Trump recua e adia tarifas por 90 dias após reação negativa do mercado financeiro
Presidente dos EUA anuncia pausa de 90 dias nas tarifas e afirma que decisão não foi motivada por oscilação no mercado de títulos
Trump recua e adia tarifas por 90 dias após reação negativa do mercado financeiro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana uma suspensão temporária de 90 dias na aplicação de novas tarifas comerciais. A decisão ocorre em meio a sinais de apreensão no mercado, que, segundo ele, reagia de forma excessiva às medidas anteriores. A palavra-chave “Trump tarifas” ganha novo destaque em meio à reviravolta nas políticas econômicas do republicano, que negou qualquer influência direta do mercado de títulos sobre sua decisão.
A medida, anunciada em frente à Casa Branca, surpreendeu parte dos analistas e investidores, já que representa um recuo parcial da postura agressiva adotada por Trump na chamada “guerra comercial” com a China e a União Europeia. Segundo o presidente, a pausa é uma forma de “acalmar os ânimos” diante da reação negativa observada nos últimos dias.
Trump tarifas: decisão visa conter receio generalizado, segundo presidente
Ao justificar a reversão parcial das tarifas, Trump admitiu que identificou um clima de tensão crescente entre empresários e investidores. “Vi na noite passada que as pessoas estavam ficando um pouco enjoadas”, afirmou. Segundo ele, havia um certo exagero nas reações. “Elas estavam ficando muito animadas, sabe? Um pouco assustadas. Então eu reverti isso por um curto período de tempo.”
Apesar da pausa, Trump assegurou que o “grande movimento” foi sua iniciativa da semana anterior, quando anunciou uma nova rodada de tarifas sobre importações, classificada por ele como o “dia da libertação” para a economia americana. A intenção do republicano é reforçar a competitividade industrial dos Estados Unidos e pressionar parceiros comerciais por acordos mais vantajosos.
A expressão “Trump tarifas” continua sendo central para o entendimento da política econômica atual dos Estados Unidos, marcada por flutuações e forte retórica nacionalista.
Mercado de títulos não motivou suspensão, afirma Trump
Questionado se a volatilidade no mercado de títulos dos EUA influenciou sua mudança de postura, Trump respondeu de forma enfática: “Não, eu estava observando o mercado de títulos. O mercado de títulos é muito complicado. Mas neste momento está lindo.” A declaração visa afastar a percepção de que a política comercial estaria sendo moldada por reações do mercado financeiro.
Nos últimos dias, o mercado de renda fixa nos Estados Unidos registrou forte instabilidade, com investidores preocupados sobre os rumos da economia global e o impacto das tarifas. No entanto, Trump insistiu que sua decisão foi uma resposta à percepção de medo generalizado e não ao desempenho do mercado em si.
Possibilidade de acordos com China e União Europeia
Trump também expressou otimismo em relação à possibilidade de acordos comerciais com a China e a União Europeia. “Um acordo será feito com a China. Eles querem fazer um acordo. Só não sabem exatamente como”, declarou. Ele enfatizou que qualquer novo entendimento precisa ser “justo”, reafirmando sua crítica às práticas comerciais chinesas e europeias.
A pausa nas tarifas pode ser interpretada como uma estratégia de negociação. Ao dar um passo atrás temporário, Trump sinaliza disposição ao diálogo, embora mantenha a retórica firme sobre a necessidade de mudanças estruturais nos acordos comerciais.
Efeitos das tarifas já são sentidos, diz Trump
Mesmo com a suspensão anunciada, Trump avaliou que os efeitos das tarifas já aplicadas estão se concretizando de forma acelerada. “Acho que tudo está funcionando mais rápido do que eu imaginava”, afirmou. Segundo ele, montadoras e empresas de tecnologia, como fabricantes de semicondutores, estariam transferindo operações para o território americano.
Esse movimento, segundo o presidente, comprova que a estratégia de “Trump tarifas” está funcionando para reindustrializar o país. “Estamos em uma transição para virarmos um país ainda melhor”, disse.
Trump critica Apple e fala em isenção para empresas americanas
Durante a entrevista, Trump também fez críticas à Apple por manter grande parte da sua produção na China. Segundo ele, é “insustentável” que a companhia continue com essa estratégia. A sugestão implícita foi que a fabricante dos iPhones deveria trazer sua produção para os Estados Unidos, alinhando-se às diretrizes econômicas defendidas pela Casa Branca.
Trump ainda mencionou que pretende analisar, no futuro, possíveis isenções para empresas americanas afetadas pelas tarifas. A ideia seria mitigar impactos negativos sobre setores estratégicos, mantendo o foco em proteger empregos e cadeias produtivas nacionais.