Para garantir bons retornos em seus investimentos, existem estratégias gerais no mercado. Afinal, investir não se trata apenas de alocar recursos em ativos e esperar por retornos favoráveis. Uma abordagem estratégica e bem elaborada maximiza os ganhos e reduz os riscos.

Neste artigo, exploraremos 14 estratégias de investimento que todo investidor deve conhecer, desde as tradicionais até as mais inovadoras, ressaltando a importância de desenvolver uma estratégia antes de iniciar qualquer investimento.

O que é uma estratégia de investimento?

Antes de mergulharmos na abordagem de cada uma das estratégias, é crucial entender o conceito de estratégia de investimento. Em termos simples, uma estratégia de investimentos é um plano ou método elaborado para alocar recursos financeiros de forma a alcançar objetivos específicos, como maximizar o retorno sobre o investimento ou minimizar o risco. Essas estratégias podem variar amplamente, dependendo perfil do investidor, objetivos, tolerância ao risco e horizonte temporal (longo ou curto prazo) de cada investidor.

Por que é importante ter uma estratégia antes de investir?

Ter uma estratégia antes de investir é crucial por várias razões. Em primeiro lugar, uma estratégia ajuda a definir metas claras e a estabelecer um plano de ação para alcançá-las. 

Além disso, uma estratégia bem definida pode ajudar os investidores a manterem o foco em seus objetivos de longo prazo e a resistirem à tentação de tomar decisões impulsivas em momentos de volatilidade do mercado.

Por fim, uma estratégia sólida pode ajudar a reduzir o risco e a aumentar a consistência dos retornos ao longo do tempo.

1. Buy and Hold

Uma das estratégias mais conhecidas e simples é o “buy and hold” ou, em português, “comprar e manter. Essa estratégia envolve a compra de ativos e a retenção a longo prazo, independentemente das flutuações de curto prazo do mercado. Essa estratégia é baseada na crença de que, ao longo do tempo, os mercados tendem a se valorizar e que o tempo no mercado é mais importante do que o momento no mercado.

Princípios do Buy and Hold

Conter a emoção: o investidor deve evitar tomar decisões impulsivas motivadas pela empolgação ou pelo medo nos mercados.

Seleção criteriosa: empresas com histórico de prejuízos e má gestão são evitadas.

Ignorar o “curto prazismo”: as flutuações e a instabilidade a curto prazo não desviam o investidor do seu objetivo final.

Garantir uma boa diversificação: uma carteira diversificada é a principal medida de segurança adotada na estratégia de buy and hold.

Não seguir tendências passageiras: o holder investe em empresas com base em fundamentos sólidos, não em modismos.

Reinvestir os dividendos: a ideia é utilizar os lucros recebidos para reequilibrar a carteira e potencializar o poder dos juros compostos.

2. Value Investing

Se traduzido literalmente, value investing seria “investimento em valor”. O value investing, popularizado pelo famoso investidor Warren Buffett, envolve a busca por ações que estão sendo negociadas a um preço inferior ao seu valor intrínseco. Os investidores que adotam essa estratégia procuram oportunidades em empresas subvalorizadas pelo mercado e esperam que o preço das ações se ajuste ao seu valor real no longo prazo.

Segundo a XP Investimentos, o value investing se baseia em 4 princípios simples, que devem ser considerados na hora de escolher em quais ações investir. São eles:

  • Querer pertencer: você deve buscar empresas em que acredita, a ponto de desejar ser um sócio de fato, por um longo período.
  • Confiar: você seria sócio da empresa de um amigo mesmo sem gostar do produto oferecido por ela? ou, talvez, se não considerasse que essa empresa apresenta uma vantagem competitiva? confiar, gostar e entender o mercado, produto e marca é fundamental. Lembre-se que a ideia é “casar” com aquelas ações.
  • Analisar: usando critérios de análise fundamentalista, você pode buscar empresas que estejam com suas ações depreciadas. Ou seja, valendo menos do que deveriam.
  • Manter a calma: empresas sofrem altas e baixas, e isso é absolutamente normal. Não dá para se desesperar: acredite em sua estratégia e confie em sua análise. Aproveite os momentos críticos para encontrar novas oportunidades, e mantenha a calma nos momentos positivos para não tomar decisões precipitadas.

3. Growth Investing

Contrastando com o value investing, o growth investing concentra-se em empresas com forte potencial de crescimento futuro. Os investidores que adotam essa estratégia estão dispostos a pagar um prêmio por ações de empresas que estão crescendo rapidamente em termos de receita, lucros ou outros indicadores-chave de desempenho, mencionados a seguir.

