BBAS3: Vale a pena investir nas ações do Banco do Brasil?
Tudo sobre o Banco do Brasil (BBAS3), história, últimos resultados financeiros e detalhes sobre os dividendos.
O Banco do Brasil (BBAS3), uma das instituições financeiras mais antigas do país, permanece sendo um dos principais players do mercado financeiro brasileiro, ainda mais quando se trata de dividendos. Recentemente, a empresa de economia mista tem se destacado por uma notável solidez financeira, com lucros acima das projeções de analistas.
Diante de resultados robustos nos últimos trimestres e uma política de dividendos atrativa, o BB reafirma sua posição como opção interessante para investidores atentos ao mercado acionário.
Neste artigo, o portal Melhor Investimento aborda os principais indicadores financeiros do Banco do Brasil, destacando as atualizações mais recentes para este ano. Por aqui, você também acompanha dados históricos sobre a cotação e dividendos, bem como as perspectivas futuras da instituição.
Sobre o Banco do Brasil
De acordo como o elaborado por Ricardo Westin, em publicação no site do Senado Federal, a instituição financeira surge em definitivo à pedido de Dom Pedro ll, em junho de 1893, mediante a assinatura da lei bancária, por parte do então imperador.
Uma breve linha do tempo
Conforme o artigo “A trajetória do Banco do Brasil no período recente, 2001-2006: banco público ou banco estatal “privado”?”, o marco de fundação da instituição remonta do começo do século 19.
Com base em fontes do próprio Banco do Brasil, os autores Rogério Pereira de Andrade e Simone Deos apresentam, em notas, uma linha do tempo concisa que retrata a trajetória da instituição.
- 1808: é fundado o primeiro Banco do Brasil, com este nome, estabelecendo-se como uma das primeiras instituições bancárias do país. No entanto, essa primeira versão do banco foi encerrada em 1829.
- 1853: surge uma nova entidade bancária também chamada Banco do Brasil, resultado da fusão entre o Banco Comercial do Rio de Janeiro e o Banco do Brasil de Mauá.
- 1890: a fusão entre o Banco Nacional do Brasil e o Banco dos Estados Unidos do Brasil dá origem ao Banco da República dos Estados Unidos do Brasil, alterando o cenário bancário nacional.
- 1890 (posteriormente): O Banco do Brasil perde seu protagonismo e se une ao Banco da República, resultando na criação do Banco da República do Brasi
Banco do Brasil hoje
Atualmente, o Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, com a União Federal detendo 50% das ações. Dessa forma, o poder público é o acionista majoritário, enquanto a outra metade das ações está distribuída entre investidores privados e instituições financeiras.
Composição acionário do BB | |
50,0% | União Federal |
24,8% | Capital estrangeiro |
24,8% (49,6% free float) | Capital no país |
Banco do Brasil (BBAS3) no último ano
O ano de 2023 para o Banco do Brasil foi marcado por resultados substanciais em termos de lucros e retorno.
Primeira metade de 2023
No primeiro semestre de 2023, o Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado recorde de R$ 17,3 bilhões, marcando um crescimento notável de 19,5% em relação ao mesmo período de 2022. O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL/ROE) atingiu a marca de 21,4%, e o valor adicionado à sociedade ultrapassou os R$ 42,9 bilhões.
O índice de capital principal do Banco do Brasil encerrou junho em 12,21%. No específico contexto do segundo trimestre de 2023 (2T23), o lucro líquido ajustado atingiu R$ 8,8 bilhões, representando um aumento de 11,7% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior e um acréscimo de 2,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
O desempenho semestral foi impulsionado pelo crescimento expressivo da margem financeira bruta, que apresentou um incremento de 36%. Esse resultado foi derivado do desempenho positivo da carteira de crédito e dos títulos e valores mobiliários alocados em tesouraria. As receitas provenientes de prestação de serviços também registraram um aumento de 6,8%, com destaque para os segmentos comerciais, como consórcios e seguros.
Entretanto, vale ressaltar que houve um aumento significativo nas despesas de PCLD ampliada, que cresceram expressivamente (+128,8%), assim como nas despesas administrativas (+7,4%). Este último aumento está alinhado com o aumento do quadro de funcionários, conforme acordado no último acordo coletivo, que registrou um incremento de 8%.
Desempenho anual
A instituição registrou um lucro líquido ajustado recorde de R$ 35,6 bilhões, representando um crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior, e um RSPL de 21,6%.
Com um índice de capital principal de 12,12%, o Banco do Brasil apresentou solidez financeira em 2023. O banco gerou um valor adicionado à sociedade de R$ 86,1 bilhões, impulsionado pelo crescimento de 27,4% na margem financeira bruta.
A elevação da margem, por sua vez, é colocada como resultado do aumento dos volumes e das taxas da carteira de crédito, e pelo crescimento de 4,6% nas receitas de prestação de serviços. Adicionalmente, houve um aumento de 82,3% na PCLD ampliada e de 7,5% nas despesas administrativas.
Resultados financeiros do BB em 2024
No primeiro semestre de 2024, o Banco do Brasil alcançou um lucro líquido ajustado de R$ 18,8 bilhões, registrando um crescimento de 8,5% em relação ao mesmo período do ano último ano. O sólido desempenho também se traduziu em um RSPL de 21,7%.
