O plano de investimento é um passo importante para quem começará a investir, de modo a montar carteira adequada ao seu perfil. Cada pessoa tem seus objetivos e metas, assim como níveis de tolerância a riscos e perdas. Por isso, é importante que os seus ativos reflitam corretamente as suas expectativas.

Um bom planejamento também aprimora as decisões tomadas. É possível buscar o conhecimento para executar a estratégia proposta, reduzir atitudes impulsivas e ter metas mais realistas ao longo do tempo, entre outras vantagens.

Este guia traz os conceitos mais importantes para você desenhar o seu plano do zero e ter uma carteira mais adequada ao seu perfil de investidor!

O que é um plano de investimento?

Plano de investimento é o desenho de objetivos, metas e estratégias voltadas para a multiplicação do patrimônio. Entre outros aspectos, orienta como montar uma carteira de ativos alinhada às expectativas pessoais.

Nesse contexto, a palavra “investimento” não é utilizada em um sentido abrangente: “dedicar esforço a algo que tenha retorno”. Apenas aos bens que são realmente escolhidos pelo retorno em termos de mais valor financeiro amanhã do que hoje.

Um carro para lazer oferece retornos em termos de realização pessoal, bem-estar e qualidade de vida. Porém, não é nem de longe um investimento, pois financeiramente o valor dele é destruído ao longo do tempo.

Os produtos que mais facilmente atendem ao conceito estão no mercado financeiro, como ações, títulos de renda fixa e fundos de investimento. Os imóveis também podem ser citados, assim como commodities e metais preciosos.

Já outros produtos, como carros, itens de luxo e colecionáveis, só seriam investimentos em situações muito específicas. Por exemplo, uma pessoa que consegue comprar um carro muito abaixo do preço em um leilão e revende o bem pelo valor cheio.

Qual é a diferença entre plano de investimento e plano financeiro?

O plano de investimento orienta como direcionar os recursos do orçamento na parte em que tentamos multiplicar o patrimônio. Por isso, não se confunde com o plano financeiro.

Ao planejar as finanças, analisamos os recursos que recebemos e as obrigações que precisamos cumprir, definindo quais são as prioridades. O resultado é a clareza sobre como o dinheiro deve ser utilizado ao longo do tempo.

Uma parte desse orçamento pode prever o investimento. Aqui, nasce a demanda por um plano mais específico, que vai orientar a escolha de ativos.

Por que montar um plano de investimento?

Um bom planejamento apresenta diversas vantagens à medida que termos clareza sobre como realizar os investimentos:

  • criar metas claras que possam orientar as decisões;
  • distribuir os objetivos ao longo do tempo (curto, médio e longo prazo);
  • direcionar o estudo conforme os objetivos de investimentos;
  • ter mais controle sobre as finanças e evitar decisões impulsivas;
  • montar uma carteira de investimentos mais personalizada;
  • ter tranquilidade com produtos compatíveis com a sua tolerância a riscos.

Por isso, o plano de investimento facilita a busca por segurança e o crescimento patrimonial. Além disso, as metas e objetivos têm uma função importante para que você persista e tenha disciplina ao longo do tempo, exercendo um papel de motivação.

Quais os riscos se não fizer?

Ter um plano significa que as ações e decisões de hoje podem ser avaliadas conforme contribuam ou prejudiquem objetivos e metas. Aquilo que faz você progredir no plano é bom; aquilo que faz regredir é ruim.

Esse mapa, claro e bem definido, minimiza erros nos investimentos:

  • tomar decisões impulsivas;
  • estar despreparado para imprevistos e emergências;
  • perder oportunidades;
  • estar perdido ao avaliar os produtos financeiros;
  • ter dificuldades para abrir mão de prazeres atuais para objetivos de longo prazo;
  • não conseguir medir claramente o sucesso ou insucesso das estratégias.

A falta de um norte diminui as chances de você alcançar os seus objetivos. Além disso, pode gerar uma experiência desagradável quando a carteira não reflete o seu perfil de investidor.

Como montar um plano de investimento?

Um plano de investimento é composto de objetivos, metas e estratégias. A partir dessas definições, você terá dados para escolher os ativos da sua carteira e revisá-la ao longo do tempo.

Descubra o seu perfil de investidor

As pessoas apresentam diferentes graus de tolerância aos riscos e perdas. Além disso, seus objetivos de investimento podem estar mais associados à segurança ou ao crescimento patrimonial.

Conservador

Um investidor que prioriza a segurança e apresenta baixa tolerância a riscos tem o perfil conservador. Ao estar nessa categoria, você terá uma grande afinidade com a renda fixa, especialmente com os ativos com menor risco de crédito, como CDBs e títulos públicos.

