Quanto custa tirar passaporte no Brasil hoje?

Ameaças de suspensão temporária da emissão de passaportes e potenciais custos variáveis colocam o documento no centro da atenção dos brasileiros.

imagem do autor
Última atualização:  25 de nov, 2025 às 23:15
Passaporte da República Federativa do Brasil em destaque sobre uma bandeira do Brasil, com cores verde, amarelo e azul ao fundo. Imagem: Canva/Repordução

Na esteira de uma potencial interrupção na emissão de passaportes, muitos brasileiros têm redobrado a atenção parar tirar ou renovar o documento — especialmente aqueles que planejam viagens ao exterior nos próximos meses. 

Nesse contexto, um dos pontos que mais despertam dúvidas é justamente o custo do passaporte, já que ele impacta diretamente o planejamento financeiro de quem pretende cruzar as fronteiras. 

Afinal, quanto custa tirar o passaporte no Brasil hoje e o que está por trás de um possível suspensão de novas emissões? 

Valor da emissão do passaporte comum

Em 2025, tirar um passaporte comum no Brasil custa R$ 257,25, valor definido pela Polícia Federal e válido para solicitações padrão. 

Essa taxa cobre todo o processo de emissão do documento, desde o registro do pedido até a sua confecção, e é obrigatória para qualquer cidadão brasileiro que deseje obter o passaporte pela primeira vez ou renovar um já vencido.

Taxas adicionais e situações especiais

Em determinados casos, pode haver a cobrança de valores adicionais: 

  • Em caso de urgência/emergência: +R$ 77,17
  • Para passaporte anterior válido que foi extraviado ou perdido: +R$ 257,25

Portanto, a depender da situação do solicitante, o custo para emissão do passaporte pode variar, chegando a R$ 514,50

Tabela de valores

Tipo de solicitaçãoTaxa comumTaxa adicionalValor total
Passaporte comum (emissão padrão)R$ 257,25R$ 257,25
Em caso de urgência/emergênciaR$ 257,25R$ 77,17R$ 334,42
Em caso de perda/extravioR$ 257,25R$ 257,25R$ 514,50

Documentos necessários e prazos

Para solicitar o passaporte brasileiro, o primeiro passo é reunir a documentação exigida pela Polícia Federal. É possível que os itens variem conforme o perfil do solicitante, todavia, na maioria dos casos será necessário apresentar: 

  • Documento de identidade oficial (RG, CNH, entre outros); 
  • Cadastro de Pessoa Física (CPF) válido;  
  • Título de eleitor com comprovantes de votação (ou justificativa); 
  • Certificado de quitação militar para homens entre 18 e 45 anos, e comprovante de pagamento da taxa. 
  • No caso de renovação, é recomendável levar também o passaporte anterior, mesmo que vencido.

Também pode ser necessário: 

  • Certidão de casamento (se for o caso; 
  • Certificado de naturalização para estrangeiros naturalizados brasileiros;
  • Documento de situação de registro de arma de fogo (se for o caso);  
  • Autorização para menores para pessoas com menos de 18 anos. 

O prazo de entrega costuma ser de até seis dias úteis após o atendimento, dependendo da demanda da unidade escolhida. O passaporte fica disponível para retirada por até 90 dias. 

Leia também:

Para que serve o passaporte?

Em linhas gerais, o passaporte serve como um documento oficial de identificação para viagens internacionais. Entre suas principais funções pode-se elencar:

  • Identificação no exterior: o passaporte funciona como sua identidade fora do Brasil, já que documentos como RG não têm validade internacional.
  • Permite entrar e sair de outros países: é o documento exigido na imigração para autorizar sua entrada em quase todos os países, com exceção de alguns da América do Sul que aceitam o RG.
  • Registro de vistos:  alguns destinos exigem vistos (de turismo, estudo, trabalho, residência). Esses vistos são carimbados ou colados no passaporte.
  • Comprovação de nacionalidade:  o passaporte confirma que você é cidadão do país emissor — no caso, cidadão brasileiro.

Além de permitir viagens ao exterior, o passaporte funciona como um documento oficial de identificação válido em todo o território brasileiro. Ele também pode ser exigido em diferentes processos, como na solicitação de dupla cidadania, na comprovação de histórico de viagens ou na participação em programas de intercâmbio.

Como tirar o passaporte?