Em comunicado, o BB declarou que o resultado “reflete o sucesso da execução de uma estratégia direcionada à proximidade com o cliente e materializada, cada vez mais, na experiência digital e inovação, na concessão sustentável do crédito, na diversificação das receitas e na eficiência”.
Nos últimos 12 meses, o banco ampliou seu quadro de funcionários em 2.099 colaboradores, resultando em um total de 87.130 ao final do primeiro semestre de 2024 – aumento de 2,5% em relação ao período anterior. O programa de estágio, por sua vez, apresentou um crescimento ainda mais significativo, com uma elevação de 28,7% no número de estagiários, alcançando 485 ao final do período.
Também no período de 12 meses encerrado em junho de 2024, as receitas com serviços e tarifas bancárias do Banco do Brasil apresentaram um crescimento de 4,7%, atingindo R$ 17,19 bilhões. Paralelamente, as despesas com pessoal, incluindo a participação nos lucros, totalizaram R$ 15,75 bilhões, com um aumento de 2,3%.
A carteira de crédito ampliada do banco expandiu 13,2% no mesmo período, alcançando R$ 1,18 trilhão em junho.
Panorama dos primeiros trimestres
Nos primeiros três meses do ano, o lucro líquido ajustado do BB atingiu a marca de R$ 9,3 bilhões. A cifra bilionária representou uma alta de 8,8% em relação ao mesmo período em 2023. No segundo trimestre, o resultado foi de R$ 9,50 bilhões, montante 2,2% superior ao lucro obtido no 1º tri. 8,2% no comparativo com o igual período do ano anterior.
A rentabilidade do Banco do Brasil, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido, atingiu 21,7% no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 0,67 ponto percentual na comparação anual. O ROE no 2T24 atingiu 21,6%, superior aos 21,3% registrados no mesmo período de 2023, embora menor que o percentual registrado no trimestre anterior.
- Leia também: ROXO34: cotações e tudo sobre as ações BDR do Nubank
Dividendos distribuídos pelo Banco do Brasil (BBSA3)
No último ano, o Banco do Brasil (BBSA3) distribuiu aos seus acionistas dividendos em quatro oportunidades, sendo a última paga no dia 30 de novembro no valor de R$ 2,25 bilhões, com Os valores equivalentes a R$ 0,102 por ação em dividendos, e a R$ 0,686 por ativo na forma de JCP (com aplicação de alíquota de 15%).
Desse montante total, o Banco do Brasil, diante do seu resultado ao longo do período, distribuiu ainda em setembro, de maneira antecipada aos seus acionistas, o valor de R$ 953,724 milhões em JCP.
Histórico de dividendos do BB em 2024
Até o momento em que este artigo foi produzido, o BB pagou dividendos em 3 ocasiões em 2024, sendo a última no mês de agosto, conforme indicam os dados históricos abaixo:
Rendimento | Data de corte | Data de pagamento | Valor (em R$) |
Dividendo | 21/08/2024 | 30/08/2024 | 0,15186079 |
Dividendo | 11/06/2024 | 21/06/2024 | 0,16478568 |
Dividendo | 21/02/2024 | 29/02/2024 | 0,11040931 |
Outros rendimentos pagos pelo BB este ano
Além de dividendos, o banco distribuiu proventos na forma de JCP (Juros Sobre o Capital Próprio) e outros rendimentos sujeitos à tributação. Segue o histórico:
Rendimento | Data de corte | Data de pagamento | Valor (em R$) |
JCP | 13/06/2024 | 28/06/2024 | 0,20424044 |
JCP | 11/06/2024 | 21/06/2024 | 0,29316147 |
JCP | 11/03/2024 | 27/03/2024 | 0,20501837 |
Rend. Tributado | 21/02/2024 | 29/02/2024 | 0,00741179 |
Ações BBSA3
Na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), as ações ordinárias do BB são negociadas sob o ticker BBAS3. Em suma, o código representa um identificador único que viabiliza a compra e venda do ativo no mercado acionário, entre aqueles com interesse em investir no banco estatal.
Enquanto papéis ordinários, tais ativos garantem aos seus detentores o direito de voto em assembleias e a participação nos principais assuntos estratégicos da empresa, como decisões sobre fusões, aquisições e distribuição de dividendos.
Deseja acompanhar o desempenho das ações do Banco do Brasil em tempo real? Acesse aqui a cotação e mantenha-se informado sobre os principais indicadores de BBAS3.
Afinal, vale a pena investir no Banco do Brasil (BBAS3)?
De todo modo, a decisão de investir ou não em um ativo depende, sobretudo, de vários fatores individuais. Primeiramente, é essencial considerar o seu perfil de investidor. Se você é um investidor conservador, que prefere segurança e estabilidade, por exemplo, pode não se sentir confortável em direcionar recursos para o mercado acionário.
Por outro lado, se você se considera um investidor arrojado, que aceita mais riscos em troca de retornos potencialmente maiores, é possível que as ações do BB possam representar uma opção para diversificar a carteira.
Em suma, toda e qualquer decisão de investimento deve ser personalizada, e alinhada com o perfil e os objetivos de cada investidor. O processo de avaliação destes aspectos podem demandar certa complexidade, portanto é altamente recomendado a consulta de assessor financeiro.
Por fim, cabe reforçar que este artigo tem viés informativo, logo, não recomenda tampouco desaconselha a compra ou venda do ativo.
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