Guia do Fundo Cambial: tudo que você precisa saber para investir
Investir em moedas estrangeiras, como o dólar, é uma ótima forma de expor seu capital a economias mais fortes e proteger seu patrimônio. Uma das maneiras mais práticas de fazer isso é aplicar em fundos cambiais. Esse fundo de investimento é focado em ativos ligados a moedas de outros países. Neste guia, você vai encontrar […]
Investir em moedas estrangeiras, como o dólar, é uma ótima forma de expor seu capital a economias mais fortes e proteger seu patrimônio. Uma das maneiras mais práticas de fazer isso é aplicar em fundos cambiais. Esse fundo de investimento é focado em ativos ligados a moedas de outros países.
Neste guia, você vai encontrar as respostas para as principais dúvidas em relação aos fundos cambiais: o que são, como funcionam, para quais perfis eles são recomendados e quais são as vantagens e riscos envolvidos nesse tipo de investimento. Também apontaremos como escolher o melhor fundo cambial e ensinaremos como investir na prática.
O que são fundos cambiais?
Os fundos cambiais são fundos de investimentos que aplicam a maior parte de seu patrimônio em ativos associados a moedas estrangeiras. Além de ser uma boa alternativa para diversificar a carteira, essa estratégia é útil para proteger o capital da imprevisibilidade da economia brasileira e das oscilações da cotação do real.
Ao investir num fundo cambial, o investidor expõe seu dinheiro a economias mais consolidadas e ainda pode lucrar com as flutuações do câmbio.
E tudo isso com a praticidade de investir diretamente nos fundos em vez de comprar papel-moeda, e a segurança de contar com um gestor profissional.
Afinal, o mercado de câmbio é muito volátil e dinâmico, e é preciso um conhecimento sólido para lucrar com esse tipo de investimento.
Em geral, os fundos cambiais investem em contratos de derivativos: opções, contratos futuros e swaps cambiais.
A ideia é que o gestor do fundo de investimento possa assumir posições de compra ou de venda em moedas fortes como o dólar, o euro ou a libra, e lucrar com as variações positivas do câmbio. Assim, seu rendimento está atrelado à valorização das moedas e às decisões tomadas pelo gestor.
Existem diferentes tipos de fundos cambiais. Os principais são:
- fundos de renda fixa atrelados a um país ou setor;
- fundos de ações de empresas cujas despesas e receitas estão atreladas ao câmbio da moeda;
- hedge funds, que funcionam como os fundos multimercados brasileiros;
- portfólios globais, que aplicam os recursos dos cotistas em outros fundos de investimento.
Como os fundos cambiais funcionam?
Investir em fundos cambiais é bem semelhante a investir em qualquer outro tipo de fundo. Os investidores adquirem uma cota do fundo escolhido, ou seja, uma fração de seu patrimônio.
Todas as cotas são, então, somadas e geridas por um gestor profissional. Esse gestor atua como um síndico de condomínio, que escolhe em quais ativos aplicar os recursos dos cotistas.
Quando os investimentos realizados apresentam resultado positivo, as cotas do fundo cambial se valorizam. Mas quando, ao contrário, elas não têm um bom desempenho, as cotas sofrem desvalorização.
As aplicações não precisam necessariamente ser feitas em moedas de forma direta. O mais comum é que os gestores de fundos cambiais adquiram títulos referenciados em moedas estrangeiras emitidos por empresas ou instituições financeiras, invistam em derivativos ou façam outras transações que repliquem a variação do câmbio.
É bom ressaltar também que, apesar de o investimento estar atrelado a moedas estrangeiras, a aplicação é feita em moeda nacional.
Composição da carteira
Quanto à composição da carteira de um fundo cambial, existem regras específicas estabelecidas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Ao menos 80% do patrimônio total devem ser aplicados em ativos atrelados a moedas estrangeiras. Os 20% restantes podem ser aplicados em outros ativos de renda fixa ou variável.
Liquidez dos fundos cambiais
A liquidez (facilidade em reaver o dinheiro investido) dos fundos de investimento varia de acordo com o tipo de fundo, que pode ser aberto ou fechado, de curto ou de longo prazo.
Os fundos cambiais são normalmente abertos, ou seja, permitem que os aportes e o resgate do dinheiro sejam feitos a qualquer momento, desde que respeitem os prazos estabelecidos.
