Está procurando alternativas para diversificar sua carteira de investimentos? Então, vale a pena saber como investir em dólar, a moeda mais importante do mundo.

Tenha em mente que se trata de um investimento em renda variável. Isso porque, em razão das mudanças no cenário político e econômico mundial, o valor do dólar se altera diariamente.

Faz sentido usar a moeda norte-americana como estratégia de diversificação e proteção. Mas é preciso levar em conta que cada opção de investimento em dólar tem suas especificidades.

Neste artigo, vamos explicar de forma simples e clara como investir em dólar e diversificar sua carteira com investimentos no exterior.

Por que o dólar é a moeda mais importante do mundo?

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos saíram fortalecidos e o dólar se tornou uma referência para a economia do planeta. Consequentemente, o que ocorre com essa moeda acaba por afetar todas as outras.

Mesmo com as crises econômicas de 2008 e 2020 nos Estados Unidos, o dólar continua a ter a confiança internacional. Os países confiam tanto nele que o utilizam como reserva internacional.

No Brasil, por exemplo, o regime de câmbio adotado é o flutuante. Em outras palavras, o valor do dólar flutua sobre o real segundo a oferta e a demanda da moeda norte-americana no mercado.

As nossas reservas internacionais funcionam como um colchão de segurança para atenuar as oscilações do real diante do dólar. Isso dá mais previsibilidade e segurança para os agentes do mercado.

Vale lembrar que, até antes das Guerras Mundiais, a libra esterlina era a moeda mais relevante para a economia mundial. No entanto, esse cenário mudou, porque a Inglaterra saiu muito afetada da Segunda Guerra Mundial.

Como funciona a variação do dólar?

A variação do dólar, assim como a de qualquer outra moeda, funciona com base na lei da oferta e demanda no mercado financeiro.

Logo, se há muito dólar em circulação no Brasil e o volume de compras diminui, o preço da moeda cai. E, como era de se esperar, se há muito dólar em circulação e um volume de compras alto, o seu preço sobe.

Além de atingir o setor de turismo e o preço dos produtos comprados no dia a dia, a sua variação também impacta a rentabilidade dos investidores. 

Quem investe na bolsa de valores do Brasil, a B3, sabe que o valor de retorno do dinheiro investido pode ser influenciado pela moeda norte-americana.

Isso porque a cotação do dólar, que é o seu preço em um momento específico, é influenciada por diferentes fatores:

  • Saldo da nossa balança comercial.
  • Gastos de turistas brasileiros fora do país.
  • Taxa de juros norte-americana.
  • Taxa de juros brasileira.

O que significa dólar em alta e dólar em baixa?

O dólar em alta significa que o seu valor está mais alto do que o da nossa moeda. Assim, há mais dólares saindo do Brasil para o exterior.

Já o dólar em baixa quer dizer que o seu valor está mais baixo do que o da nossa moeda. Logo, há mais dólares entrando no Brasil.

O que é melhor para a nossa economia?

Em ambas as situações, alguns setores da economia são favorecidos, enquanto outros, não.

Por exemplo, o dólar em alta beneficia o setor exportador, porque o produto nacional fica mais em conta na moeda norte-americana. Isso tende a levar a um aumento das vendas brasileiras no exterior.

Quais os benefícios de investir em dólar?

Veja, abaixo, alguns dos benefícios de saber como investir em dólar.

Diversificação

Você já ouviu falar que não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta? Colocar seu dinheiro em tipos de investimentos diferentes é uma maneira de se proteger. Afinal, caso haja perda em alguns deles, outros podem compensá-la.

Moeda forte

Como falamos acima, o dólar é a moeda mais importante do mundo. Os países confiam tanto nessa moeda que a utilizam como reserva internacional.

Então, fica fácil entender as razões que levam muitos investidores a recorrerem a ele, a fim de protegerem o seu dinheiro.

Proteção contra o risco-país

Ao diversificar seus investimentos com aplicações em dólar, que é a moeda mais importante do mundo, o brasileiro pode se proteger do risco-país. Ele é a medida usada pelos mercados desenvolvidos para avaliar o risco de investimento em países emergentes, como o Brasil.

Criada na década de 1990, a metodologia do banco norte-americano J.P. Morgan avalia se as chances de um país dar calote em seus credores está aumentando ou diminuindo.

Quais são as opções de investimento em dólar?

Embora a aquisição da moeda norte-americana pareça uma boa opção de investimento à primeira vista, especialistas não a recomendam. 

Além do risco de manter dinheiro físico em casa, por exemplo, há cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em transações desse tipo.

Confira, a seguir, quais são as opções de investimento em dólar.

Fundos cambiais

Os fundos cambiais costumam ser o primeiro tipo de investimento em dólar que vem à cabeça das pessoas. Afinal, basta o investidor comprar cotas de fundos que lucram com investimentos direcionados a aplicações com moedas estrangeiras como base.

Além disso, uma das suas vantagens é contar com a expertise do gestor do fundo, que é um profissional especializado em estratégias de investimento.

Em relação à tributação, ela parte de 22,5% sobre a rentabilidade para aplicações de até 180 dias, caindo para 15% em aplicações superiores a dois anos. Caso haja resgate em menos de 30 dias, há cobrança de IOF.

Por fim, lembre-se de que também pode ser cobrada taxa de administração.

BDRs

Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são certificados que representam ações emitidas por empresas estrangeiras negociadas na B3, como Apple e Microsoft. No caso, o investidor não está adquirindo diretamente ações dessas companhias, mas títulos representativos delas.

Como os BDRs são atrelados ao dólar, a variação cambial impacta os seus preços, que são cotados em real. Consequentemente, para quem os possui, os movimentos de alta do dólar são favoráveis.

