Consórcio ou financiamento? Qual é a opção mais atrativa para os indivíduos que desejam adquirir bens de alto valor, como imóveis, veículos ou serviços?

Com uma abordagem diferenciada de “financiamento coletivo”, os consórcios oferecem vantagens e desvantagens significativas em relação a outras modalidades de crédito, enquanto os financiamentos são transações financeiras em que uma pessoa, empresa ou instituição empresta dinheiro a outra parte. 

Neste artigo, exploraremos o que são consórcios e financiamentos, como funcionam e por que eles se tornaram uma escolha popular para muitos consumidores.

Descubra qual é a melhor alternativa para você.

O que são os consórcios?

Consórcios são formas de financiamento coletivo em que um grupos de pessoas físicas ou jurídicas que se unem com o objetivo comum de adquirir um bem ou contratar um serviço.  Esses grupos, geralmente administrados por uma empresa especializada, funcionam mediante contribuições mensais dos participantes. Os tipos de consórcios mais tradicionais são de carro, moto, veículo ou eletroeletrônico. 

O consórcio consiste em reunir pessoas que buscam adquirir um mesmo bem, com prazo estabelecido em contrato e cada participante contribui com pagamentos mensais para um fundo comum.

Segundo Danilo Damascena, coordenador e especialista em consórcios na Be Smart, essa modalidade pode ser vista como um planejamento de compra de um bem ou até mesmo como uma estratégia de alavancagem financeira, especialmente para clientes que possuem um valor investido. Esses clientes conseguem multiplicar seu capital sem se descapitalizarem completamente, o que aumenta significativamente seu patrimônio bruto.

O consórcio se torna assim uma ferramenta para a aquisição de bens ou para alavancar financeiramente através de diversas estratégias, como a compra de imóveis para aluguel, criando assim uma renda passiva.

Como funcionam os consórcios?

O funcionamento de um consórcio é relativamente simples. Após ingressar em um grupo, o consorciado realiza pagamentos mensais que são destinados a um fundo comum. A cada assembleia, que geralmente ocorre mensalmente, parte dos integrantes é contemplada e recebe a carta de crédito, que possibilita a compra do bem desejado.

O pagamento se dá por meio de parcelas reajustadas por indicadores econômicos, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). A contemplação pode ocorrer por sorteio ou por lance, onde o participante oferece um valor maior para antecipar sua contemplação.

E o que é um financiamento?

Financiamentos são transações financeiras em que uma pessoa, empresa ou instituição empresta dinheiro a outra parte, geralmente cobrando juros sobre o valor emprestado. Essa prática é comum em diversas situações, desde a compra de uma casa ou carro até o financiamento de projetos empresariais.

A dinâmica básica de funcionamento de um financiamento envolve alguns passos:

1. Acordo de empréstimo: As partes concordam com os termos do empréstimo, incluindo o valor do empréstimo, a taxa de juros, o prazo de pagamento e quaisquer garantias que possam ser exigidas.

2. Análise de crédito: O credor normalmente avalia a capacidade do mutuário de pagar o empréstimo. Isso envolve a análise do histórico de crédito, renda, patrimônio líquido e outras informações financeiras relevantes.

3. Desembolso dos fundos: Uma vez aprovado, o dinheiro é entregue ao mutuário. Dependendo do tipo de financiamento, os fundos podem ser entregues de uma só vez ou em parcelas ao longo do tempo.

4. Pagamentos periódicos: O mutuário faz pagamentos periódicos ao credor, geralmente mensais, que incluem uma parte do principal do empréstimo e os juros acumulados.

5. Amortização: Ao longo do tempo, os pagamentos do empréstimo reduzem o saldo principal do empréstimo, processo conhecido como amortização.

6. Encerramento do empréstimo: Uma vez que o empréstimo é totalmente pago, seja no final do prazo ou antecipadamente, o empréstimo é considerado encerrado e quaisquer garantias associadas são liberadas.

Consórcio x Financiamento: quais as diferenças?

Damascena destaca que a principal distinção entre consórcio e financiamento é o custo. Atualmente, o valor do consórcio pode ser até 40% menor em comparação com um financiamento, que carrega uma taxa de juros anual de 10 a 11%. Em contrapartida, um consórcio possui um custo básico que inclui o crédito mais a taxa de administração diluída ao longo do prazo contratado, resultando em uma taxa bruta de 1.50% antes do lance, com o crédito límpido. Essa diferença é crucial. 