Moderado

Outro caso é o investidor que busca um meio-termo entre segurança e crescimento. Seu nível de tolerância às adversidades é intermediário, e o alvo da carteira é uma relação de equilíbrio entre renda fixa e variável.

Arrojado

O último perfil é o arrojado. Nesse caso, a prioridade dos investimentos é o crescimento patrimonial. Para chegar lá, o investidor está disposto a gerenciar riscos e assumir perdas ao longo do caminho, tendo bastante afinidade com a renda variável.

Um ponto importante é que, em qualquer dos perfis, a diversificação dos investimentos é muito importante. 

Mesmo um conservador pode pensar em uma pequena fração da carteira em renda variável, enquanto uma arrojado pode compensar riscos com alguns ativos de renda fixa, por exemplo.

A chave são as proporções que serão maiores ou menores conforme a tolerância a riscos do investidor.

Defina metas e objetivos

Os objetivos dizem respeito ao ponto em que você deseja estar no futuro, enquanto as metas são os marcos ao longo dessa jornada. Por isso, o plano pode começar com esses dois norteadores.

Os objetivos podem ter diferentes prazos de realização:

  • curto prazo — até 2 anos;
  • médio prazo — de 2 até 10 anos;
  • longo prazo — acima de 10 anos.

Em relação aos objetivos, devemos descrever a nossa linha de chegada, preferencialmente, com números exatos e prazos, por exemplo:

  • alcançar a estabilidade financeira com despesas de 10 mil reais e receitas de 20 mil por mês daqui a 2 anos;
  • ter uma renda passiva de R$ 2 mil por mês daqui a 5 anos;
  • aposentar-se com uma renda mensal de R$ 25 mil reais, daqui a 30 anos;
  • comprar um imóvel no valor de 1 milhão de reais a vista em 10 anos;
  • alcançar a independência financeira em 10 anos, com rendimentos passivos de R$15 mil por mês.

As metas permitem que você mensure se os resultados foram alcançados:

  • conseguir 30% da renda por mês para os investimentos em até 2 anos;
  • ter uma rentabilidade anual na carteira de investimentos acima do CDI;
  • aumentar a renda passiva mensal em R$400,00 até o final do semestre;
  • migrar os investimentos da caderneta de poupança em até 7 dias.

Uma forma simples é estabelecer o objetivo. A seguir, defina a parcela mensal do orçamento doméstico para investimentos, que deve ser alcançada em determinado prazo. 

Então, estabeleça a superação de indicadores econômicos, como Selic, CDI e IPCA, como rentabilidade esperada da carteira.

Crie uma reserva de emergência

Um jeito fácil de começar no mundo dos investimentos é definir a reserva de emergência como alvo. Esse objetivo consiste em acumular recursos para custear a vida pessoal de 3 a 6 meses. Por exemplo, uma pessoa que gasta 15 mil reais por mês teria a meta de alcançar entre 45 mil e 90 mil.

Os ativos utilizados para reserva de emergência são selecionados pela liquidez alta e risco baixo. Por isso, a maior parte deles está na renda fixa:

  • títulos da dívida pública, principalmente o Tesouro Selic+;
  • CDBs com liquidez diária;
  • fundos de investimento que permitem o resgate rápido (D+0 ou D+1).

Caso tenha dúvidas, uma dica é ler o conteúdo completo sobre reserva de emergência.

Desenvolva um cronograma

Um cronograma é uma boa maneira de se organizar ao longo do tempo. Nele, você pode utilizar um calendário, físico ou digital, para registrar as marcações-chave dentro do seu plano de investimento:

  • prazos de objetivos e metas;
  • estabelecer o dia em que serão realizados resgates;
  • fixar o dia do mês de destinar recursos para conta de investimento;
  • momentos de revisar o planejamento;
  • vencimentos dos títulos;
  • dia da semana para revisar a carteira de investimentos.

Em alguns casos, o cronograma pode indicar o momento de trocar ativos. Por exemplo, uma pessoa pode, nos dois primeiros anos, investir no tesouro Selic+, que é o título com liquidez diária. 

Depois, com uma reserva, migrar para títulos que oferecem uma rentabilidade maior, mas são mais difíceis de resgatar antes do vencimento.

Estude o mercado de investimentos

O perfil e objetivos direcionam o foco dos estudos. Por exemplo, um conservador tende a dedicar mais horas aos títulos de renda fixa, enquanto arrojados e moderados podem estar bem mais interessados na bolsa de valores.