  • ROIC (Return on Invested Capital): Indica a eficiência com que uma empresa utiliza seu capital para gerar lucro. Quanto maior o ROIC, melhor a empresa está usando seus recursos para gerar retorno financeiro.
  • ROE (Return on Equity): Mede a lucratividade em relação ao patrimônio líquido dos acionistas. É uma medida importante da eficiência com que uma empresa gera lucro a partir do dinheiro investido pelos acionistas.
  • CAGR (Compound Annual Growth Rate): Taxa de crescimento anual composta, que representa o crescimento médio anual de uma empresa ao longo de um período de tempo específico. É uma medida útil para avaliar o desempenho de uma empresa ao longo do tempo.
  • Fluxo de caixa livre: Representa a quantidade de dinheiro que uma empresa gera após pagar por suas despesas de capital. É um indicador importante da saúde financeira de uma empresa e de sua capacidade de reinvestir em si mesma, pagar dividendos aos acionistas ou reduzir dívidas.

4. Factor Investing

O factor investing é uma abordagem baseada na análise de fatores específicos que influenciam o desempenho das ações, como tamanho da empresa, valor, momento e qualidade. Os investidores que seguem essa estratégia buscam diversificar suas carteiras com base nesses fatores, que historicamente demonstraram oferecer retornos acima da média.

5. Renda Passiva

A renda passiva é uma estratégia de investimento que envolve a geração de fluxos de renda regulares, geralmente por meio de ativos como imóveis para aluguel, dividendos de ações ou títulos de renda fixa. Essa estratégia é especialmente popular entre os investidores que buscam uma fonte de renda estável e previsível a longo prazo.

Fazer o seu dinheiro “trabalhar pra você” não é uma tarefa simples e requer uma escolha de ativos específicos que distribuem regularmente uma remuneração aos investidores. As modalidades mais tradicionais nesta estratégia são:

Ações que pagam dividendos

Especialmente para empresas maduras em setores consolidados, como finanças e energia, que tendem a distribuir dividendos de forma consistente. Por outro lado, empresas em setores inovadores, como tecnologia, geralmente reinvestem seus lucros e podem não oferecer dividendos robustos de imediato.

Fundos Imobiliários (FIIs)

Além das ações, os FIIs são uma alternativa, com a obrigação legal de distribuir a maior parte de seus lucros, muitas vezes mensalmente. Existem três tipos principais de FIIs: os de tijolo, que possuem imóveis físicos; os de papel, que investem em recebíveis imobiliários; e os híbridos, que combinam ambos.

Tesouro Direto

O Tesouro Direto também oferece oportunidades para renda passiva, especialmente através do Tesouro Prefixado e do Tesouro IPCA+, que permitem o recebimento de juros semestrais. O Tesouro Prefixado é atrativo em períodos de expectativa de queda de juros, enquanto o Tesouro IPCA+ é vantajoso durante períodos de inflação elevada.

6. Day Trade

O day trade é uma estratégia de investimento de curto prazo que envolve a compra e venda de ativos financeiros no mesmo dia, na tentativa de lucrar com as flutuações de curto prazo do mercado. Os day traders geralmente utilizam análise técnica e ferramentas de negociação de alta frequência para identificar oportunidades de negociação.

7. Swing Trade

Semelhante ao day trade, o swing trade envolve a compra e venda de ativos financeiros em um período de tempo mais curto do que o buy and hold, mas mais longo do que o day trade. Os swing traders geralmente buscam lucrar com as oscilações de curto prazo do mercado, mantendo as posições por vários dias ou semanas.

O pensamento estratégico por trás do swing trade é identificar tendências de curto e médio prazo – e como as operações duram pelo menos alguns dias, há tempo para verificar se, de fato, essas tendências vão se concretizar.

Os swing traders analisam indicadores técnicos, padrões de gráfico e tendências de mercado para identificar pontos de entrada e saída potenciais. Eles buscam comprar no fundo de um movimento de preço (a “swing low”) e vender no topo (a “swing high”).

8. Position Trade

O Position Trading, ou negociação de posição, é uma estratégia de investimento de longo prazo na qual os traders mantêm posições por períodos estendidos, geralmente de meses a anos. Ao contrário do day trading e swing trading, que se concentram em movimentos de curto prazo, o position trading visa capturar tendências de longo prazo nos mercados financeiros.

Os position traders baseiam suas decisões de investimento em análises fundamentais e macroeconômicas, além de considerar fatores técnicos. Eles buscam identificar oportunidades de investimento em empresas ou ativos que possuem fortes fundamentos e perspectivas de crescimento a longo prazo.

Uma vez que as posições são mantidas por um período prolongado, os position traders podem tolerar maior volatilidade de curto prazo sem se preocupar com flutuações de preço temporárias. Eles geralmente têm uma abordagem mais passiva em relação à gestão das posições, monitorando regularmente os desenvolvimentos no mercado, mas não necessariamente realizando negociações frequentes.

9. Green Trading

Com o aumento do foco na sustentabilidade ambiental, o green trading é uma estratégia que busca investir em empresas e setores que estão alinhados com princípios ambientais, sociais e de governança (ESG). Os investidores que adotam essa estratégia procuram não apenas retornos financeiros, mas também impacto positivo no meio ambiente e na sociedade.

