O interesse pelos ETFs de Bitcoin vem crescendo rapidamente entre investidores brasileiros que buscam exposição ao mercado de criptoativos de forma simples, segura e regulada. Nesse cenário, o BITI11, da Itau Asset Management, se destaca como uma das principais portas de entrada para quem quer investir no Bitcoin sem precisar abrir conta em uma exchange ou lidar diretamente com carteiras digitais.

Mas afinal, o que é o ETF BITI11? Como ele funciona, quais são suas vantagens e riscos, e o que esperar desse investimento nos próximos anos? No Melhor Investimento, você vai entender todos os pontos essenciais antes de decidir se o BITI11 faz sentido na sua carteira.

O que é o BITI11?

O BITI11 é o primeiro ETF de Bitcoin lançado por uma instituição financeira tradicional no Brasil, o Itaú Unibanco. Criado e administrado pela Itaú Asset Management, o fundo replica o desempenho do Bitcoin CME CF Reference Rate, índice que reflete o preço da criptomoeda em dólares com base em dados de exchanges globais.

Em termos simples, o BITI11 é um ETF (Exchange Traded Fund), ou fundo de índice, que busca acompanhar o preço do Bitcoin de forma passiva. O investidor compra cotas do fundo na B3, a bolsa de valores brasileira, e obtém exposição indireta à variação de preço da criptomoeda, sem precisar comprar o ativo digital diretamente.

Esse modelo é especialmente atrativo para quem deseja participar da valorização do Bitcoin dentro de um ambiente regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela B3, sem as complexidades do mercado cripto tradicional.

O objetivo do ETF é refletir o desempenho do Bitcoin à vista, descontadas as taxas de administração e custos operacionais. Dessa forma, se o Bitcoin se valoriza no mercado global, o BITI11 tende a subir, e o contrário também é verdadeiro em momentos de queda.

BITI11 vs. outros ETFs de Bitcoin no Brasil

O mercado brasileiro conta com outros ETFs de Bitcoin já conhecidos, como o HASH11 (da Hashdex) e o BITH11 (da QR Asset). Embora todos busquem dar exposição à mesma classe de ativos, há diferenças importantes entre eles que impactam o perfil do investidor e a estratégia de alocação.

HASH11: exposição diversificada ao mercado cripto

O HASH11 foi o primeiro ETF de criptoativos do país e tem uma carteira diversificada, composta por várias criptomoedas, como Ethereum, Cardano, Solana e outras, seguindo o Nasdaq Crypto Index (NCI).

Ou seja, ele não é focado apenas em Bitcoin, oferecendo uma exposição mais ampla ao mercado de ativos digitais e diluindo o risco em várias frentes tecnológicas.

BITH11: foco em Bitcoin e neutralização de carbono

O BITH11, da QR Asset, é um ETF 100% focado em Bitcoin, mas traz um diferencial sustentável. Ele busca neutralizar parte das emissões de carbono associadas à mineração da criptomoeda, sendo considerado o primeiro ETF de Bitcoin neutro em carbono do Brasil.

Essa característica pode atrair investidores que valorizam práticas ESG e que desejam se expor ao Bitcoin com um viés ambiental mais consciente.

BITI11: a força de um banco tradicional e o índice CME

O BITI11, por sua vez, se diferencia por ser o primeiro ETF de Bitcoin lançado por um banco tradicional, o Itaú.

Isso confere ao produto uma maior percepção de segurança institucional e transparência, especialmente para investidores mais conservadores que desejam entrar no universo cripto de maneira regulada e confiável.

Outra distinção importante está na metodologia do índice de referência. Enquanto o BITH11 utiliza dados de exchanges internacionais e se apoia em custódia estrangeira, o BITI11 replica o Bitcoin CME CF Reference Rate, índice calculado pela Chicago Mercantile Exchange (CME), uma das maiores bolsas de derivativos do mundo.

Esse modelo tende a reduzir o risco de manipulação de preços e garante maior rastreabilidade e robustez institucional ao ETF.

