Os investidores que já possuem ações da Americanas (AMER3) e aqueles que buscam novas oportunidades em meio à reestruturação judicial da empresa têm uma pergunta em mente: como está o desempenho das ações da empresa?

Com uma história marcada por inovação, a Americanas é  uma das empresas mais icônicas do Brasil e continua a ser um ponto focal para os que procuram entender o mercado de varejo e identificar bons movimentos de investimento.

Neste artigo, vamos mergulhar a fundo no desempenho das ações da Americanas nos últimos anos, abordando desde a trajetória histórica da empresa até as últimas distribuições de dividendos. Seguimos!

O que é AMER3?

AMER3 é o código de negociação das ações da Americanas S.A. na B3, a bolsa de valores do Brasil. A Americanas S.A. é uma das maiores e mais tradicionais empresas de varejo do país, com uma ampla presença tanto no comércio físico quanto no e-commerce. Fundada em 1929 por imigrantes norte-americanos no Rio de Janeiro, a empresa começou como uma pequena loja que oferecia produtos a preços acessíveis, rapidamente ganhando popularidade entre os consumidores brasileiros.

Em 2006, a Americanas deu um passo significativo na expansão de seu alcance digital ao fundir sua operação de e-commerce, Americanas.com, com a Submarino, criando a B2W Companhia Digital S.A., popularmente conhecida como B2W. Esta fusão consolidou a B2W como uma das principais empresas do setor de consumo cíclico no Brasil, destacando-se especialmente na área de comércio de produtos diversos. A B2W é uma sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas na B3 sob o código BTOW3, que posteriormente se integraram ao ticker AMER3 após a unificação da marca.

Histórico da B2W (AMER3)

A criação da B2W em 2006 marcou a fusão entre duas gigantes do e-commerce brasileiro: Americanas.com e Submarino. Com a Lojas Americanas mantendo o controle acionário majoritário de 60%, a B2W incorporou também as operações da Shoptime e Ingressos.com, expandindo sua influência no mercado. Nos anos seguintes, a B2W investiu fortemente em tecnologia e logística, criando a BIT-B2W Inovação e Tecnologia em 2013 e adquirindo a Direct, a maior empresa de logística de e-commerce do Brasil, em 2014. Esses investimentos permitiram a expansão dos centros de distribuição em estados como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Santa Catarina.

Em 2015, a B2W vendeu a Ingressos.com por aproximadamente R$280 milhões e também concluiu a venda da Submarino Viagens. Nos anos seguintes, a empresa continuou a crescer através de aquisições estratégicas, incluindo a compra da Uniconsult, Ideia Tecnologia, Sieve Group e Takerna, fortalecendo ainda mais sua posição no mercado digital.

Atuação da B2W (AMER3)

A B2W, agora integrada à Americanas S.A., tem uma presença significativa em todas as regiões do Brasil, sendo a principal responsável pela área de e-commerce da Lojas Americanas. A empresa também gerencia diversas unidades de distribuição, localizadas em estados como São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, garantindo uma eficiente logística para suas operações.

O foco principal da B2W está no comércio eletrônico, setor em que lidera na América Latina. A empresa é responsável por marcas renomadas como Submarino, Americanas.com, Sou Barato e Shoptime. Além disso, a B2W investe continuamente em inovação através da BIT-B2W Inovação e Tecnologia, desenvolvendo soluções avançadas para o comércio digital.

Como investir em ações da B2W (AMER3)

Para adquirir ações da B2W, agora negociadas sob o código AMER3, os investidores devem acessar o site ou aplicativo de sua corretora de valores e buscar pelo ticker AMER3. Este investimento permite participação em uma das empresas mais dinâmicas e inovadoras do setor de varejo digital no Brasil, com um histórico robusto de crescimento e adaptação às tendências do mercado.

Histórico de ações das Americanas SA

O histórico de desempenho mensal das ações AMER3 revela um cenário de alta volatilidade e variações expressivas nos preços ao longo de 2023/2024. A tabela a seguir apresenta os dados mensais, incluindo os valores de abertura, fechamento, máxima, mínima, volume de negociação e variação percentual de cada mês. Confira:

Como está a cotação da AMER3 em 2024?

Até o fechamento deste artigo, as ações da Americanas estavam sendo negociadas a R$ 0,55, sem variação percentual no dia. No período das últimas 52 semanas, o valor mínimo registrado foi de R$ 0,50 e o máximo foi de R$ 1,24. No último mês, a cotação mínima foi de R$ 0,53 e a máxima atingiu R$ 0,56.

