Taxa Selic hoje: entenda a Taxa de Juros e sua relação com os investimentos
Por ser a taxa de juros referência para economia do Brasil, a taxa Selic é um dos fatores que influenciam seus investimentos. Tire as dúvidas!

Provavelmente, você já ouviu falar da taxa Selic. Ela é a taxa básica de juros e, como era de se esperar, influencia nas demais taxas de juros da economia brasileira.
Dentre os diferentes fatores que influenciam seus investimentos, a taxa Selic é um deles. Afinal, qualquer mudança gera impacto direto na rentabilidade de aplicações em renda fixa, como Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letra de Câmbio (LC), de títulos do Tesouro Direto (Tesouro Selic) e da caderneta de poupança.
A seguir, o Melhor Investimento explora em detalhes a taxa básica de juros, analisando seu funcionamento, seus impactos nos investimentos e como ela influencia a economia. Boa leitura!
Sumário:
- Taxa Selic hoje
- O que é taxa Selic
- O que é a taxa Selic Meta e a taxa Selic Over?
- Histórico da Taxa Selic no Brasil
- Como a taxa Selic afeta a economia?
- Quem define a taxa Selic?
- O que faz a Selic subir ou cair?
- Como a taxa Selic afeta os investimentos?
Taxa Selic hoje
Atualmente, a taxa Selic está fixada em 14,75% ao ano, definição que entrou em vigência no dia 07 de maio.
O Copom se reúne para avaliar as condições econômicas e discutir os possíveis impactos de ajustes na taxa básica de juros. Durante as reuniões, o comitê vota para decidir se a taxa será mantida, aumentada ou reduzida.
Após a decisão, o Banco Central anuncia a nova taxa Selic, acompanhada de um comunicado que explica as razões por trás da decisão. As reuniões do Copom, que ocorrem a cada 45 dias, resultam em aproximadamente oito reuniões por ano. O Banco Central divulga antecipadamente o calendário anual dessas reuniões.
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O que é a taxa Selic?
A taxa Selic nada mais é que a taxa básica de juros do Brasil, ou seja, ela é referência para todas as transações realizadas no mercado financeiro nacional, como financiamentos, juros do cartão de crédito e investimentos.
Ainda, o Banco Central (BC) utiliza a taxa para administrar e conter a inflação. Dessa forma, qualquer mudança nessa taxa gera alta ou queda na inflação.
O que significa Selic?
Vale ressaltar que existem diferenças entre a Selic e a taxa Selic. A sigla Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia. No sistema Selic, os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional são negociados diariamente pelas instituições financeiras.
O que é a taxa Selic Meta e a taxa Selic Over?
A taxa Selic Meta é a mesma que a taxa Selic que explicamos acima, ou seja, a base para os demais juros da economia.
Já a taxa Selic Over é a média das transações financeiras realizadas no Sistema Selic ao longo do dia. Essas transações se referem ao empréstimo entre instituições financeiras, que usam os títulos públicos como garantia.
Para entender o funcionamento da Selic Over, vale lembrar que o funcionamento do Governo depende da quantidade de recursos para investir e quitar dívidas. Há duas formas de arrecadar esse dinheiro: impostos, ou empréstimos.
Tais empréstimos são realizados via títulos do Tesouro Nacional. Eles são certificados de dívidas emitidos e vendidos pelo governo por meio do sistema Selic.
Dessa forma, ao adquiri-los, as instituições financeiras ganham o direito de, em data futura, receber o valor de volta acrescido dos juros.
Mas por que razão as instituições financeiras pegam empréstimos? Há uma lei que as obriga a recolher uma parcela dos depósitos recebidos ao longo de um dia numa conta do BC.
É comum que elas terminem o dia com uma quantidade maior ou menor de dinheiro que deveriam ter nesta conta. Daí o motivo dos empréstimos que, em geral, são de curto prazo (cerca de 24 horas).
Como falamos acima, a taxa Selic Over é a taxa de juros praticada no sistema Selic e, a partir dela, o BC define a taxa Selic Meta ou taxa Selic.