Quanto à tributação, a alíquota para as operações comuns é de 15% independentemente do valor do ganho. Mas se o investidor fizer day trade (compra e venda do ativo no mesmo dia), ele sobe para 20%.

Além disso, se ele receber dividendos pagos pelas empresas estrangeiras, terá que recolher o imposto com o carnê-leão a cada mês. Não se esqueça de que, em alguns países, a tributação já é feita na fonte.

ETFs

Os Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos que replicam o desempenho de um índice específico. Também chamados de fundos de índice, eles são bastante lembrados por quem quer investir em dólar.

O investidor deve escolher um produto que siga um referencial no exterior e esteja exposto à variação cambial. Vale dizer que alguns ETFs podem ter uma liquidez mais limitada, o que não atende quem pensa em resgate imediato.

Por fim, independentemente do prazo da aplicação, a tributação é fixa em 15% sobre o ganho de capital.

Mercado futuro

Negociados no mercado futuro, os contratos futuros são acordos entre o investidor e a companhia. Neles, há o compromisso de compra e venda de um ativo, em uma data futura, a um preço pré-determinado.

Os ativos mais comuns são os commodities agrícolas, no entanto, também há futuros de ativos financeiros. Todos podem ser usados como uma proteção ou hedge para os investidores ou como fonte de ganho financeiro via especulação.

Tenha em mente que o investimento em contratos futuros atrelados à moeda norte-americana é um tipo de investimento mais especulativo e de alto risco. Há dois tipos de contrato futuros de dólar: o dólar cheio (grandes quantias de dinheiro) e o minidólar (pequenas quantias de dinheiro).

Assim, é indicado para quem já possui patrimônio e não tem a intenção de usar esse dinheiro no curto prazo. Por conta da sua alta volatilidade, costuma exigir o acompanhamento do mercado.

Em relação à tributação, ela incide sobre os ganhos e, em operações tradicionais, é de 15%. Mas, se o investidor fizer day trade, ela sobe para 20%.

Ações

Uma ação é uma parte de uma companhia de capital aberto listada na bolsa. Ao comprá-la, o investidor se torna sócio da empresa. A compra e venda de ações pode ser feita a qualquer momento e, na maioria das vezes, é feita entre investidores.

As exceções ficam por conta da realização de um IPO ou follow on, quando investidores compram ações diretamente da companhia de capital aberto.

Uma parte das empresas listadas na B3 são muito dolarizadas. Isso significa que, por comercializarem muitos produtos no exterior ou negociarem commodities, suas receitas e custos são atrelados ao dólar.

Vale destacar que, ao comprar ações de uma companhia dolarizada, o investidor fica exposto tanto à variação cambial quanto aos riscos daquela empresa especificamente.

Em relação à tributação, há três casos possíveis:

  • Isenção: para venda de ações no valor limite de R$ 20 mil no período de um mês, não importando o lucro das operações, desde que sejam operações de swing trade (aquelas que duram mais de um dia). A isenção não se aplica a operações de day trade.
  • Alíquota de 15% sobre os lucros: vale para operações de swing trade que ultrapassam o valor limite de R$ 20 mil no período de um mês. Também há um imposto retido na fonte no valor simbólico de 0,005%.
  • Alíquota de 20% sobre os lucros: vale para operações de day trade. Também há um imposto retido na fonte no valor de 1%.

Por fim, saiba que para pagar os tributos em ações é preciso emitir o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) e quitá-lo até o último dia útil do mês seguinte à venda das ações.

Não se esqueça de que é possível compensar prejuízos de meses passados ao apurar o lucro do mês atual. No entanto, essa compensação deve ser feita somente de day trade com day trade e de swing trade com swing trade.

REITs

Os Real Estate Investment Trust (REITs) podem ser entendidos como a versão norte-americana dos nossos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Contudo, uma das diferenças é que os REITs não são fundos, mas empresas.

Além disso, por conta do tamanho do setor imobiliário norte-americano, que é um dos maiores do mundo, esse mercado é muito maior e mais maduro. Geralmente, eles pagam dividendos trimestrais ou mensais, embora sejam obrigados a pagar somente uma vez por ano.

No Brasil, os dividendos não são tributados. No entanto, nos Estados Unidos, se o investidor não for residente, é preciso pagar 30% de imposto de renda. Caso haja venda de ações, há também uma alíquota de 15% sobre o ganho de capital.

Vale a pena diversificar a carteira?

O objetivo de diversificar a carteira de investimentos é potencializar os ganhos e reduzir os riscos do investidor. Por isso, é possível dizer que a diversificação dos investimentos é a regra de ouro do mercado financeiro.

Quando uma pessoa coloca o seu dinheiro em diferentes opções de investimento, as chances de perda do seu capital diminuem.

Os riscos podem ser divididos em duas categorias:

  • Riscos diversificáveis: são ameaças específicas relacionadas a uma empresa ou setor.
  • Riscos não diversificáveis: são ameaças que impactam, de maneira generalizada, todos os investimentos do mercado.

Assim, a estratégia de diversificação da carteira costuma atenuar os impactos dos riscos diversificáveis. Entretanto, em caso de riscos não diversificáveis, como um conflito armado, é mais difícil reduzir as chances de perda de dinheiro.

Como você pode ver, há diferentes opções de investimento em dólar: fundos cambiais, BDRs, ETFs, mercado futuro, ações e REITs. Com base em seu perfil de investidor (conservador, moderado ou agressivo), avalie quais delas podem ser interessantes no curto, médio e longo prazo.

Este conteúdo foi útil para você? Então, aproveite para seguir a Melhor Investimento nas redes sociais! Estamos no Instagram e Facebook!

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.