Hedge: descubra como proteger os seus investimentos
Você já ouviu falar em hedge? Trata-se de uma estratégia de proteção para minimizar os riscos dos investimentos no mercado financeiro, em especial, os relacionados à renda variável. Dizemos que uma ação apresenta alta volatilidade, por exemplo, quando seu preço varia muito num período determinado. Quanto maior for a variação, maiores serão as chances de […]

Você já ouviu falar em hedge? Trata-se de uma estratégia de proteção para minimizar os riscos dos investimentos no mercado financeiro, em especial, os relacionados à renda variável.
Dizemos que uma ação apresenta alta volatilidade, por exemplo, quando seu preço varia muito num período determinado. Quanto maior for a variação, maiores serão as chances de um investidor ganhar ou perder dinheiro.
Por isso, quem quer se proteger das oscilações de preço de uma ação, commodity ou moeda pode aplicar a estratégia de hedge em seus investimentos.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples e clara o que é hedge. Confira!
O que é hedge?
A palavra hedge pode ser traduzida para o português como cerca ou limite. Assim, estamos falando de cercar um ativo para limitar sua variação de preço.
Cabe lembrar que esse ativo pode ser uma ação, uma commodity ou uma moeda. E, como era de se esperar, quem se posiciona como um hedger não objetiva o lucro de uma operação. Seu foco é garantir o preço de um ativo para compra ou venda futura.
No Brasil, as operações de hedge são regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que está no topo do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Elas não podem ser utilizadas para fins especulativos.
Quais são os tipos de hedge?
Os tipos de hedge variam conforme o tipo de ativo a ser protegido. Veja a seguir.
Hedge em commodities
O hedge em commodities é o tipo mais comum de hedge. Ele funciona a partir de contratos futuros, com produtores e compradores definindo um preço fixo a ser pago no futuro.
Assim, consegue-se evitar que uma escassez dos commodities eleve o preço ou que uma grande disponibilidade provoque sua queda.
Hedge em ações
Há três formas de fazer hedge em ações: opções sobre ações, contratos futuros de índices de ações ou Exchange Traded Funds (ETFs), também chamados de fundos de índice.
Hedge cambial
Há diferentes maneiras de fazer hedge cambial, veja abaixo:
- Hedge cambial em contratos futuros de dólar: as condições para compra e venda são definidas sobre a variação na cotação da moeda.
- Hedge cambial com negociação de opções em dólar: o investidor assume o direito de comprar moedas no futuro com os valores fixados quando da contratação do hedge.
- Hedge cambial com moeda em espécie: o investidor compra moedas quando o preço está em queda no mercado e vende quando ele sobe.
- Investimento em fundos cambiais: fundos cambiais são ativos com rendimento atrelado à variação do câmbio.
Esse tipo de hedge utiliza, basicamente, o dólar. A moeda norte-americana se tornou uma referência para a economia mundial desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos saíram fortalecidos. Assim, o que ocorre com ela afeta todas as outras.
Mesmo com as crises econômicas de 2008 e 2020, o dólar segue tendo a confiança internacional. Tanto é que os países o utilizam como reserva internacional.
Por fim, vale mencionar o hedge natural. Ele ocorre quando, sem um esforço específico, fatores combinados protegem o preço de um ativo contra sua variação.
Um exemplo clássico disso é o das empresas exportadoras do setor agrícola. Parte dos seus insumos são em dólar e, ao venderem seus produtos fora do país, elas também recebem em dólar.
Logo, quando a moeda norte-americana se valoriza, seus custos aumentam. A vantagem é que suas receitas também aumentam.
Como funciona uma operação de hedge?
Uma operação de hedge pode funcionar de duas formas. Na primeira delas, como já mencionamos, o preço de um ativo é fixado, embora seja pago e recebido no futuro.
Já na segunda, o investidor coloca seu dinheiro em ativos que possuem, historicamente, desempenhos opostos no mercado. Um exemplo disso são as ações brasileiras e o dólar.
O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador de desempenho das ações negociadas na bolsa de valores do Brasil, a B3, reúne as empresas mais importantes do mercado de capitais brasileiro.
Ao longo da história, o Ibovespa tem um desempenho contrário ao do dólar. Assim, quando um valoriza, o outro desvaloriza.
Qual é a sua importância e para quem é indicado?
