Saque-aniversário do FGTS muda em novembro: o que o governo vai limitar?
Novas normas reduzem número de antecipações e impõem teto de valor por operação. Medidas entram em vigor em 1º de novembro de 2025.

O governo federal apertou o cerco contra os empréstimos ligados ao saque-aniversário do FGTS. A partir de 1º de novembro de 2025, os trabalhadores terão novas restrições para antecipar os valores do Fundo, com limite de crédito, carência mínima e apenas uma operação por ano.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as novas medidas devem liberar cerca de R$ 84,6 bilhões até 2030, valor que hoje permanece retido em instituições financeiras. A ideia é devolver esses recursos aos trabalhadores e reforçar a sustentabilidade do FGTS.
Modelo atual de saque-aniversário é uma “armadilha para os trabalhadores”, diz ministro
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, não poupou críticas ao modelo atual. Ele classificou o saque-aniversário como uma “armadilha para os trabalhadores”, afirmando que milhões de brasileiros têm dinheiro parado sem poder sacar após demissão.
“Hoje, já temos 13 milhões de trabalhadores com valores bloqueados, que somam R$ 6,5 bilhões. O saque-aniversário enfraquece o Fundo tanto como poupança quanto como instrumento de investimento em habitação, infraestrutura e saneamento”, destacou o ministro.
Desde 2020, os adiantamentos do FGTS somaram R$ 236 bilhões. Entre os 42 milhões de trabalhadores ativos, 21,5 milhões (51%) aderiram ao saque-aniversário, e 70% deles já fizeram algum tipo de antecipação via bancos ou fintechs.
O que muda nas regras do saque-aniversário FGTS em 2025
As novas normas impõem limites de valor, quantidade e prazo nas operações de antecipação. Confira os principais pontos:
- Carência de 90 dias: o trabalhador só poderá pedir antecipação após três meses da adesão ao saque-aniversário.
- Uma operação por ano: acaba a farra de múltiplos contratos ativos; será permitida apenas uma antecipação anual.
- Limite de antecipações: será possível adiantar até cinco saques-aniversário (um por ano) em 12 meses. Depois, o trabalhador poderá fazer três novas antecipações nos três anos seguintes.
- Valor máximo de adiantamento: cada saque poderá ser antecipado em até R$ 500, com valor mínimo de R$ 100. O limite total será de R$ 2.500 por ciclo.
Na prática, o governo coloca freios no endividamento atrelado ao FGTS. Antes, não havia restrições, e alguns contratos chegavam a se estender até 2056.
FGTS poderá servir como garantia de crédito consignado
Durante a reunião do Conselho, o governo também apresentou uma nova proposta: usar até 10% do saldo do FGTS como garantia em empréstimos consignados. A medida ainda será avaliada pelo Comitê Gestor do Crédito do Trabalhador, mas pode abrir espaço para uma nova modalidade de crédito mais barata e com menos risco para os bancos.
O que isso significa para o trabalhador e para o mercado
As mudanças dividem opiniões. De um lado, trabalhadores endividados podem sentir o impacto imediato da limitação de crédito. De outro, economistas e o próprio governo veem o movimento como essencial para preservar o papel social e econômico do FGTS.
No fim das contas, o objetivo é claro: menos dívida, mais equilíbrio e um Fundo de Garantia mais forte, ainda que o acesso ao dinheiro fique mais difícil no curto prazo.
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