Você já parou para pensar que o futuro das finanças pode começar ainda na infância? Com o crescimento das contas digitais infantis, as chamadas Conta Kids, e a expansão da educação financeira, cada vez mais crianças e adolescentes têm acesso ao universo dos investimentos desde cedo. Esse movimento não envolve só famílias, mas também escolas, educadores, plataformas digitais e até jovens que querem entender melhor como o dinheiro pode trabalhar para eles.

Aqui no Melhor Investimento, vamos mostrar como funciona a Conta Kids, se crianças realmente podem investir na Bolsa e no Tesouro Direto, e como esse contato precoce com o mercado financeiro pode impactar o desenvolvimento pessoal, profissional e até os hábitos de consumo dessas novas gerações. Quer saber mais? Vamos juntos nessa jornada de conhecimento e descoberta!

A importância da educação financeira desde a infância

Imagine uma criança que, ao invés de pedir um brinquedo novo a cada semana, começa a entender que guardar dinheiro pode abrir portas maiores no futuro. Pode parecer utopia, mas é exatamente isso que a educação financeira proporciona: consciência, responsabilidade e planejamento.

Começar desde cedo é uma das formas mais eficazes de desenvolver um relacionamento saudável com o dinheiro. Afinal, muitos adultos ainda enfrentam dificuldades para lidar com finanças por não terem tido essa base na infância.

A maioria entra na vida adulta sem saber a diferença entre cartão de crédito e cheque especial. Por isso, ensinar uma criança a poupar, planejar e até investir é mais do que um diferencial, é uma necessidade.

Criança pode investir na bolsa de valores?

Sim. Desde que tenha CPF, uma criança pode investir na Bolsa de Valores. Na prática, a conta será vinculada a um responsável legal (pai, mãe ou tutor), que fará toda a gestão do dinheiro: da abertura da conta à escolha dos ativos.

Dados da B3, a bolsa de valores brasileira, mostram que o número de CPFs de menores de 15 anos com contas de investimento ultrapassava os 35 mil em dezembro de 2023. Um número expressivo, que revela o interesse crescente das famílias em construir o patrimônio desde cedo.

Ainda que os investimentos em ações, ETFs ou fundos imobiliários estejam liberados, operações mais sofisticadas, como minicontratos ou derivativos, só podem ser feitas por maiores de 18 anos.

Investir na bolsa pode ser uma excelente estratégia para o longo prazo, aproveitando a volatilidade a favor e o poder dos juros compostos. Afinal, uma criança tem um horizonte de tempo muito maior do que um adulto, e isso, no mundo dos investimentos, é uma vantagem poderosa.

Criança pode investir no Tesouro Direto?

Outra opção muito indicada para crianças e adolescentes é o Tesouro Direto, programa do governo federal que permite investir em títulos públicos com valores acessíveis a partir de R$ 30.

Assim como na bolsa, para aplicar no Tesouro em nome da criança, ela precisa ter CPF, e a conta deve estar vinculada a um responsável. Um dos grandes atrativos do Tesouro Direto é a segurança. Como são títulos emitidos pelo governo, o risco é considerado muito baixo.

Além disso, há várias opções de prazos e indexadores, como Tesouro IPCA+ (protegido contra a inflação) e Tesouro Selic (mais indicado para curto prazo), o que permite aos pais montarem estratégias de longo prazo para financiar os estudos dos filhos ou preparar uma reserva para a vida adulta.

Conta Kids: uma oportunidade de mercado?

Além de ser uma ferramenta educativa, a Conta Kids também representa uma oportunidade de mercado significativa. Com o aumento do interesse de famílias por finanças desde a infância, empresas do setor financeiro começam a criar produtos e serviços voltados exclusivamente para esse público.

Plataformas como Blu, Kinvo Kids, Mili e Gama Academy oferecem simuladores de investimentos para crianças, jogos de finanças, desafios de mesada e até cursos gamificados.

O objetivo é simples: tornar o ato de investir algo natural e acessível desde cedo. E, claro, fidelizar futuros clientes desde a infância.