Prós de investir no BITI11

Como todo investimento em renda variável, o BITI11 tem vantagens e riscos que precisam ser considerados antes de investir.

Entre os principais benefícios, está o acesso facilitado ao Bitcoin. O investidor não precisa se preocupar com chaves privadas, carteiras digitais, corretoras estrangeiras ou inseguranças relacionadas à custódia do ativo. Tudo é feito dentro da estrutura regulada da B3, com a proteção e transparência típicas do mercado de capitais brasileiro.

Outro ponto positivo é a segurança institucional. Ter o Itaú como emissor e administrador confere credibilidade e pode atrair perfis mais tradicionais que até então evitavam criptoativos.

Além disso, o ETF pode ser negociado em qualquer corretora de valores, com liquidez diária e a mesma praticidade de comprar uma ação. Isso torna o BITI11 uma alternativa prática para quem deseja diversificar sem sair do ambiente da bolsa.

Contras de investir no BITI11

Por outro lado, existem desvantagens importantes. O ETF está sujeito à alta volatilidade do Bitcoin, que pode registrar quedas expressivas em curtos períodos. Mesmo sendo um produto regulado, o risco de mercado é o mesmo da criptomoeda subjacente.

Outro ponto a observar é que o fundo cobra taxas de administração (geralmente em torno de 0,5% ao ano) e, em alguns casos, também há custos embutidos na estrutura de custódia e operação, o que pode reduzir parte da rentabilidade no longo prazo.

Também é importante lembrar que, por se tratar de um ETF, o investidor não tem posse direta do Bitcoin. Ou seja, não é possível transferir o ativo, utilizá-lo em transações digitais ou armazená-lo em uma carteira pessoal. A exposição é puramente financeira.

Como encaixar o BITI11 na sua carteira de investimentos

O ETF BITI11 deve ser visto como um ativo de renda variável de alto risco, adequado apenas a uma parcela limitada da carteira. O Bitcoin, mesmo sendo um ativo com grande potencial de valorização, ainda apresenta comportamento volátil e sensível a fatores macroeconômicos e regulatórios.

Para investidores com perfil moderado ou arrojado, uma alocação de 1% a 5% do portfólio em produtos atrelados a criptomoedas, como o BITI11, pode trazer diversificação e potencial de retorno superior no longo prazo.

A ideia é que o investimento em BITI11 funcione como um ativo descorrelacionado, ou seja, que não se comporta da mesma forma que ações, renda fixa ou câmbio. Em períodos de incerteza global, o Bitcoin tende a apresentar movimentos próprios, o que pode ajudar a equilibrar o portfólio.

Por outro lado, para investidores conservadores ou que não toleram grandes oscilações, o BITI11 talvez não seja a melhor escolha. A recomendação é sempre avaliar seu perfil de risco e horizonte de investimento antes de decidir a alocação.

Cenários para os próximos anos

O futuro do ETF BITI11 está diretamente ligado ao desempenho e à adoção global do Bitcoin.

Nos últimos anos, a criptomoeda tem conquistado maior aceitação entre instituições financeiras, governos e grandes empresas. O avanço da regulação de ativos digitais em diversos países, incluindo o Brasil, tem dado mais segurança jurídica e estimulado a entrada de investidores institucionais.

A inflação global e a desvalorização de moedas fiduciárias também têm impulsionado a busca por ativos alternativos, como o Bitcoin, visto por muitos como uma forma de “reserva de valor digital”.

Por outro lado, o cenário macroeconômico pode impactar negativamente o desempenho do ativo. Ciclos de alta de juros, fortalecimento do dólar e períodos de aversão ao risco costumam pressionar os preços das criptomoedas.

Nos próximos anos, a expectativa é de que a liquidez global e o avanço tecnológico, especialmente com a integração entre finanças tradicionais e cripto, tornem o mercado mais maduro. Nesse contexto, o BITI11 pode se beneficiar como uma ponte entre os investidores tradicionais e o universo digital.

