Factor Investing: quais fatores considerar ao investir?
O factor investing é uma alternativa para nortear os investimentos. Pode ser usado por investidores que desejam uma rentabilidade elevada, mas não querem se envolver com ativos de alto risco. Nessa modalidade, as aplicações financeiras acontecem com base nas variáveis da economia. É uma forma de buscar o melhor proveito do contexto, com menos dependência […]

O factor investing é uma alternativa para nortear os investimentos. Pode ser usado por investidores que desejam uma rentabilidade elevada, mas não querem se envolver com ativos de alto risco.
Nessa modalidade, as aplicações financeiras acontecem com base nas variáveis da economia. É uma forma de buscar o melhor proveito do contexto, com menos dependência de encontrar aplicações particularmente vantajosas ou baratas.
Entenda como essa metodologia funciona na prática e comece a investir em fatores!
O que é factor investing?
Factor investing utiliza as variáveis da economia e do contexto de um ativo para seleção das melhores oportunidades. A destinação dos recursos tem como base análise de risco e retorno do indicador, que serve de filtro para a decisão de investimento.
Para ilustrar, considere um cenário de aumento significativo da taxa de juros base da economia, a SELIC. O objetivo do factor investing é selecionar ativos que possam capturar essa tendência, recebendo a vantagem econômica da valorização dos juros.
Não interessa tanto se será a empresa A, B ou C, tampouco o preço da ação. A questão decisiva é se o comportamento do ativo é capaz de seguir a expectativa sobre o fator de investimento, permitindo que o prêmio seja capturado.
A vantagem econômica gerada por um fator em determinado período é chamada de prêmio. O principal objetivo do factor investing é obter uma rentabilidade com esse prêmio superior ao modelo de comparação, que geralmente é um índice financeiro, como CDI ou IBOV.
Como funciona?
Investir em fatores utiliza uma estratégia de filtragem ou exclusão de ativos. É comum partir de um índice de mercado e eliminar aplicações financeiras até chegar àquelas que preenchem o critério escolhido.
Um investidor pode, por exemplo, observar dentro do Ibovespa quais são as ações que podem capturar o prêmio das variações em certos indicadores. Assim, ao filtrar por juros, taxa de inflação, crédito ou outro critério, restarão alguns ativos que satisfazem as características desejadas.
Posições compradas e vendidas
Muitas vezes, a operação é realizada em posições compradas ou vendidas em relação aos fatores de investimento. Operar comprado gera ganhos com a valorização do ativo.
Já a posição vendida tem retorno na desvalorização. Dessa forma, seria possível selecionar aplicações conforme seu desempenho seja prejudicado ou bonificado com as variáveis do mercado.
Renda fixa e variável
O factor investing pode ser adotado nas rendas fixa e variável. Essa metodologia é bastante flexível e não está restrita ao segmento de ações.
Também é possível que tanto investidores individuais como gestores de fundos adotem os fatores. O desafio para o pequeno investidor é a obtenção de informações e seleção de ativos, que pode ser facilitada pelas assessorias de investimentos.
Gestão ativa e passiva
O método de fatores é considerado um meio-termo entre a gestão ativa e passiva. Na gestão passiva, o objetivo é espelhar um indicador de mercado, quer esteja em alta, quer esteja em baixa.
Diferencia-se da gestão ativa em que se busca a seleção dos ativos de maior potencial risco-retorno.
O meio-termo é buscar os ativos capazes de replicar os indicadores, mas com o objetivo de obter retorno. É o que faz o factor investing à medida que usa as aplicações financeiras para receber o prêmio da variável econômica.
Qual a diferença para o value investing?
O value investing é uma estratégia voltada para encontrar aplicações com preço inferior ao seu valor intrínseco. Um exemplo simples é identificar ações, BDRs e outros ativos que estejam baratos.
Nesse sentido, a premissa é de que, conforme os agentes envolvidos tomem suas decisões, a tendência é o preço seguir em direção ao valor do bem.
Então, quem investiu por um valor mais baixo terá um excelente ganho de capital (diferença entre preço de compra e de venda). Além disso, pode receber juros ou dividendos, a depender do tipo de aplicação financeira.
A diferença para o factor invest está na forma como os indicadores são usados para tomar decisões. Ao longo do processo, as finalidades são distintas.
No factor investing, o objetivo é capturar o prêmio do indicador, e o ativo é um meio para fazer isso. Selecionamos uma ação, por exemplo, porque ela pode capturar a vantagem econômica dos juros, inflação, crédito etc.
Já no value investing, os indicadores são um apoio para o investidor decidir. O foco é a ação que será escolhida em relação ao preço atual.
