Hapag-Lloyd adquire 50% de novo porto em Aracruz, no Espírito Santo

A Hanseatic Global Terminals, subsidiária da alemã Hapag-Lloyd, firmou acordo para adquirir 50% de um novo porto no Espírito Santo, em parceria com o Grupo Imetame.

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24 de dez, 2025 às 16:30
Navio porta-contêineres da Hapag-Lloyd carregado de contêineres laranja navegando no mar, símbolo da expansão da gigante alemã no setor portuário. Foto: Divulgação

A gigante alemã Hapag-Lloyd, por meio de sua subsidiária Hanseatic Global Terminals (HGT), fechou um acordo para adquirir 50% de um novo porto no Espírito Santo, reforçando sua estratégia de expansão na América Latina e ampliando a infraestrutura logística brasileira. O projeto será desenvolvido em parceria com o Grupo Imetame e prevê a construção de um moderno terminal de contêineres em Aracruz, com início das operações estimado para 2028.

O investimento ocorre em um momento de crescimento da demanda por eficiência logística no comércio exterior e coloca o Espírito Santo no radar de grandes operadores globais do setor portuário.

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Aquisição de 50% do novo porto no Espírito Santo

A Hanseatic Global Terminals, subsidiária integral da alemã Hapag-Lloyd, firmou acordo para comprar metade das ações da Imetame Logística Porto (ILP), empresa criada especificamente para operar o novo terminal. Com isso, a gigante alemã passa a deter 50% do novo porto no Espírito Santo, enquanto a outra metade permanece sob controle do Grupo Imetame.

Os valores envolvidos na transação não foram divulgados. O fechamento do negócio ainda depende da aprovação de autoridades regulatórias e antitruste, seguindo os trâmites usuais desse tipo de operação no setor de infraestrutura.

Parceria com grupo brasileiro e localização estratégica

O novo terminal será construído no município de Aracruz, no litoral capixaba, uma região considerada estratégica para o escoamento de cargas destinadas ao mercado internacional. A parceria entre a HGT e o Grupo Imetame prevê o desenvolvimento conjunto da infraestrutura, bem como a operação compartilhada do porto após o início das atividades.

A localização foi escolhida por sua proximidade com polos produtivos e pela possibilidade de integração com outros modais de transporte, o que deve reduzir custos logísticos e aumentar a competitividade das exportações brasileiras. Projetos semelhantes já vêm sendo acompanhados de perto pelo mercado, como outros investimentos em infraestrutura portuária no Brasil.

Capacidade, estrutura e diferenciais do terminal

O projeto do novo porto prevê uma capacidade anual de aproximadamente 1,2 milhão de TEUs, além de um cais com cerca de 750 metros de extensão. Um dos principais diferenciais será a profundidade planejada de 17 metros, suficiente para receber navios de grande porte utilizados nas principais rotas internacionais.

Essa característica coloca o terminal em linha com os padrões dos grandes portos globais e atende às exigências das companhias de navegação que operam embarcações cada vez maiores, em busca de ganhos de escala.

Prazo para início das operações

Segundo as empresas envolvidas, a expectativa é que o terminal entre em operação até meados de 2028. Até lá, o projeto passará por etapas de licenciamento ambiental, obras de infraestrutura e instalação de equipamentos.

O cronograma reflete a complexidade do empreendimento, que envolve não apenas a construção física do porto, mas também a integração com sistemas logísticos e tecnológicos compatíveis com operações de grande escala.

Impacto econômico e setores beneficiados

Entre os setores que acompanham de perto o desenvolvimento do novo porto está o agronegócio, com destaque para o café. O Espírito Santo é o maior produtor brasileiro de grãos canéforas, amplamente exportados para mercados da Europa, Ásia e América do Norte.

A expectativa é que o novo terminal contribua para reduzir gargalos logísticos e amplie a capacidade de exportação do estado, beneficiando também outros segmentos industriais e comerciais. Esse movimento se soma a iniciativas recentes voltadas ao fortalecimento do comércio exterior brasileiro.

Importância estratégica para a Hapag-Lloyd

Em comunicado, o CEO da Hanseatic Global Terminals, Dheeraj Bhatia, afirmou que a América Latina é um mercado estratégico tanto para a HGT quanto para a Hapag-Lloyd. A aquisição de participação no novo porto no Espírito Santo faz parte de uma estratégia global de investimentos em terminais próprios, garantindo maior controle operacional e eficiência na cadeia logística.

Para a companhia alemã, o Brasil representa um mercado-chave devido ao volume de exportações, ao tamanho da economia e ao potencial de crescimento da infraestrutura portuária nos próximos anos.

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