Dividendos de ações AMER3

Em 2024 até aqui não foi feita nenhuma distribuição de dividendos aos acionistas por parte da Americanas. A última distribuição registrada foi em 2022, no valor de R$0,62 por ação. Para uma visão mais abrangente, veja a tabela com as últimas distribuições de dividendos (ou JCP) da AMER3:

Movimentações recentes da Americanas

Entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024, a Americanas passou por uma série de transformações significativas. Neste período, a empresa demitiu 10.435 funcionários, o que representa quase um quarto de sua força de trabalho, e fechou 132 lojas. Esses dados foram apresentados nos últimos relatórios dos administradores judiciais da empresa, o escritório de advocacia Zveiter e a empresa Preserva Ação.

Redução de lojas e impacto na operação

No início de 2023, a Americanas operava com 1.880 lojas. No entanto, esse número caiu para 1.754 lojas em janeiro de 2024, uma redução de 7%, o que corresponde a 126 pontos de venda a menos. Em fevereiro de 2024, o número de pontos comerciais caiu ainda mais para 1.748, o que representa 92,8% do total existente antes da crise, elevando o total de fechamentos para 132 lojas.

Crise financeira e a recuperação judicial

A crise na Americanas começou após a revelação de distorções em suas demonstrações financeiras, que posteriormente foram reconhecidas como fraudes, totalizando R$ 25,2 bilhões. Em janeiro de 2023, a varejista entrou em recuperação judicial, com dívidas estimadas em R$ 42,5 bilhões.

Aumento de capital e grupamento de ações

Em maio de 2024, a Americanas anunciou um plano para aumentar seu capital em até R$ 40,7 bilhões e realizar um grupamento de ações na proporção de 100 para 1. Esse aumento de capital poderá vir de duas fontes: os acionistas de referência, que se comprometeram a injetar R$ 12 bilhões na empresa em troca de novas ações, e os acionistas minoritários, que terão o direito de subscrição de ações e poderão adquirir novos papéis emitidos pela companhia. No total, serão emitidas entre 9.437.503.566 e 31.333.554.060 novas ações ordinárias.

O grupamento de ações da Americanas transformará 100 ações ordinárias ou bônus de subscrição em 1 ação ou bônus de subscrição da mesma espécie. Hoje, as ações da Americanas estão valendo R$ 0,53. Com o grupamento, cada ação passará a valer R$ 53.

Segundo informações do blog da B3, o grupamento tem um efeito mais psicológico do que prático. Do ponto de vista do investidor, parece que o valor das ações aumentou, o que pode atrair mais confiança. Além disso, variações percentuais em ações de valor muito baixo podem ser enganosas; ao agrupar as ações, essas variações ficam menos mascaradas.

Oberson de Souza, da FGV, compartilha uma visão semelhante, afirmando que processos de grupamento são quase irrelevantes do ponto de vista de mercado. “É um processo natural para empresas com ações valendo centavos. Para o investidor, o total investido permanecerá o mesmo, apenas o número de ações será alterado”, explica. O grupamento é feito automaticamente, sem necessidade de ação por parte do investidor.

Ainda vale a pena investir na Americanas em recuperação judicial?

Investir na Americanas durante o período atual é um investimento arriscado, com alguns fatores negativos que devem ser cuidadosamente considerados pelos investidores que planejam este movimento.

Primeiramente, como vimos anteriormente, a empresa enfrenta uma situação financeira delicada, evidenciada pelas demissões em massa e pelo fechamento de lojas. Essas medidas, embora possam ser necessárias para a reestruturação, refletem instabilidade operacional e podem afetar a confiança dos consumidores e investidores.

Além disso, a volatilidade das ações da Americanas também é um fator de risco importante. Durante períodos de recuperação judicial, os preços das ações podem sofrer flutuações abruptas e imprevisíveis, tornando difícil prever seu desempenho futuro.

Por fim, o grupamento de ações, embora tenha o objetivo de aumentar o valor nominal das ações, não necessariamente indica uma melhoria substancial no desempenho financeiro da empresa. Esse tipo de medida pode ter mais efeito psicológico do que prático e não garante a recuperação da Americanas a longo prazo.

Portanto, os investidores devem proceder com cautela e considerar cuidadosamente todos os fatores antes de tomar uma decisão de investimento. Em todo caso, busque sempre a ajuda de um assessor de investimentos qualificado para basear suas decisões.