10. Stock Picking

O stock picking é uma estratégia de investimento que envolve a seleção cuidadosa de ações individuais com base em análise fundamentalista, técnica ou uma combinação de ambos. Os investidores que seguem essa estratégia procuram identificar empresas com perspectivas de crescimento promissoras ou subvalorizadas pelo mercado. Confira alguns dos principais pontos que são frequentemente considerados na seleção dessas ações:

  • Análise fundamental: Envolve examinar os fundamentos financeiros de uma empresa, como receita, lucro, margens de lucro, crescimento de vendas, relação dívida/capital próprio, fluxo de caixa, entre outros. Os investidores podem usar métricas como o índice preço/lucro (P/L), índice preço/valor patrimonial (P/VP), e outros indicadores financeiros para avaliar se uma ação está subvalorizada ou sobrevalorizada.
  • Análise técnica: Os investidores podem analisar gráficos de preços passados e volume de negociação para identificar padrões e tendências que possam ajudar a prever o movimento futuro dos preços das ações. Isso inclui o uso de indicadores técnicos, como médias móveis, osciladores e linhas de tendência.
  • Análise dosetor e do mercado: Considerar o desempenho do setor em que a empresa opera e as condições macroeconômicas mais amplas pode ajudar os investidores a entender o contexto em que uma empresa está operando e prever seu desempenho futuro.
  • Gestão da empresa: Avaliar a qualidade e a eficácia da gestão da empresa: histórico e a experiência da equipe de gestão, suas estratégias de negócios e sua capacidade de tomar decisões que beneficiem os acionistas.
  • Vantagem competitiva: Patentes, marcas fortes, economias de escala, ou tecnologia proprietária que as diferenciem de seus concorrentes.
  • Crescimento e potencial: Identificar empresas com potencial de crescimento sólido e sustentável é fundamental. Isso pode incluir examinar as perspectivas de expansão de mercado, lançamento de novos produtos, expansão geográfica, entre outros fatores.
  • Governança corporativa: Avaliação da estrutura de governança corporativa de uma empresa, incluindo a independência do conselho de administração, práticas de remuneração de executivos, transparência e ética empresarial.

11. Hedge

O hedge é uma estratégia de proteção contra o risco de perdas em investimentos existentes. Os investidores podem usar diferentes instrumentos financeiros, como opções, futuros ou contratos de derivativos, para mitigar o impacto de movimentos desfavoráveis do mercado em suas carteiras.

12. Stop Loss e Stop Gain

O stop loss e o stop gain são ferramentas de gestão de risco que permitem aos investidores definir níveis de preço nos quais desejam vender um ativo para limitar suas perdas (stop loss) ou realizar lucros (stop gain). Essas ordens automatizadas ajudam os investidores a controlar o risco e a disciplina emocional durante as negociações.

13. Defensiva

A estratégia defensiva é voltada para a preservação de capital e a minimização do risco em momentos de incerteza ou volatilidade do mercado. Os investidores que adotam essa estratégia tendem a investir em ativos considerados menos arriscados, como títulos de renda fixa de alta qualidade ou ações de empresas estáveis e maduras.

14. Long & Short

O long & short é uma estratégia de investimento que envolve a compra (long) e a venda a descoberto (short) de ativos financeiros simultaneamente. Os investidores que adotam essa estratégia procuram lucrar com as diferenças de preço entre ativos relacionados, independentemente da direção do mercado.

Como elaborar uma estratégia de investimento?

Em síntese, ao elaborar uma estratégia de investimento, é importante considerar seus objetivos financeiros, tolerância ao risco, horizonte temporal e preferências pessoais. Além disso, é fundamental realizar uma análise cuidadosa do mercado e dos ativos disponíveis, bem como diversificar a carteira para reduzir o risco e maximizar os retornos a longo prazo.

Para tomar decisões seguras, é sempre indicado o auxílio de um assessor de investimentos, profissional que desempenha papel fundamental ao fornecer orientação especializada e personalizada para cada caso. Neste sentido a InvestSmart surge como líder no segmento, sendo a assessoria número 1 do G20 da XP.

Conclusão

Ao longo deste artigo, pudemos observar as diferentes estratégias de investimento e como cada uma delas desempenha um papel fundamental na construção de uma carteira de investimentos bem-sucedida. Ao conhecer e entender uma variedade de estratégias, os investidores podem tomar decisões mais informadas e eficazes, alinhadas com seus objetivos financeiros e tolerância ao risco.

No entanto, é importante lembrar que não existe uma estratégia “padrão”, que seja adequada para todos os investidores. A idea chave está em encontrar a abordagem que melhor se adapta às suas necessidades e circunstâncias individuais.

Pedro Gomes

Jornalista desde 2021, com experiência em jornalismo esportivo, mercado imobiliário e EdTechs (startups de educação). Desde 2023, faz parte da equipe do Melhor Investimento, onde produz conteúdos focados no mercado financeiro. Suas áreas de interesse incluem renda fixa, bolsa de valores e mercado esportivo. Com o objetivo de simplificar temas complexos e tornar as informações acessíveis e relevantes, busca auxiliar os leitores na tomada de decisões estratégicas e na identificação de tendências e oportunidades de investimento.