Para os pais, o atrativo está na proposta de preparar os filhos para a vida financeira real. Para as empresas, o potencial é enorme. Segundo levantamento da XP Investimentos, o mercado de educação financeira infantil pode movimentar mais de R$ 1 bilhão por ano no Brasil.

Como abrir uma Conta Kids?

Abrir uma Conta Kids é simples, mas exige alguns cuidados. A maioria das corretoras e bancos digitais já oferece essa opção, como XP, Rico, Ágora, BTG Pactual, Inter e outras. Veja o passo a passo básico:

  1. Escolha a instituição financeira com boa reputação e plataforma amigável;
  2. Tenha em mãos os documentos: CPF e certidão de nascimento ou RG da criança, CPF e identidade do responsável e comprovante de residência;
  3. Faça o cadastro da conta em nome da criança, com o responsável legal vinculado;
  4. Acompanhe o processo de abertura e liberação;
  5. Escolha os investimentos de acordo com o objetivo e o prazo.

É importante destacar que, caso os investimentos sejam feitos no nome dos pais, é necessário manter os valores organizados e separados para não misturá-los com o patrimônio pessoal. Isso evita confusões futuras, especialmente na hora da doação ou transferência dos ativos para os filhos.

O impacto da educação financeira infantil para o futuro do mercado

Educar financeiramente uma criança é mais do que ensiná-la a economizar dinheiro. É prepará-la para tomar decisões com mais autonomia e menos impulsividade. Isso tem reflexos diretos no futuro do mercado financeiro, da economia e até da sociedade como um todo.

Crianças que aprendem a investir entendem melhor o valor do tempo, desenvolvem responsabilidade e têm mais clareza sobre metas. Além disso, se tornam consumidores mais conscientes, que não caem facilmente em armadilhas de crédito fácil ou compras por impulso.

No mercado de investimentos, esse movimento cria um novo perfil de investidor: mais jovem, digital, atento a tendências e engajado com causas. Muitas corretoras já perceberam isso e vêm desenvolvendo produtos e conteúdos voltados exclusivamente para esse público.

Destaque nas redes: o jovem que ensina crianças a investir

Outro fenômeno interessante é o surgimento de influenciadores mirins que falam de finanças com naturalidade, didatismo e até um toque de humor. São crianças e adolescentes que produzem conteúdo sobre educação financeira no TikTok, YouTube e Instagram.

Um deles é o Felipe Molero. Aos 16 anos, é um destaque na educação financeira infantil no Brasil. Ele fundou o canal Kids Investor aos 13 anos para tornar o aprendizado sobre finanças simples e acessível para crianças e jovens. Com vídeos claros e didáticos, Felipe ensina conceitos como poupança, investimentos e planejamento financeiro, impactando milhares de jovens e famílias.

Além do canal, Felipe é empreendedor e lidera quatro empresas focadas em educação financeira para jovens. Ele também realiza palestras e workshops, promovendo a inclusão financeira e a importância de ensinar finanças desde cedo. Em 2024, planeja expandir seu alcance para comunidades carentes, reforçando seu compromisso com a democratização do conhecimento financeiro.

O futuro começa agora

A pergunta “criança pode investir?” hoje já tem uma resposta clara: pode, deve e tem sido incentivada a isso cada vez mais.

Com o avanço das contas digitais infantis, a democratização do acesso a produtos financeiros e o apoio de influenciadores mirins, estamos diante de uma nova geração que crescerá com mais consciência financeira, visão de longo prazo e responsabilidade com o próprio futuro.

Pais, escolas e plataformas digitais têm papel central nesse processo. E, como vimos, não se trata apenas de acumular dinheiro, mas de educar para a autonomia, para a tomada de decisão e, principalmente, para uma vida mais equilibrada.

Investir na educação financeira das crianças e adolescentes hoje é garantir que eles tenham liberdade de escolhas amanhã. E, quem sabe, comecem a trilhar seus próprios caminhos no mercado financeiro ainda durante a adolescência.

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Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.