Conheça as principais bolsas mundiais e como investir
Para investir em renda variável, é fundamental acompanhar o mercado financeiro, tanto ao nível nacional quanto ao nível global. Nesse aspecto, conhecer as bolsas mundiais e monitorar os principais índices atrelados a elas é um passo importantíssimo.
E engana-se quem pensa que esse cuidado só é necessário para quem tem investimentos no exterior. Observar o cenário mundial ajuda os investidores a tomar decisões muito mais embasadas e certeiras, afinal, o que acontece em outros mercados acaba influenciando a Bolsa de Valores brasileira.
Além disso, ficar de olho nas bolsas mundiais também é uma excelente oportunidade de diversificar a carteira e diluir os riscos de seus investimentos. Por essa razão, decidimos apresentar as principais bolsas de valores ao redor do globo e seus índices. Acompanhe!
O que são bolsas de valores?
Antes de mergulharmos de cabeça no tema das bolsas mundiais, cumpre esclarecer o que são bolsas de valores. Esse conceito diz respeito a um mercado organizado, em que se negociam valores mobiliários como ações, opções, contratos futuros e outros ativos de renda variável.
É nesse mercado que se dão as transações de ativos financeiros, ou seja, é o espaço em que os investidores conseguem comprar e vender títulos de empresas de diversos setores. Para que essas negociações funcionem, no entanto, é necessária uma forte regulamentação.
As bolsas tanto podem ser sociedades civis que não têm fins lucrativos como sociedades anônimas que lucram a partir dos seus serviços. O segundo tipo é o mais comum. Além disso, elas também podem ter capitais públicos, mistos ou privados.
Outras das funções de uma bolsa de valores são:
- estipular regras para que as operações financeiras sejam feitas com segurança;
- administrar os riscos das transações;
- registrar e atualizar as operações;
- resguardar as negociações entre os investidores.
O que são as bolsas mundiais?
A essa altura, você já deve imaginar que, quando falamos de bolsas mundiais, estamos falando das bolsas de valores espalhadas pelo mundo inteiro. Afinal, cada país tem a sua própria. Aliás, alguns deles, como a China e os Estados Unidos, contam com mais de uma bolsa!
Investir em bolsas mundiais é, hoje, um caminho viável para quem quer desfrutar dos benefícios da renda variável, com interesse em aplicar em ativos internacionais. Essas bolsas vêm se consolidando como uma opção para investir em ações que não são negociadas na B3.
Cabe ressaltar que acompanhar as movimentações de bolsas de valores do exterior vale a pena até mesmo para quem não planeja investir internacionalmente. Isso ocorre porque o cenário econômico está cada vez mais globalizado.
Sendo assim, o que acontece no outro canto do mundo pode apontar tendências para o mercado brasileiro e se repetir também em nossa bolsa. Nesse sentido, o conhecimento é fundamental para proteger o capital, aproveitar oportunidades, mitigar riscos, variar a carteira e multiplicar o patrimônio.
O que são os índices das bolsas mundiais?
Sabemos que os índices de ações são índices de referência relacionados à cotação das ações. Eles são compostos de uma carteira com os papéis de grande volume de negociação nas bolsas de valores.
Portanto, trata-se de indicadores do desempenho de determinadas bolsas e cuja pontuação varia conforme a performance das ações. Quando o valor médio dos papéis que compõem a carteira teórica cai ou sobe, o índice acompanha.
Ou seja: os índices das bolsas mundiais nada mais são do que as carteiras teóricas das principais bolsas ao redor do globo. Elas refletem o mercado de tais países e funcionam como um termômetro.
Como esses índices servem como parâmetro do desempenho dos ativos negociados na bolsa, acompanhá-los permite entender e avaliar se as ações estão se valorizando ou se desvalorizando no mercado. Assim, dá para planejar melhor os investimentos.
Quais são os principais índices das bolsas mundiais?
Mesmo sabendo de tudo isso, pode bater uma dúvida: quais desses indicadores não podem sair do radar? Alguns dos índices de bolsas mundiais mais importantes para monitorar são:
- MSCI World: índice de ações calculado pela MSCI Inc. que mensura o desempenho das ações de empresas líderes de 23 países desenvolvidos ao redor do mundo;
- S&P 500: agrega as ações de 500 das empresas mais negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), como a Apple, o Facebook, o Google, a Disney e a Coca-Cola;
- NASDAQ Composite: ligado à bolsa Nasdaq, reúne pequenas e médias empresas de capital aberto, sobretudo aquelas do segmento de tecnologia, como Adobe e Discovery.;
- Ibovespa: índice de referência da bolsa de valores brasileira, a B3. Sua carteira teórica contém ações das empresas mais negociadas, como a Petrobras, a Vale, o Itaú, o Bradesco, entre outras;
- SSE Composite Index: índice de referência que reúne todas as ações listadas na bolsa de valores de Xangai, a Shanghai Stock Exchange;
- Euronext: índice que abrange as 50 maiores empresas listadas em bolsas mundiais como a da França, da Bélgica, da Holanda, de Portugal e de outras nações europeias que fazem parte do grupo Euronext;
- CAC 40: índice da bolsa de valores de Paris, que agrega ações de algumas das principais empresas da França, como a Peugeot, o Carrefour e a L’Oreal.