Assim, se um investidor quiser ingressar no fundo ou aumentar sua participação, é possível emitir novas cotas. Da mesma forma, o investidor pode solicitar o resgate do dinheiro a qualquer hora.
Assim, a liquidez dos fundos cambiais é alta. O processo de ingresso ou saída desse tipo de fundo é simples, mas devem obedecer às regras previamente definidas.
Desempenho dos fundos cambiais
Normalmente, o desempenho dos fundos cambiais segue o de sua moeda de referência: dólar, euro, iene, libra etc. Mas nem sempre essa correlação é 100%.
Além disso, as taxas e os tributos envolvidos impactam no rendimento, que costuma ser inferior à variação positiva do câmbio.
Por essa razão, esse não é o melhor investimento para quem busca lucros no curto prazo. Isso não impede que investidores com objetivos de curto prazo invistam em fundos cambiais, já que ainda são uma alternativa prática de expor o capital ao câmbio para protegê-lo.
Rendimentos dos fundos cambiais
Os rendimentos do fundo, portanto, dependem da estratégia adotada pelo gestor, da valorização ou da desvalorização das moedas que compõem o portfólio e da escolha dos ativos.
Como o desempenho do fundo cambial está relacionado à performance da moeda de referência, ele costuma oscilar bastante.
Custos envolvidos
O investimento em fundos cambiais prevê alguns custos, que devem ser levados em consideração. Entre as taxas cobradas, a principal é a taxa de administração que as corretoras de valores podem cobrar.
Essa taxa incide sobre o patrimônio total, independentemente de ter havido lucro ou prejuízo, e seu percentual varia de acordo com a instituição.
Outra taxa comum nesse tipo de fundo é a taxa de performance, cobrada quando os resultados obtidos pelo fundo superam o benchmark. É como se fosse um prêmio ao gestor por alcançar uma rentabilidade superior ao valor de referência. Entretanto, nem todas as instituições cobram essa taxa.
Há, ainda, algumas taxas opcionais, que podem ou não ser cobradas pelas corretoras. É o caso das despesas de custódia, da taxa de corretagem e da taxa de saída, cobrada no momento do resgate das cotas.
Tudo isso deve ser considerado na hora de investir em um fundo, já que os custos envolvidos têm impacto no retorno financeiro.
Tributação dos fundos cambiais
Também é necessário levar em conta a tributação dos fundos cambiais. Eles estão sujeitos a dois tributos: o Imposto de Renda, que incide sobre a rentabilidade, e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), cobrado somente se o resgate do dinheiro for feito em menos de 30 dias.
As alíquotas do Imposto de Renda variam conforme o prazo do investimento, de forma regressiva. Quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados no fundo, mais baixo será o valor do imposto. A cobrança é realizada semestralmente, recolhendo cotas do fundo cambial – o famoso imposto “come-cotas”.
Para quem os fundos cambiais são indicados?
Antes de decidir investir em um fundo cambial, é necessário considerar se essa estratégia é adequada ao seu perfil de risco.
O mercado cambial é dinâmico, imprevisível, suscetível a variações bruscas e influenciado por diversos fatores internos e externos. Por conta dessas características, são indicados para investidores arrojados, com alta tolerância ao risco, ou no mínimo para os de perfil moderado.
Para investidores de perfil conservador e para quem tem por objetivo aumentar o patrimônio no longo prazo, o investimento em fundos cambiais pode não ser a melhor escolha.
Em contrapartida, os fundos cambiais são uma ótima solução para:
- investidores que buscam ganhos com a variação de câmbio (por exemplo, quando há uma tendência de valorização do dólar);
- empresas com compromissos financeiros em moeda estrangeira a serem quitados no futuro;
- quem tem objetivos em moeda estrangeira e quer se proteger da oscilação cambial (por exemplo, quem planeja viajar ao exterior).
Quais são as vantagens e riscos dos fundos cambiais?
Os fundos cambiais podem ser um investimento muito vantajoso para quem quer proteger parte do dinheiro das flutuações da economia brasileira, expor seu capital a moedas mais fortes que o real ou quem tem objetivos específicos em moedas estrangeiras.
O diferencial mais relevante dos fundos cambiais é a praticidade: através deles, é fácil aplicar em ativos atrelados a moedas estrangeiras, basta adquirir cotas do fundo.