Embora todo investimento tenha algum risco, o conhecimento minimiza os prejuízos causados por avaliações erradas. O exemplo clássico é a poupança em que diversos outros títulos que oferecem rentabilidade mais alta com riscos similares.

Outra vantagem da educação é que você passa a conhecer os riscos e tomar providências para gerenciar possíveis perdas. Entre as medidas, está a diversificação dos investimentos.

Monte uma estratégia diversificada

A diversificação é a escolha de ativos que têm riscos pouco relacionados. Por exemplo, a debênture (título dívida de empresa privada) do setor de tecnologia tem pouca relação com um fundo imobiliário de um shopping center. 

Assim, caso os aluguéis no shopping tenham uma desvalorização, pouco ou nada afetará o título de renda fixa.

Essa estratégia exige a comparação dos ativos em diferentes pontos:

  • país ou moeda de origem;
  • segmento de mercado — grupo de clientes e produto
  • setor de atividade econômica (varejista, financeiro, industrial, moda, energia);
  • prazos de vencimento (curto, médio, longo);
  • capitalização de mercado (valor total das ações da empresa, investidos no fundo, de uma bolsa de valores etc.);
  • renda fixa ou renda variável.

A pergunta-chave é saber se, caso um produto tenha uma desvalorização, o outro necessariamente estará em queda.

Em alguns contextos, você também pode pensar no hegde. Aqui, o foco é ter um ativo que se valorize em cenários de desvalorização dos demais. Um exemplo é ter uma quantidade de ativos em dólar para caso a moeda estrangeira dispare de preço.

Uma dica começando do zero é manter os ativos usados para reserva de emergência, enquanto ainda não tomou as decisões. Depois, buscar as opções de renda fixa e variável, substituindo parcelas da carteira. 

Assim, você se mantém com uma rentabilidade dos títulos de baixo risco, enquanto atua com calma e busca auxílio especializado.

Escolha os ativos dentro do seu perfil

Para encontrar os ativos para sua carteira, é muito importante acompanhar o mundo dos investimentos. Há diversos produtos de renda fixa e renda variável.

Renda fixa:

  • Certificados de Depósito Bancário (CDB);
  • Letras de Crédito Imobiliário (LCI);
  • Letras de Crédito do Agronegócio (LCA);
  • Debêntures;
  • Fundos de Renda Fixa;
  • Títulos Públicos (Tesouro Direto);
  • Letras de Câmbio (LC);
  • Fundos DI.

Renda variável:

  • ações;
  • fundos de ações
  • fundos Imobiliários;
  • Exchange Traded Funds (ETFs);
  • derivativos (opções e contratos futuros);
  • commodities;
  • criptomoedas;
  • Investimento anjo em startups.

Acompanhe os investimentos

Ao montar a sua carteira de investimentos, procure definir quando é o momento de acompanhar o desempenho. Esse acompanhamento varia com o tipo de investimento realizado.

Um título atrelado à taxa Selic, por exemplo, pode oscilar quando saem as mudanças nos juros da economia. Já uma ação pode ter variações diárias.

Os fundos de investimento são uma opção para quem não tem tempo para se dedicar ao acompanhamento da carteira.

Outra solução, nos ativos de renda variável, é programar gatilhos de “stop loss”. Esse mecanismo vende a ação ou outro ativo caso o preço desvalorize abaixo de certo patamar. Logo, é mais fácil fazer um acompanhamento semanal, tendo essa proteção.

Faça alterações se necessário

Os cenários econômicos mudam com o passar do tempo. Por isso, a carteira de investimentos é aberta a mudanças.

Dedique um horário durante a semana para estudar as publicações especializadas, alterações em carteiras públicas e noticiários. A seguir, munido das informações, avalie se é preciso fazer mudanças.

Conte com uma assessoria de investimentos

Um diferencial na montagem do plano de investimento é contar com assessoria e acompanhamento especializados. Nesse caso, um profissional autorizado a atuar pela CVM oferece o apoio necessário para as suas decisões:

  • orientação profissional;
  • recomendações de investimentos;
  • acompanhamento contínuo;
  • acesso a oportunidades exclusivas;
  • auxílio na construção da estratégia e gestão de riscos;
  • fornecimento de relatórios e análises técnicas.

A assessoria é um serviço colocado à disposição pelas corretoras, não gerando custos adicionais para o cliente. Assim, você terá uma atuação com mais segurança e tranquilidade.

Em resumo, o plano de investimento é um passo importante para desenvolver uma estratégia adequada e alcançar objetivos financeiros. Por isso, antes de começar a investir, é importante conhecer o seu perfil, desenhar um plano e buscar apoio especializado.

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Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.