O consórcio é mais indicado para clientes que desejam planejar a aquisição de um imóvel para daqui a 1 ou 2 anos, enquanto o financiamento é mais apropriado para quem precisa de um imóvel com urgência. 

Uma analogia útil é comparar o financiamento a uma viagem de última hora para os Estados Unidos, que custaria três vezes mais do que uma viagem planejada para o próximo ano. Ao empregar estratégia, eficiência e assertividade no planejamento, é possível reduzir significativamente os custos para o cliente.

Quais são os principais tipos de consórcios?

O coordenador e especialista em consórcios da Be Smart destaca três principais tipos de consórcio que os clientes podem contratar: imóvel, automóvel e serviço.

No consórcio imobiliário, voltado para a aquisição de imóveis, como casas, apartamentos, terrenos ou imóveis comerciais, hoje em dia não é mais necessário escolher um consórcio específico para cada finalidade, como era antes. Antigamente, os consórcios eram segmentados por crédito e finalidade, o que significava que se alguém quisesse um consórcio para construção, precisaria optar por um consórcio específico para essa finalidade.

No entanto, atualmente, existe um consórcio abrangente para imóveis, que inclui a compra de imóveis prontos, terrenos, terrenos com construção e até mesmo reformas, além da possibilidade de utilizar o consórcio para a troca de uma dívida mais cara por uma mais barata.

Já no consórcio de veículos, destinado à compra de veículos como carros, motos, caminhões ou embarcações, a variedade de opções também é ampla, abrangendo desde veículos terrestres como carros e motos até embarcações e veículos offroad, como jetskis e barcos.

Por fim, o consórcio de serviços é focado na contratação de serviços específicos, como reformas, viagens, cirurgias plásticas ou outros serviços de consumo, abrangendo desde procedimentos estéticos até eventos como casamentos e viagens.

Vantagens dos consórcios

Os consórcios representam uma alternativa inteligente para aqueles que desejam adquirir bens de alto valor. Se você está planejando uma grande aquisição, considere os benefícios dos consórcios e veja como essa modalidade pode ajudá-lo a alcançar seus objetivos financeiros:

Ausência de juros: Ao contrário de empréstimos tradicionais, os consórcios não cobram juros sobre o valor financiado, o que pode resultar em uma economia significativa ao longo do tempo.

Flexibilidade de prazos: Os consórcios oferecem prazos flexíveis para pagamento, permitindo que os participantes escolham planos que se adequem às suas necessidades financeiras.

Maior poder de compra: Com as cartas de crédito fornecidas pelos consórcios, os participantes têm mais poder de compra, podendo adquirir bens de alto valor que talvez não fossem acessíveis de outra forma.

Compras sem entrada: Em muitos casos, não é necessário pagar uma entrada para ingressar em um consórcio, tornando-o uma opção mais acessível para muitos consumidores.

Desvantagens de um consórcio

Demora na conquista do bem: Uma das principais desvantagens do consórcio é o tempo necessário para conquistar o bem desejado. Enquanto em outras modalidades de financiamento, como um empréstimo ou financiamento direto, você pode adquirir o bem imediatamente, no consórcio você depende do sorteio ou de ser contemplado por lance para receber 

Taxa de administração: Outra desvantagem é a taxa de administração cobrada pelas empresas responsáveis pela gestão do consórcio. Essa taxa é uma porcentagem sobre o valor total do crédito e é cobrada mensalmente de todos os participantes, independentemente de terem sido contemplados ou não. 

Imobilização de capital: O dinheiro que você paga nas parcelas fica indisponível até você ser contemplado. O que muitos não falam é:

Oportunidade de investimento perdida: O dinheiro aplicado poderia estar rendendo de outras formas, em investimentos com liquidez.

Vulnerabilidade a emergências financeiras: Uma vez que seu dinheiro está “preso” no consórcio, ele não pode ser facilmente acessado em caso de uma emergência financeira.

