Seguro prestamista: o que é, para que serve e como resgatar
O seguro prestamista é uma modalidade de seguro que acompanha empréstimos e financiamentos, oferecendo uma garantia de pagamento em caso de imprevistos. Entenda como essa proteção funciona.

Você já ouviu falar em seguro prestamista? A modalidade oferece uma proteção valiosa para situações em que o segurado, devido a eventos inesperados, não consegue cumprir com suas dívidas. Imprevistos, como desemprego, acidentes ou até mesmo o falecimento, podem causar grande impacto na saúde financeira de uma família, tornando difícil honrar compromissos como financiamentos ou empréstimos.
Ao longo da vida, é comum recorrer a serviços de crédito para diversas finalidades, como financiar uma casa ou obter um empréstimo para outros projetos. Tudo corre bem enquanto as finanças estão sob controle, mas a realidade pode mudar rapidamente diante de um imprevisto. É nesse contexto que entra o seguro prestamista.
Quer entender melhor como funciona essa modalidade, quem pode se beneficiar e como resgatar os valores, quando aplicável? Neste artigo, esclarecemos todos os detalhes para você!
O que é o seguro prestamista?
O seguro prestamista é uma modalidade de seguro ligada diretamente a empréstimos e financiamentos. Ele tem a função de quitar ou amortizar a dívida em caso de eventos imprevistos que possam comprometer a capacidade de pagamento do tomador do empréstimo, como morte, invalidez permanente, desemprego involuntário, entre outros.
Em suma, trata-se de um produto diretamente vinculado à responsabilidade financeira assumida pelo devedor em uma operação de crédito. Na dinâmica do seguro, o devedor pode exercer a proteção desde que o motivo de sua inadimplência esteja coberto pela apólice, ou seja, só será acionada se a razão pela qual ele não consegue arcar com a dívida estiver prevista nas condições do contrato de seguro.
Para que serve o seguro prestamista?
O principal objetivo do seguro prestamista é oferecer uma proteção tanto para o credor quanto para o devedor, garantindo que a dívida não se torne um fardo para a família ou para os herdeiros em situações adversas. O “prêmio” (jargão do mercado de seguros) do seguro, ou seja, o valor pago por essa cobertura, geralmente é incluído nas parcelas do empréstimo, tornando o custo diluído ao longo do tempo.
Seguro prestamista é obrigatório?
No Brasil, a contratação de seguro prestamista não é obrigatória. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) proíbe a exigência desse tipo de seguro como condição para a concessão de crédito, conforme determina a Resolução 365/2018. Essa prática, conhecida como “venda casada”, é considerada ilegal pelo Código de Defesa do Consumidor.
Como funciona o seguro prestamista
Quando uma pessoa decide financiar um bem, contrair um empréstimo, entrar em um consórcio ou contratar qualquer outra modalidade de crédito, ela pode optar por incluir um seguro prestamista no contrato. Logo, estamos falando de uma espécie de proteção extra que visa proteger o consumidor em caso de imprevistos, garantindo que suas dívidas sejam pagas mesmo que ele não possa mais honrá-las.
Em caso de falecimento, incapacidade temporária ou invalidez permanente do segurado, o seguro pode quitar a dívida ou parte dela, evitando que a família, herdeiros ou próprio segurado sejam responsabilizados por arcar com o débito.
Exemplo:
Para ilustrar, vamos a um exemplo: supondo que um determinado segurado acabe de adquirir um carro financiado e decida contratar um seguro prestamista junto com o financiamento. Infelizmente, algum tempo depois, esse segurado vem a falecer. Nesse caso, o processo se desdobra da seguinte forma:
- A família do segurado aciona a seguradora informando sobre o falecimento, apresentando os documentos necessários.
- A seguradora avalia a documentação e, constatando que a morte do segurado está coberta pela apólice, procede com o pagamento da dívida restante do financiamento do carro diretamente à instituição financeira.
- Com a dívida quitada, a família do segurado fica livre de preocupações financeiras relacionadas ao financiamento do veículo.
