Smart Summit 2025: Como uma Segunda Cidadania pode transformar suas Finanças?
A revisão das políticas migratórias em diversas regiões, como Europa e Estados Unidos, tem impulsionado a busca por alternativas que ofereçam mais segurança e mobilidade internacional.
Imagem: Divulgação
No segundo dia do Smart Summit 2025, realizado em 14 de fevereiro no ExpoMag, Rio de Janeiro, a palestra “Investimentos Sem Fronteiras: Como uma Segunda Cidadania Pode Potencializar Suas Finanças e Abrir Portas Globais” trouxe insights valiosos sobre os benefícios da dupla cidadania no cenário financeiro e patrimonial global.
O evento contou com a condução da Dra. Juliana Quillinan, advogada e sócia fundadora do escritório Justino, Quillinan & Trotta (JQT), que entrevistou os especialistas Tammy Cavaleiro e Lucas Polinoi, ambos da consultoria Você Europeu.
“Você Europeu” no Smart Summit 2025
Tammy Cavaleiro, advogada e sócia fundadora da Você Europeu, explicou que a empresa atua como uma one-stop shop para processos de imigração e nacionalidade, oferecendo suporte completo para obtenção de cidadanias portuguesa, italiana e espanhola, além de vistos de residência.
Segundo ela, o processo abrange desde a consultoria inicial para avaliar a viabilidade do pedido até a conclusão da obtenção da cidadania e o aproveitamento dos benefícios atrelados a ela.
Conheça melhor os palestrantes:
- Tammy Cavaleiro – Advogada e sócia fundadora do Você Europeu
- Formação: Relações Internacionais e Direito (UFRJ)
- Pós-graduação: Direito dos Estrangeiros e da Nacionalidade (NOVA School of Law – Lisboa)
- Especialidade: Nacionalidade europeia e processos de visto
- Lucas Polinoi – Gestão, finanças e marketing – Você Europeu
- Formação: Administração de Empresas
- MBA: Marketing Estratégico (IBMEC)
- Especialidade: Gestão, finanças e marketing voltados para oportunidades de cidadania europeia
Motivos para Buscar uma Segunda Cidadania
Polinoi apontou que fatores globais e locais têm impulsionado essa tendência. No contexto global, a revisão das políticas migratórias em diversas regiões, incluindo Europa e Estados Unidos, tem levado mais pessoas a buscarem alternativas para maior segurança e mobilidade internacional.
Já no Brasil, questões como altos impostos, falta de benefícios públicos e instabilidade econômica levam cidadãos a procurarem opções para diversificar seus investimentos e proteger seu patrimônio.
Benefícios da cidadania europeia para o investidor
Entre as principais vantagens da cidadania europeia, Polinoi destacou cinco aspectos cruciais:
- Acesso facilitado a crédito – Em países europeus, as taxas de juros para financiamento imobiliário giram em torno de 3% a 4%, muito inferiores aos 12% praticados no Brasil. “Em Portugal, por exemplo, jovens de até 35 anos podem financiar 100% do imóvel”.
- Planejamento fiscal estratégico – Muitos acreditam que a Europa tem carga tributária elevada, mas isso depende da origem da renda. Países como Estônia oferecem 0% de imposto corporativo, enquanto Chipre isenta impostos sobre juros, dividendos e ganhos de capital.
- Proteção patrimonial – Ter uma conta bancária na Europa sendo cidadão europeu proporciona segurança adicional, algo especialmente relevante para empresários e indivíduos expostos financeiramente no Brasil.
- Blindagem contra desvalorização cambial – Países como Argentina e Venezuela já enfrentaram restrições sobre a retirada de moeda estrangeira. No Brasil, medidas como o aumento do IOF podem tornar a internacionalização patrimonial mais onerosa.
- Maior flexibilidade para investimentos e mobilidade – A possibilidade de abrir empresas, investir em novos mercados e estabelecer residência fiscal estratégica amplia as opções financeiras dos cidadãos europeus.
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Critérios e processos para obtenção da cidadania europeia
Cavaleiro explicou que o direito à cidadania é baseado principalmente em três critérios: jus sanguinis (direito de sangue), jus soli (tempo de residência) e vistos especiais.
- Jus sanguinis: Para a cidadania italiana, não há limite geracional, ou seja, descendentes de trisavôs italianos podem ter direito. Já a portuguesa se aplica apenas a filhos e netos, exigindo análise da árvore genealógica. No caso da espanhola, a atual Lei da Memória Democrática, válida até outubro de 2025, permite a concessão para filhos, netos e até bisnetos de espanhóis.
- Jus soli: Cidadania concedida com base no tempo de residência. Em Portugal, são necessários cinco anos, enquanto na Espanha, dois anos para cidadãos ibero-americanos. Na Itália, o período exigido é de dez anos.
- Vistos especiais: Há diversas opções para aqueles que desejam viver e investir na Europa sem laços de ancestralidade, como o Visto Gold, para investidores com aporte mínimo de 250 mil euros, o Startup Visa e o Tech Visa, voltados a profissionais de inovação e tecnologia. Outros vistos populares incluem o Visto de Rendimento Passivo, para aposentados e rentistas, e o Visto Nômade Digital, para profissionais que trabalham remotamente.