Índice de confiança do consumidor nos EUA recua em dezembro e frustra expectativas do mercado

O índice de confiança do consumidor nos EUA recuou para 89,1 pontos em dezembro, abaixo das expectativas do mercado.

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23 de dez, 2025 às 16:30
m minicarrinho de supermercado de metal sendo preenchido por moedas douradas que caem de um pote de vidro virado. Foto: Freepik

O índice de confiança o consumidor nos EUA voltou a cair em dezembro, reforçando sinais de cautela das famílias americanas em relação ao cenário econômico. O indicador, calculado pelo Conference Board, recuou para 89,1 pontos, abaixo tanto do resultado de novembro quanto das projeções do mercado, segundo dados divulgados nesta terça-feira (23).

A queda do índice chama a atenção de investidores e analistas porque a confiança do consumidor é considerada um dos principais termômetros do nível de atividade econômica nos Estados Unidos, especialmente por seu impacto direto sobre o consumo, que responde por cerca de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

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Queda do índice de confiança do consumidor nos EUA em dezembro é o principal destaque

O índice de confiança do consumidor nos EUA caiu de 92,9 pontos em novembro para 89,1 pontos em dezembro, segundo levantamento do Conference Board. O dado foi divulgado em Nova York, sede da instituição responsável pela pesquisa, e refere-se à percepção dos consumidores sobre as condições atuais da economia e suas expectativas para os próximos meses.

O recuo ocorre em um momento de atenção redobrada do mercado em relação à política monetária do Federal Reserve (Fed), à inflação persistente e ao impacto das taxas de juros elevadas sobre o poder de compra das famílias. A piora na confiança sugere que parte dos consumidores passou a adotar uma postura mais defensiva, especialmente diante de custos de crédito ainda altos.

Resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro

Além da queda em relação ao mês anterior, o índice de confiança do consumidor nos EUA também decepcionou o mercado. Analistas consultados pela FactSet projetavam um recuo mais moderado, para 91,5 pontos, o que torna o resultado divulgado ainda mais relevante para os agentes econômicos.

A frustração das expectativas reforça a leitura de que o consumidor americano pode estar sentindo com mais intensidade os efeitos acumulados do aperto monetário. Para investidores, esse tipo de surpresa negativa tende a influenciar decisões no mercado de ações, renda fixa e câmbio, especialmente em setores mais dependentes do consumo doméstico.

Revisão positiva do dado de novembro ameniza parcialmente o cenário

Apesar do resultado negativo em dezembro, o Conference Board informou que o dado de novembro foi revisado para cima. O índice, que inicialmente havia sido divulgado em 88,7 pontos, passou para 92,9 pontos após atualização metodológica.

Essa revisão indica que a confiança do consumidor estava mais elevada do que se imaginava no mês anterior, o que ajuda a suavizar a leitura da tendência de curto prazo. Ainda assim, analistas destacam que a queda em dezembro interrompe uma sequência de relativa estabilidade e reforça a percepção de maior incerteza no horizonte econômico.

Por que o índice de confiança do consumidor nos EUA é tão importante

O índice de confiança do consumidor nos EUA é acompanhado de perto porque mede a disposição das famílias para consumir, poupar ou adiar gastos. O indicador é composto por duas grandes frentes: avaliação das condições atuais e expectativas para os próximos seis meses, incluindo emprego, renda e ambiente de negócios.

Quando a confiança cai, aumenta o risco de desaceleração do consumo, o que pode afetar diretamente o crescimento econômico. Esse movimento também entra no radar do Federal Reserve, que busca equilibrar o combate à inflação com a preservação da atividade econômica.

Em um contexto de juros elevados por mais tempo, como sinalizado recentemente pelo Fed, a deterioração da confiança pode indicar limites para o aperto monetário sem causar impactos mais profundos na economia real.

Contexto econômico ajuda a explicar o recuo do indicador

A queda do índice de confiança do consumidor nos EUA em dezembro ocorre em meio a uma combinação de fatores, como inflação ainda acima da meta, mercado de trabalho mostrando sinais de moderação e condições financeiras mais restritivas. Além disso, o período de fim de ano costuma concentrar gastos elevados, o que pode aumentar a percepção de pressão sobre o orçamento das famílias.

Economistas avaliam que, embora o nível atual do índice não aponte para uma crise iminente, ele sugere uma mudança de humor relevante, especialmente se novas quedas forem observadas nos próximos meses.

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