Nesses casos, a ausência do seguro resultaria na inclusão da dívida no inventário, o que poderia levar à utilização parcial ou total dos bens para amortizar o débito. Isso, por sua vez, reduziria o valor total do patrimônio a ser dividido entre os herdeiros.
Eventos cobertos pelo seguro

Os eventos cobertos podem variar de uma seguradora para outra, mas, de forma geral, os seguros prestamistas oferecem proteção contra:
- Morte: em caso de falecimento do segurado em decorrência de causas naturais ou acidentais, a seguradora paga a dívida restante, garantindo que seus dependentes não fiquem com essa responsabilidade.
- Invalidez permanente total: se o segurado ficar completamente incapacitado para o trabalho e não puder mais gerar renda, a seguradora também assume o pagamento da dívida.
- Invalidez permanente parcial: a depender do plano contratado, a seguradora pode cobrir parte da dívida se o segurado perder alguma função importante para o exercício de sua profissão.
- Doenças graves: muitas apólices incluem cobertura para doenças graves como câncer, infarto e AVC, que podem gerar custos elevados com tratamento e afastamento do trabalho.
- Desemprego involuntário: algumas seguradoras oferecem planos diferenciados com a cobertura para o caso de perda involuntária do emprego – pessoas que foram demitidas -, auxiliando o segurado a honrar suas dívidas durante um período determinado.
E o que seguro não cobre?
É importante entender que o seguro prestamista, assim como qualquer outro tipo de seguro, possui exclusões. Estas são situações que não são cobertas pela apólice e, portanto, não garantem o pagamento da dívida em caso de ocorrência.
As exclusões de cobertura de um seguro prestamista podem variar entre as seguradoras, mas algumas situações são amplamente comuns e frequentemente mencionadas nas apólices. Uma delas é a exclusão de doenças preexistentes, ou seja, condições de saúde já existentes antes da contratação do seguro.
Geralmente, essas doenças não estão cobertas, salvo em casos em que a apólice contenha cláusulas específicas que incluam essas enfermidades. Por exemplo, se o segurado já tratava de uma doença crônica antes de aderir ao seguro, essa condição não será elegível para proteção, a menos que haja acordo expresso entre as partes.
Outra exclusão recorrente é o desemprego voluntário. Quando a perda de emprego ocorre por decisão própria do segurado, ou seja, em caso de pedidos de demissão, o seguro não se responsabiliza por cobrir as dívidas associadas. Essa exclusão está diretamente relacionada à natureza do risco coberto, que visa proteger contra situações imprevistas e involuntárias.
Quem se beneficia do seguro prestamista?
No contexto do seguro prestamista, é fundamental compreender quem realmente se beneficia dessa modalidade. Em geral, o beneficiário é o credor — a instituição que concedeu o crédito ao segurado, como bancos e financeiras. Nesse caso, a indenização é direcionada diretamente à instituição credora, garantindo o pagamento da dívida.
Isso se aplica, ao menos, que a indenização do seguro supere o valor da dívida do segurado. Vamos entender em detalhes:
- 1º Beneficiário: a instituição financeira
- A prioridade de pagamento é sempre da instituição financeira que concedeu o crédito (banco, financeira, etc.).
- Em caso de sinistro (morte, invalidez, etc.), a seguradora paga diretamente à instituição financeira o valor correspondente à dívida restante, garantindo assim o recebimento do crédito.
- 2º Beneficiário: o segurado ou seus dependentes
- Caso o valor da indenização paga pela seguradora seja maior do que o valor da dívida, o saldo remanescente será pago ao segurado ou aos beneficiários indicados por ele.
- Além dele mesmo, o segurado pode indicar uma ou mais pessoas para receber o valor restante da indenização, como cônjuge, filhos, pais ou outras pessoas de sua escolha.
Vantagens para o segurado
O principal benefício do seguro para o segurado é claro e direto: ao contratar essa proteção, ele assegura que suas dívidas sejam quitadas em caso de imprevistos cobertos pela apólice. Dessa forma, evita que seus dependentes tenham que assumir essa responsabilidade, potencialmente proporcionando maior tranquilidade financeira para todos os envolvidos.
