A ampliação do prazo para o fechamento do novo acordo comercial entre China e EUA, agora adiado para 10 de novembro de 2025, aumenta a pressão sobre o agronegócio e gera incertezas para exportadores e importadores. A avaliação é de Mônica Araújo, estrategista de Renda Variável e Empresas da InvestSmart XP, em depomento ao Melhor Investimento.

Segundo a especialista, o impasse trava a previsibilidade das negociações entre as duas maiores potências agrícolas, que juntas representam quase 40% da produção mundial de alimentos. Um dado emblemático é que a China ainda não adquiriu nenhum carregamento da próxima safra de soja vindo dos EUA, prevista para setembro, deixando o mercado sem visibilidade sobre demanda e preços.

“Sem definição clara das novas regras comerciais, não há como produtores e importadores estruturarem o planejamento da próxima safra. Isso afeta não apenas a soja, mas também a cadeia de ração e outros produtos ligados à segurança alimentar chinesa”, afirma Araújo.

Diante da incerteza, Pequim busca alternativas para suprir sua demanda, seja recorrendo a estoques internos ou ampliando compras em mercados como Brasil e Argentina. Já os Estados Unidos intensificam esforços para diversificar destinos de exportação. Porém, essa realocação de fluxos pode elevar a volatilidade de preços, especialmente pela diferença entre os ciclos de safra dos países.

Apesar da tensão, o Brasil surge em posição estratégica.

“O agro brasileiro tem capacidade de absorver parte da demanda chinesa, mas o cenário exige clareza e rapidez na definição do acordo. A previsibilidade é o que sustenta tanto a oferta quanto o consumo global”, completa.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.