A importância de uma estratégia de hedge é que, ao contar com ela, o investidor pode evitar uma perda brusca de dinheiro por conta da variação dos preços dos ativos.
Como falamos acima, ela é indicada para quem deseja se proteger, minimizando os riscos dos investimentos no mercado financeiro, em especial, os relacionados à renda variável.
Qual a relação entre hedge e mercado futuro?
Hedge e mercado futuro estão diretamente relacionados.
Isso porque o mercado futuro é o ambiente da bolsa em que são negociados contratos de compra e venda de ativos para um momento futuro.
Já os principais tipos de operação de hedge têm como base acordos futuros, em que valores e datas são estabelecidas previamente.
O que são hedge funds?
Os hedge funds podem ser traduzidos para o português como fundos de hedge ou fundos de cobertura.
São fundos de investimentos cujo objetivo é proteger os ativos das oscilações de preço, além de buscarem rentabilidade. No Brasil, os hedge funds funcionam no formato de fundos multimercados.
Por conta do grau de risco mais elevado, eles são abertos somente para investidores qualificados, ou seja, aqueles que possuam certificações atestadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e patrimônio a partir de R$ 1 milhão.
Quais são as vantagens e desvantagens de usar o hedge para proteger os investimentos?
Como mostramos ao longo deste artigo, usar o hedge é uma maneira de se proteger, minimizando os riscos dos investimentos no mercado financeiro, em especial, os relacionados à renda variável.
Diferentemente da renda fixa, a renda variável não conta com uma previsibilidade de retorno e está sujeita ao mercado, cujo comportamento não é possível prever com exatidão.
A questão, porém, é a possibilidade de lucros maiores ou de prejuízos maiores com a renda variável.
Com uma estratégia de hedge, em momentos de queda do mercado, os prejuízos do investidor podem ser amenizados.
Entretanto, tenha em mente que aquilo que vai limitar os riscos também vai limitar o potencial de lucro. Afinal, esses dois fatores estão sempre interligados.
Como na maioria dos investimentos conservadores, costuma-se abrir mão do potencial de lucro para se ter estabilidade.
Como usar o hedge em investimentos?
Veja as alternativas de investimento e saiba como utilizá-las para fazer hedge.
Opções
As opções são o direito de comprar ou vender uma ação por um preço fixo, numa data futura. Elas proporcionam um mecanismo de proteção aos investidores, porque suavizam os riscos relacionados às oscilações de preço.
As mais conhecidas são as opções de ações, mas também há opções sobre moedas e contratos futuros de juros, por exemplo.
No entanto, lembre-se de que um dos principais riscos do mercado de opções é a alavancagem.
De maneira resumida, ela é o uso de recursos para aproveitar oportunidades de multiplicar os resultados. Assim, funciona como um limite de crédito que permite a uma pessoa investir um valor maior do que possui em conta.
Contratos futuros
Os contratos futuros são acordos entre o investidor e a companhia em que há o compromisso de compra e venda de um ativo, em uma data futura a um preço pré-determinado.
Os seus ativos mais comuns são commodities agrícolas, como:
- boi gordo;
- milho;
- café;
- soja;
- açúcar;
- etanol.
No entanto, também há futuros de ativos financeiros, como:
- contratos de moedas;
- futuros de índices de ações;
- futuros de ações.
Todos podem ser usados como hedge pelos investidores, que é sua função tradicional, ou como fonte de ganho financeiro via especulação.
Exchange Traded Funds (ETFs)
Os ETFs são fundos que replicam o desempenho de um índice específico. Assim, ao adquirir cotas, é como se a pessoa estivesse investindo em diferentes índices.
Se você leu até aqui, já deu para perceber que, para escolher uma estratégia de hedge, é essencial acompanhar o mercado financeiro.
Afinal, somente assim é possível tomar as decisões mais adequadas para o seu patrimônio. E, nessas horas, faz toda a diferença contar com o apoio de uma assessoria de investimentos.
O assessor de investimentos entende quais são os objetivos da pessoa, identifica o seu perfil de risco e define uma carteira personalizada. E, além de conversar sobre a carteira sugerida, também monitora e acompanha os investimentos.
Como você pode ver, a estratégia de hedge é uma forma de proteger os seus investimentos contra a variação dos preços dos ativos. Caso precise de ajuda, procure profissionais com experiência no mercado financeiro.
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