Índice Bovespa: o que é, como atua o principal índice de ações

Com certeza você já ouviu as frases “o Ibovespa encerrou o pregão do dia em alta” ou “o Índice Bovespa fechou em queda”. Mas você sabe o que exatamente isso significa? Afinal, como funciona o Ibovespa e qual é a sua importância para o mercado financeiro?

O Índice Bovespa, conhecido também como Ibovespa ou IBOV, é o principal indicador representativo das maiores ações da bolsa de valores brasileira (B3). Esse índice é tido como referência, no que se refere ao mercado de ações, para investidores nacionais e estrangeiros.

Neste artigo, vamos explicar o que é essa métrica, como ela funciona e por que é tão relevante para o mercado de ações brasileiro. Também vamos mostrar como operar nesse índice de referência e tirar proveito dele.

O que é o Índice Bovespa?

O Índice Bovespa (Ibovespa) é o principal indicador de performance do mercado acionário do Brasil. Ele é composto por uma carteira teórica de ações que reúne os papéis mais negociados na Bolsa, e que auxilia os investidores a monitorarem o desempenho de tais ativos.

Esse índice reflete o comportamento das ações com maior volume de negociação e representa o retorno hipotético que o investidor poderia obter ao manter seu dinheiro investido nesses papéis, em dado período.

Como funciona o Índice Bovespa?

De forma geral, o funcionamento do Ibovespa é bem simples: se a maior parte das empresas que compõem a sua carteira sofrer valorização, o índice sobe. Caso contrário, o índice cai. No entanto, esse indicador é ponderado, ou seja, as ações possuem pesos distintos sobre sua flutuação. O peso é dado conforme o volume de negociações dos ativos na B3 e não pode ser superior a 20% da métrica.

O Índice Bovespa é o mais representativo índice de ações da B3 e, por conta disso, é considerado o benchmark da renda variável, ou seja, a referência para esse tipo de aplicação. Para avaliar o desempenho de seus investimentos, compare-os ao do Ibovespa: se for igual ou superior, é um bom sinal.

O que é pregão?

Por definição, o pregão é um procedimento licitatório destinado à obtenção de propriedades e serviços que seguem um determinado padrão. No contexto do mercado financeiro, o termo é usado para se referir ao resumo do dia dentro da bolsa de valores, ou seja, a oferta de lances somada ao fechamento dos negócios de compra e venda de ações.

Como funciona o sistema de pontuação do Ibovespa?

O cálculo do Índice Bovespa é feito da seguinte maneira: cada ponto equivale a R$ 1. Assim, quando você ler no jornal que o Ibovespa fechou em 100.000 pontos, saiba que as ações com maior volume de negociação na bolsa de valores estavam valendo R$100.000 ao fim do pregão.

Conforme as ações que compõem o indicador se valorizam ou se desvalorizam, o índice se altera proporcionalmente ao peso de cada papel. Quanto maior for o valor de mercado da ação, mais peso ela terá na distribuição da carteira teórica. Dessa forma, o resultado do cálculo equivale à média ponderada da oscilação de preços.

Dessa forma, o Ibovespa corresponde ao valor hipotético dessa carteira teórica de ações, em moeda corrente. Sua pontuação representa não só os preços dos papéis, mas também os diversos formatos de negociação na Bolsa. Por isso, é um retrato do comportamento dos pregões.

Qual é a composição da carteira teórica do Ibovespa?

Existem dois fatores-chave para que as ações integrem a carteira teórica do Ibovespa: contar com alta liquidez e um alto volume de transações na Bolsa. Entre as ações mais consolidadas do índice Bovespa, que já compõem a carteira há muitos anos, estão a Petrobras, a Vale, o Itaú, o Bradesco, a Ambev, o Banco do Brasil e os ativos de companhias de variados setores.

A composição do portfólio é revista a cada quatro meses, uma vez que pode variar ao longo do tempo. O calendário é o seguinte:

em janeiro, é definida a carteira que vigorará até abril;
em maio, é definida a carteira que vigorará até agosto;
em setembro, é definida a carteira que vigorará até dezembro.

Vale lembrar que o peso de cada ação varia conforme o volume de negociação dos ativos que compõem a carteira. Quando o indicador sobe, não significa que todas as empresas presentes se valorizaram naquele período, pois algumas ações têm um peso maior e, portanto, puxam o resultado para cima.

Qual a diferença entre Índice Bovespa e ações da B3?

O Índice Bovespa, como vimos, é um indicador utilizado para medir o desempenho das ações mais negociadas na B3, e não um produto financeiro. Já as ações da B3 são títulos que representam uma fração da propriedade de qualquer empresa listada na Bolsa, não só as que apresentam maior volume de transações.

