IPCA-15 de outubro tem menor alta para o mês desde 2022, puxado por energia e alimentos
Inflação medida pelo IPCA-15 avança menos do que o esperado e indica perda de fôlego nos preços, mas especialistas alertam que cortes de juros devem ocorrer só em 2026.
Foto: Aline Massuca/ Metrópoles
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,18% em outubro, resultado mais baixo para o mês desde 2022, quando avançou 0,16%. A prévia da inflação, divulgada nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou abaixo das projeções do mercado, que estimavam alta de 0,25%.
Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou de 5,32% para 4,94%, a menor variação desde janeiro de 2025. No acumulado do ano, o IPCA-15 soma alta de 3,94%.
A meta oficial de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Setores que mais influenciaram o IPCA-15 de outubro
Entre os grupos que compõem o indicador, Transportes foi o que mais pressionou o índice, com alta de 0,41%, impulsionado pelo aumento de 1,16% nos combustíveis e de 4,39% nas passagens aéreas.
O etanol (3,09%) e a gasolina (0,99%) também registraram avanço, enquanto o gás veicular teve leve queda de 0,40%.
Por outro lado, Habitação apresentou desaceleração, com variação positiva de apenas 0,16%, frente à alta de 3,31% em setembro. O principal fator foi a redução de 1,09% nas tarifas de energia elétrica residencial, reflexo da mudança da bandeira tarifária de vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1.
Já o grupo Alimentação e Bebidas teve recuo de 0,02%, o quinto mês consecutivo de queda, influenciado pela baixa nos preços de cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1,00%). Entre as altas, destacaram-se o óleo de soja (4,25%) e as frutas (2,07%). Artigos de residência e comunicação também apresentaram variações negativas no mês.
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“Corte de juros deve começar apenas em 2026”, diz Sara Paixão
Para Sara Paixão, analista de macroeconomia da InvestSmart XP, o resultado reforça a tendência de desaceleração, mas não muda a estratégia do Comitê de Política Monetária (Copom).
“O IPCA-15 de outubro avançou 0,18%, bem abaixo da projeção do mercado, que era de 0,25%. A abertura do índice também foi positiva, com serviços crescendo 0,37%, frente à expectativa de 0,58%. Apesar disso, o dado não altera a perspectiva de que o Copom deve iniciar o corte de juros apenas durante o primeiro trimestre de 2026”, afirma a especialista.
Segundo Sara, a inflação de serviços acumulada em 12 meses ainda está em 6,02%, acima do centro da meta, sustentada por um mercado de trabalho aquecido e estímulos fiscais do governo.
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