Por exemplo, o investidor pode entender que a ação da empresa “X” está abaixo da cotação adequada. Então, usará o conjunto de indicadores para validar se a tese está correta.
Para ilustrar, imagine que a empresa “X” nem se beneficia, nem se prejudica em relação à inflação. Para o value investing, pode ser que outros indicadores validem a tese de investimento, e a ação seja escolhida.
Para o factor investing, se o objetivo é capturar o prêmio da variação da inflação, esse ativo seria descartado, pois não corresponde ao critério.
Quais são os fatores de investimento?
Os fatores de investimento são divididos em três grupos:
- macroeconômico — indicadores da economia em geral;
- estatísticos implícitos — padrões e tendências nos dados;
- estilo — indicadores ligados ao ativo dentro do seu contexto específico.
Na maioria das vezes, os fatores utilizados são os macroeconômicos e os de estilo. São considerados os mais consistentes para adotar o factor investing.
Fatores macroeconômicos
Os fatores macroeconômicos permitem o mapeamento dos ativos que podem ser prejudicados ou favorecidos de acordo com variáveis gerais da economia.
Taxa Selic
A taxa Selic é o juros fixados pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que é um órgão dentro do Banco Central do Brasil. Essa taxa serve de base para as demais remunerações pelo crédito no país.
Inflação
A inflação é a perda do poder de compra da moeda nacional em determinado período. Entre outros, pode ser medida pelo IPCA e pelo IGP-M.
Crescimento econômico
O crescimento econômico é o volume de produtos e serviços da nação. Sua métrica principal é o Produto Interno Bruto (PIB).
Câmbio
O câmbio é o preço da moeda nacional em relação a dinheiros estrangeiros. Por exemplo, a quantidade de reais necessária para comprar uma unidade de dólar, euro, iene ou libra esterlina.
Crédito
O crédito é representativo das tendências das pessoas se tornarem inadimplentes em seus empréstimos. Por isso, afeta os juros cobrados pelas instituições financeiras, principalmente com a elevação das taxas diante do risco.
Taxa de desemprego
O desemprego é a quantidade de mão de obra disponível sem estar empregada em um serviço formal ou informal. Pode ser medida pela taxa de desocupação do IBGE.
Risco político
O risco político é a chance de a intervenção do setor público, com leis e ações de governo, causarem mudanças relevantes na economia.
Perceba que alguns fatores são mais fáceis de mensurar, como a Selic e a inflação. Outros podem exigir análises mais complexas, como o risco político e de crédito.
Fatores de estilo
Os fatores de estilo correspondem à avaliação das características do ativo no seu contexto. É possível tentar capturar o prêmio deles, mas também usar esses indicadores como apoio.
Um indicador macroeconômico, por exemplo, pode apontar para uma ação. Porém, a qualidade da empresa pode revelar que ela não terá um bom desempenho mesmo com o cenário geral favorável.
Valor
Embora não seja o protagonista do plano de investimentos, o valor é um fator muito importante. Afinal, a tendência de o mercado caminhar para um ajuste entre preço adequado pode ser um bom alvo para os investidores obterem prêmios elevados.
Volatilidade
Os ativos podem apresentar oscilações de preço ao longo do tempo. A intensidade (tamanho dos altos e baixos) e frequência (quantidade de variações ao longo do tempo) apontam a volatilidade.
Geralmente, os ativos de baixa volatilidade são considerados de menor risco. Com menos oscilações, o investidor tem mais condições de antecipar o comportamento deles ao longo do tempo.
Tamanho da empresa
O porte da organização também é um fator relevante. Geralmente, as empresas menores demandam a captação de recursos e reinvestem o lucro para o crescimento.
Já as empresas maiores completarem esse ciclo e estão consolidadas, podendo partilhar dos resultados com os acionistas.
Qualidade
A qualidade é o potencial da empresa enquanto organização eficiente, bem administrada e lucrativa. É um dos principais fatores para apoiar a tese de investimentos.
Dividend Yield
O Dividend Yield é uma taxa percentual que indica a rentabilidade das ações com a distribuição de lucros aos acionistas. Assim, pode ser interessante tentar obter o prêmio, considerando a rentabilidade das boas pagadoras de dividendos, por exemplo.
Momento (ou momentum)
O momento é o histórico recente do ativo. A lógica é entender a probabilidade de o desempenho atual ser sustentado no período imediatamente seguinte. Sua medição ocorre pelos resultados dos últimos 12 meses.
Vale ressaltar, os fatores indicados são exemplos de indicadores que podem ser adotados pelo investidor. É possível encontrar outros critérios macroeconômicos e de estilo para embasar a montagem da carteira.
