Existem várias formas de investir na renda variável. Ainda que as ações sejam mais tradicionais, os contratos futuros podem ser boas oportunidades para ganhar tanto na alta quanto na perda. Nesse cenário, vale a pena conhecer o mini-índice, que oferece um valor mais acessível para aplicar e mais facilidade.

Basicamente, esse é um minicontrato do Ibovespa futuro, sendo um tipo de derivativo financeiro. Esse índice da bolsa de valores é o principal indicador do mercado de ações no Brasil. No entanto, como ele foca a negociação em uma data futura, existe um risco implicado que precisa ser considerado.

Para entender melhor, criamos este artigo com as principais informações sobre o mini-índice. Continue lendo e saiba mais.

O que é mini-índice?

O mini-índice é um minicontrato do mercado futuro, sendo derivado do Ibovespa. Ele varia conforme as oscilações do indicador da bolsa de valores brasileira e reflete as expectativas de negociação em uma data que está adiante.

Além disso, tem como característica a facilitação na participação de investidores pequenos, já que representa 20% de um contrato futuro cheio.

Para entender essa explicação, um contrato cheio de índice vale R$ 1 por ponto. Assim, um lote padrão custa aproximadamente R$ 100 mil. Ainda seria preciso negociar 5 contratos ou mais, o que exigiria um montante de cerca de R$ 500 mil.

No minicontrato, o valor por ponto passa a ser de R$ 0,20. Dessa forma, o valor necessário é mais acessível. Portanto, esse é um produto financeiro voltado para investidores menores. Inclusive, é possível encontrar oportunidades com valores entre R$ 100 e R$ 300.

Contudo, seu funcionamento pode ser complexo. Isso porque todo contrato futuro é uma espécie de compromisso de compra e venda. Assim, é necessário entender o mercado futuro para saber negociar esse tipo de ativo.

Vale a pena saber que o mini-índice foi criado em 2001 para facilitar o acesso dos investidores ao mercado futuro. Além disso, costuma-se realizar operações de natureza especulativa e rápida, sendo que a transação mais comum é o day trade aliado a esse produto financeiro.

Como funciona o mini-índice?

O mini-índice funciona como qualquer contrato futuro existente no mercado. Portanto, o investidor faz uma previsão de preços em uma data posterior e especula sobre o preço do ativo.

Nesse momento, você pode se perguntar: por que alguém faria essa negociação? Um dos motivos é o hedge. Por exemplo, um produtor de soja pode negociar um minicontrato futuro para garantir que o preço do grão se mantenha igual na hora da colheita e da venda. Assim, ele evita prejuízos.

Por sua vez, um pequeno investidor também usa esse tipo de operação para proteger a sua carteira de investimentos contra a volatilidade do Ibovespa. Assim, em caso de alta do indicador, você ganha. Se houver queda, terá que arcar com o prejuízo da diferença registrada na operação.

Perceba que, aqui, você compra ou vende o contrato, não o ativo. Ainda assim, consegue obter bons resultados, até mesmo porque pode atuar com a alavancagem. Ou seja, oferece uma margem de garantia e investe uma quantia mais elevada mesmo sem ter o dinheiro físico.

Ticker

Todo mini-índice é identificado na bolsa com a sigla WIN. Junto dela, aparece mais uma letra que identifica o mês de vencimento. Ainda tem dois números que se referem ao ano de vencimento do contrato. Assim é formado o ticker.

Os meses de vencimento do contrato são sempre pares. Veja o que cada letra representa:

  • G: fevereiro;
  • J: abril;
  • M: junho;
  • Q: agosto;
  • V: outubro;
  • Z: dezembro.

Assim, um contrato com o código WINZ23 tem vencimento em dezembro de 2023. Essa é a forma de identificar cada um dos mini-índices.

O que é operar o mini-índice alavancado?

Um dos grandes trunfos de operar mini-índices é que não é preciso dispor do valor inteiro do contrato. É possível vender a descoberto e operar alavancado, o que facilita o acesso de investidores de menor patrimônio a esse tipo de transação.

Ao operar alavancado, ou seja, tomar um empréstimo para viabilizar a operação, o investidor consegue potencializar seus ganhos, obtendo um lucro proporcionalmente muito maior do que o valor investido.

Para operar mini-índice alavancado, é preciso depositar uma margem de garantia equivalente a pelo menos 15% do valor total dos minicontratos. Também pode-se usar como garantia outros ativos, como ações, títulos públicos ou CDBs.