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Histórico da Taxa Selic no Brasil
Ano | Taxa de Juros da época | Contexto Econômico |
---|---|---|
2025 | 14,75% (até maio) | Ciclo de alta para conter inflação persistente |
2024 | 10,50% a 12,25% | Começou em queda, voltou a subir no 2º semestre |
2023 | 11,75% a 13,75% | Início de corte após período de juros altos |
2022 | 11,75% a 13,75% | Manutenção da Selic elevada frente à inflação |
2021 | 2,00% a 9,25% | Alta expressiva para conter a inflação pós-pandemia |
2020 | 2,00% a 4,50% | Selic mínima histórica na pandemia (2%) |
2019 | 4,50% a 6,50% | Queda gradual para estimular a economia |
2018 | 6,50% | Selic estável todo o ano |
2017 | 7,00% a 13,00% | Cortes contínuos para estimular crescimento |
2016 | 13,75% a 14,25% | Inflação elevada e crise política |
2015 | 14,25% | Ponto mais alto da década, cenário recessivo |
2014 | 10,00% a 11,75% | Início do ciclo de alta |
2013 | 7,25% a 10,00% | Retomada de alta após quedas nos anos anteriores |
2012 | 7,25% a 10,50% | Selic chegou a mínima histórica da época |
2011 | 11,00% a 12,50% | Começo de desaceleração da economia |
2010 | 10,75% a 11,25% | Economia aquecida, inflação sob controle |
Como a taxa Selic afeta a economia?
A taxa Selic é usada para administrar e conter a inflação, e serve de referência para todas as taxas de juros praticadas no país.
Se o objetivo for desacelerar o consumo e impedir o aumento da inflação, o Banco Central aumenta a Selic. Mas, se o Banco Central deseja movimentar a economia, é preciso aumentar o poder de compra da população e baixar a inflação para que isso aconteça, assim, decidem por baixar a Selic.
Dessa forma, por meio de mudanças na taxa Selic, o BC consegue administrar a quantidade de recursos disponível.
A lógica é a seguinte: ao ter mais dinheiro em circulação, as pessoas tendem a aumentar seu consumo. Por outro lado, quanto maior a demanda por produtos e serviços, os preços sobem.
Da mesma forma, quanto menos dinheiro em circulação, menor a tendência de as pessoas consumirem. E, quanto menor a demanda por produtos e serviços, os preços diminuem.
Qual é a relação entre inflação e taxa Selic?
A taxa Selic é um meio de controlar a inflação. Assim, para compreender melhor a relação entre as duas, vale rever o que é inflação e o que é o regime de metas para a inflação.
- Veja em detalhes no artigo:
O BC trabalha para conter a inflação, mantendo-a baixa, a fim de que os valores cobrados sejam relativamente estáveis ao longo do tempo. Afinal, isso é importante para o planejamento das famílias, das empresas e do governo.
No entanto, ao contrário do que muita gente pensa, a deflação, que é a queda dos preços, também não é favorável para o funcionamento da economia.
Por exemplo, se as famílias ou empresas acharem que os preços serão mais baixos amanhã, elas vão adiar suas decisões de consumo e investimento. Isso afetaria negativamente a atividade econômica.
O que é o regime de metas para a inflação?
O regime de metas para a inflação é um conjunto de procedimentos para garantir a estabilidade dos preços no país. O Brasil adota esse regime desde 1999.
Assim, a meta para a inflação é o cálculo da inflação acumulada no ano, sendo determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC, por sua vez, tem autonomia para adotar as medidas necessárias para o cumprimento dessa meta. O índice de preços usado para isso é o IPCA.
Como a taxa Selic afeta a inflação?
Agora que já falamos sobre o que é inflação e o que é o regime de metas para a inflação, fica fácil entender como a taxa Selic afeta a inflação. Veja a seguir:
- CMN estabelece a meta da inflação anual;
- Para manter a inflação sob controle, o Comitê de Política Monetária (Copom) define a taxa Selic;
- BC realiza operações de mercado aberto (compra e venda de títulos públicos) para influenciar a taxa Selic;
- A taxa Selic afeta a inflação por meio de diferentes canais (canal do investimento e do consumo, canal do crédito, canal do câmbio, canal das expectativas e canal das riquezas).
Confira, abaixo, como as mudanças na taxa Selic afetam a economia por seus diferentes canais.
Canal do investimento e do consumo
Dos canais de transmissão da política monetária, o do investimento e do consumo é o mais conhecido.