É importante ressaltar que o Índice Bovespa não é o mesmo que a Bovespa. Bovespa nada mais é do que o nome “original” da Bolsa de Valores de São Paulo que, após sofrer fusões com outras instituições financeiras, se tornou a B3, como conhecemos hoje. Ainda assim, o nome da métrica foi mantida, fazendo referência à nomenclatura antiga.

Critérios para fazer parte do Índice Bovespa

O objetivo do Índice Bovespa é captar as oscilações das ações mais negociadas da bolsa de valores. Esses ativos precisam cumprir três critérios para serem consideradas na carteira do Ibovespa:

terem sido negociadas em 95% dos pregões dos últimos 12 meses;
terem participação maior ou igual a 0,1%, no mercado à vista, durante 12 meses, no que diz respeito ao volume financeiro;
não serem categorizadas como “Penny Stock” — ativos de cotação inferior a R$1.

Para montar a carteira do Ibovespa, há a seleção das ações que tenham cumprido os critérios acima. Além disso, quando o volume financeiro das transações dessas ações em 12 meses é somado, deve representar 85% do volume total negociado no mesmo período. Caso algum ativo deixe de cumprir os requisitos, ele é retirado do indicador.

Ou seja: a carteira do indicador pode ser composta por 50, 60, 100 ou N ações, desde que todas cumpram os três critérios individualmente e que seu somatório represente 85% do volume financeiro total negociado.

Quais são as principais ações do Índice Bovespa?

Entre as ações mais importantes da carteira do Ibovespa, podemos citar:

ação preferencial do Itaú Unibanco (ITUB4);
ação ordinária da Vale (VALE3);
ação preferencial do Bradesco (BBDC4);
ação preferencial da Petrobras (PETR4);
ação ordinária da B3 (B3SA3);
ação ordinária da Magazine Luiza (MGLU3);
ação ordinária da Ambev (ABEV3);
ação ordinária do Banco do Brasil (BBAS3).

Mas esses são apenas alguns exemplos. A carteira teórica do Índice Bovespa contém ações de cerca de 90 empresas, de diversos segmentos de mercado.

Como você pôde observar na lista, entre os ativos que compõem o Ibovespa, há ações ordinárias e ações preferenciais. A diferença entre elas é que as ações ordinárias (ON) dão mais poder aos acionistas, como a participação ativa nas decisões da empresa e o direito de vender suas ações aos investidores majoritários por no mínimo 80% do valor investido.

Já as ações preferenciais (PN) não dão direito a voto, mas oferecem aos investidores prioridade na hora do pagamento dos proventos, além de preferência no reembolso de capital em caso de falência.

Como operar com o Índice Bovespa?

Indicadores de performance, como é o caso do Índice Bovespa, não são ativos financeiros em que você pode aplicar seu dinheiro de forma direta. Quando falamos em investir no Ibovespa, isso significa investir em empresas cujas ações compõem a carteira do índice ou ativos que façam isso por você.

A opção mais fácil é adquirir cotas em fundos de ações que replicam a carteira teórica do índice. Assim, é possível alcançar resultados semelhantes àqueles alcançados pelo indicador.

Outra possibilidade bastante rentável é investir em Exchange Traded Funds (ETFs), fundos de investimento que visam acompanhar o comportamento de índices financeiros e que são negociados na Bolsa, como uma ação comum. Há exemplos de ETFs atrelados a vários indicadores, incluindo o índice Bovespa (BOVA11).

Finalmente, é possível adquirir ativos atrelados ao Ibovespa, como os contratos e os minicontratos do mercado futuro com data de vencimento pré-estabelecida e variação baseada no índice.

A vantagem é que, nesse caso, dá para negociar as expectativas com o futuro do Ibovespa, sem necessariamente investir em todas as ações que compõem sua carteira. Ambos têm vencimentos numa data futura, a diferença é que os minicontratos têm valor equivalente a 20% dos contratos cheios.

Para saber qual é a melhor maneira de operar com o Índice Bovespa e obter uma boa rentabilidade, o melhor a se fazer é buscar uma assessoria de investimentos especializada, como a Investsmart. Assim, você conta com o apoio de profissionais experientes para montar uma carteira que traga bons resultados.

Resumindo

O que significa o Índice Bovespa?

O Índice Bovespa é um indicador financeiro composto por uma carteira teórica que contém as ações mais negociadas na bolsa de valores brasileira. Ele é considerado o principal benchmark da renda variável, o que significa que é uma métrica que diz respeito aos desempenhos dos principais ativos de renda variável no mercado brasileiro.

Como investir no Índice Bovespa?

Para investir nas ações que compõem o Índice Bovespa e alcançar resultados semelhantes, é possível aplicar em fundos de ações que repliquem a carteira teórica do índice, em ETFs atrelados ao Ibovespa ou em contratos e minicontratos futuros referenciados em tal indicador.