Flamengo bate recorde, fatura R$ 2,1 bilhões em 2025 e vê avanço das SAFs como risco

O Flamengo anunciou uma receita recorde de R$ 2,1 bilhões em 2025, superando em 30% a previsão orçamentária inicial.

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24 de dez, 2025 às 14:30
O jogador Bruno Henrique, do Flamengo, ergue sorridente o troféu do Campeonato Brasileiro (Brasileirão). Foto: Adriano Fontes/Flamengo

O Flamengo anunciou uma receita recorde de R$ 2,1 bilhões em 2025, resultado que marca o maior faturamento da história do clube e supera em 30% a previsão orçamentária inicial. Os números foram apresentados nesta terça-feira (24), no Rio de Janeiro, durante reunião da diretoria comandada pelo presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, no primeiro ano de sua gestão.

O desempenho financeiro foi impulsionado principalmente pelo novo patrocínio máster, pelas vendas de jogadores e pelos resultados esportivos acima do planejado. Ao mesmo tempo, a diretoria rubro-negra aproveitou a apresentação para alertar sobre riscos futuros, com destaque para o avanço das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) no Brasil.

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Receita recorde do Flamengo em 2025 supera projeções e entra para a história

A receita recorde do Flamengo em 2025 alcançou R$ 2,1 bilhões, valor significativamente superior à projeção orçamentária de R$ 1,6 bilhão. Até então, o maior faturamento anual do clube havia sido registrado em 2023, com R$ 1,3 bilhão. Em 2024, a arrecadação fechou em R$ 1,28 bilhão.

Segundo a diretoria, o resultado expressivo reflete uma combinação de fatores estratégicos e esportivos. O Flamengo conseguiu ampliar receitas comerciais, aumentar ganhos com transferências de atletas e capitalizar o bom desempenho dentro de campo, o que gerou impacto direto em premiações e exposição de marca.

O clube destacou que o crescimento foi obtido sem mudanças estruturais profundas no modelo associativo, o que reforça, na visão da gestão, a importância de eficiência administrativa em um cenário cada vez mais competitivo no futebol brasileiro.

Patrocínio máster e títulos impulsionam o faturamento rubro-negro

Um dos principais motores da receita recorde do Flamengo em 2025 foi o novo patrocínio máster firmado com a Betano, anunciado em agosto. O contrato é considerado o maior do futebol brasileiro e garante R$ 268,5 milhões por ano.

O acordo envolve não apenas o futebol profissional masculino, mas também o feminino, além de esportes olímpicos, vôlei, basquete e ações comerciais e de conteúdo na FlamengoTV. A diretoria avalia que o contrato elevou o patamar comercial do clube e abriu espaço para novas parcerias estratégicas.

No campo esportivo, o Flamengo também superou as metas estabelecidas no planejamento anual. O clube previa terminar o Campeonato Brasileiro entre os dois primeiros colocados e alcançar, ao menos, a semifinal da Libertadores. No entanto, encerrou a temporada com a conquista dos dois títulos, ampliando receitas com premiações e bônus contratuais.

Vendas de atletas superam expectativas e reforçam caixa

Outro fator decisivo para o resultado financeiro foi a negociação de jogadores. A previsão inicial era arrecadar R$ 228 milhões com vendas de atletas, mas o valor final ficou próximo de R$ 545 milhões.

Entre as principais transferências estão a venda de Wesley para a Roma por 25 milhões de euros, Gerson para o Zenit pelo mesmo valor e Alcaraz para o Everton por 15 milhões de euros. As operações foram realizadas ao longo de 2025 e tiveram impacto direto na formação de caixa do clube.

Apesar do desempenho acima do esperado, a diretoria indicou que não pretende repetir o mesmo volume de vendas em 2026. Segundo Bap, o foco será manter a competitividade do elenco e promover um rejuvenescimento gradual, visando um calendário com até 70 partidas por temporada.

Caixa livre cresce e diretoria projeta menor dependência de vendas

Com o aumento das receitas, o Flamengo fechou 2025 com caixa livre de R$ 218 milhões, valor 35% superior à expectativa inicial de R$ 161 milhões. O indicador representa o montante disponível após o pagamento de despesas operacionais, como salários, impostos e custos administrativos.

A diretoria avalia que o resultado oferece maior previsibilidade financeira e reduz a necessidade de vendas emergenciais de jogadores no curto prazo. A estratégia para os próximos anos envolve equilíbrio entre desempenho esportivo e sustentabilidade econômica.

Estádio próprio tem custo revisto com apoio da FGV

Durante a apresentação, o presidente também abordou o projeto do novo estádio do Flamengo. O terreno foi negociado com a prefeitura na gestão anterior, e a atual administração renegociou prazos para a execução das obras de contrapartida no entorno da área.

Com apoio técnico da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o clube trabalha para reduzir o custo total do empreendimento de R$ 3 bilhões para cerca de R$ 2,2 bilhões. A diretoria afirmou que o projeto seguirá critérios rigorosos de viabilidade financeira.

Flamengo alerta para risco das SAFs no futebol brasileiro

Na parte final da apresentação, a diretoria chamou atenção para o chamado “risco SAF”. Segundo projeções apresentadas, o Flamengo pode se tornar a única associação no Campeonato Brasileiro até 2029, diante do avanço de clubes estruturados como SAFs com capital externo.

O clube avalia que esse cenário aumenta a pressão por eficiência máxima na gestão e pode gerar distorções competitivas. Além disso, foram citados outros riscos, como mudanças na legislação de direitos de transmissão, apostas esportivas, tributação e a possibilidade de entrada de recursos ilegais no futebol.

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