Neste aspecto, se pode reforçar a questão da proteção de patrimônio, haja visto que quitar a dívida ajuda a preservar o inventário da família, evitando que bens sejam vendidos para cumprir com tais obrigações financeiras.
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O que analisar antes de contratar um seguro prestamista?
Ao decidir sobre a contratação de um seguro prestamista, é fundamental considerar alguns pontos-chave para garantir que você está fazendo a escolha mais adequada para suas necessidades.
1. Entenda o que está sendo coberto
O seguro prestamista geralmente cobre eventos como morte, invalidez permanente e, em alguns casos, desemprego involuntário. É importante verificar quais são os eventos específicos cobertos pela apólice que você está analisando. Entenda a extensão da cobertura para cada evento. Por exemplo, quais tipos de invalidez são cobertos e quais doenças são consideradas graves para fins de indenização?
2. Avalie o custo-benefício
Analise o custo do seguro em relação ao valor total do empréstimo ou financiamento. Verifique se o valor da parcela do seguro está incluído no valor total da prestação. Fique atento aos juros embutidos! Em alguns casos, o custo do seguro pode ser incorporado ao valor financiado, aumentando o valor total dos juros pagos.
3. Conheça o prazo de carência
O prazo de carência refere-se ao intervalo de tempo estipulado entre a contratação do seguro e o início da cobertura efetiva para determinados eventos. Durante esse período, mesmo que ocorra um imprevisto, o segurado não estará protegido para situações especificadas na apólice. É importante conhecer esse prazo para evitar surpresas. Ele costuma variar entre 30 e 180 dias, a depender de fatores como a seguradora, a cobertura e o imprevisto em questão.
4. Avalie a sua necessidade
Analise sua situação financeira e avalie se a contratação do seguro prestamista é realmente necessária. Considere seus outros seguros e fontes de renda. Além disso, não deixe de verificar se a contratação do seguro é uma exigência da instituição financeira para a aprovação do crédito.
5. Leia atentamente os termos e condições
Leia com atenção as exclusões e limitações da cobertura. Entenda quais situações não estão cobertas pelo seguro e quais são os limites de indenização. Observe também outros detalhes como condições para cancelamento do seguro e quais são as consequências financeiras em caso de rescisão do contrato.
6. Compare as seguradoras
Não se esqueça de dedicar tempo para analisar e comparar as ofertas de diferentes seguradoras antes de tomar uma decisão. Avalie cuidadosamente as coberturas oferecidas, verificando quais eventos estão incluídos e as condições específicas de cada apólice. Além disso, compare os custos, levando em consideração não apenas o preço do prêmio, mas também possíveis taxas adicionais e benefícios incluídos.
Quando e como resgatar o seguro prestamista
Para dar início ao processo de resgate do seguro, é preciso que ocorra um dos eventos previstos em contrato, como falecimento, invalidez ou doença grave. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o segurado ou seus beneficiários devem entrar em contato com a seguradora através dos canais de atendimento disponíveis.
Para dar andamento à solicitação, a seguradora poderá solicitar uma série de documentos, como identidade, CPF, comprovante de residência, além de documentos específicos relacionados ao evento ocorrido, como atestado de óbito, laudos médicos, boletins de ocorrência e o contrato do seguro. A apresentação desses documentos é essencial para que a seguradora possa avaliar o caso e liberar os recursos devidos.
Para ficar mais claro:
- O primeiro passo é notificar a seguradora sobre a ocorrência do evento coberto. Isso geralmente pode ser feito por meio do atendimento ao cliente da seguradora ou do banco que concedeu o empréstimo.
- Será necessário apresentar documentos que comprovem o evento, como certidão de óbito, laudos médicos, documentos de rescisão de contrato de trabalho, entre outros, conforme o tipo de sinistro.
- A seguradora analisará a documentação e verificará se o evento está coberto pela apólice. Esse processo pode variar em termos de tempo, dependendo da seguradora e da complexidade do caso.
- Uma vez aprovada a cobertura, a seguradora procederá com a quitação ou amortização do saldo devedor diretamente com a instituição financeira.
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