Quando a taxa Selic sobe, a taxa de juros real (taxa de juros nominal descontada a inflação) também tende a subir. Isso pode levar à diminuição do consumo das famílias e à diminuição dos investimentos pelas empresas.
Assim, a tendência de redução da demanda por bens e serviços acaba contribuindo para a redução da inflação.
Canal do crédito
Quando a taxa Selic sobe, as taxas cobradas pelos empréstimos dos bancos também sobem. Isso diminui o volume de empréstimos a pessoas e empresas, desestimulando o consumo e o investimento.
Canal do câmbio
Quando a taxa Selic sobe, o real tende a se valorizar frente ao dólar. Isso diminui o preço dos bens comercializados no exterior quando expressos na nossa moeda.
O dólar mais barato também estimula as importações. Com isso, a demanda por bens domésticos cai e diminui a pressão sobre os preços.
Canal das expectativas
Quando a taxa Selic sobe, o BC está sinalizando um nível de atividade econômica mais contido no presente e no futuro.
Assim, as famílias e empresas passam a acreditar que a inflação, no futuro, estará mais baixa.
Com isso, os preços de hoje tendem a aumentar menos, porque as condições econômicas futuras não darão suporte a aumentos maiores de preços.
Canal das riquezas
Quando a taxa Selic sobe, ela desestimula a atividade econômica e o lucro das empresas. Isso tende a diminuir o preço das ações, por exemplo.
Essa redução do valor da riqueza financeira das empresas pode diminuir o consumo e desencorajar os planos de investimento.
Quem define a taxa Selic?

A taxa Selic é definida pelo órgão do BC chamado Comitê de Política Monetária (Copom). A cada 45 dias, o presidente do BC e seus oito diretores se reúnem por dois dias seguidos para analisar indicadores do mercado como inflação, contas públicas, atividade econômica e cenário externo.
Com base nessas avaliações, eles definem a taxa básica de juros da economia visando o cumprimento da meta para a inflação. Assim, a Selic pode ser mantida, aumentar ou diminuir.
Como funciona a reunião do Copom?
As sessões da reunião do Copom são realizadas em dois dias seguidos, sempre em uma terça e quarta-feira.
Na quarta-feira anterior à reunião teve início o período conhecido como Silêncio do Copom. Assim, a comunicação dos integrantes do Comitê com a imprensa e o público em geral é limitada.
Na primeira sessão (terça-feira e manhã de quarta-feira), são realizadas apresentações sobre a economia brasileira e mundial. Na segunda sessão (tarde de quarta-feira), é feita a avaliação das perspectivas de inflação, decisão e divulgação da taxa Selic.
Por fim, na terça-feira posterior à reunião, o período de silêncio é encerrado e é feita a divulgação da ata do Copom.
Qual é a importância da ata do Copom?
A divulgação da taxa Selic pelo Copom é imediata com um comunicado curto e objetivo. No entanto, a análise que embasou a tomada de decisão só é conhecida seis dias depois, quando é feita a publicação da ata do Copom.
Nesse documento, o Copom apresenta suas interpretações e previsões quanto à economia brasileira e global.
A sua relevância se deve ao fato de ser um meio de comunicação do BC com a sociedade, em especial, com o mercado e os representantes econômicos.
Afinal, quanto mais transparente ele for, mais as expectativas dos brasileiros estão alinhadas às suas decisões. E isso é importante para o funcionamento do sistema de metas para a inflação.
Ainda, o Banco do Brasil publica documentos relevantes para o mercado financeiro, com projeções e expectativas futuras, como o Relatório da Inflação — a cada trimestre, analisam as perspectivas futuras da inflação, considerando o cenário econômico atual e possíveis eventos que possam afetá-la.
O que faz a Selic subir ou cair?
O CMN estabelece a meta da inflação anual. Para manter a inflação sob controle, o Copom define a taxa Selic. O BC, por sua vez, mantém os juros próximos ao valor da taxa Selic a partir da compra e venda de títulos públicos.
Por exemplo, se numa reunião ficou decidido que a Selic deve aumentar, o BC procurará vender mais títulos públicos para as instituições financeiras.
No entanto, para que eles sejam atraentes, será necessário negociá-los a um preço mais baixo, o que também influencia os valores das taxas de juros adotadas pelos bancos e demais instituições financeiras.