Principais tipos de financiamento

Existem vários tipos de financiamentos disponíveis para indivíduos e empresas, cada um com suas próprias características e finalidades específicas. Aqui estão alguns dos principais tipos de financiamentos:

  1. Financiamento Imobiliário (hipoteca): Esse tipo de financiamento é usado para comprar uma casa ou propriedade. O mutuário recebe um empréstimo para cobrir o preço da propriedade, e a propriedade é frequentemente usada como garantia do empréstimo.
  2. Empréstimos para veículos: São empréstimos usados para comprar carros, caminhões, motocicletas e outros veículos. O veículo em si geralmente atua como garantia para o empréstimo.
  3. Empréstimos pessoais: Esses empréstimos são usados para despesas pessoais diversas, como pagar contas médicas, fazer reformas em casa ou cobrir despesas imprevistas. Eles geralmente não requerem garantias e são baseados no crédito do mutuário.
  4. Financiamento estudantil: Esse tipo de financiamento é usado para pagar a educação superior. Os empréstimos estudantis podem ser financiados pelo governo ou por instituições financeiras privadas e geralmente oferecem condições de pagamento favoráveis para os estudantes.
  5. Financiamento empresarial: Empresas podem buscar financiamento para diversos fins, como expandir operações, comprar equipamentos, financiar projetos específicos ou cobrir despesas operacionais. Existem várias opções de financiamento empresarial, incluindo empréstimos bancários, linhas de crédito, financiamento de faturas, capital de giro e investimento de capital de risco.
  6. Financiamento de equipamentos: Empresas podem financiar a compra de equipamentos, como máquinas industriais, computadores, veículos comerciais e outros ativos essenciais para suas operações. O equipamento geralmente serve como garantia para o empréstimo.

Vantagens do financiamento

  1. Acesso a bens e serviços caros: Financiamentos permitem que indivíduos e empresas adquiram bens ou serviços caros, como casas, carros ou equipamentos, mesmo que não tenham o montante total disponível imediatamente.
  2. Distribuição de custos: Financiamentos distribuem os custos ao longo do tempo, permitindo que os mutuários paguem por um bem ou serviço ao longo de um período estendido, em vez de terem que pagar tudo de uma vez.
  3. Flexibilidade financeira: Financiamentos oferecem flexibilidade financeira, permitindo que os mutuários gerenciem melhor seu fluxo de caixa e aloquem recursos para outras necessidades ou investimentos.
  4. Construção de crédito: Ao fazer pagamentos pontuais em um financiamento, os mutuários podem construir e melhorar seu histórico de crédito, o que pode beneficiá-los em futuras transações financeiras, como empréstimos ou hipotecas.

Desvantagens

  1. Custo total mais alto: Devido aos juros e taxas associadas, o custo total de um financiamento pode ser significativamente maior do que o preço inicial do bem ou serviço adquirido.
  2. Risco de inadimplência: Se os mutuários não conseguirem fazer os pagamentos conforme o acordado, podem enfrentar consequências adversas, como a perda do bem financiado ou danos ao seu histórico de crédito.
  3. Restrições e condições: Muitos financiamentos vêm com restrições e condições específicas, como limitações sobre como o dinheiro pode ser usado ou penalidades por pagamento antecipado. Os mutuários devem estar cientes dessas condições ao fazerem um financiamento.
  4. Garantias exigidas: Alguns financiamentos exigem garantias, como uma casa ou um veículo, o que significa que o mutuário corre o risco de perder o bem se não conseguir fazer os pagamentos.

Conclusão

O consórcio sempre foi uma boa alternativa para aquelas pessoas que não conseguem guardar dinheiro mensalmente, surgindo com essa finalidade de ser uma reserva. Com este contrato, o indivíduo consegue ter uma finalidade, e um prazo determinado para a aquisição do bem escolhido. Por conta própria, o indivíduo costuma gastar as economias e essa é uma alternativa segura. Tendo em vista a diferença de custo entre financiamento e consórcio

Por outro lado, os financiamentos oferecem acesso imediato aos bens e serviços desejados, permitindo que os indivíduos e empresas distribuam os custos ao longo do tempo. Além disso, os financiamentos podem ser uma ferramenta para construir crédito e oferecem flexibilidade financeira.

Em última análise, a escolha entre consórcio e financiamento depende das necessidades individuais de cada pessoa, incluindo suas metas financeiras, prazos de aquisição e capacidade de pagamento. Ambas as opções têm suas próprias vantagens e desvantagens, e é importante considerar cuidadosamente cada uma antes de tomar uma decisão.

Pedro Gomes

Jornalista e Redator do Melhor Investimento.