Quais as vantagens dessa estratégia?
O factor investing é uma abordagem que se propõe a melhorar a relação risco-retorno com a seleção dos ativos a partir das variáveis gerais e contextuais. Essa estratégia oferece vantagens para o investidor.
Adotar uma estratégia com base em dados
A decisão de investimento é baseada em indicadores quantitativos. É um estilo de aplicação mais objetiva e racional em comparação com métodos baseados em intuição e emoções.
Entender os ativos no contexto econômico
O factor investing incentiva a avaliação do ativo em consideração com o comportamento da economia, em geral ou no setor dele.
Orientar a diversificação dos investimentos
A consciência sobre os fatores que prejudicam ou beneficiam uma aplicação financeira ajuda a diversificar a carteira. Afinal, podemos buscar ativos com baixa correlação para mitigar os riscos.
Buscar ganhos mais expressivos no mercado
Investir em fatores é uma forma de buscar uma rentabilidade mais expressiva sem recorrer a ativos de alto risco. É muito comum, por exemplo, filtrar as aplicações dentro de um indicador, como o IBOVESPA, para tentar superar o índice a partir da análise das variáveis de investimento.
Como investir em fatores?
A atuação do investidor no mercado financeiro pode ser norteada por diferentes metodologias, de acordo com o seu perfil. No caso do factor investing, devemos realizar alguns passos importantes.
Mapeie os fatores de macroeconômicos e de estilo
O ponto de partida é entender qual é o estado dos fatores que serão utilizados. É saber como estão a taxa de juros, inflação, valor, qualidade etc.
Defina os critérios de investimento
Depois, o investidor deve selecionar seus critérios de investimento. É possível tentar obter o prêmio de um ou mais fatores.
Selecione os ativos a partir dos critérios
O passo seguinte é usar os critérios para selecionar os ativos. Um ponto de partida é realizar a filtragem a partir de ETFs, tendendo superar o desempenho do fundo de investimento de índice.
Diversifique os investimentos
Qualquer que seja o investimento é importante não concentrar todas as aplicações em um único fator de risco. Assim, caso exista um desempenho aquém do esperado, você não prejudica toda a carteira.
Conte com o apoio de especialistas
Uma dica é usar o serviço de assessoria de investimentos. Nele, você recebe o apoio de um profissional habilitado pela CVM para montar a sua estratégia e definir os ativos que vão fazer parte da sua carteira de investimentos.
O serviço não tem custos adicionais. As corretoras remuneram os assessores de investimentos com as taxas que já existem nas aplicações financeiras.
Na InvestSmart, por exemplo, você terá um atendimento personalizado. Caso tenha o interesse de adotar o factor investing, o profissional colocará as informações sobre os indicadores e ativos mais recomendados, dando elementos para você adotar a estratégia com eficiência.
Além disso, a InvestSmart auxilia você a ter uma atuação mais adequada às suas características de investidor:
- entender seus objetivos;
- avaliar o perfil de investidor;
- definir a carteira personalizada;
- conversar sobre as aplicações;
- monitorar a carteira e realizar ajustes.
O factor investing é uma abordagem reconhecida no mercado financeiro, que pode fornecer um norte adequado para sua estratégia.
No entanto, é importante entender se ela é adequada ao seu perfil e objetivos de investidor, além de considerar uma abordagem diversificada para mitigar os riscos.
Para contar com o apoio técnico e tomar decisões informadas, entre em contato com um assessor de investimentos da InvestSmart!
Resumindo
O que é factor investing e como funciona essa metodologia de investimento?
Factor investing é uma metodologia em que o investidor busca uma alta rentabilidade a partir das variáveis da economia e dos indicadores dos ativos.
Nessa modalidade, as aplicações financeiras acontecem com base nas variáveis da economia, e o objetivo é selecionar ativos que possam capturar o prêmio das variações desses indicadores, permitindo obter uma rentabilidade superior ao modelo de comparação, geralmente um índice financeiro.
Quais são os fatores de investimento mais comuns utilizados no factor investing?
Os fatores de investimento são divididos em três grupos:
- macroeconômicos (indicadores da economia em geral, como taxa Selic, inflação, crescimento econômico, câmbio, crédito, taxa de desemprego e risco político);
- estatísticos implícitos (padrões e tendências nos dados);
- estilo (indicadores ligados ao ativo dentro do seu contexto específico, como valor, volatilidade, tamanho da empresa, qualidade, dividend yield e momento).
Os fatores macroeconômicos e de estilo são os mais utilizados e considerados mais consistentes para adotar o factor investing.