O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última segunda-feira (17) que a inflação brasileira, atualmente variando entre 4% e 5%, está dentro de um nível considerado normal desde a implementação do Plano Real. A declaração foi feita durante sua participação no painel “Um caminho para a resiliência dos Mercados Emergentes”, realizado na Conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Al-Ula, na Arábia Saudita.

Segundo Haddad, a economia brasileira tem demonstrado estabilidade após anos de inflação elevada. Ele destacou que, desde a adoção do Plano Real em 1994, taxas dentro desse intervalo são comuns e fazem parte da trajetória econômica do país.

Valorização do real pode contribuir para controle da inflação

O ministro também comentou sobre a recente valorização do real frente ao dólar e seu impacto na inflação. Ele explicou que a alta do dólar no mercado internacional nos últimos anos elevou os preços no Brasil, exigindo uma política monetária mais rígida do Banco Central para conter os impactos inflacionários.

Entretanto, nos últimos dois meses, o real apresentou uma valorização de aproximadamente 10%, o que, segundo Haddad, pode ajudar a estabilizar os preços e evitar novas altas na taxa de juros.

“O aumento das taxas de juros será no curto prazo. O dólar voltou a um nível adequado e caiu 10% nos últimos 60 dias. Acho que isso vai fazer com que a inflação se estabilize”, afirmou o ministro.

Essa recuperação da moeda brasileira pode reduzir os custos de importação, beneficiando setores que dependem de insumos estrangeiros e aliviando a pressão sobre os preços ao consumidor.

Ajuste fiscal do governo não compromete crescimento econômico

Além da inflação e da política monetária, Haddad defendeu a estratégia fiscal adotada pelo governo. Ele afirmou que o ajuste fiscal implementado pela atual gestão não tem efeito recessivo, garantindo um crescimento econômico sólido.

De acordo com o ministro, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu cerca de 3,5% no último ano, o que demonstra que as medidas fiscais não comprometeram a atividade econômica.

A afirmação rebate críticas de que políticas de contenção de gastos poderiam prejudicar o crescimento do país. Para Haddad, a estabilidade fiscal é essencial para manter a confiança de investidores e fortalecer a economia brasileira a longo prazo.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.