Você já ouviu falar sobre macroeconomia? Entender esse assunto pode fazer toda diferença na hora de tomar decisões em relação aos seus investimentos. Afinal, com esse conhecimento fica mais fácil entender o cenário econômico de um país.

Pensando nisso, falaremos mais sobre esse tema e quais os impactos positivos e negativos para quem deseja começar a investir, contribuindo para o fortalecimento da sua educação financeira. Continue a leitura e saiba mais!

O que é macroeconomia?

A macroeconomia é o ramo das ciências econômicas que estuda a economia de uma determinada região. Com ela é possível ter uma compreensão ampla sobre a realidade econômica de um país.

Seu estudo considera as variáveis econômicas em uma sociedade, fazendo com que seus indicadores sejam de extrema importância para a população. Eles são utilizados em diversas frentes, tanto públicas quanto privadas.

As políticas públicas são criadas a partir de indicadores da macroeconomia, como PIB, taxa de juros, inflação, entre outros. O mesmo acontece com os investimentos.

Não há como saber quando determinada política macroeconômica pode afetar os investimentos, mas podemos entender como isso acontece.

Um bom exemplo é entender que o aumento nos investimentos precisa de um prazo maior para ter impactos relevantes na economia. Isso acontece, pois é necessário tempo para que a inserção de investimentos seja concluída.

Qual a origem do conceito da macroeconomia?

As primeiras conversas sobre macroeconomia surgiram em uma obra do economista britânico John Maynard Keynes. Isso aconteceu em 1936, próximo às décadas de 1920 e 1930, período em que apareceram várias teorias econômicas.

A obra em questão era “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, que fala diretamente sobre um grande problema econômico, que começou nos Estados Unidos e acabou refletindo sobre diversos outros países.

Esse período foi chamado “A Grande Depressão”, uma época que deixou os economistas preocupados com a quantidade de pessoas desempregadas. Isso aconteceu após a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929.

Segundo a teoria de Keynes, o mercado não era tão transparente como as pessoas pensavam. Essa ideia foi evoluindo e se destacando nos estudos de macroeconomia, chegando a ser chamada teoria Keynesiana.

De forma geral, podemos perceber que o estudo macroeconômico existe há séculos e mesmo assim continua evoluindo ano após ano. As ideias de Keynes continuam sendo defendidas por pensadores econômicos em todo o mundo.

Vale ressaltar que o início do estudo da macroeconomia ocorreu em uma das épocas em que foram realizadas as principais mudanças nas políticas econômicas mundiais. Além disso, a sociedade passou a se organizar mais.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, as nações participantes precisaram se fortalecer para iniciar a reconstrução, algo que colaborou para que temas sobre economia ficassem em evidência.

Desde essa época, a macroeconomia passou a se desenvolver em diversas escolas de pensamentos. Mesmo com vários estudos diferentes, é preciso ressaltar que as variáveis continuam sendo as mesmas.

A forma de efetuar uma análise macroeconômica pode sofrer variação de acordo com quem fará o estudo. Os índices analisados são iguais, apesar de serem observados por políticas econômicas ou escolas divergentes.

Quais as principais diferenças entre macro e microeconomia?

Como citamos, a macroeconomia visa analisar a economia de forma ampla. Assim, ela lida com fatores que afetam um país economicamente.

No caso da microeconomia, a análise ocorre em escala menor, sendo direcionada às empresas, famílias e até mesmo às pessoas individualmente.

Mas as diferenças entre macro e microeconomia não param por aí, veja outros pontos:

Macroeconomia

Ela pode ser aplicada em questões ambientais e externas. Além disso, ajuda o país a manter o nível geral de preços.

Suas principais questões envolvem:

  • renda nacional da população;
  • nível geral dos preços;
  • como está a produção do país, entre outras.

Microeconomia

A microeconomia considera as variáveis individuais, sendo aplicada em questões operacionais ou internas. Suas questões seguem o mesmo caminho e são as seguintes:

  • preços de produtos;
  • salários;
  • oferta;
  • demanda etc.

Qual é a importância da macroeconomia?

A macroeconomia é significativa para a sociedade. Com ela, os especialistas podem prever várias coisas que se relacionam às políticas monetárias e ao mercado financeiro.

Assim, seu estudo engloba uma região ou setor de negócios de forma abrangente, focando em identificar os fatores que podem trazer mudanças positivas ou negativas.

Por exemplo, a macroeconomia visa avaliar ciclos empresariais e qual seu impacto no Produto Interno Bruto (PIB) de um país. Além disso, com ela fica mais simples analisar e prever as taxas de emprego e juros, a inflação, entre outras.

Outra questão com maior previsibilidade é o crescimento econômico ou declínio de uma determinada região. Com isso, os economistas podem formular políticas monetárias com o intuito de reduzir os problemas.

Qual é a estrutura da macroeconomia?

Como pudemos ver, a macroeconomia tem algumas metas bem estabelecidas, como:

  • melhorar o crescimento da economia do país;
  • estabilizar os preços;
  • distribuir renda de forma mais igualitária, entre outras.

