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20 de maio, 2025 3 minutos

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19 de maio, 2025 3 minutos

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19 de maio, 2025 4 minutos

O lucro do Banco do Brasil (BB) no primeiro trimestre de 2025 foi significativamente afetado pela resolução do BC que alterou a contabilização e impactou o balanço do BB. Com queda de 23% em relação ao trimestre anterior e de 20,7% frente ao mesmo período do ano passado, o resultado surpreendeu negativamente o mercado e ficou abaixo das expectativas dos analistas. A principal razão para essa redução está na entrada em vigor da Resolução 4.966, que modificou as regras contábeis do setor bancário brasileiro. O que é a resolução do BC que alterou a contabilização e impactou o balanço do BB? A Resolução 4.966 do Banco Central, vigente desde o início de 2025, foi criada para alinhar as normas contábeis brasileiras ao padrão internacional IFRS 9, adotado em muitos países ao redor do mundo. Antes dessa mudança, os bancos brasileiros aplicavam o padrão BR GAAP para seus balanços, mas a nova norma traz um modelo mais dinâmico para o reconhecimento de provisões e classificação de créditos. Essa adaptação é fundamental para que o sistema financeiro nacional se torne mais robusto e transparente, embora seu impacto inicial tenha pressionado os resultados do Banco do Brasil, devido ao aumento das provisões para perdas. Como a resolução do BC alterou a contabilização e impactou o balanço do BB? A principal mudança promovida pela resolução do BC está na forma de contabilizar as provisões para créditos de liquidação duvidosa. Anteriormente, o modelo adotado era o de perda incorrida, que só exigia a constituição de provisões quando o atraso ou inadimplência já havia ocorrido. Com a Resolução 4.966, o modelo passou a ser o de perda esperada, que calcula a probabilidade de inadimplência no momento da concessão do crédito, antecipando a necessidade de provisões. Essa mudança fez com que o Banco do Brasil aumentasse significativamente suas provisões, impactando o lucro líquido e, consequentemente, o balanço financeiro. Além disso, a norma introduziu a classificação dos créditos em três estágios de risco (S1, S2 e S3), substituindo a antiga tabela de risco, o que exige maior rigor na avaliação e acompanhamento das operações. Impactos específicos no Banco do Brasil Diferente de outros grandes bancos como Itaú, Bradesco e Santander, que já utilizavam práticas alinhadas ao IFRS 9, o Banco do Brasil foi mais afetado por essa adaptação. O BB possui uma carteira relevante de crédito rural, setor que apresenta fluxo de pagamentos e períodos de recuperação (“cura”) mais longos. Isso tornou o impacto da nova norma ainda maior para a instituição. Felipe Prince, vice-presidente de riscos do BB, ressaltou que alguns aspectos da Resolução 4.966 criaram desafios específicos para o Brasil, como a exigência de pisos mínimos de provisão que não condizem completamente com a dinâmica do setor agropecuário. Essa particularidade fez com que as despesas com provisões fossem mais frequentes e elevadas do que o esperado. Outras mudanças contábeis e regulatórias trazidas pela resolução do BC Além do impacto nas provisões, a Resolução 4.966 provocou mudanças importantes na contabilização de receitas e despesas. Por exemplo, taxas anteriormente classificadas como receita de tarifas bancárias, como a cobrança para avaliação de imóveis em financiamentos habitacionais, passaram a ser consideradas margem financeira. Gastos com cobranças de dívidas foram realocados para provisões de devedores duvidosos, enquanto comissões pagas a correspondentes bancários passaram a ser diluídas ao longo da vigência dos contratos. O cronograma de transição da norma, que vai até 2028, foi criado para suavizar o impacto no capital regulatório dos bancos, mas as instituições já estão sentindo os efeitos desde 2025. Por que a resolução do BC que alterou a contabilização e impactou o balanço do BB é importante para o sistema financeiro? Especialistas destacam que, embora a Resolução 4.966 tenha trazido desafios iniciais e impacto negativo nos resultados do Banco do Brasil, ela representa um avanço importante para o mercado financeiro brasileiro. A norma promove maior alinhamento entre os regimes contábil e tributário, uma demanda histórica do setor, e aumenta a transparência e a segurança das informações financeiras divulgadas pelas instituições. Além disso, o fim do descasamento entre os regimes contábil e tributário para provisões de crédito foi um passo importante, reforçado por um projeto aprovado pelo Congresso em dezembro de 2024. Isso ajuda a garantir uma melhor governança financeira e reduz riscos sistêmicos no setor bancário.

Resolução do BC altera contabilização e impacta balanço do BB (BBAS3)

19 de maio, 2025 4 minutos