com queda nas exportações e aumento nas importações. Com o tempo, essa situação tornou a ancoragem cambial insustentável.

Segundo o economista Paulo Gala, o Plano Real, embora tenha controlado a inflação, a medida não foi capaz de colocar a economia em um caminho de crescimento sustentado.

Legado do Plano Real

Sem dúvida a herança deixada pelo Plano Real é de grande valia para economia brasileira, tomando como sua principal conquista estabilização da inflação, que havia assolado o país por décadas. 

Com a criação do Real e as medidas econômicas associadas, o país conseguiu reduzir a inflação para níveis controláveis, mantendo-a em dígitos únicos na maior parte dos anos que sucederam à implementação da divisa. 

De modo geral, essa estabilidade econômica criou um ambiente mais favorável para investimentos internos e externos, além de ter um impacto social significativo, especialmente em comparação aos padrões de consumo que marcaram a década de 1980. 

Críticas e desafios Atuais

No entanto, o Plano Real não resolveu todos os problemas estruturais da economia brasileira. Desafios como a desigualdade social, a necessidade de reformas fiscais e a melhoria da infraestrutura ainda persistem.

Outro ponto crítico apontado por diversos especialistas sobre a atual realidade brasileira é o desemprego. Embora a taxa registrada no primeiro trimestre de 2024 seja a menor em dez anos para esse período, ainda há 8,2 milhões de brasileiros desempregados.

Em meio a essas observações, é importante reconhecer que o Plano Real não foi uma solução mágica para todas as inúmeras questões que atravessam o país, em termos socioeconômicos. No entanto, seus impactos positivos foram inegáveis, e o legado do plano ainda se faz sentir na economia brasileira até hoje.

Futuro do Real no Brasil

As atuais perspectivas para o Real Brasileiro (R$) são influenciadas por diversos fatores econômicos e políticos. Em 2024, muito se discute sobre o fortalecimento do Dólar americano em relação ao Real

Em destaque, especialistas apontam que o fortalecimento do Dólar, uma tendência global, ocorre devido à expectativa de que os juros nos Estados Unidos permaneçam altos por mais tempo. 

Além da política monetária dos EUA, especialistas apontam uma série de fatores internos capazes de influenciar o Dólar, como a inflação brasileira, cuja alta afeta o juro real, e os gastos públicos, que criam outra variável relevante na relação entre o Real e o dólar.

Em declaração reportada pelo InfoMoney, Faria Jr. da Wagner Investimentos esclarece: “Temos um maior gasto público e também o emprego em alta. Como consequência, mais PIB e mais PIB traz maior inflação”. 

O fortalecimento do Dólar é um fenômeno complexo com causas tanto internacionais quanto nacionais. As políticas monetárias dos EUA, a inflação brasileira, os gastos públicos e a expectativa de mudança na política monetária brasileira são alguns dos principais fatores que influenciam o valor do Dólar no Brasil.

De todo modo, é relevante finalizar o presente o artigo olhando para um panorama histórico. O Real, moeda oficial brasileira por longínquos 30 anos, é a mais duradoura entre as oito que estiveram em voga no país desde o Cruzeiro de 1942

Tal longevidade, para muitos, é considerada uma conquista histórica, levando em conta a instabilidade que marcou os anos anteriores à introdução da moeda.

Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.