Aspectos técnicos e regulatórios

Investir no ETF BITI11 é simples e pode ser feito por meio de qualquer corretora que opere na B3. As cotas são negociadas como ações, e o investidor pode acompanhar a cotação do BITI11 em tempo real nas plataformas de investimento.

Do ponto de vista tributário, o ETF é tratado como renda variável, seguindo as mesmas regras de fundos de índice de ações. Confira os principais aspectos técnicos e regulatórios:

  • Tributação: quando o investidor vende as cotas com lucro, há incidência de Imposto de Renda de 15% sobre o ganho de capital, com recolhimento via DARF até o último dia útil do mês seguinte à venda. Diferente das ações, não há isenção para vendas abaixo de R$ 20 mil.
  • Rendimentos: o ETF não distribui dividendos, pois não gera fluxo de caixa. O ganho vem exclusivamente da valorização da cota conforme a variação do Bitcoin.
  • Custódia: as cotas são registradas e custodiadas na B3, garantindo segurança e rastreabilidade.
  • Acesso simplificado: o investidor não precisa abrir conta em corretoras de criptomoedas nem manter carteiras digitais, já que toda a operação ocorre dentro do sistema financeiro tradicional.

Vale a pena investir no BITI11?

Investir em ETF BITI11 é uma forma prática de ter exposição ao Bitcoin dentro do sistema financeiro tradicional, com segurança, regulação e simplicidade operacional. No entanto, é essencial entender que se trata de renda variável, com alta volatilidade e risco de perda de capital.

A rentabilidade passada não garante resultados futuros, e o Bitcoin, embora seja um ativo promissor, ainda está sujeito a fatores imprevisíveis como regulação internacional, sentimento do mercado e avanços tecnológicos.

Por isso, o BITI11 deve ser visto como uma oportunidade de diversificação, e não como o centro da estratégia de investimentos. O ideal é integrá-lo a uma carteira balanceada, que combine renda fixa, ações e fundos imobiliários, de acordo com seu perfil de risco e objetivos financeiros.

Se você quer se expor ao universo cripto com segurança e praticidade, o BITI11 é uma excelente opção para começar. Mas, antes de investir, estude, compare alternativas como HASH11 e BITH11, e mantenha-se sempre informado sobre o mercado de criptomoedas.

Quer continuar aprendendo sobre investimentos inteligentes e acompanhar a cotação do BITI11 em tempo real? Acesse o portal Melhor Investimento e confira nossos conteúdos exclusivos sobre investimentos em criptomoedas, ETFs e estratégias de diversificação.

Perguntas frequentes sobre o BITI11

Muitos investidores iniciantes têm dúvidas comuns sobre o ETF BITI11, e é importante esclarecê-las antes de aplicar dinheiro nesse tipo de ativo.

Preciso ter conta em uma corretora de criptomoedas?

Não. O investimento é feito inteiramente na B3, por meio da sua corretora de valores tradicional. Você só precisa ter uma conta de investimento ativa.

Posso perder dinheiro com o BITI11?

Sim. Como o ETF replica o preço do Bitcoin, qualquer queda na cotação da criptomoeda impactará diretamente o valor das cotas. É um investimento de alto risco e alta volatilidade.

O BITI11 é indicado para iniciantes?

Pode ser, desde que o investidor entenda os riscos. O ETF é uma forma mais segura e acessível de começar no universo cripto, mas deve representar apenas uma pequena parte da carteira.

Qual é o valor mínimo para investir?

O valor depende do preço da cota no momento da compra. Em geral, é possível começar com menos de R$ 100, tornando o investimento acessível a praticamente qualquer perfil.

As informações apresentadas neste conteúdo têm caráter exclusivamente educativo e informativo. Elas não constituem recomendação de investimento, compra ou venda de ativos financeiros. O desempenho passado do ETF BITI11 ou do Bitcoin não garante resultados futuros. Antes de investir, avalie seu perfil de risco, seus objetivos financeiros e, se necessário, busque orientação de um assessor de investimentos certificado. O mercado de criptoativos é volátil e pode resultar em perda parcial ou total do capital investido.

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.