Como os recursos são administrados pelo gestor, não é preciso ter um vasto conhecimento nem acompanhar diariamente as movimentações do mercado.
Além disso, são investimentos de alta liquidez que oferecem aos investidores a oportunidade de diversificar o portfólio, proteger o capital contra crises econômicas locais, preservar o poder de compra e lucrar com a variação positiva do câmbio.
No entanto, os fundos cambiais também têm alguns riscos. Afinal, são investimentos muito voláteis, pouco previsíveis e sujeitos a oscilações negativas de câmbio.
Por isso, são mais voltados para investidores de perfil arrojado, que estão dispostos a arriscar mais para ter a chance de obter retornos mais altos. Além disso, as taxas, impostos e outros custos envolvidos podem acabar afetando o desempenho do fundo.
Como escolher um fundo cambial para investir?
Se você analisou as vantagens e os riscos e decidiu incluir os fundos cambiais em sua carteira de investimentos, o próximo passo é escolher em que fundo aplicar seu dinheiro.
Para isso, é fundamental fazer uma boa pesquisa e analisar o desempenho e o histórico dos principais fundos ao longo de um determinado período.
Compare os diferentes fundos cambiais disponíveis nas corretoras e avalie quais são mais adequados para seu perfil. Para acessar essas informações, basta visitar as páginas de investimento das instituições financeiras que trabalham com fundos cambiais.
Também vale a pena acompanhar as notícias e tendências do mercado financeiro e da economia, porque elas podem afetar a performance das moedas e, consequentemente, a rentabilidade dos fundos cambiais.
Uma boa dica, inclusive, é acessar diariamente o blog da Melhor Investimento, pois sempre trazemos as informações mais importantes do mercado.
Como investir em fundos cambiais?
Já escolheu o fundo cambial perfeito para a sua estratégia e seus objetivos financeiros? Então, é só procurar uma boa corretora de valores e adquirir cotas do fundo selecionado!
O aporte inicial pode ser do valor que você quiser, desde que respeite o mínimo determinado pela corretora. Depois disso, você decide se quer aplicar mais dinheiro no fundo e quando resgatar o capital.
- Para facilitar, segue o passo a passo:
- abra uma conta na corretora que oferecer as soluções mais vantajosas e cobrar taxas mais baixas;
- transfira o dinheiro de sua conta para a conta da corretora;
- selecione o fundo em que você quer aplicar na plataforma da instituição;
- realizar o aporte financeiro.
Os fundos cambiais podem fazer parte de uma estratégia muito bem-sucedida de investimentos. Mas é preciso saber escolher o fundo ideal para seu objetivo e investir da maneira correta. Nesse ponto, ter ajuda de especialistas pode ser muito útil.
Profissionais do mercado financeiro conhecem bem as dinâmicas, estão aptos a monitorar o desempenho dos investimentos e podem fazer escolhas mais vantajosas.
Por isso, se você quer montar um portfólio eficiente, considere a possibilidade de contar com uma assessoria especializada. Conheça a Investsmart e saiba como ela pode te ajudar a turbinar seus investimentos.
Se você se interessou pelos fundos cambiais e outros tipos de fundos, e quer saber mais sobre essa modalidade para incrementar sua carteira, vai gostar de ler este post: confira as vantagens e desvantagens dos fundos de investimentos.
Resumindo
O que é um fundo cambial?
O fundo cambial é um fundo de investimento que aplica seus recursos majoritariamente em ativos/derivativos financeiros atrelados a moedas estrangeiras, como o dólar, o euro, o iene, a libra esterlina.
Os objetivos desse tipo de investimento são proteger o patrimônio contra crises econômicas no mercado nacional, expor o capital a moedas fortes, preservar o poder de compra frente às oscilações cambiais e lucrar a partir da valorização da moeda de referência.
Quais são as vantagens dos fundos cambiais?
Algumas das vantagens de investir em fundos cambiais são: praticidade, liquidez alta, proteção do capital contra a desvalorização do real e recessões econômicas no mercado local, exposição do capital a economias fortes e possibilidade de lucrar com as variações cambiais.
Como investir em fundos cambiais?
Para investir em fundos cambiais, é preciso escolher um fundo adequado para seus objetivos financeiros, abrir uma conta numa corretora confiável e que pratique taxas competitivas, transferir dinheiro para essa conta e, por fim, realizar o aporte.