Para alcançar esses objetivos, sua estrutura conta com cinco mercados:

  • Mercado de Bens e Serviços: possibilita determinar a produção e o nível de preços;
  • Mercado de Trabalho: determina a taxa de salários e o nível dos empregos;
  • Mercado Monetário: analisa a demanda da moeda e sua oferta por meio do Banco Central (BC), responsável por definir a taxa de juros;
  • Mercado de Títulos: responsável por analisar os agentes econômicos de superávit e déficit;
  • Mercado de Divisas: depende das exportações e do volume de importações.

Quais são os principais indicadores macroeconômicos?

A macroeconomia é formada por diversas variáveis que afetam a economia de um país, seja de forma positiva, seja negativa. Veja abaixo um pouco mais sobre cada uma delas!

Taxa de juros

O Banco Central (Bacen) utiliza a taxa de juros para guiar a economia para os rumos pretendidos. Quando deseja estimular a economia, o Bacen recorre a uma baixa na taxa de juros. Sendo assim, empréstimos e financiamentos acabam saindo mais baratos para a população, uma vez que o Custo Efetivo Total (CET) fica menor.

Mas a redução nos juros é uma via de mão dupla e, como ponto negativo, pode acarretar aumento na inflação.

Quando a taxa de juros cresce, o dinheiro se torna menos presente na economia, fazendo com que seu consumo caia drasticamente. Além disso, a queda no PIB e aumento no desemprego podem ser outras consequências dos juros elevados.

Inflação

A inflação é uma das variáveis mais importantes na macroeconomia. Ela corresponde ao aumento de preços na economia em um determinado ano. Mas existe a possibilidade de medi-la pelos últimos 12 meses, sendo chamada inflação acumulada.

De forma geral, ela representa aumento nos níveis dos preços dos produtos no país. Quanto maior ela for, menor é o poder de compra da população. Isso acontece porque o salário dos trabalhadores não acompanha o aumento da inflação.

Além da diminuição no poder de compra, outras desvantagens acompanham esse indicador:

  • taxa de juros alta;
  • desemprego;
  • importações mais caras;
  • moeda desvalorizada, entre outras.

Consumo

Dentre todas as variáveis, o consumo é aquela que apresenta maior influência sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Quando o consumo cai, diversos setores sentem o impacto. Isso acontece porque as empresas vendem menos e acabam reduzindo seus postos de trabalho.

Os investidores utilizam essa régua para entender como anda a confiança do consumidor. Afinal, essa variável pode trazer grande impacto na economia a médio e longo prazo.

Em contrapartida, quando o consumidor tem uma confiança maior, o consumo cresce. Por essa razão é necessário acompanhar esse índice constantemente.

Desemprego

O consumo cai quando o desemprego alcança um índice alto. Assim como no indicador anterior, neste há uma queda no poder de compra do trabalhador. Consequentemente, o PIB diminui.

De forma geral, o desemprego impacta nas outras variáveis da macroeconomia, sendo bastante comum que haja uma alta no número de pessoas desempregadas quando acontece uma recessão econômica. Isso pode ocorrer por várias razões, inclusive se as empresas resolvem cortar vagas visando reduzir seus custos.

Mas vale ressaltar que o desemprego é uma variável que apresenta uma certa defasagem, pois as empresas demoram mais para fazer as demissões por conta dos custos que elas acarretam.

Além disso, o desemprego é difícil de ser superado mesmo após o fim de uma crise econômica. As empresas não recontratam funcionários logo que as coisas melhoram, pois ainda existe um receio com relação à economia.

Produto Interno Bruto (PIB)

Por fim, vamos falar sobre o PIB e o seu impacto como uma variável. Ele representa a totalidade das riquezas produzidas por uma nação.

Quando existe um momento de crise econômica, é comum que o PIB tenha uma queda ou fique estável, sem apresentar crescimento. Com isso, ele pode ser considerado um dos principais índices com capacidade de mostrar se um país está ou não em recessão.

Como a macroeconomia afeta os investimentos?

A macroeconomia e seus indicadores têm influência direta nos investimentos de renda fixa e variável.

As organizações que vendem ações são ligadas diretamente à economia. Sendo assim, tudo que acontece no setor econômico de um país, acaba refletindo nos investimentos.

O impacto pode ser visto ainda mais facilmente nos investimentos de renda fixa. Os títulos públicos, por exemplo, são indexados ao IPCA ou à Taxa Selic. Com isso, esses indicadores influenciam sua rentabilidade.

Lembrando que os títulos de renda fixa privados também estão relacionados a esses índices, como o LCI e o LCA. Sua rentabilidade está atrelada ao CDI, que tem relação com a Selic.

Já os investimentos de renda variável têm uma relação mais indireta. A mudança acontece porque algumas empresas tendem a responder ao aumento da Selic de forma positiva, já outras podem ter uma resposta negativa.

A taxa Selic mais baixa pode trazer impacto positivo em empresas da construção civil e negativo para o setor financeiro, por exemplo.

Mas podemos afirmar que outros indicadores podem seguir a mesma linha, principalmente quando falamos de setores distintos e com caminhos separados, como no exemplo acima.

Em resumo, a macroeconomia é relevante para o investidor na hora de definir como montar sua carteira, principalmente quando falamos de investimentos de médio e longo prazo.

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