Vale ressaltar, no entanto, que apesar de as operações com mini-índices alavancadas terem potencial de trazer maiores rendimentos, a probabilidade de prejuízo também é maior. Afinal, os ativos alvo podem sofrer desvalorização no período determinado. Esse risco deve ser colocado na equação na hora de decidir se o investimento vale a pena.

Qual a diferença entre WIN e WINFUT?

A diferença entre WIN e WINFUT é que a primeira sigla se refere à série atual. Portanto, o que está sendo negociado no momento. Já o segundo é uma série contínua, utilizada para fazer análises. Portanto, é apenas uma referência para as operações de trading.

Qual o valor mínimo para operar um mini-índice?

O valor mínimo para operar um mini-índice equivale à margem de garantia e fica próximo de R$ 100. Esse valor permite arcar com possíveis prejuízos verificados na transação. Assim, ele funciona como uma espécie de caução, sendo acionado somente quando não há dinheiro para cobrir as perdas registradas. Ao mesmo tempo, é utilizada no processo de alavancagem financeira.

O montante exigido como margem de garantia não é único, porque depende da corretora de valores. No entanto, como explicamos, fica em torno de R$ 100. Abaixo dessa quantia, é impossível fazer operações financeiras.

Quais são os ativos do mini-índice?

Os ativos do mini-índice sempre são um contrato futuro que deriva do Ibovespa. Ou seja, não existe um ativo em si, mas sim um documento negociado e que permite lucrar ou ter prejuízo com a operação.

Quanto valem os pontos no mini-índice?

Os pontos no mini-índice valem R$ 0,20, sendo que a movimentação mínima acontece a cada 5 pontos. Portanto, a transação equivale a R$ 1. O que leva ao ganho significativo é a oscilação e também a quantidade de contratos negociados.

Por isso, para você saber qual será o seu resultado, deverá multiplicar a variação de contratos pelo valor por ponto e o número de contratos. Ou seja:

Resultado = R$ 0,20 × variação de contratos × quantidade de contratos

Por exemplo, imagine que você comprou 10 contratos de WIN em 120.000 e venda em 122.000. Assim, é possível verificar o resultado da seguinte forma:

Resultado = R$ 0,20 × (122.000 – 120.000) × 10

Resultado = R$ 0,20 × 2.000 × 10

Resultado = R$ 4.000.

Como calcular o mini-índice?

Para calcular o mini-índice, você precisa saber a pontuação do Ibovespa. Afinal, esse número deverá ser multiplicado pelo valor por ponto para chegar ao custo desse minicontrato. No entanto, vale a pena reforçar que o preço varia com frequência devido à volatilidade existente nos ativos da renda variável.

De toda forma, veja um exemplo de cálculo do mini-índice. Imagine que o Ibovespa está em 99.000 pontos. Cada um deles vale R$ 0,20. Assim, o custo do minicontrato é de R$ 19.800 (99.000 × R$ 0,20).

Quais são as vantagens e os riscos do mini-índice?

As vantagens e os riscos do mini-índice são:

Vantagens

  • serve como instrumento de hedge (proteção);
  • pode ser usado como ferramenta de especulação,      
  • podendo ganhar na compra ou na venda;
  • acessível para pequenos investidores;
  • oferece possibilidade de lucro a curto prazo;
  • permite fazer alavancagem;
  • facilidade para abrir e fechar posições devido à alta liquidez e volatilidade.

Riscos

  • exige conhecimento do mercado futuro para evitar perdas, que podem ser consideráveis;
  • pode gerar prejuízos grandes em um curto espaço de tempo, especialmente quando se utiliza a alavancagem;
  • alta volatilidade, já que o resultado pode ser impactado por notícias e expectativas;
  • a B3, a bolsa de valores do Brasil, tem permissão para mudar os valores a qualquer momento e sem aviso.

Para quem o mini-índice é recomendado?

As operações de mini-índice têm natureza especulativa e são consideradas um investimento arriscado. Afinal, os resultados (positivos ou negativos) estão atrelados à variação do Índice Bovespa no período de vigência do contrato, algo impossível de se prever com 100% de certeza.

Devido ao caráter de imprevisibilidade desse tipo de operação, ela tanto pode levar a um lucro gigantesco quanto a um enorme prejuízo financeiro. No caso de operar alavancado, como vimos, os riscos são ainda mais altos.

Por essa razão, as operações com mini-índice são indicadas para investidores de perfil arrojado, ou seja, aqueles com maior tolerância ao risco e que suportam algum eventual prejuízo financeiro.

Portanto, antes de decidir entrar nesse mercado, é importante descobrir qual é o seu perfil de investidor e entender se esse investimento é o mais adequado no seu caso.

Taxas e tributação do mini-índice

Antes de optar por operar mini-índice, é importante conhecer os custos e tributos envolvidos nesse tipo de investimento.

