Felipe Paiva: conheça o perfil e as perspectivas do diretor da B3
Figura de peso no mercado financeiro, Paiva é referência quando o assunto é transformar conhecimento em ponte entre o mercado e potenciais investidores.

Para quem busca compreender a evolução do mercado de financeiro brasileiro e as estratégias por trás do crescimento do número de investidores, é fundamental manter o radar em seus líderes.
É nesse contexto que se insere o executivo e palestrante Felipe Paiva, figura proeminente do mercado que hoje ocupa a Direção de Relacionamento com Clientes, Educação e Pessoa Física da B3, a bolsa de valores brasileira.
Biografia e formação de Felipe Paiva
Com aproximadamente 30 anos de experiência no mercado financeiro, Felipe Paiva apresenta um bom currículo acadêmico , inclusive com passagem por uma das universidades mais prestigiadas do mundo.
- Em 1999 se formou em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie;
- Possui MBA em Finanças pelo Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais);
- Concluiu em 2016 o AMP (Advanced Management Program) na Columbia Business School- programa de educação executiva intensivo, projetado para líderes seniores com ampla experiência em gestão.
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Trajetória profissional
Felipe Paiva iniciou sua carreira em 1996 no BankBoston, banco norte-americano de alta renda controlado pelo Bank of America, que atuou no Brasil por 78 anos antes de vender seus ativos ao Banco Itaú.
Permaneceu na instituição por apenas dois anos, antes de dar início a uma trajetória duradoura na bolsa brasileira, que já se estende por mais de 27 anos.
- Em 1998, ingressou na então chamada Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo, antecessora da B3.
- Dez anos depois, em 2008, foi nomeado diretor da Central Depositária da BM&FBOVESPA, cargo estratégico na estrutura da bolsa.
- Posteriormente, em 2012, assumiu a direção de Relacionamento com Corretoras e Market Data.
- Atualmente, Felipe Paiva ocupa o cargo de diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoas Físicas da B3.
Felipe Paiva B3: atuação na bolsa de valores
Enquanto diretor da bolsa brasileira, Felipe Paiva tem a responsabilidade central de desenvolver estratégias de investimento e implementar iniciativas de educação financeira voltadas especificamente aos investidores individuais. Suas principais áreas de foco e atuação podem ser resumidas em:
- Relacionamento com Clientes: Desenvolvimento de estratégias robustas para o engajamento efetivo tanto de investidores individuais quanto de institucionais.
- Educação Financeira: Implementação de medidas educativas que visam promover a inclusão do conhecimento financeiro e a capacitação contínua dos investidores.
- Investidores Individuais: Criação de soluções acessíveis que simplificam a entrada e a participação do público no mercado de capitais.
Em sua trajetória, Paiva demonstrou um histórico comprovado de sucesso, notadamente no fortalecimento da participação de mercado, no aumento do engajamento de clientes e na promoção do crescimento estratégico em ambos os segmentos: institucional e de varejo.
Segundo dados divulgados pela B3, entre 2020 e 2024 o número de investidores na bolsa registrou um crescimento superior a 80%, impulsionado por um fluxo constante e positivo de novos participantes.
“Os brasileiros já se acostumaram com as facilidades que a tecnologia pode proporcionar em diferentes áreas de economia, e não seria diferente para o mundo das finanças”, comentou Paiva sobre o movimento.
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Fatores responsáveis pela transformação do investidor brasileiro
Paiva costuma ressaltar que a transformação do comportamento do investidor brasileiro não ocorreu de forma isolada, mas como resultado de uma combinação de fatores. Lá em 2023, durante uma live da MELVER, o diretor já explicava as razões por trás do maior engajamento da população com a renda variável.
Na ocasião, ele apontou que o período em que o Brasil viveu juros historicamente baixos foi determinante para essa transformação. Contudo, Paiva fez questão de frisar que esse cenário, embora relevante, está longe de ser o único responsável pelo movimento, já que outros elementos também precisam ser considerados nessa análise.
- O primeiro deles está relacionado à forma como o mercado passou a se comunicar. Segundo Paiva, os influenciadores tiveram um papel importante nesse processo, aproximando a linguagem financeira do público e tornando os conceitos mais acessíveis.
- O segundo fator envolve os profissionais do mercado, em especial os assessores de investimento. Ele destaca que esses agentes “têm um papel muito relevante nessa transformação, porque levaram alternativas, diversificação de investimentos para esse público, que já vinha demandando isso”.
- Por fim, Paiva enfatiza a relevância da digitalização e das plataformas de investimento. Esse movimento, impulsionado por grandes corretoras e empresas do setor, permitiu que o acesso aos investimentos chegasse literalmente “à palma da mão” dos brasileiros.
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Papel na educação financeira e relacionamento com clientes
O número de brasileiros que aplicam em produtos financeiros deve aumentar em cerca de quatro milhões em 2025, elevando a participação de investidores de 37% para 39% da população. A projeção é do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa conduzida pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha.
Em meio às projeções e ao constante e significativo aumento, Felipe Paiva frequentemente sublinha a importância fundamental dos profissionais ligados ao mercado de investimento. Para ele, a expansão da base de investidores reforça a necessidade de ter especialistas capacitados para orientar e dar suporte a essa nova parcela da população que está acessando o mercado financeiro.
“O nosso papel é justamente construir facilidades e novidades para tornar a experiência cada vez mais motivadora e sem fricções que, no final do dia, entregue para esse investidor valor relacionado à otimização de tempo, serviço e informação”, diz.
Segundo Paiva, o aumento no número de profissionais da área está diretamente relacionado ao crescimento do interesse da população por finanças em geral — um movimento que, em sua visão, precisa estar em plena sintonia com as necessidades do público.
“Compreender essa demanda é essencial, pois esses especialistas atuarão quase como médicos de família, oferecendo orientação contínua e de confiança”, destaca.
Estratégias para trazer o investidor para Bolsa
Durante a Expert XP 2025, Paiva compartilhou percepções valiosas sobre o atual perfil do investidor brasileiro e as estratégias da B3 em resposta ao atual cenário de investimentos nacional. Ele pontua que embora a renda fixa ainda seja a preferida, a variável ainda se mantém.
Segundo o diretor, a antiga crença de que o investidor migrava todos os seus recursos da renda variável para a renda fixa em momentos de alta nas taxas de juros “está desmistificada”. “A demanda pela renda variável existe. Agora está em menor grau, mas existe, para diversificação de carteira”, afirma.
Sobre as estratégias para lidar com esse cenário, Paiva ressalta que a B3 tem apostado na ampliação e diversificação de seu portfólio de produtos. Nos últimos anos, a bolsa passou a oferecer contratos futuros de moedas, bitcoin, criptoativos e, mais recentemente, ouro.
Para os próximos passos, ele adianta que a instituição estuda lançar novos derivativos e produtos voltados ao investidor pessoa física. “Também avaliamos a expansão das opções semanais e a inclusão de outros contratos futuros”, afirma.
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