Afinal, só valerá a pena para elas realizar outras operações de crédito se as taxas de juros forem maiores. Caso contrário, preferem manter o dinheiro aplicado nos títulos públicos do BC.
Por outro lado, se numa reunião ficou decidido que a Selic deve baixar, o BC procurará comprar os títulos públicos que as instituições financeiras têm em suas carteiras.
Seguindo o raciocínio, para que elas tenham interesse em vendê-los, será necessário negociá-los a um preço mais alto.
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Como a taxa Selic afeta os investimentos?
A taxa Selic afeta todos os tipos de investimentos, seja de maneira direta ou indireta. Veja a seguir.
Taxa Selic e renda fixa
Em aplicações em renda fixa, a influência da taxa Selic é direta, já que ela é utilizada para calcular a remuneração. Veja a seguir.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um investimento de renda fixa considerado de baixo risco. Trata-se de um título privado emitido por uma instituição financeira.
Ao escolher o CDB, o investidor está emprestando dinheiro para uma instituição financeira e, em troca, receberá o pagamento de juros combinado quando da contratação do título.
Ele pode ser comprado por pessoas físicas e jurídicas e com rendimento prefixado, pós-fixado ou híbrido. Por fim, conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O FGC é uma entidade privada sem fins lucrativos cujo objetivo é preservar o patrimônio ou parte do patrimônio do investidor, caso a instituição financeira sofra intervenção ou liquidação.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um título de renda fixa emitido por uma instituição financeira que é usado para financiar as atividades do mercado imobiliário. É um investimento considerado de baixo risco.
Seu rendimento pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido e conta com a cobertura do FGC.
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
Já a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de renda fixa emitido por uma instituição financeira e utilizado para financiar as atividades do agronegócio. É um investimento considerado de baixo risco.
Seu rendimento também pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido e conta com a cobertura do FGC.
Letra de Câmbio (LC)
A Letra de Câmbio (LC) é um título emitido por instituições financeiras, que funciona como um empréstimo para tais instituições. É um investimento considerado de baixo risco.
Seu rendimento pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido e conta com a cobertura do FGC.
Títulos do Tesouro Direto (Tesouro Selic)
O Tesouro Direto, em especial, o Tesouro Selic, costuma ser a entrada das pessoas para o mundo dos investimentos.
O Tesouro Selic é um investimento de renda fixa pós-fixado, porque acompanha o desempenho da taxa Selic. Por ser garantido pelo Tesouro Nacional, possui baixo risco.
Caderneta de poupança
A caderneta de poupança acaba sendo a opção de quem não quer deixar o seu dinheiro parado na conta-corrente. Ela conta com o FGC, no entanto, não é considerada por especialistas a melhor estratégia para o seu dinheiro. Desde 2012, suas regras de rendimento são:
- taxa Selic igual ou menor que 8,5% ao ano: poupança renderá 70% da Selic acrescido da taxa referencial (TR);
- taxa Selic acima de 8,5% ao ano: a poupança rende 0,5% ao mês sobre o valor depositado acrescido do TR.
Uma das desvantagens é o rendimento apenas no aniversário, já que só rende a cada 30 dias após o depósito.
O Tesouro Selic e os CDBs que pagam pelo menos 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), por exemplo, são alternativas seguras para quem deseja tirar o seu dinheiro da poupança.
Taxa Selic e renda variável
No caso da renda variável, a influência da taxa Selic é indireta. Isso porque os seus efeitos na economia tornam os ativos financeiros mais ou menos atraentes.
No mercado de ações, por exemplo, o resultado dos investimentos dependerá, em grande parte, do desempenho das companhias. Contudo, o impacto da Selic na economia como um todo afeta o lucro das empresas.
Com os fundos imobiliários (FIIs), o funcionamento é semelhante. O resultado dos investimentos dependerá, em grande parte, do desempenho do mercado imobiliário. Entretanto, o impacto da Selic na economia como um todo também afeta o preço dos aluguéis.
Como você viu, a taxa Selic é um dos fatores que podem influenciar seus investimentos. Em aplicações de renda fixa, o impacto é direto. Já na renda variável, ele é indireto. Portanto, é essencial conhecê-la e acompanhar sua evolução.
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