Um dos custos operacionais de investimentos dessa natureza é a taxa de custódia cobrada pela B3, referente à manutenção dos recursos. Essa taxa é de R$ 0,00300 por dia. Quando às taxas de registro de emolumentos, os minicontratos são isentos.

Outro custo operacional importante é a taxa de corretagem cobrada pelas corretoras de valores. O valor varia de acordo com a instituição. Inclusive, há corretoras que oferecem taxa zero para minicontratos.

Finalmente, é necessário levar em conta a taxa de liquidação cobrada por cada minicontrato que se compra. No caso de mini-índices, essa taxa equivale a R$ 0,30.

Além das taxas, é preciso considerar também os tributos envolvidos nesse tipo de operação.

Assim como ocorre com qualquer ativo negociado em bolsa, as operações com mini-índice precisam ser declaradas no Imposto de Renda. Além disso, em operações de day trade, o tributo tem de ser recolhido nos meses em que houver negociação, através do DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).

A alíquota varia de acordo com o tipo de operação de compra e venda e o prazo. No caso do swing trade (operações que duram mais de um dia), ela é de 15%. Já no caso do day trade (operações de curto prazo, que abrem e fecham no mesmo dia), a alíquota é de 20%. É importante notar que o tributo índice apenas sobre o lucro líquido.

Como operar mini-índice?

Veja como operar mini-índice.

Abra uma conta em uma corretora de valores

A negociação deste produto financeiro é exclusiva na bolsa de valores. Portanto, você precisa ter uma conta em uma corretora de investimentos. O processo de escolha deve se basear em alguns fatores, como:

  • custos cobrados;
  • confiabilidade da instituição financeira;
  • estabilidade da plataforma;
  • suporte;
  • possibilidade de recorrer a uma assessoria de investimentos.

Opte por uma que oferece atendimento personalizado e com profissionais qualificados. Assim, você tem o apoio necessário para operar mini-índices e fazer a diversificação de investimentos.

Transfira os recursos financeiros para a conta da corretora

Assim que tomar a sua decisão, transfira o dinheiro da sua conta pessoal para a da corretora de valores. Aqui, é importante você descobrir qual o seu perfil de investidor.

Isso é feito por meio do preenchimento de teste de suitability, exigido no momento da abertura do cadastro na instituição financeira. Você também pode ter esse suporte com uma assessoria de investimentos.

Verifique a necessidade de uma ferramenta profissional

As operações com mini-índice costumam ser voltadas para o trading. Por isso, se você efetuar essas transações, pode precisar de uma ferramenta profissional. Nesse caso, há funcionalidades diferenciadas e mais estabilidade para executar as ordens de compra e venda.

Utilize o home broker

Todo o processo de compra e venda de minicontratos é feito pela plataforma de home broker da corretora. Assim, você deve apenas digitar o ticker do mini-índice e fazer a operação desejada. A ordem é feita e, assim que for encontrada uma contraparte, é executada.

Caso você esteja atuando com a especulação, precisa atentar à volatilidade dos preços para finalizar a operação no momento certo. Com isso, consegue lucrar.

Como ficou claro, o mini-índice é uma operação viável do mercado para diferentes tipos de investidores. Apesar de exigir um conhecimento maior do mercado, traz boas oportunidades de ganhos, especialmente se você contar com uma assessoria de investimentos a seu favor, como a InvestSmart.

Gostou de entender um pouco mais sobre o mini índice, seu conhecimento, suas vantagens e desvantagens? Então se aprofunde ainda mais no assunto dos contratos futuros. Leia também nosso artigo Como funciona o mercado futuro de ações?

Resumindo 

O que é o mini-índice e qual é a principal vantagem desse produto financeiro?

O mini-índice é um minicontrato do mercado futuro derivado do Ibovespa, o principal indicador do mercado de ações no Brasil. Sua principal vantagem é oferecer uma forma mais acessível de investir, representando apenas 20% de um contrato futuro cheio.

Como funciona a alavancagem no mini-índice e quais são os riscos associados a operar com alavancagem nesse mercado?

No mini-índice, é possível operar alavancado, o que significa que o investidor não precisa dispor do valor total do contrato. Para operar alavancado, é necessário depositar uma margem de garantia equivalente a pelo menos 15% do valor total dos minicontratos. 

Embora isso possa potencializar os ganhos, os riscos também aumentam, pois as perdas podem ser consideráveis, especialmente devido à volatilidade do mercado. Portanto, a alavancagem oferece a oportunidade de lucro significativo, mas também traz um risco maior de prejuízo.