Projeção do IPCA para 2025 sobe novamente e mercado ajusta expectativas para a Selic e PIB
O mercado financeiro revisou sua projeção para a inflação de 2025, elevando a estimativa do IPCA para 5,51%.

O mercado financeiro ajustou novamente suas previsões para a inflação de 2025, refletindo um cenário de pressões econômicas. De acordo com o mais recente relatório Focus, do Banco Central, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, subiu para 5,51%. Este é o 16º aumento consecutivo das estimativas, confirmando um cenário inflacionário persistente. A seguir, vamos detalhar as principais atualizações econômicas que impactam o Brasil.
O que está por trás da alta do IPCA?
A mediana das projeções dos economistas do mercado, conforme apurado até a última sexta-feira (03), indica que a inflação de 2025 será mais alta do que o inicialmente esperado, com um ligeiro aumento de 5,50% para 5,51%. Esse ajuste, embora pequeno, é o 16º consecutivo desde que o índice começou a ser projetado para o próximo ano.
O IPCA é um dos indicadores mais acompanhados pelo Banco Central e pelo mercado financeiro, já que ele reflete as variações nos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias brasileiras. As expectativas para o índice são fundamentais para a definição da política monetária, incluindo as taxas de juros, que afetam diretamente a vida dos cidadãos e as perspectivas econômicas de empresas.
A inflação mais alta do que o previsto indica que os preços continuarão pressionados, refletindo tanto a situação interna quanto fatores externos. Em um ambiente com inflação mais elevada, as famílias tendem a sofrer mais com o aumento do custo de vida, e o Banco Central pode manter a Selic (taxa básica de juros) em níveis elevados para tentar controlar a inflação, o que pode resultar em um crescimento econômico mais lento.
Expectativas para a Selic e o crescimento econômico
Com a inflação em ascensão, a taxa de juros, a Selic, deve continuar sendo um tema importante na política monetária. A expectativa para o fim de 2025 é que a Selic permaneça em 15,00%, com uma redução gradual projetada para 12,50% em 2026 e 10,38% em 2027.
O impacto das altas da Selic:
O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da Selic, recentemente aumentou a taxa de juros de 12,25% para 13,25% ao ano. Esse aumento visa conter a inflação, mas também tem o efeito colateral de aumentar os custos de crédito e afetar os investimentos e o consumo das famílias.
Na próxima reunião, o Copom sinalizou que pode haver mais um aumento de 1 ponto percentual, o que manteria a Selic em níveis elevados por mais algum tempo. Esse movimento tem como objetivo evitar que a inflação ultrapasse a meta de 3% estabelecida pelo Banco Central, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O cenário econômico para os próximos anos
Para 2026, a mediana das expectativas para a inflação foi ajustada de 4,22% para 4,28%, refletindo uma visão mais cautelosa dos economistas sobre o controle da inflação. Para 2027, a previsão permanece em 3,90%, uma meta mais próxima da meta de inflação do Banco Central, mas ainda acima do objetivo de 3,00%.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que mede a produção de bens e serviços no país, também foi projetado para crescer 2,06% em 2025. As previsões para os anos seguintes indicam uma desaceleração do crescimento, com 1,72% em 2026 e 1,96% em 2027. Isso sugere que, apesar de uma recuperação econômica moderada, o Brasil poderá enfrentar dificuldades para retomar um crescimento mais robusto no curto e médio prazo.
Impacto do dólar e da política externa:
As projeções para o dólar também permanecem estáveis. A expectativa é que a moeda americana termine 2025 cotada a R$ 6,00, sem alterações para 2026, com um pequeno recuo para R$ 5,93 em 2027. A estabilidade do dólar está ligada, entre outros fatores, ao desempenho das principais economias do mundo e à política monetária global, principalmente a do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.