Almoço anual da Febraban expõe primeiras tendências econômicas para 2026

Foco em ajuste fiscal, juros calibrados e crescimento moderado.

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Última atualização:  24 de nov, 2025 às 18:17
galípolo e simone tebet durante o almoço da febraban 2025 Foto: Rafaela Araújo / Folhapress

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) realizou nesta segunda-feira (24.nov.2025), no Hotel Unique, em São Paulo, o tradicional almoço anual que reúne presidentes de bancos e autoridades econômicas.

Com cerca de 400 convidados, o encontro virou uma vitrine das tendências econômicas que devem guiar o início de 2026, com destaque para ajuste fiscal, trajetória da inflação e a possibilidade de um crescimento mais moderado.

Participaram do evento o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo; a ministra do Planejamento, Simone Tebet; a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck; e o ministro interino da Fazenda, Dario Durigan, que substituiu Fernando Haddad, atualmente em missão oficial em Moçambique com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Também estavam presentes Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho Diretor da Febraban, e Isaac Sidney, presidente da entidade.

Tendências econômicas para 2026: ajuste fiscal será prioridade

No palco, Dario Durigan reforçou que o governo pretende entrar em 2026 com uma postura fiscal mais rígida. Ele sinalizou que o Ministério da Fazenda quer segurar despesas, rever incentivos e garantir metas do arcabouço, diante da queda na arrecadação deste ano.

Veja também:

Leitura para o mercado: o governo tenta reconstruir credibilidade fiscal após meses de pressão e, caso entregue medidas concretas, reduz o risco de estresse na curva de juros.

Governo admite lentidão, mas aposta em aceleração

Simone Tebet reconheceu que parte das políticas avançou mais devagar do que o planejado, mas afirmou que o governo chega ao fim de 2025 com “pilares montados” para acelerar programas em 2026, especialmente em investimento público e execução orçamentária.

Sinal: 2026 pode começar com liberação mais intensa de recursos e foco em entrega de projetos, mas ainda depende da evolução da arrecadação.

BC pretende manter cautela na política monetária

Em fala acompanhada atentamente pelos CEOs dos maiores bancos do país, Galípolo afirmou que o Banco Central segue monitorando a desinflação, mas vê incertezas relevantes internas e externas para 2026. Ele alertou que o próximo ano exigirá “calibragem constante” da taxa Selic.

Tradução prática:
• cortes expressivos de juros estão descartados;
• previsibilidade será prioridade da política monetária;
• o BC quer evitar volatilidade antes de um ano que pode ser mais desafiador.

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Crescimento de 2026 deve ser mais moderado

Embora não tenha sido dito explicitamente, o conjunto das falas; fiscal mais duro, juros calibrados e atraso em parte das entregas; aponta para um crescimento mais contido em 2026, ainda dependente do crédito e da confiança empresarial.

Alinhamento institucional tenta reduzir ruído

A Febraban destacou que o encontro reforça a necessidade de diálogo entre governo, Banco Central e setor financeiro, especialmente num momento em que as condições de crédito, investimento e estabilidade regulatória estão no centro do debate sobre 2026.

Fernando Haddad, ausente por acompanhar Lula em Maputo em reuniões bilaterais, deve receber um relatório completo sobre o evento ao retornar ao Brasil.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.