- Nikkei 225: índice atrelado à bolsa de valores de Tóquio, composto por ações de tradicionais empresas japonesas, como a Sony, a Ajinomoto, a Nissan, a Honda e a Suzuki;
- SZSE 100 Index: índice que abrange ações das cem maiores empresas listadas na bolsa de valores de Shenzhen, na China, selecionadas com base na capitalização de mercado e na liquidez;
- FTSE 100: principal índice de referência da Bolsa de Londres, em que estão listadas ações de empresas mundialmente conhecidas como a Shell, a Unilever, o HSBC, a Rolls Royce, entre outras;
- Dow Jones: indicador criado pelo jornal The Wall Street Journal, e que agrega ações de trinta empresas selecionadas pela instituição, como a Microsoft e a Johnson & Johnson;
- S&P Global 100: índice da agência Standard & Poor’s que mede o desempenho das ações de cem das maiores multinacionais do mundo;
- DAX 30: índice de referência ligado à bolsa de Frankfurt que replica o desempenho das ações das principais empresas alemãs, como a Bayer, a Volkswagen e a BMW.
Qual é a importância das bolsas mundiais para o Brasil?
Ao longo deste texto, já demos uma pincelada nas razões pelas quais acompanhar as bolsas globais é importante para os investidores brasileiros. E isso independe do fato de investirem no exterior ou apenas na B3. Mas existem outros bons motivos.
Como um país emergente, cuja economia ainda está em desenvolvimento, o Brasil é muito dependente de investimentos estrangeiros. Por isso, a oscilação dos preços de ações de outros países influenciam nosso mercado interno.
Os índices das bolsas mundiais nos apontam algumas informações como:
- o nível de otimismo de investidores estrangeiros em relação à nossa economia;
- o interesse dos investidores em nosso mercado.
Assim, cenários de queda ou estagnação nas principais bolsas mundiais pode ter reflexos diretos no Brasil. Algumas das consequências podem ser um pessimismo generalizado e uma queda brutal também nas ações nacionais, numa espécie de efeito manada.
Ou, pelo contrário, esse cenário negativo hipotético pode fazer com que os investidores estrangeiros voltem o foco para os mercados emergentes, como é o caso do Brasil. O resultado disso seria uma alta na nossa Bolsa de Valores.
Em outras palavras: se houver um consenso entre os investidores estrangeiros de que comprar ações brasileiras é seguro e pode trazer boa rentabilidade, a tendência é a valorização dos papéis na B3.
Isso pode fazer com que o Ibovespa suba. E acompanhar os índices das bolsas mundiais mais relevantes nos ajuda a fazer essa análise.
Quais são as principais bolsas mundiais?
As bolsas mundiais costumam ser ranqueadas com base na capitalização bursátil (market cap), ou seja, a soma do valor da ação multiplicado pelo número de ações disponíveis de todas as empresas listadas em cada bolsa de valores.
Além disso, há outros critérios de ranqueamento, como o valor de mercado, o volume de operações, a popularidade e a importância das empresas listadas na bolsa. Confira, a seguir, algumas das bolsas mundiais mais importantes:
New York Stock Exchange (NYSE)
A Bolsa de Valores de Nova York não só é a maior bolsa de valores dos Estados Unidos como também a mais importante do mundo. Não é à toa! Nela, estão listadas empresas tradicionais, como a Coca-cola, a Disney, o Facebook, a Fizer, a General Motors, e até empresas de outros países (incluindo o Brasil!).
Nasdaq Stock Market (NASDAQ)
A Nasdaq também opera em Nova York e é a segunda maior bolsa de valores dos Estados Unidos. Seu foco são as gigantes de tecnologia, como a Apple, o Google, a Amazon, a Netflix, a Dell, o Ebay, o Facebook e a Tesla.
Shanghai Stock Exchange (SSE)
Não há dúvidas de que a China vem caminhando para se tornar uma das maiores potências mundiais, sobretudo com a abertura de sua economia ao longo dos últimos anos. Por isso, a bolsa de Xangai é, hoje, uma das bolsas mundiais mais relevantes.
