Banco do Brasil (BBAS3): Itaú BBA alerta para possíveis desafios
O Banco do Brasil (BBAS3) se destaca entre os grandes bancos, mas o Itaú BBA alerta para possíveis desafios em 2025, com aumento da inadimplência e dividendos menores.
Banco do Brasil (BBAS3): Itaú BBA alerta para possíveis desafios
O Banco do Brasil (BBAS3) tem se destacado entre os grandes bancos do país, registrando uma alta de 16% em suas ações até o momento. No entanto, o Itaú BBA, um dos principais analistas de mercado, mantém uma posição cautelosa sobre as perspectivas futuras do banco estatal. Apesar da valorização recente, a recomendação permanece neutra, com um preço-alvo de R$ 30, o que representa um potencial de alta de 11%. A previsão para o próximo ano ainda está cercada de incertezas, com desafios econômicos que podem afetar o desempenho da instituição financeira.
Desafios e expectativas para 2025
O cenário desafiador para o Banco do Brasil não deve se dissipar tão cedo. De acordo com os analistas do Itaú BBA, o banco poderá enfrentar um crescimento menor e uma piora na inadimplência, especialmente no setor agropecuário. Este cenário impacta diretamente as projeções de lucro para o banco em 2025, que deve registrar um lucro de R$ 37,5 bilhões, o piso da faixa das projeções fornecidas pela própria instituição.
Esse crescimento mais moderado, aliado ao aumento da inadimplência e ao menor crescimento econômico, são fatores que geram preocupação entre os analistas do mercado. Embora o banco tenha mostrado um bom desempenho no curto prazo, o Itaú BBA destaca que será necessário um cenário mais positivo para justificar uma recomendação mais otimista sobre os papéis do Banco do Brasil no futuro.
O impacto nos dividendos do Banco do Brasil
Os dividendos são um dos maiores atrativos das ações do Banco do Brasil, mas a expectativa de pagamento de valores mais baixos no futuro já está começando a gerar uma preocupação crescente. Segundo os analistas, o crescimento moderado dos lucros e os desafios enfrentados pelo banco, como o aumento da inadimplência no setor agropecuário, podem levar a uma redução nos dividendos.
Em 2025, a própria gestão do Banco do Brasil já anunciou uma mudança em sua política de dividendos. A faixa de pagamento, que antes era de 45%, foi ajustada para 40% a 45%. Esse movimento pode sinalizar um pagamento de dividendos menor, o que tende a gerar um impacto negativo para os investidores que buscam alta rentabilidade por meio dos dividendos.
O impacto da política de dividendos no Banco do Brasil
A mudança na política de dividendos do Banco do Brasil, que pode afetar diretamente os investidores, também é um reflexo de uma necessidade de equilíbrio entre crescimento e lucratividade. Os analistas do Itaú BBA observam que uma taxa de pagamento de 45% pode reduzir o capital do banco abaixo do nível considerado confortável para a instituição, que é de 11%. Isso forçaria o banco a pagar menos dividendos.
Apesar de a redução no pagamento de dividendos ser uma possível consequência dessa nova dinâmica, os analistas acreditam que esse movimento por si só não terá um grande impacto imediato. A previsão é de uma redução de 100 bps nos dividendos, o que diminuiria o rendimento para 9% em 2025. No entanto, a verdadeira preocupação está na mensagem que essa mudança transmite, sugerindo uma reavaliação das expectativas em relação ao crescimento do banco.
Selic e a sensibilidade do Banco do Brasil
Outro fator importante que pode influenciar o desempenho do Banco do Brasil é a taxa Selic. A instituição se beneficia da alta dos juros, que pode ultrapassar os 15% em 2025, já que o banco possui uma grande participação em títulos públicos. Contudo, a composição da carteira de ativos do banco mudou desde o ciclo de aperto de 2022, quando a taxa chegou a 13,75%. Atualmente, o Banco do Brasil tem uma maior participação em crédito fixo e uma menor exposição a títulos flutuantes.
Esse novo mix de ativos torna o banco menos sensível às variações da Selic, o que pode impactar sua margem financeira. O Itaú BBA aponta que, embora o banco se beneficie dos juros elevados no curto prazo, o novo perfil da carteira pode limitar o ganho com a margem financeira. Com um mix de financiamento mais caro e uma exposição reduzida a títulos de mercado, o Banco do Brasil poderá enfrentar desafios adicionais para manter a rentabilidade.