O processo de emissão do passaporte brasileiro é relativamente simples e se desdobra nos seguintes passos: 

1. Preencha o formulário online

Com os documentos necessários em mãos, preencha o formulário eletrônico com seus dados pessoais e informações de contato. O formulário está disponível na página do Gov.br, na Divisão de Passaporte.

2. Pague a taxa de emissão (GRU)

Após concluir o preenchimento do formulário, o sistema emite a Guia de Recolhimento da União (GRU), indispensável para dar continuidade ao processo. O pagamento deve ser realizado dentro do prazo informado no próprio documento, e pode ser efetuado via PIX ou cartão de crédito, desde que o campo de CPF ou CNPJ tenha sido devidamente preenchido.

3. Agende o atendimento presencial

Com a GRU paga, é possível escolher data, horário e posto da Polícia Federal para realizar o atendimento. Em períodos de alta demanda, a disponibilidade pode ser limitada. Página oficial do agendamento.

4. Compareça ao posto da PF

No dia agendado, leve toda a documentação necessária. No local, são feitas a conferência dos dados, coleta de impressões digitais e fotografia.

5. Acompanhe o andamento da emissão

Após o atendimento, a PF disponibiliza no próprio site a consulta do status do processo, permitindo acompanhar cada etapa até a conclusão.

6. Retire o passaporte

O documento costuma ficar pronto em até seis dias úteis. A retirada deve ser feita presencialmente pelo titular, mediante apresentação de documento de identidade. O prazo máximo para retirada é de 90 dias.

Impactos no seu planejamento financeiro

A emissão do passaporte brasileiro não envolve apenas a necessidade de organizar documentos e cumprir etapas burocráticas — ela também exige um planejamento financeiro cuidadoso. 

O valor para emitir o passaporte já é fixo, mas eventuais atrasos ou interrupções no atendimento podem gerar gastos adicionais, como a necessidade de reagendar viagens, alterar datas de passagens aéreas ou até investir em vistos com antecedência menor do que a ideal. 

Além disso, quando há grande procura ou risco de instabilidade no sistema, é comum que usuários recorram a serviços de despachantes, o que aumenta ainda mais o orçamento.

Portanto, ao planejar uma viagem internacional, o ideal é considerar o passaporte como um item prioritário das despesas iniciais. Isso inclui reservar o valor da taxa de emissão, calcular possíveis custos extras e, principalmente, iniciar o processo com antecedência. Quanto maior for o prazo até a data da viagem, menores são as chances de imprevistos financeiros.

Leia também: Smart Summit 2025: Como uma Segunda Cidadania pode transformar suas Finanças?

PF sinaliza suspender emissão de passaportes

No final de outubro, o passaporte brasileiro virou notícia após a Polícia Federal emitir um alerta sobre a falta de recursos para manter o serviço de emissão funcionando de forma regular. O aviso foi encaminhado em ofício ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e ao Ministério do Planejamento e Orçamento.

Segundo a corporação, a possibilidade de uma interrupção temporária no atendimento está ligada à insuficiência de verbas para custear a operação. O montante necessário cobre a manutenção dos sistemas, a logística de entrega dos documentos e a remuneração dos servidores que atuam no processo.

No comunicado, a PF informou que necessita de R$ 97,5 milhões para assegurar a continuidade do serviço e sinalizou o risco de paralisação caso o valor não seja liberado. 

A instituição destacou ainda que a situação é pontual e depende da liberação de verba por parte do governo federal.

Até agora, não há definição sobre quando os recursos serão repassados nem por quanto tempo o funcionamento poderá ficar comprometido.

Política de passaporte nos EUA 

Não é apenas no Brasil que a emissão de passaportes tem gerado debates. Nos Estados Unidos, a Suprema Corte autorizou recentemente o governo de Donald Trump a impedir que solicitantes indiquem, no documento, o sexo que reflete sua identidade de gênero. 

A decisão representa mais um passo na política do então presidente republicano de restringir direitos da população trans. A medida também rompe com uma prática adotada pelo Departamento de Estado desde 1992, que permitia a atualização da marcação de sexo no passaporte mediante apresentação de laudo médico.

Como costuma ocorrer em deliberações emergenciais, a ordem foi emitida sem assinatura específica dos ministros. No entanto, os três juízes de orientação liberal manifestaram publicamente discordância da decisão.

Achou este conteúdo útil?
Siga o Melhor Investimento nas redes sociais:  Instagram | Facebook | Linkedin

Lucas Machado

Redator e psicólogo com quase 5 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.