Podemos notar isso, pois, algumas das empresas presente nesta bolsa são: o AgBank (o Banco Agrícola da China), o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), o Alibaba, o Bank of China, a PetroChina e a Ping An Insurance.
Tokyo Stock Exchange (TSE)
A bolsa de valores de Tóquio é uma das mais importantes bolsas asiáticas, e uma das maiores fora dos Estados Unidos. Ela abrange empresas japonesas conhecidas em todo o mundo, como a Ajinomoto, a Honda, a Mitsubishi, a Toyota e a Sony.
Stock Exchange of Hong Kong (SEHK)
A bolsa de valores de Hong Kong é a terceira maior do continente asiático. Nela, estão listadas companhias como HSBC, AIA, China Construction Bank (CCB), China Mobile, China Motor Bus e Tencent Holdings.
London Stock Exchange (LSE)
A Bolsa de valores de Londres é a segunda maior bolsa europeia e uma das mais antigas e tradicionais do mundo. Sua relevância reside no fato de que serviu como base para a criação de todas as outras bolsas modernas e suas regras. Ela abrange empresas como Astrazeneca, Glaxosmithkline, HSBC, British American Tobacco, entre outras.
Shenzhen Stock Exchange (SZSE)
Sim, só dá China nesta lista! A bolsa de valores de Shenzhen é importantíssima para o mercado mundial, sobretudo porque a região constitui um grande centro econômico e tecnológico. Só para você ter uma ideia, há quem considere a cidade como uma espécie de Vale do Silício chinês.
Entre as companhias listadas na SZSE incluem-se DHC Software, AVIC Aircraft, BYD, Changan Automobile, FAW Car, Gree Electric, Midea, Wanda Cinemas e Youzu Interactive.
Euronext
A Euronext é a principal bolsa de valores do mercado europeu e contempla vários participantes da União Europeia. Sua sede fica em Amsterdã, mas ela opera também em Dublin, Bruxelas, Lisboa, Paris e Londres.
Nessa bolsa mundial, estão listadas várias empresas como a Heineken, a Philips, a ASML Holding, a Airbus, a Air Liquide, o AFC Ajax, o ABN Amro Group e o Royal Dutch Shell.
Toronto Stock Exchange
A bolsa de valores de Toronto iniciou suas operações de modo tímido, com apenas 13 ações. Mas, hoje, é uma das bolsas mundiais mais importantes. Ela engloba empresas como Shopify, Royal Bank of Canada, Enbridge, Canadian National Railway Company, Brookfield Asset Manage, entre outras companhias.
Bombay Stock Exchange
A bolsa de valores de Bombay é a principal bolsa da Índia e uma das mais antigas de toda a Ásia, precedendo as chinesas e as japonesas. Nela, são negociadas ações de empresas como Reliance Industries, Tata Consultancy Services, Hindustan Unilever e Bharti Airtel Limited.
Bolsa de valores Brasileira (B3)
A bolsa de valores brasileira é a maior da América Latina, com uma grande relevância para a economia mundial. Uma curiosidade que nem todos sabem é que o nome B3 vem de “Brasil, Bolsa, Balcão”, já que nossa bolsa também abrange o mercado de balcão.
Entre as empresas que negociam ações na B3 estão a Petrobras, a Vale, as Lojas Americanas, o Itaú, a Magazine Luiza, a Gerdau, a Ambev, a JBS, a MRV e a Localiza. Algumas dessas companhias têm seus papéis negociados até mesmo em bolsas de valores estrangeiras.
Quais são as vantagens de investir nas bolsas mundiais?
Ao investir em bolsas mundiais, é possível se tornar acionista de empresas muito plurais, desde as big techs americanas até as chinesas em ascensão, passando pelas tradicionais e sólidas companhias europeias. Assim, você consegue distribuir bem seu capital e multiplicar as chances de bons rendimentos.
Além disso, os investimentos em bolsas globais trazem outros benefícios para os investidores, entre os quais destacam-se:
- diversificação: Investir nas bolsas mundiais promove maior diversificação geográfica, o que significa que o investidor pode investir em empresas de diversos países e setores, reduzindo o risco de concentração de capital em um único mercado ou segmento;
- acesso a mercados em expansão: As bolsas mundiais oferecem acesso a mercados que ofereçam oportunidades de bons retornos financeiros;
- proteção do capital: investir parte dos recursos em economias sólidas traz uma certa segurança e é uma boa alternativa para proteger o patrimônio;
- mais liquidez: investimentos em bolsas mundiais normalmente têm mais liquidez do que em bolsas de valores locais, o que significa que os investidores podem comprar e vender as ações com mais facilidade;
- oportunidades de investimento em empresas líderes: Investir nas bolsas mundiais permite expor seu capital a líderes de mercado em diversos setores, o que pode proporcionar oportunidades de investimento em empresas de renome internacional;
- reduzir o impacto de um cenário interno desfavorável: ao diversificar, seus investimentos não estarão 100% à mercê de crises que afetem os investimentos;
- acompanhamento de tendências globais: Ao investir nas bolsas mundiais, os investidores podem acompanhar as tendências globais e aproveitar as oportunidades de investimento em setores que estejam em crescimento.
É importante ressaltar que investir em bolsas mundiais também envolve riscos, como volatilidade, risco cambial e questões políticas. Por isso, é fundamental avaliar com cuidado os seus objetivos de investimento e o seu perfil de investidor.
Como investir nas bolsas mundiais?
Se você quer investir nas bolsas mundiais, precisa abrir uma conta numa corretora de valores estrangeira e transferir a quantia desejada para fora do Brasil. Dessa forma, você poderá adquirir ações diariamente e também negociar sua venda.
O problema é que, além da questão burocrática e da falta de praticidade de ter que lidar com empresas estrangeiras, isso envolve um custo, graças às taxas e aos tributos envolvidos nesse tipo de operação.
Uma opção mais prática, que elimina a necessidade de se cadastrar numa instituição internacional, é investir em BDRs (Brazilian Depositary Receipts), certificados de depósito de valores mobiliários emitidos em território nacional que representam ações de empresas estrangeiras.
A vantagem é que a negociação pode ser feita no Brasil e em reais. Vale lembrar, no entanto, que ainda é preciso declarar esses investimentos no Imposto de Renda e que a quantidade de ativos disponíveis, bem como a liquidez, é menor do que quando o investimento é feito diretamente numa bolsa estrangeira.
Outra opção válida são os fundos de investimentos internacionais formados por ativos de empresas que compõem as carteiras teóricas dos índices das bolsas mundiais.
Uma alternativa que também é interessante são os ETFs (Exchange Traded Funds), fundos fechados que replicam diversos índices de referência e que podem ser negociados normalmente na B3.
Outra informação que é preciso ter em mente é que, ao investir em fundos, não se tem como escolher os ativos – essa decisão é tomada pelo gestor financeiro que administra o fundo de investimento. Portanto, é uma maneira “indireta” de investir em bolsas mundiais, por assim dizer.
Dicas para investir nas bolsas mundiais com segurança
Caso você tenha se animado para investir nas bolsas mundiais, confira algumas dicas para tirar o máximo proveito:
- abra uma conta em uma corretora de valores para comprar e vender seus ativos;
- conheça seu perfil de investidor, ou seja, quanto risco você se dispõe a correr em prol de uma rentabilidade maior;
- escolha os fundos mais adequados ao seu perfil e aos objetivos do investimento;
- analise o mercado e observe as tendências: isso vai permitir investir no momento adequado, já que as bolsas de valores têm altos e baixos;
- conte com uma assessoria de investimentos para te ajudar, caso necessário. Para iniciantes, essa é uma dica de ouro!
Como acompanhar a performance das bolsas mundiais?
Agora, você já sabe quais são as bolsas mundiais mais importantes e os índices de referência atrelados a ela. Também ficou a par das razões pelas quais vale a pena acompanhar essas bolsas globais e entender como elas afetam seus investimentos dentro ou fora do Brasil.
Só falta uma coisa: descobrir como monitorar as principais bolsas mundiais e seus benchmarks para entender melhor o mercado e fazer análises mais acertadas!
É possível acompanhar a movimentação financeira das bolsas globais pela internet, em sites dedicados à cobertura do mercado financeiro e na própria página do home broker.
Aí, entra uma segunda questão: como saber quais bolsas e índices é preciso monitorar? Existem alguns critérios, como as quantias movimentadas a cada ano, o valor da bolsa e seu tempo de mercado, o número de negociações realizadas e a quantidade de ações listadas. Em geral, quanto mais movimentada for a bolsa, mais oportunidades e informações ela trará.
Como se atualizar quanto às notícias do mercado financeiro?
Ao longo dessa postagem, você aprendeu quais são as maiores bolsas mundiais, quais são seus índices de referência e de que forma elas afetam os investimentos, seja no Brasil, seja no exterior. E descobriu a importância de acompanhar o desempenho dessas bolsas para obter melhores resultados.
Além disso, conhecer as bolsas mundiais que mais influenciam o mercado financeiro possibilita análises fundamentalistas muito mais embasadas. Assim, os investidores conseguem detectar padrões e identificar oportunidades a partir da análise de outros mercados.
O mercado financeiro é muito dinâmico. Nesse contexto, só o conhecimento liberta os investidores e permite que obtenham ótimos resultados! A melhor forma de acompanhar as tendências e notícias é ficar de olho nos canais do blog Melhor Investimento.
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